14 outubro, 2022

SANTOS, José E. Ferreira dos - NAVIOS DA PESCA DO BACALHAU.
[Por]... Capitão da Marinha Mercante. [Prefácio do Capitão António Marques da Silva]
. Lisboa, Comissão Cultural de Marinha, 2012. Oblongo (16,5x23,5 cm) de 169, [3] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Obra de referência sobre o tema da 'Faina Maior', que reflete, nas palavras do autor, "um grande respeito e uma enorme admiração pelos Homens da Pesca do Bacalhau em face da vida duríssima, recheada de sacrifícios e de privações que suportaram no exercício da sua perigosa profissão", e sobre o livro, "esta obra, na qual figuram 127 fotografias de navios bacalhoeiros, pretende constituir um preito de homenagem à sua heroicidade e à sua bravura".
Livro com tiragem reduzida a 300 exemplares, nunca reeditado.
"Uma cuidada apreciação dos mais antigos lugres, lugres-escunas e lugres-patacho permite-nos ver e recordar o que foi o difícil ressurgimento desta pesca longínqua. Este fenómeno tornou possível a partir de final do século dezanove e até meados do século vinte, surgir uma apreciável frota de pesca, que nesse curto espaço de tempo foi capaz de abastecer o país de praticamente todo o bacalhau que se consumia. Mas a frota cresceu, multiplicou-se e modernizou-se dando a tripulantes e pescadores melhores condições de vida e de segurança, sem contudo alterar os tradicionais métodos de pesca, que só a grande aptidão profissional dos mais antigos pescadores podia manter.
A neutralidade do nosso país durante a Segunda Guerra Mundial, permitiu que muitos navios de três e de quatro mastros, construído até meados dos anos trinta, continuassem em serviço até quase ao princípio da década de setenta."
(Excerto do Prefácio)
"A saga titânica que foi a pesca do bacalhau à linha empreendida pelos pescadores Portugueses na Terra Nova e da Groenlândia sob as condições climatéricas de rigor extremo já foi considerada por alguns autores como a "Última Grande Epopeia dos Mares".
De facto, aqueles Homens trabalharam a céu aberto, sob temperaturas baixíssimas, uma média de dezoito horas em cada vinte e quatro, com grande coragem e abnegação enfrentando perigos e sacrifícios inimagináveis, pescando solitariamente no seu pequeno dóri que procuravam encher de bacalhau o mais rapidamente possível, uma vez que o pagamento que auferiam era em função da quantidade de peixe que cada um pescava. Um dóri comportava no mínimo trezentos quilogramas de bacalhau, alguns um pouco mais, o qual era passado para o lugre respetivo, afastando-se logo o pescador para tentar encher o dóri de novo.
Mas o seu dia de trabalho não ficava por aí pois uma vez terminada a pesca, e recolhidos os dóris ao navio-mãe, havia ainda que escalar o peixe, o que era feito por eles, pescadores, igualmente a céu aberto."
(Excerto do preâmbulo)
Capítulos:
I - 48 lugres, 2 lugres-patacho e 1 lugre-escuna. II - 16 lugres de quatro mastros. III - 18 navios-motor de pesca à linha. IV - 9 navios de redes de emalhar com lanchas. V - 13 navios de arrasto lateral. VI - 20 navios de arrasto pela popa.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Peça de colecção.
75€

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