26 outubro, 2022

ROQUETTE, J.-I. - CODIGO DO BOM TOM, OU REGRAS DA CIVILIDADE E DE BEM VIVER NO XIXº SECULO.
Por... Cavalheiro da Imperial ordem da Rosa, E Socio correspondente da Academia Real das Sciencias de Lisboa. Segunda edição. Consideravelmente augmentada e corrigida.
Pariz, Em Casa de J.-P. Aillaud, 1859. In-8.º (18 cm) de [4], 334, [1] p. ; E.
Curioso tratado oitocentista de etiqueta e "boas maneiras".
Ilustrado com bonitas gravurinhas encimando cada um dos capítulos que compõem a obra.
"Este opusculo era destinado para completar o Thesouro da Adolescencia e da Juventude que em fórma de leituras nos propômos publicar, e como tal devia sair á luz depois d'elle; mas por varias razões, que não importa saber, sai antes.
Suppõe-se nelle um Gentilhomem que saíra de Portugal em 1834 com dous filhos de menor idade, orfãos de sua mãi, os quaes mandou educar em França, e a quem leva para a patria depois de dez annos de ausencia. Como remate da desvelada educação que lhe déra, ensina-lhes não só tudo o que pertence á civilidade e cortezia, mas em suas instrucções dá-lhes muitos conselhos saudaveis para bem viverem com os homens, e não só em Portugal senão em França. Qual seja o plano e fim d'estas instrucções  facilmente se conhecerá pela leitura da Introducção."
(Excerto da Advertencia)
"Circumstancias extraordinarias e imprevistas me obrig´rão a sair do nin ho meu paterno (para me servir da mimosa expressão de nosso immortal Camões), e a peregrinar por estranhas terras, vendo povos e paizes que nunca vira, e ouvindo linguas e expressões que nunca ouvira. Dez annos ha que o caro Tejo, e as crespas montanhas da fresca Cintra fugirão de meus olhos lacrimosos, sumindo-se no afogueado horizonte que cinge o Atlantico. Vós, caros filhos, junto de mim tristes e chorosos, éreis minha unica consolação; em vós via debuxado o amado vulto d'aquella com quem partilhára  minha existencia, d'aquella que a injusta morte tão cedo roubára de meus braços, e em cujo sarcóphago deixára um coração que sempre seu fôra! [...]
Outro pensamento occupava continuamente meu espirito: era vossa educação, meus filhos."
(Excerto da Introducção)
"Padre José Ignacio Roquette natural da freguezia de Alcabideche, no concelho de Cascaes, professando em 1821 a regra de S. Francisco no convento de Sancto Antonio do Estoril, da provincia dos Algarves, situado proximo da villa de Cascaes, tomando então o nome de Fr. José de Nossa Senhora do Cabo Roquette. Nos conventos de Campo-Maior e Portalegre continuou e concluiu em 1825 o curso triennal de philosophia e depois no de Xabregas. As obras por elle compostas, traduzidas ou coordenadas, sobre assumptos mysticos, e de erudição e litteratura sagrada, ecclesiastica e profana, vindas ao meu conhecimento, sendo quasi todas impressas fóra do reino". (Inocêncio Vol. IV, pp. 373)
Encadernação coeva inteira de carneira com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Cansado. Folha de rosto e três últimas folhas algo frágeis, com pequenas falhas de papel. Sem f. ante-rosto(?).
Raro.
25€

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