10 outubro, 2022

ALVES, Jorge Fernandes - FIAR E TECER. Uma perspectiva histórica da indústria têxtil a partir do Vale do Ave. [S.l.], Museu da Indústria Têxtil / Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, 1999. In-4.º (29,5 cm) de 48, [2] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Catálogo/estudo da exposição Fiar e Tecer, obra "que se assume como fundamental e imprescindível para o conhecimento da realidade histórica desta região - [Vale do Ave] - e  da sua actividade industrial nos últimos cem anos".
Inclui em Anexo quadros estatísticos com informação relevante sobre as unidades industriais da região - As Firmas-Sede-Fusos-Teares manuais-Teares mecânicos-N.º de empregados-N.º de operários.
Livro graficamente atraente, muito ilustrado no texto, impresso em papel de superior qualidade  - pela sua concepção, verdadeira peça de design.
"A produção de fio e tecidos de linho constitui uma etapa histórica fundamental na estruturação do sistema industrial têxtil do Médio Ave. A memória do linho perde-se no tempo, profundamente enraizada na cultura camponesa local, pois indícios deste tecido ou de utensílios destinados à sua produção podem remontar-se a jazidas neolíticas. Nas culturas castrejas, os testemunhos da tecelagem são já relativamente complexos (com teares verticais e peças auxiliares de cerâmica) e demonstram uma habilidosa coordenação funcional a revelarem a especialização de "lenzarios" (tecelões). [...]
No período medieval, o linho surge como um produto sobre o qual recai grande apetência fiscal, sendo a forma de pagar diversos tributos senhoriais, e é objecto de uma cada vez maior circulação comercial pelas feiras e mercados. [...]
Esta procura intensa, a vários níveis, de panos de linho, explica a gradual autonomia da tecelagem como actividade profissional, destacando-se da agricultura e assumindo-se como ofício, embora os lanifícios não tivessem grande tradição corporativa, para lá do controlo municipal e do controlo da emissão de cartas que parece ter recrudescido nos finais do século XVIII, mas sem grande sujeição e regulamentações e compromissos, o que seria ineficaz face à persistência da tecelagem caseira que durou até aos nossos dias."
(Excerto de A tradição - domesticidade e verlagsystem: O linho)
Índice:
Introdução. | A tradição - domesticidade e verlagsystem: O linho; A lã; Sedas e veludos. | A indústria algodoeira: As inovações inglesas; O surto industrial pombalino. | Do Porto ao Vale do Ave. | Os tempos finisseculares - o proteccionismo. | Crises e condicionamento industrial. | O algodão ultramarino, crescimento do pós-guerra e a abertura europeia. | Conclusões. | Notas. | Anexo.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Com interesse histórico e industrial.
30€

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