04 outubro, 2022

COELHO, Maria Helena da Cruz - SEIA : uma terra de fronteira nos séculos XII e XIII
. [Seia], Câmara Municipal de Seia, 1986. In-8.º (21 cm) de 37, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Trabalho apresentado por ocasião das Comemorações dos 850 anos do 1.º Foral de Seia concedido por D. Afonso Henriques, realça a importância estratégica de Seia na defesa do território.
"Formado o condado portucalense, reforçam-se as atenções para com esta zona fronteiriça, e muito especialmente a partir do momento em que se perdem os postos avançados de Lisboa e Santarém, malogrando-se as expectativas da baliza do Tejo. Coimbra tem de ser defendida por núcleos fortificados a Sul, mas não menos por castelos que a resguardem a nascente, disseminados pelas serras da Lousã e da Estrela. E nem assim a região conimbricense resistiu ao ataque que em 1116 lhe moveram os almorávidas e arrasou o castelo de Soure, cujo povoação foi abandonada, depois dos seus homens a incendiarem, e ainda os de Miranda e Santa Eulália. D. Teresa tinha de tomar providências imediatas se não queria ver perigar as linhas meridionais do seu condado. Entregou pois ao seu valido, Fernando Peres de Trava, em 1122, os castelos de Soure, Santa Eulália e Seia, para que ele fosse o penhor da reorganização desses núcleos fronteiriços.
A posição de fronteira que Seia ocupa por largo anos, defendendo a área de Coimbra a leste, é, pois, outro dado estrutural a evidenciar no seu desenvolvimento histórico. Será através dele que se compreenderá o povoamento e organização deste núcleos e a sua estruturação social e económica. A terras de fronteira é forçoso atrair guerreiros, homens de armas valorosos. Até terras de fronteira chegam aventureiros ambiciosos que almejam conseguir pelas armas a posição e riqueza até aí não alcançadas. [...]
Seia, alcandorada nos contrafortes ocidentais dos antigos Montes Hermínios, é pólo de atracção de nobres portugueses e galegos. Descendentes da nobreza de primeira ou segunda categoria, trata-se sempre de filhos segundos ou bastardos, os "juvenes", de magras heranças familiares, sobretudo à medida que o sistema linhagístico se afirma, que se aprontam a oferecer o seu ímpeto guerreiro a um chefe que os recompense com terras ou cargos."
(Excerto do texto)
Maria Helena da Cruz Coelho GOIH (Porto, 1948). "É uma historiadora medievalista portuguesa, Professora Catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, diretora do Instituto de Paleografia e Diplomática da mesma Universidade."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Apresenta alguns (poucos) sublinhados e notas a lápis no interior.
Invulgar.
Com interesse histórico e regional.
15€

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