1.ª edição.
Estudo histórico sobre o sepultamento.
"Ocupado nos últimos tempos com o estudo das questões jurídicas e de salubridade relativas aos cemitérios, a breve trecho me vi interessado em conhecer a atitude assumida pela humanidade para com os seus mortos.
E antecipadamente sabia que o assunto não era tão exclusiva ou fortemente tétrico como à primeira vista poderia parecer, visto esse comportamento ser normalmente dependente ou pelo menos independentemente das concepções ou ideias religiosas e filosóficas, das formas de vida ou de educação e dos seus usos e costumes, os quais, todos eles, variam profundamente no tempo e no espaço.
Lançados, assim, nessa investigação através dos séculos e dos milénios, vimos confirmado o nosso juízo pelo facto dos elementos relativos às soluções e práticas mortuárias permitirem reconstituir muito das religiões, dos hábitos e dos próprios sistemas de vida dos nossos antepassados. [...]
Depois de registarmos uma ideia geral sobre as soluções praticadas, expomos o que se passou nas idades pré-histórica, proto-histórica (ou dos metais) e histórica e, dentro desta, a evolução operada nos povos da Antiguidade, na Península Ibérica desde a dominação romana à reconquista cristã, e em Portugal desde a sua fundação até às primeiras reformas de saúde do séc. XIX que impuzeram a obrigatoriedade dos cemitérios públicos do nosso tempo.
Fazendo a história destes, demoramo-nos com a evolução operada desde o seu movimento precursor até às reformas de 1835 e 1844, à inesquecível revolução da «Maria da Fonte» em 1846, ao lento evoluir da construção com as delongas, dificuldades e reacções surgidas através de todas as classes de povoados do nosso país e especialmente nas cidades de Lisboa e Porto. Por último, a história dos cemitérios privativos, não públicos, ou sejam, os militares, os das misericórdias, ou das corporações ou comunidades religiosas, os destinados a súbditos estrangeiros designadamente ingleses e alemães, ou dos judeus e os «panteões» reservados às mais altas figuras nacionais."
(Prefácio)
Índice:
Prefácio. | Cap.º 1.º - Ideias Gerais. Cap.º 2.º - Idade Pré-Histórica. A) Épocas que abrange; B) Épocas paleolítica ou da pedra lascada; C) Épocas epipaleolítica ou mesolítica; D) Épocas neolítica ou da pedra polida: - Península Ibérica; - Egipto; - Caldeia e Assíria; - Fenícia; - Itália; - Monumentos megalíticos; E) Épocas eneolítica ou do cobre. Cap.º 3.º - Proto-História ou Idade dos Metais. A) Ideia Geral; B) Época do Bronze: - Península Ibérica; - Europa Central; - Alemanha Setentrional e Escandinávia; - Sicília; - Itália; - Grécia e Ilhas do Mar Egeu; - China; C) Época do Ferro: - Península Ibérica; - Europa Central; - Itália; - Grécia; - Pérsia; Cap.º 4.º - Idade Histórica. A) Antiguidade: a) Seu início; b) Egipto; c) Média e Pérsia; d) Grécia; e) Índia; f) Roma monárquica, republicana e imperial; g) Roma cristã; B) Península Ibérica: a) A dominação romana e o cristianismo; b) Dominação bárbara; c) Dominação árabe e reconquista cristã; C) Portugal desde a fundação até 1835: a) Os dois primeiros cemitérios; b) Os judeus e a inquisição; c) Os árabes; d) Os cristãos; D) Evolução em Portugal desde 1835: a) Pina Manique e outros percursores e impulsionadores do estabelecimento dos cemitérios públicos; b) Os Decretos de 1835; c) A Reforma da Saúde Pública de 1844 e a Revolução da «Maria da Fonte» de 1846; d) A construção de cemitérios públicos. Dificuldades e reacções; e) Nas cidades de Lisboa e Porto; f) Cemitérios privativos: - Militares; - Misericórdias; - Corporações e comunidades religiosas; - Para estrangeiros: ingleses e alemães; - Para judeus; - Panteões.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível