30 outubro, 2023

DIAS, Vítor Manuel Lopes - NOTÍCIA HISTÓRICA DA INUMAÇÃO. 
[Por]...Secretário do Governo Civil do Porto
. [S.l.], Edição do Autor : Depositária: «Coimbra Editora, Lda.», 1963. In-4.º (23 cm) de 120 p. ; B.

1.ª edição.
Estudo histórico sobre o sepultamento.
"Ocupado nos últimos tempos com o estudo das questões jurídicas e de salubridade relativas aos cemitérios, a breve trecho me vi interessado em conhecer a atitude assumida pela humanidade para com os seus mortos.
E antecipadamente sabia que o assunto não era tão exclusiva ou fortemente tétrico como à primeira vista poderia parecer, visto esse comportamento ser normalmente dependente ou pelo menos independentemente das concepções ou ideias religiosas e filosóficas, das formas de vida ou de educação e dos seus usos e costumes, os quais, todos eles, variam profundamente no tempo e no espaço.
Lançados, assim, nessa investigação através dos séculos e dos milénios, vimos confirmado o nosso juízo pelo facto dos elementos relativos às soluções e práticas mortuárias permitirem reconstituir muito das religiões, dos hábitos e dos próprios sistemas de vida dos nossos antepassados. [...]
Depois de registarmos uma ideia geral sobre as soluções praticadas, expomos o que se passou nas idades pré-histórica, proto-histórica (ou dos metais) e histórica e, dentro desta, a evolução operada nos povos da Antiguidade, na Península Ibérica desde a dominação romana à reconquista cristã, e em Portugal desde a sua fundação até às primeiras reformas de saúde do séc. XIX que impuzeram a obrigatoriedade dos cemitérios públicos do nosso tempo.
Fazendo a história destes, demoramo-nos com a evolução operada desde o seu movimento precursor até às reformas de 1835 e 1844, à inesquecível revolução da «Maria da Fonte» em 1846, ao lento evoluir da construção com as delongas, dificuldades e reacções surgidas através de todas as classes de povoados do nosso país e especialmente nas cidades de Lisboa e Porto. Por último, a história dos cemitérios privativos, não públicos, ou sejam, os militares, os das misericórdias, ou das corporações ou comunidades religiosas, os destinados a súbditos estrangeiros designadamente ingleses e alemães, ou dos judeus e os «panteões» reservados às mais altas figuras nacionais."
(Prefácio)
Índice:
Prefácio. | Cap.º 1.º - Ideias Gerais. Cap.º 2.º - Idade Pré-Histórica. A) Épocas que abrange; B) Épocas paleolítica ou da pedra lascada; C) Épocas epipaleolítica ou mesolítica; D) Épocas neolítica ou da pedra polida: - Península Ibérica; - Egipto; - Caldeia e Assíria; - Fenícia; - Itália; - Monumentos megalíticos; E) Épocas eneolítica ou do cobre. Cap.º 3.º - Proto-História ou Idade dos Metais. A) Ideia Geral; B) Época do Bronze: - Península Ibérica; - Europa Central; - Alemanha Setentrional e Escandinávia; - Sicília; - Itália; - Grécia e Ilhas do Mar Egeu; - China; C) Época do Ferro: - Península Ibérica; - Europa Central; - Itália; - Grécia; - Pérsia; Cap.º 4.º - Idade Histórica. A) Antiguidade: a) Seu início; b) Egipto; c) Média e Pérsia; d) Grécia; e) Índia; f) Roma monárquica, republicana e imperial; g) Roma cristã; B) Península Ibérica: a) A dominação romana e o cristianismo; b) Dominação bárbara; c) Dominação árabe e reconquista cristã; C) Portugal desde a fundação até 1835: a) Os dois primeiros cemitérios; b) Os judeus e a inquisição; c) Os árabes; d) Os cristãos; D) Evolução em Portugal desde 1835: a) Pina Manique e outros percursores e impulsionadores do estabelecimento dos cemitérios públicos; b) Os Decretos de 1835; c) A Reforma da Saúde Pública de 1844 e a Revolução da «Maria da Fonte» de 1846; d) A construção de cemitérios públicos. Dificuldades e reacções; e) Nas cidades de Lisboa e Porto; f) Cemitérios privativos: - Militares; - Misericórdias; - Corporações e comunidades religiosas; - Para estrangeiros: ingleses e alemães; - Para judeus; - Panteões.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

29 outubro, 2023

BRAGA, João Joaquim d'Almeida -
O PODER TEMPORAL DO PAPA.
Cartas ao Excellentissimo Senhor D. Antonio Alves Martins, Bispo de Vizeu. Por... Braga, Typographia Lusitana, 1867-1870. 7 vols in-8.º (21x13,5 cm) de 14, [2] p. (I) ; 23, [1] p. (II) ; 21, [3] p. (III) ; 31, [1] p. (IV) ;  27, [1] p. (V); 24 p. (VI) ; 22, [2] p. (VII) ; E. num único Tomo
1.ª edição.
Conjunto de 7 cartas dirigidas pelo autor ao Bispo de Viseu, D. António Alves Martins (1808-1882), criticando este último por se opor à teoria do poder temporal do Papa. Tudo isto numa época de turbulência religiosa, em que a Igreja discutia, para além do poder temporal, a infalibilidade papal.
Completo, é tudo quanto foi publicado sobre este assunto.
"Com o respeito devido á dignidade do logar que V. exc.ª occupa na jerarchia ecclesiastica, porém ainda com respeito maior áquella Verdade que está cima de todas as dignidades e de todas as jerarchias, permitta-me V. Exc.ª que tome a liberdade de dirigir-lhe pela imprensa uma carta, com o intuito de significar-lhe a expressão d'uma grande surpreza e o sentimento d'uma profunda dôr.
Quando, Excellentissimo Senhor, nós, os Catholicos que não tinhamos tido a ventura d'assistir á festa do Centenario do martyrio dos Apostolos Pedro e Paulo e da canonisação dos Santos, nos consolamos lendo e relendo as descripções d'aquella magestosa solemnidade, e agradeciamos á Providencia, que em tempos tão adversos nos dava d'estes grandiosos espectaculos da vida e força da Sua Egreja, de repente chegavam-nos aos ouvidos os surdos rumores d'uma infausta nova.
Dizia-se que desejando os Prelados reunidos em Roma testimunhar ao Santo Padre o quanto estavam d'accordo sobre a necessidade da conservação do poder temporal da Egreja para o livre exercicio do seu poder espiritual, e redigindo para isso uma exposição, de mais de quatrocentos Bispos, um membro do episcopado, um apenas, um só, V. Exc.ª, se havia recusado a assignar aquelle documento.
Esta nova causou profunda magoa a todos os que prezam a honra do episcopado e o bom nome do povo portuguez.
Muitos, apezar da insistencia com que era repetida, não a acreditavam; e razões havia para isso.
Custava a crêr que depois de tanto tempo em que não appareciam em Roma os Bispos da Nação Fidelissima, a primeira vez que alguns alli de encontravam, um d'elles juntasse mais uma a tantas amarguras que alanceiam o coração do Pae commum dos fieis. Além d'isso, o nome de V. Exc.ª vinha incluido na lista dos signatarios da exposição, e tudo isto levava a crêr que eram falsos os boatos propalados. Hoje, porém, nem para a duvida resta logar.
A noticia, que, a ser falsa, um Bispo não deixaria passar impunemente, corre sem desmentido; e qualquer que fosse o modo porque o facto se désse, visto que as versões são diversas, não se póde duvidar que V. Exc.ª dissentio da opinião dos seus collegas na questão do poder temporal do Papa."
(Excerto da 1.ª Carta)
D. António Alves Martins (1808-1882). "Nasceu em 1808, em Granja de Alijó (Alijó), e faleceu em 1882. Entrou para a Ordem de S. Francisco aos dezasseis anos, indo pouco depois para a Universidade de Coimbra. Foi expulso desta Universidade em 1828, por razões políticas: era um liberal acérrimo e tinha sido acusado de participar na revolução constitucionalista que se dera nesse ano no Porto, a 16 de maio. Em 1832 foi capelão da Armada, em 1842 deputado, em 1852 professor universitário, em 1861 enfermeiro-mor do Hospital de S. José, em 1862 nomeado bispo de Viseu, dirigente do Partido Reformista entre 1868 e 1869 e entre 1870 e 1871 foi ministro do Reino. Dirigiu o jornal Nacional, entre 1848 e 1849, tendo-se dedicado também ao jornalismo. Camilo Castelo Branco apreciava em extremo a natureza polémica dos artigos de D. António. Escreveu, entre outros títulos, O Nove de outubro e Breves Considerações sobre a Última Guerra Civil, que foi publicado em 1849 aparecendo na autoria "por um liberal". No regime de D. Miguel foi condenado à morte, tendo no entanto conseguido escapar com outros três condenados quando no caminho para o local de execução, Viseu. Polémico e liberal, foi também jornalista."
(Fonte: infopédia)
João Joaquim de Almeida Braga (1836-1871). "Nasceu a 4 de Fevereiro de 1836 na cidade de Braga e aí faleceu a 11 de Fevereiro de 1871. Foi na sua terra natal que frequentou o liceu e adquiriu uma posição de destaque no plano cultural, tendo aí publicado a maior parte da sua obra literária, quer em volume, quer através da imprensa bracarense, na qual manteve uma participação constante, nomeadamente como colaborador do periódico político e literário O Moderado (1853-1856), do jornal religioso Atalaia Católica (1854-1864), da publicação literária e instrutiva O Murmúrio (1956), de que foi fundador, e ainda do Independente (1858-1861), jornal de cariz político, literário e religioso. Figura marcadamente ligada aos preceitos do catolicismo e a uma postura compassiva a partir da qual ficou conhecido como “santo” entre os seus conterrâneos, também na sua obra literária Almeida Braga cultivou sobretudo uma escrita de pendor religioso que, a par da sua qualidade humana, lhe granjeou o apreço dos seus pares, como reconhece Alberto de Pimentel na obra Seara em Flor (1905), na qual elogia ainda a actividade literária deste autor, com quem travou contacto no Café Viana, sobretudo por decorrer numa cidade de escassos incentivos e meios de contacto com a literatura estrangeira. Com uma produção escrita visando diferentes géneros, Almeida Braga foi autor dos volumes poéticos A Grinalda: cantos da juventude (1857), Melodias: cantos da adolescência (1859) e Madalena (1867), assim como de escrita para teatro com os dramas Desgraça e ventura (1858), O fruto da obediência (1860), Tristeza e alegria (1860), O primeiro acto (1861) e Carlos (1862). Almeida Braga cultivou ainda o ensaio de intento cristão, publicando nesse âmbito Torquato Tasso (1859), O cristianismo e o século (1864), Jesus Cristo em face do mundo (1865).
Em O poder temporal do Papa (1867-70), reúne sete cartas dirigidas ao bispo de Viseu, D. António Alves Martins. Foi ainda autor de duas obras hagiográficas, O anjo da mocidade (1868) e O anjo das donzelas (1884), retratando nestas as vidas de S. Luís Gonzaga e de Santa Germana Cousin, respectivamente."
(Fonte: http://vcp.ul.pt/index.php/memorias-literarias/autores.html?id=31#braga_01)
Encadernação inteira de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva apenas uma capa de brochura no início do conjunto e outra a terminar. Aparado e pintado no corte superior.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Capa de brochura apresenta mancha antiga de humidade.
Raro.
Com interesse histórico e religioso.
45€

28 outubro, 2023

MESQUITA, J. L. -
O PROBLEMA DA INTEGRAÇÃO DO CIGANO NO CONTEXTO DA SOCIEDADE
. Braga, [s.n. - Composto e impresso na Tip. Editorial Franciscana - Braga], 1972. In-8.º (22,5x16,5 cm) de 71, [1] p. ; B.
1.ª edição independente.
Separata de Itinerarium, Ano XVIII, Números 76 e 77.
Importante ensaio sobre a integração da comunidade cigana na sociedade portuguesa.
Raro e muito interessante. Dos poucos estudos desenvolvidos sobre o assunto durante o regime do Estado Novo. A BNP não menciona.
"O problema da Integração do Cigano no contexto da Sociedade é bem real. Problema que é mister resolver.
Com efeito, verifica-se e palpa-se cada dia o facto de uma rejeição mútua, mais ou menos latente, entre sociedade e cigano, que é de sempre e que leva este a uma marginalidade voluntária, e muitas vezes acintosa e ostensiva, e aquela a uma repulsa difícil de superar. Pode-se talvez traduzir a situação desta maneira:
- Sociedade versus cigano: «Coitados, são conflituosos, zaragateiros, vigaristas, sujos; lá tocam as suas guitarras, as suas castanholas e pandeiretas, lá dão (e recebem) as suas facadas. Não nos interessam».
- Cigano versus sociedade: «Coitados, não nos querem... Pobre gente que até tem casa e... trabalho para a limpar. Intrujemo-los, a eles, coitados». E surge a história do burro lazarento, mas muito bem engraxado e melhor vendido...
Esta espécie de caricatura, que vem a ser real, ajuda a situar o problema - desfasamento que é de sempre - e encerra algo de anormal, de desumano e irrisório;
- ajuda a encarar a premência da sua concretização e solução;
- ajuda a pensar nas medidas certeiras e reais a adoptar;
- e também a enfrentar e estudar os obstáculos que naturalmente surgem.
Afinal onde mora a razão? E onde mora a razão desta animosidade?
Acentue-se desde já e como primeira nota, que estará sempre presente neste estudo, o carácter nómada do cigano, a «certeza dos ciganos pertencerem a um outro mundo diferente do nosso; não se eximem de viver de maneira diferente; são doutra raça; são doutros sítios. Nem leis nem abonos de família, nem o serviço militar mudarão coisa alguma nesta evidência»."
(Excerto da Introdução)
Sumário:
Introdução. 2 - Resenha histórica. 3 - Em Portugal. 4 - Divisão e distribuição geográfica. 5 - Número - População cigana. 6 - Psicologia cigana. 7 - Experiências: a) Estrangeiro; b) Portugal. 8 - Dificuldades: a) Da parte do Cigano; b) Da parte da Sociedade; c) Falta de literatura e divulgação cigana; d) Documentação oficial. 9 - Testemunhos. 10 - Nomadismo? Sedentarismo? 11 - Sugestões - Propostas: a) Informação à Sociedade; b) Formação dos Ciganos. 12 - Nota Final. | Apêndice - I Jornada de Estudos da Pastoral dos Ciganos - Fátima (26-28/XI/71).
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas levemente oxidadas.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Com interesse histórico e bibliográfico.
Indisponível

27 outubro, 2023

PAXECO, Óscar -
SETUBALENSES : Homens ilustres da Igreja.
[Apresentação de Eduardo Albarran]. Setúbal, Edição da Junta Distrital de Setúbal, 1966. In-4.º (25x19 cm) de 68, [4] p. ; [6] f. il. ; B.
1.ª edição.
Interessante trabalho sobre distintos setubalenses que em diferentes épocas serviram a Igreja, tendo atingido o Episcopado.
Ilustrado em separado com retratos de seis dos biografados.
Exemplar valorizado pela dedicatória autógrafa do autor a António Luciano, seu sobrinho e afilhado.
"Do culto dedicado à memória dos homens que, no passado, se celebrizaram na religião, nas ciências, nas letras e nas artes, há-de colher-se a certeza dos anseios de grandeza, no presente e no futuro, das novas gerações. Apontar a estas os caminhos trilhados por aqueles, mais do que preito de gratidão, é lição de grandeza de virtudes e de méritos, que se deseja sabida e multiplicada na marcha ascensional da Pátria.
A terra de Setúbal, que a Natureza tão magnânimamente dotou de riquezas e de encantos, pode orgulhar-se de possuir, na galeria dos seus filhos mais ilustres, encantos de inteligência e de arte. [...]
De quantos setubalenses ilustres, com mãos virtuosas e inteligências fulgurantes, ergueram a Cruz acima de todas as paixões e de todos os desvarios, e, com ela, escreveram páginas das mais brilhantes na nossa história de civilizadores e de evangelizadores, Óscar Paxeco, setubalense e jornalista de fartos recursos e de nome firmado nas letras, fala-nos das páginas que se seguem.
São páginas das grandezas e das glórias setubalenses, de grandezas e glórias que transcendem os limites do espaço e do tempo em que viveram, porque são imortais - eternas."
(Excerto de Apresentação)
Índice:
Apresentação | Palavras prévias | Beato André de Setúbal - Um Santo Setubalense | D. Pedro Fernandes Sardinha | D. Gonçalo Pinheiro | D. Frei Gaspar da Cruz - Bispo Eleito de Malaca e Apóstolo da China | D. Frei Lourenço de Távora da Piedade | D. José da Costa Torres | D. Frei Joaquim de Santana Carvalho | D. Frei Patrício Xavier de Moura.
Óscar Paxeco (Setúbal, 1904 - Lisboa, 1970). "Destacou-se como jornalista, começando a escrever muito novo no jornal O Setubalense, a partir de 1922. Em 1926 dirigiu a revista literária Cetóbriga. Foi um dos fundadores do Sindicato Nacional dos Jornalistas. Ainda na década de vinte, aproxima-se politicamente dos setores nacionalistas e conservadores da cidade. Assume-se como monárquico. Acolhe com entusiasmo os vencedores do 28 de maio. Durante a suspensão d’O Setubalense será redator principal do jornal O Distrito de Setúbal, que substitui durante seis meses aquela publicação. O Distrito de Setúbal vai ter uma linha editorial inspirada nos fascismos europeus em ascensão. Desempenhou vários cargos públicos durante o período da Ditadura Militar e do Estado Novo. Em 1928, integrou a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Almada. Em 1931, foi comissário do Governo junto do Teatro Nacional de São Carlos, cargo que ocupou até 1936. Trabalhou no Secretariado de Propaganda Nacional, órgão criado por Salazar e dirigido por António Ferro, responsável pela divulgação dos ideais nacionalistas. Em 1945, entra para o Secretariado Nacional de Informação, organismo com idênticas funções do anterior. Foi um dos fundadores do Sindicato Nacional dos Jornalistas. Colaborou em vários órgãos de comunicação social de Lisboa entre os quais a Emissora Nacional, O Século, Diário da Manhã, Novidades e a Gazeta."
(Fonte: Sado-Reclame, 1930, Agosto. Hemeroteca da Biblioteca Pública Municipal de Setúbal)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
15€

25 outubro, 2023

SILVA, Agostinho da -
UMA ASCENSÃO NOS HIMALAIAS. Iniciação : Cadernos de Informação Cultural. [S.l.], [Edição do Autor - Imp. Grandes Oficinas Gráficas «Minerva» - Vila Nova de Famalicão], 1940. In-4.º (23 cm) de 21, [3] p. ; (inc. capas) ; il. ; B.
1.ª edição.
Número da apreciada Colecção "Iniciação" dedicada à expedição de 1920 ao Everest, a montanha mais alta do planeta, numa época em que os conhecimentos técnicos e desportivos sobre a matéria eram limitados.
Obra de divulgação, algo naif à luz do que hoje se sabe sobre o assunto, motivo de interesse e curiosidade.
Opúsculo ilustrado no texto com: um mapa rudimentar dos Himalaias; três fotogravuras: Um pico nos Himalaias; Aresta nordeste do Everest; Um pico ao nascer do sol.
"Os Himalaias, que constituem o grupo de montanhas mais importante da terra, ficam situados na região do norte da Índia e estendem-se por tôda a fronteira entre o território que se encontra sob o domínio inglês, o reino do Nepal, o reino de Butan e o reino do Tibet. [...]
De todos os montes é o mais alto o Everest, e assim chamado em honra de um alto funcionário britânico, sob cuja direcção se fizeram os trabalhos preparatórios da carta tipográfica dos Himalaias; até 1849 julgava-se que outros picos se elevavam mais, mas os cálculos vieram mostrar que era ao Everest que pertencia a realeza da montanha. [...]
O aspecto do Everest é diferente quando se contempla do lado da Índia ou do lado do Tibet; pelo sul, aparece rodeado de outros picos que lhe roubam parte da sua beleza; [...] quando o tempo está mau, o que sucede quási sempre, o Everest aparece rodeado por um colar de nuvens, e os turbilhões de vento levantam-lhe, nos flancos e no cimo, toneladas de neve que se espalha no ar e se confunde ao longe com a névoa; solitário e altivo, defendido pelos vendavais e pelas tempestades de trovões que de quando em quando desabam sobre êle, o Everest parece desafiar tôda a tentativa de escalada.
Mas basta que uma emprêsa pareça impossível, para que os homens sintam desejos de a tentar; o sonho dos melhores alpinistas, dos mais sólidos e ágeis trepadores de montanhas, tem sido o de conquistar o Everest; há certamente o interêsse científico; conviria que se pudesse estudar o efeito de uma altitude tam elevada, depois do esfôrço do ataque, sôbre o organismo humano e que se soubesse também alguma cousa de seguro sôbre a meteorologia da montanha; mas é fora de dúvida que o aspecto desportivo tem sobrelevado os outros em todos os que se têm arriscado a escalar o Everest ou, sequer, a aproximar-se dele.
Efectivamente, já é proeza notável chegar junto do monte; às dificuldades naturais, que são enormes, com as torrentes que tudo arrastam na sua passagem, as cordilheiras que barram o acesso, as tempestades de neve, o calor insuportável dos vales, a espessura da floresta, vêm juntar-se as dificuldades políticas: o Nepal e o Tibet contam-se entre os países mais fechados da terra; vivem no perpétuo receio do estrangeiro e defendem-se não permitindo a entrada senão em condições muito especiais e quando os governos se encontram bem dispostos em política internacional; caso contrário, arrisca a vida todo aquêle que ultrapassar a fronteira.
Nenhuma, porém, destas dificuldades assustou os homens que, em 1920, se lembraram de organizar uma expedição ao Everest, sob a inspiração e com o auxílio da Sociedade Real de Geografia de Londres e do Club Alpino."
(Excerto do texto)
George Agostinho Baptista da Silva GCSE (Porto, 1906 - Lisboa, 1994). "Foi um filósofo, poeta, ensaísta, professor, filólogo, pedagogo e tradutor português. O seu pensamento combina elementos de panteísmo, milenarismo e ética da renúncia, afirmando a Liberdade como a mais importante qualidade do ser humano. Agostinho da Silva pode ser considerado um filósofo prático empenhado, através da sua vida e obra, na mudança da sociedade. Passou considerável tempo de sua vida no Brasil.
Realizando um percurso académico notável, de 1924 a 1928, Agostinho da Silva fez Filologia Clássica, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo concluído a licenciatura com 20 valores. Em 1929, somente um ano depois de se licenciar, e quando contava apenas 23 anos, defendeu a sua dissertação de doutoramento a que deu o título O Sentido Histórico das Civilizações Clássicas, doutorando-se com louvor.
Depois disso começou a escrever para a revista Seara Nova, colaboração que manteve até 1938.
Criou o Núcleo Pedagógico Antero de Quental em 1939, e em 1940 publicou Iniciação: cadernos de informação cultural. Foi preso pela polícia política em 1943, abandonando o país no ano seguinte (1944) em direção à América do Sul, passando pelo Brasil, Uruguai e Argentina, no seguimento da sua oposição ao Estado Novo.
Regressou a Portugal em 1969, após a doença e morte de Salazar e a sua substituição por Marcello Caetano, facto que deu origem a alguma abertura política e cultural no regime. Desde então continuou a escrever e a lecionar em diversas universidades portuguesas, dirigindo o Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade Técnica de Lisboa, e no papel de consultor do Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (atual Instituto Camões)."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
25€

24 outubro, 2023

MADUREIRA, Fernando -
ACIDENTE OCIDENTAL.
[3.ª edição]. [Prefácios de Luiz Pacheco e José Pedro d'Antas Pessoa Marques]. Lisboa, "Contraponto", [1979]. In-8.º (18,5x13 cm) de 186, [4] p. ; [2] desdob. ; B.
1.ª edição/3.ª ediçáo.
Romance "fora da caixa", espelho do seu criador, mas ao mesmo tempo curioso, insólito e muito curioso.
Autor maldito, Fernando Madureira foi um escritor contracorrente, homem vicioso e truculento, escritor de bizarrias e comportamentos "estranhos", anti-sociais, dirão outros. Acidente ocidental foi publicado em 1971 pela Itau de Júlio Roberto. Esta "3.ª edição" foi distribuída por Luiz Pacheco - outro "autor maldito" - que também prefacia a edição - através da sua editora Contraponto. Dada como terceira edição (informação impressa na lombada), a verdade é que os livros postos à venda não passam de exemplares não vendidos da 1.ª edição, apenas revestidos com capas diferentes da primeira, e já agora, da "2.ª edição", esta encapada pela empresa distribuidora de «O Século» para ajudar o autor - na época empregado do jornal - a desfazer-se dos livros. Os que sobraram dessa "segunda edição" são os que constituem a presente - a "terceira".
Os prefácios estão distribuídos por dois desdobráveis, ilustrados na frente com mensagens de despedida do autor, pouco antes de "tentar" o suicídio.
"Florêncio, enjoado com o cheiro espesso do gasóleo, desceu da carreira das 10 - Alberto, Pinto & Filhos -, na Praça do Município. Com os olhos procurou a mulher dos bolos amarelos, arrufadas e bananas que costumava ver ali desde que tinha nascido. Avistou-a, embrulhada num xale de merino preto, franzina como dantes, a fazer negócio noutra carreira prestes a seguir, e sorriu. Bateu, depois, repetidas vezes com os pés no chão para aquecê-los, pôs ás costas a velha mala de cartão com tudo o que tinha no  mundo dentro, viu as horas no relógio da Câmara, e dirigiu-se para casa, na Rua de Camões.
A rua, tortuosa, esburacada, com árvores de ambos os lados coando os raios de sol, era bonita. Florêncio subiu-a até ao 436.
À porta, a Mãe. Alegre. Este é o teu quarto. Duas camas de pinho envernizadas de amarelo. Simètricamente perfiladas. Chitas vermelhas nas janelas. Uma cómoda pertencente ao conjunto. Tapetes felpudos. A tia Emília: fala-lhe bem.
Numa cama grande, castanha, um corpo magro e sons arrastados e aflitos.. Meu filho, chega-te aqui para ter ver melhor. O cheiro a doença, a repulsa natural e o beijo. E o corpo? É cancro diz a Mãe. Está por pouco."
(Excerto do Cap. 1)
Fernando Madureira (Penafiel, 1940 - Porto, 1980). "Contista e poeta. Pseudónimo de Fernando Rui Osório Leão da Silva. Autodidacta, exerceu várias profissões. Radicado em Lisboa, entrou para O Século como revisor, tendo ingressado no seu quadro redactorial em 1966. A problemática expressa na sua obra é uma simbiose entre os temas de cariz neo-realista e as dúvidas existenciais, caldeada por uma ironia amarga e algo desencantada."
(Fonte: https://www.escritas.org/pt/bio/fernando-madureira)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
15€

23 outubro, 2023

LIMA, José d'Oliveira -
O HYPNOTISMO E A SUGGESTÃO EM THERAPEUTICA.
Dissertação inaugural apresentada á Escola Medico-Cirurgica do Porto. Porto, Typographia de A. F. Vasconcellos, Succ., 1900. In-4.º (23x16 cm) de [32], 315, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso estudo académico sobre a hipnose, disciplina colocada ao serviço da medicina para resolução das mais variadas maleitas, apesar de contestação acérrima de parte considerável da classe médica.
Obra de fôlego - ilustrada no texto com quadros e tabelas estatísticas - sobre esta prática, polémica, tão em voga na época.
"Explicar o motivo porque escolhemos este assumpto, para a nossa ultima prova escolar, não nos seria muito facil. Ao mesmo tempo que a nossa attenção era despertada pela narrativa d'alguns dos mais extravagantes phenomenos do hypnotismo e das extraordinarias curas realisadas por intermedio d'este agente therapeutico, resolvemos inquirir dos livros classicos a verdade do que ouviamos, e a explicação dos factos que, durante algum tempo, suscitaram em nosso espirito um scepticismo bem natural. Em o nosso modesto parecer, era elle de maior valia do que esse enthusiasmo prematuro, que em todas as coisas, é início obrigado do parti-pris e do fanatismo.
Esse sceptismo só poderia desapparecer estudanto, primeiro, e praticando, depois, o hypnotismo tanto quanto nos fosse possivel. [...]
Para quem, como nós, está prester a concluir um curso de medicina o que mais interessante se lhe deve affigurar dentro do assumpto escollhido - Hypnotismo e Suggestão - sem duvida vastissimo, é o seu estudo debaixo do ponto de vista therapeutico."
(Excerto do preâmbulo - Duas palavras)
São poucos os assumptos tão difficeis de tratar syntheticamente, no momento actual, como o hypnotismo.
Não só os phenomenos são, por vezes, rebeldes a qualquer coordenação, mas está ainda por conhecer, d'uma maneira completa, a natureza do agente e, á parte alguns pontos incontestaveis, está-se reduzido a hypotheses, visto que não ha ainda theoria absolutamente verificada da hypnose e da suggestão. [...]
É que, mesmo que uma nova idéa seja admittida em principio, fica sempre uma rectaguarda d'obstinados cuja orientação cerebral, definitivamente estabelecida de qualquer fórma, se recusa a qualquer modificação.
Choveram sobre hypnotismo e hypnotisadores as maiores diatribes e não ha  muitos annos ainda que Constantin James escrevia o seguinte:
«L'hypnotisme et le darwinisme sont des dissolvants sociaux...
Ces deux sciences (sic) sont devenues dans une certaine mesure les auxiliaires du crime».
Entretanto alguns sabios, mais scepticos, no sentido rigoroso da palavra, mas menos aterrorisados pelo ridiculo, decidiram-se a estudar~estes phenomenos «novos».
Tal foi o ponto de partida das investigações actuaes sobre o hypnotismo, investigações cujos resultados permittem, desde já entrever a importancia que tomarão a hypnose e a suggestão na intellectualidade das gerações proximas."
(Excerto de Primeura Parte - I - Definições - O que é o hypnotismo)
José de Oliveira Lima (1875-1950). Professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e fundador do Instituto Moderno, no Porto (1914-1918), estabelecimento escolar destinado ao ensino primário e secundário, funcionando em regime de internato/externato, na altura, um dos melhores colégios particulares do país. Apresentou admissão a provas públicas com a tese de final de curso: O Hypnotismo e a Suggestão em Therapeutica (1900).
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas algo sujas, com pequenos defeitos.
Raro.
45€

22 outubro, 2023

FLAUBERT - A TENTAÇÃO DE SANTO ANTÃO. Traducção de João Barreira. Porto, Livraria Chardron De Lello & Irmão, editores, 1902. In-8.º (19x12,5 cm) de 228 p. ; E.
1.ª edição.
Primeira edição portuguesa deste clássico de Gustave Flaubert, obra em que o autor terá trabalhado cerca de 30 anos, foi originalmente publicada em 1874, sendo de imediato proibida.
"Na Tebaida, no alto de uma montanha, Antão é assaltado pela dúvida e por desejos longamente reprimidos, que se metamorfoseiam em visões de rara beleza e contundente terror.
Inspirado no conhecido quadro de Bruegel, A Tentação de Santo Antão é a história de um eremita torturado por fantasmas e alucinações que põem à prova a autenticidade da sua fé e a firmeza das suas resoluções.
Publicado em 1874, depois de várias versões, este texto antecipa algumas propostas da psicanálise e algumas das técnicas do surrealismo."
(Fonte: Wook)
"É na Thebaida, no cume de uma montanha, sobre uma platafórma talhada em meia-lua e circumdada de rochedos.
A cabana do Ermita fica ao fundo. É feita de lôdo e de canniçado, o tecto chato, sem porta. Vê-se lá dentro uma bilha e pão negro; ao centro, n'um estrado de madeira, um grande livro; pelo chão, aqui e acolá, filamentos de esparto, duas ou tres esteiras, uma cesta, uma faca.
A dez passos da cabana ha uma cruz alta, plantada no chão; no outro tôpo da platafórma, uma velha palmeira torcida pende sobre o abysmo, porque a montanha é cortada a prumo, e o Nilo parece formar um lago no sopé da escarpa."
(Excerto do Cap. I)
Gustave Flaubert (1821-1880). "Romancista francês. Filho de um cirurgião que trabalhava no Hospital de Rouen, fez os estudos secundários na sua terra natal e matriculou-se em Direito na Sorbonne. Em 1844, os primeiros sintomas de doença nervosa que o haviam de afligir toda a vida levaram-no a abandonar o curso. Quando já tinha adiantada a redacção de La Tentation de Saint Antoine, interrompeu-a para escrever o seu grande romance Madame Bovary, que em 1857 foi publicado em folhetins na Revue de Paris. Esta obra, que lhe custou cinco anos de trabalho, iria também levá-lo à barra do tribunal, em 1858, por atentado contra os bons costumes. Apesar do escândalo, a crítica consagra a obra pela novidade, perfeição e equilíbrio, e as tendências realistas. Em 1862, quatro anos depois da sua viagem a Cartago, Flaubert escreve Salammbô, revelando grandes faculdades criadoras. Em 1869 foi publicada l'Éducation Sentimentale, obra de análise psicológica que não foi bem apreciada e deixou o escritor muito desiludido. Só em 1874 é que publicaria La Tentation de Saint Antoine, que foi proibida. Nesta obra trabalhou Flaubert aproximadamente trinta anos. A obra de Flaubert representa o expoente máximo do romance realista em França e terá influenciado o escritor português Eça de Queirós."
(Fonte: Wook)
Bonita encadernação em meia de pele com cantos; pastas recobertas de fantasia de serpente e dourados e nervuras na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

20 outubro, 2023

COSTA, Dr. Affonso -
O MONOPOLIO DOS TABACOS EM PORTUGAL.
O Julgamento no Tribunal do Commercio do processo requerido pela «Banque de Paris et des Pays Bas» para suspensão das deliberações tomadas na assembleia geral da Companhia Portugueza de Phosphoros de 27 de junho de 1904. Allegações e documentos offerecidos por parte da Companhia pelo seu advogado... Lisboa, [s.n. - Officinas Typographica e de Encadernação, movidas a vapor, da Parceria A. M. Pereira - Lisboa], 1904. In-4.º (26,5 cm) de 67, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Peça jurídica de Afonso Costa - insigne figura da República - relativa à denominada Questão dos Tabacos.
"No terceiro quartel do século XIX, era esta a principal indústria do país, relativamente ao valor total da produção. Aliás, como reflexo deste facto, as políticas protecionistas sobre a indústria do tabaco continuaram a ser discutidas até 1927. A questão da renovação do monopólio, colocada em 1904, arrastou a queda de dois governos, até que em 1906 foi celebrado um contrato com a Companhia dos Tabacos de Portugal.
Este monopólio foi de novo discutido em 1926, na viragem política do 28 de maio, sendo decidida a reorganização do monopólio, através da fundação de duas empresas que passavam a partilhar a produção e a venda deste produto com a Companhia dos Tabacos de Portugal: eram elas a Companhia Portuguesa de Tabacos e a Tabaqueira."
(Fonte: infopédia)
"A Companhia de Tabacos de Portugal (na qual entravam 70% de capitais estrangeiros, sobretudo franceses) foi constituída em 1891, conseguindo do Estado o monopólio da indústria e do comércio dentro do país. Em 1904, estava o Partido Regenerador no poder, o seu dirigente, Hintze Ribeiro, decide mexer no contrato dos tabacos, cujo monopólio é, então, detido pelo conde Henry de Burnay. O ministro da Fazenda, Teixeira de Sousa, demite-se. Os progressistas fazem guerra ao Governo, que é forçado a demitir-se, em Outubro desse ano. A rotação partidária leva Luciano de Castro a primeiro-ministro em 1905. Este novo Executivo acabará por renovar o contrato de concessão a Burnay, em 1906, por mais vinte anos. Desgastado por esta e por outras questões, este novo Governo cai, ainda nesse ano. Os protestos contra o contrato dos tabacos serão acompanhados por "vivas" à República."
(Fonte: https://expresso.pt/dossies/dossiest_actualidade/dos_regicidio/glossario=f232164)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Raro.
25€

19 outubro, 2023

LACERDA, Antonio do Prado de Souza - VIAGEM Á SERRA DA ESTRELLA.
Guia do excursionista, do alpinista e do tuberculoso. Topologia - Ethnographia - Physiologia - Mineralogia - Thesoiros - Aerotherapia - Sanatorios de Manteigas - Sanatorio da Covilhã - Hydrographia - Rios e Lagôas - Flora - Fauna - Povoações actuaes - Georgenia Herminia Prehistorica (Visão do Passado). 
Por... Bacharel formado na faculdade de Direito. Lisboa, Livraria Central de Gomes de Carvalho, editor, 1908. In-8.º (19x11,5cm) de [2], 120, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso roteiro da Serra da Estrela, dos primeiros com estas características a ser publicados entre nós, numa época em que a Serra principiava a ser divulgada.
"Este opusculo é uma tentativa rapida, mas methodica, uma pequena bibliotheca dos Herminios, desde os tempos prehistoricos até á actualidade: é um pequeno quadro historico da Montanha Lusitana: o seu fim é tornar bem conhecida do publico a nossa Serra da Estrella que é apreciada pelos estrangeiros: porém ali só ha a bella e pujante Natureza em toda a sua doçura e rudeza. É um incentivo para digressões no verão: é um livrinho que está á moda, em harmonia com as aspirações nacionaes. [...]
Para tornar conhecidos os nossos Sanatorios da Serra a Estrella e as bellezas da fauna e da flora herminia tentei escrever este opusculo, à vol d'oiseau, nos intervallos de longa e cruel doença pulmonar que me trouxe, como que desterrado 3 annos pelos paramos dos Herminios."
(Excerto da apresentação)
Indice:
Guia Theorico | Guia Pratico | I - Topologia da Serra da Estrella. II - Ethnographia da Serra da Estrella. III - Physiographia dos Montes Herminios. IV - Mineralogia dos Herminios. V - Thesoiros. VI - Aerotherapia da Serra da Estrella - Sanatorios. VII - Sanatorio da Covilhã. VIII - Hydrographia Herminia. IX - Lagoas da Serra da Estrella. X - Flora dos Herminios. XI - Fauna da Serra da Estrella. XII - Povoações actuaes.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel marginais. Ex-libris de Celestino Domingues no verso da capa.
Raro.
Indisponível

18 outubro, 2023

PORTUGAL MILITAR. Da Regeneração à Paz de Versalhes. XII Colóquio de História Militar : Actas - COMISSÃO PORTUGUESA DE HISTÓRIA MILITAR. Lisboa, Comissão Portuguesa de História Militar, 2004. In-4.º (24 cm) de 557, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Capa: Gravura de Sousa Lopes - Marcha para a primeira linha (frente), Museu Militar, primeira sala da Grande Guerra.
Importante contributo para a bibliografia WW1.
I
lustrado nas páginas do texto com fotografias a p.b. e a cores, gráficos, tabelas e desenhos esquemáticos.
Tiragem: 300 exemplares.
"Em 1885 ocorreu o Congresso de Berlim, que fez desencadear a corrida a África e, ao definir novos critérios de posse, obrigou Portugal a um ingente esforço por ver denegados os seus direitos históricos. O Ultimato inglês relaciona-se com esta viragem e provocou efeitos contraditórios internos: a revolta de 31 de Janeiro no Porto, iniciando e incentivando movimentos políticos de tendências republicanas, contestando a figura e a acção do Rei D. Carlos, com o seu clímax no Regícidio; e a reacção patriótica de um grupo de notáveis militares, que pelo seu valor sacrificado e, dada a escassez de recursos do País, permitiram resultados notáveis em prol de Portugal nas Campanhas de Ocupação da Guiné, Angola, Moçambique, na Índia e em Timor.
Depois veio a implantação da República, devido a um golpe militar influenciado pela Maçonaria e pela Carbonária e dando origem a profundas reformas militares e à continuação das Campanhas de Ocupação. Outro acontecimento da maior relevância foi a Grande Guerra de 1914-18 na Flandres e no Ultramar e o aceso debate interno a que deu origem sobre a neutralidade ou a intervenção. O esforço militar desenvolvido e a apreciação dos respectivos méritos e deméritos nos aspectos políticos, organizacionais, operacionais e logísticos constituem mais um motivo de interesse, bem como as deliberações da Conferência de Versalhes que ainda hoje alimentam debates não consensuais sobre a participação portuguesa no conflito e seus resultados."
(Excerto da Nota prévia do Coronel Carlos Gomes Bessa)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar
.
Indisponível

17 outubro, 2023

REDONDO, Belo e VIEIRA, Tomé -
CRIMES E CRIMINOSOS CÉLEBRES.
I. Diogo Alves e a sua quadrilha. Lisboa, Guimarães & c.ª - Editores, [1930]. In-8.º (19x12 cm) de 119, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Livro composto por uma séria de ensaios acerca de conhecidos criminosos e os crimes que os conduziram à "celebridade", sendo o maior e mais importante o estudo dedicado a Diogo Alves (c. 1810-1841), galego radicado em Portugal, conhecido pela sua propensão para a criminalidade violenta e por "actuar" no Aqueduto das Águas Livres, onde esperava as vítimas, e bastas vezes, após consumar os assaltos, as atirar dali abaixo.
"Diogo Alves nasceu na Galiza, numa localidade próxima de Lugo. Como tantos galegos neste período, veio para Portugal à procura de trabalho e de uma vida melhor. Diogo Alves tinha apenas 13 anos e, segundo Alberto Câmara e Santos Júnior (Santonillo), trabalhou honestamente como moço de recados e boleeiro em Lisboa.
São também estes autores que nos indicam que Diogo Alves começou a frequentar uma taberna para os lados de Benfica e que a sua passagem por ali, principalmente o relacionamento com a proprietária, Gertrudes Maria, conhecida como “a Parreirinha”, rapidamente conduziu o galego para maus caminhos, da bebida e do vício do jogo.
É a partir do seu relacionamento com a Parreirinha e a frequência da taberna que Diogo Alves, com a alcunha “O Pancada”, organiza a sua quadrilha e inicia a sua carreira como ladrão de casas abastadas. Acompanhavam o galego, António Palhares (soldado), Manuel Joaquim da Silva, conhecido como o “Beiço Rachado” (também soldado), João das Pedras, o “Enterrador” e Claudino coelho, o “Pé de dança”."
(Fonte: https://historialx.com/os-crimes-de-diogo-alves/)
"Com esta obra, os autores não pretendem satisfazer a curiosidade mórbida de certo público, nem atender a predilecções doentias dos que se comprazem na contemplação da miséria e da desgraça. Por isso, nas páginas que se seguem, a verdade suplanta a imaginação, o romance é preterido pela reportagem - ou não fôssemos nós os repórteres das secções criminais dos dois maiores diários portugueses."
(Excerto do Prefácio)
"A pena capital foi abolida entre nós em 1842. E Diogo Alves, um dos ultimos condenados à morte, celerado que a fôrca libertou das malhas sombrias e torturantes do remorso, chega até aos nossos dias deformado pela lenda. [...]
Tudo isto concorreu,  sem dúvida, para que a personalidade de Diogo Alves, entregue ao sabor de desvairadas paixões, não tivesse chegado completa, inteira na sua exacta expressão, até o nosso tempo. Por outro lado, o terror que a sua sinistra figura semeou e a hediondez dos seus crimes, acicatando a imaginação popular, tam fàcilmente impressionável, legaram-nos uma personagem que não é absolutamente a verdadeira, com traços que, a-pesar-de inexactos, são vivos, de sugestivo recorte. [...]
Pela ferocidade das suas proezas é um criminoso sem igual, que aniquila vidas só pela ânsia de roubar. Mais do que o sangue das suas vítimas, o que o perturba e comove é o ouro que lhes arranca. Durante anos, desfaz existências por dez réis de mel coado, na impunidade mais absoluta. Mas, certo dia, o remorso toca-o, desperta-lhe no peito um coração que parecia empedernido e o seu espírito envolve-se na noite sombria da pior, da mais cruel expiação: do arco grande do aqueduto das águas Livres precipita nas terras de Campolide, de uma altura de 62 metros, depois de roubar o pouco dinheiro que ela tinha, uma pobre mulher que levava uma filhinha ao colo; no espaço, a caminho do abismo onde não tardaria a desfazer-se a sua carne tenra, a pequenita, sem compreender a maldade que ia arrancar-lhe a vida e à mãi, sorriu - diz o Povo, com doce e ingénuo sorriso, ao assassino...
Diogo Alves ficou, desde então, condenado."
(Excerto de Diogo Alves e a sua quadrilha)
Índice:
Prefácio | Diogo Alves e a sua quadrilha | O homem nu | O falso casamento dos «Irmãos Unidos» | Proezas dum gatuno elegante | «Giraldinha», a Flor do Crime.
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Capas cansadas com mancha de humidade.
Invulgar.
Com interesse histórico e criminal.
20€

16 outubro, 2023

REGO, José Carlos Valle -
DOIS ANNOS DE APICULTURA. Porto, Typ. de A. F. Vasconcellos, Suc., 1905. In-8.º (22 cm) de 214, [2] p. ; [8] f. il. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante contributo para a história da apicultura, obra pioneira na época. Trata-se do estimado trabalho de campo desenvolvido pelo autor, padre e apicultor, natural de Geraz do Minho - Póvoa de Lanhoso, desenvolvido ao longo de dois anos.
Livro ilustrado com cerca de duas dezenas de desenhos esquemáticos no texto, e oito estampas em separado.
"Apesar de haver prometido a mim mesmo e aos leitores a Maria da Fonte - semanario da Povoa de Lanhoso - a publicação do meu trabalho humilde, mas trabalho chio e fé, de sinceridade  e de amor, a que chamei - Dois annos de Apicultura - durante muito tempo hesitei se devia ou não cumprir a minha promessa. [...]
Não porque eu duvidasse da exactidão das minhas observações, fielmente postas em escripto, e que quasi sempre comprovaram as de homens estrangeiros illustres e desinteressados; mas porque o destinava a uma classe que tem vivido de prejuizos, e que d'êlles viverá emquanto a illustração lhe não fôr bater á porta e lhe não mostrar os formosos panoramas que se disfructam do carro do progresso.
Eu destinava-o aos lavradores, e os lavradores affeitos a velharias e preconceito, e curvados sob o peso de um trabalho rude, barbaro e mal recompensado, nem tempo teriam de levantar os olhos para elle. Se o podessem fazer, na maior parte dos labios despontaria um sorriso, que é o signal mais caracteristico da incredulidade, da ignorancia e da presumpção.
O nosso lavrador não gosta de innovações, por isso mesmo que é o mais fiel observador das tradições velhas. O que elle faz é o que faziam seu pae e seus avós. [...]
A Apicultura é uma industria nascente entre nós. Muitos se têm votada a ella de alma e coração; mas muito falta ainda para estudar. O nosso clima, a nossa flóra tão differentes dos de outros paizes onde aquella industria se exerce em grande escala e com justificados proveitos, hade exigir por força processos de cultura differentes."
(Excerto do preâmbulo - Ao leitor)
Talvez não haja industria mais recreativa, mais remuneradora e que menos dispendio de tempo exija do que a Apicula.
Servindo para a installação das colmeias qualquer terreno inculto, qualquer cantinho de terra abandonado ou que não se preste á cultura, como que não occupam espaço e nada prejudicam ás differentes producções dos campos.
As abelhas são antes uns grandes auxiliares na fecundação das plantas. Andando de flôr em flôr em busca de mel e póllen, corrigem, por assim dizer, a natureza, levando de uma para outra o pó fecundante e concorrem para que não degenerem as especies."
(Excerto de Primeiro Anno: A Apicultura - Sua utilidade)
"Para comprehender o manejo de uma colmeia e saber dirigir um enxame, ou mais, de fórma a tirar d'elle o maior lucro possivel, o apicultor deve conhecer primeiramente e bem a vida das abelhas.
Este é que o ha de guiar a principio sósinho, até que a experiencia lhe indique um caminho mais amplo e mais recto.
É por isso que, como em todas as artes ou industrias, tão cheia de insuccessos é a aprendizagem em Apicultura.
O homem nunca se contenta com aquillo que lhe ensinam os mestres, ou lhe suggere a natureza; quer sempre fazer alguma cousa por conta propria, quer ser original. D'aqui nasce o progresso.
Mas em Apicultura, como em todo o mais, só o estudo e a experiencia são bons conselheiros; tudo o que fôr feito sem o auxilio d'elles é antes uma imprudencia, quando não um desastre.
Ora, sendo essa industria ainda nascente em Portugal, poucos são aquelles que da vida das abelhas têm perfeito conhecimento. Que ellas pertencem á ordem dos hymenopteros ainda o sabem aquelles que estudaram sciencias naturaes; o povo, porém, não só ignora isto mesmo, como da vida d'ellas só conhece erros e prejuizos."
(Excerto da Introducção)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos e algo manchadas por acção da luz.
Raro.
Com indubitável interesse histórico e apícola.
45€

15 outubro, 2023

COUTINHO, Gago -
COMO NASCEU O AEROPLANO
(Oferecido à apreciação dos Aéro-Clubes). Lisboa, [s.n. - Composto e Impresso na Sociedade Astória, Lda. - Lisboa], 1948 [Imp. 1949]. In-4.º (24x17 cm) de 18, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso estudo do Almirante Gago Coutinho dedicado ao tema da aviação, abordando a controvérsia de quem primeiro «voou» - os irmãos Wright ou Santos Dumont.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Comandante Ernesto de Vilhena.
"Nota-se logo que, assim como a subida natural do fumo inspirou a criação do aerostato, que da facto Bartolomeu de Gusmão fez elevar em Lisboa, em 1709, também o avião nasceu da observação do planar dos pássaros, que vemos manterem-se no ar, mesmo sem bater as asas, aproveitando o equilíbrio entre o seu peso e o ar ascendente, às vezes até provocado pelo embate do vento sobre os navios.
As tentativas de voar começaram pelo alemão Otto Lilienthal, que conseguiu centenas de vezes realizar «voos planados», partindo de uma altura e deslizando algumas dezenas de metros até tocar no chão. As suas experiências públicas, com um «planador», iniciadas em 1891, já eram prometedoras. Mas, apesar da sua longa prática, em Agosto de 1896 uma refrega do vento desiquilibrou-o. Precipitado de «quinze metros de altura», caíu, morrendo no dia seguinte."
(Excerto do estudo)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
25€

14 outubro, 2023

COSTA JÚNIOR -
AO SERVIÇO DA PÁTRIA. A Marinha Mercante Portuguesa na Primeira Grande Guerra
. Lisboa, Editora Marítimo Colonial, 1944. In-8.º (19 cm) de 159, [5] p. ; [10] p. il. ; B.
Capa de Pinto de Magalhães.
1.ª edição.
Importante monografia sobre a participação da Marinha Mercante portuguesa durante a Primeira Guerra Mundial.
Ilustrada com desenhos e fotogravuras em 10 páginas separadas do texto.
Contém a relação de barcos da marinha mercante nacional afundados durante o conflito.
"Ao apresentar êste livro, a Editora Marítimo Colonial não tem outro objectivo que o de prestar homenagem aos bravos tripulantes da nossa Marinha Mercante aos quais o país tanto deve, em dedicação e em sacrifício, na guerra ou na paz.
Na primeira conflagração mundial, a Marinha Mercante portuguesa pagou um pesado tributo de sangue. Foram muitas as suas perdas e muito extenso o seu rol de vítimas.
Êste livro, escrito pelo distinto jornalista Costa Júnior - que para êle coligiu apontamentos e ouviu testemunhas oculares - é um documento que fica, o primeiro no género que se publica no nosso país, a atestar o sacrifício da nossa Marinha de comércio, num dos transes mais difíceis da vida nacional."
(Excerto da nota dos editores).
Índice: - O leme foi amarrado e salvo o cão de bordo. - Marinheiros portugueses ao serviço do governo estrangeiro. - Quando a morte embarcou a bordo do «Moçambique». - O inimigo não conseguiu o objectivo. - O caso extraordinário do vapor «Alentejo». - Um tiro de aviso... com bala. - À vista de terra. - A mais insignificante vítima do submarino. - Abandonado entre o céu e o mar. - Um submarino navegando à vela. - Fazia um frio medonho, horrível. - Mar chão, horizonte claros, nada à vista. - Mais de 470 milhas em dories, sem mantimentos nem água. - «Momento daqueles não esquecem mais...». - Relação de barcos mercantes portugueses afundados durante a Grande Guerra.
José Maria Marques Costa Júnior (1906-1988). "Foi um jornalista português. Desenvolveu actividade profissional em A Luta, no Diário da Manhã, onde foi chefe de redacção, e no Diário Popular. Foi um dos primeiros repórteres correspondentes portugueses na Guerra Civil de Espanha." Publicou: A Espanha sob o Terror Vermelho (1937); Ao Serviço da Pátria : a Marinha Mercante Portuguesa na Primeira Grande Guerra (1944); Andorra, País do Pitoresco (1955); História Breve do Movimento Operário Português (1964); Dez Histórias para os Meus Netos (1967).
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. 
Raro.
Com interesse histórico.
45€

13 outubro, 2023

TÓRGO, Alves -
CARTEIRA DE UM VETERINARIO : apontamentos ao alcance de todos.
Sobre as principaes doenças internas do Cavallo, Boi e Cão. Por... Lente do Instituto de Agronomia e Veterinaria. Lisboa, Typographia Mattos Moreira e Pinheiro, 1897. In-8.º (16x11 cm) de VI, [1], 324 p. ; B.
1.ª edição.
Curioso manual veterinário para utilização dos amadores/interessados no bem estar nos animais, para resolução de emergências quando na impossibilidade de recorrer a profissional habilitado.
"Não para substituir o medico-veterinario em todas as circumstancias, mas como recurso de occasião onde e quando a assistencia clinica d'aquelle seja de todo impossivel - e não são poucas as vezes que isso succede - vai ver mundo este ligeiro trabalho com o modesto e suggestivo titulo de Carteira de um veterinario. Vale este titulo o mesmo que dizer que não se trata de um desenvolvido trabalho, mas de umas simples notas ou apontamentos - ineditos uns, outros colligidos - sobre as principaes doenças internas das tres especies de animaes domesticos que mais interessam ao homem. [...]
De resto, esta Carteira vai preencher a falta, desde longe sentida, de um tratado de veterinaria pratica, escripto em portuguez e á altura dos modernos conhecimentos scientificos.
Por isso muito póde e deve ella utilizar, no que respeita ás principaes doenças internas do cavallo, boi e cão, a todas as pessoas que tenham de vêr-se a braços com um animal doente, longe de todo o auxilio veterinario."
(Excerto do preâmbulo - Duas palavras)
Alves Tórgo (1850-?). Nasceu em Vila Real a 25 de Outubro de 1850. Ardente, sincero e forte na propaganda da Republica, a sua fé jamais esmoreceu, o que importa o maior elogio do seu carácter e das suas convicções democráticas. Exerceu desde longa data o magistério como lente do Instituto de Agronomia e Veterinária, e o seu saber, foi por outros, lisonjeado e distinguido pela sua classe, que sempre procurou honrar, não só na cátedra, como também em congressos e revistas da especialidade. Dedicou-se durante anos, em quase todas as suas horas de ócio à educação das classes populares, de que é testemunho a obra simpática e benemérita do Centro Escolar Affonso Costa."
(Fonte: http://clubedohistoriador.blogspot.com/2011/04/alves-torgo.html)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, com pequenas falhas marginais.
Muito invulgar.
Indisponível