15 outubro, 2021

FILGUEIRAS, Octávio Lixa - «ÀCÊRCA DAS SIGLAS POVEIRAS».
Relatório apresentado ao IV Colóquio Portuense de Arqueologia - 1965. [Por]... (Bolseiro do Instituto e Alta Cultura)
. Porto, [s.n. - Composto e impresso na Empresa Industrial Gráfica do Porto, L.da - Edições «Maranus» - Porto], 1966. In-4.º (24,5x18,5 cm) de 30, [2] p. ; [1] f. desdob. ; il. ; B.
1.ª edição independente.
Separata de Actas do IV Colóquio Portuense de Arqueologia (Lvcerna - Vol. V - 1966).
Interessante ensaio sobre as siglas de pescadores.
Livro impresso em papel de superior qualidade, muito ilustrado no texto com tabelas de marcas e sinais, desenhos esquemáticos e fotogravuras, e no final, com um mapa desdobrável de grandes dimensões (72x50 cm), referente às siglas de pescadores do norte e centro (Buarcos), e de alguns monumentos.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"Da comunicação que tivera a honra de apresentar no anterior Colóquio, intitulada «Barcos da Costa Norte, sua contribuição no estudo de áreas culturais» resultou a escolha do tema para o que deveria ter sido um pequeno artigo de quarenta páginas, destinado ao Boletim Cultural da Póvoa de Varzim e acabou por constituir a monografia (provisória) do barco poveiro... ainda em publicação! Nesta, entre os vários pontos de análise, necessàriamente teria de ser incluído o das siglas, processo de marcação da madeira, às vezes com reflexos na própria decoração do barco, peculiaridades que foquei, na devida oportunidade, valendo-me dos materiais estão disponíveis. [...]
Igualmente sem a pretensão de desenvolver o assunto em termos de estudo independente, proporei um pequeno aditamento, tal como o fiz a propósito das divisas (in «O Barco Poveiro»).
Se atentarmos no conjunto marcas + divisas (excluindo as das balizas e as marcas do peixe, funcionalmente adaptadas a condições de utilização muito especiais, que se diversificam daquelas total ou parcialmente), não podemos deixar de estranhar o facto de as divisas dos barcos geralmente não reproduzirem as marcas dos seus proprietários. Porquê um uso diferenciado desses elementos, a ponto de constituírem uma espécie de duplicação de sinais?
Tendo tido o cuidado de organizar uma espécie de quadro tipológico das siglas, a partir dos dados publicados em «O Poveiro» e «Inscrições Tumulares por Siglas», completados com os dois paineis de siglas de Buarcos, Viana do Castelo e Ancora, expostos no Museu Etnográfico da Póvoa de Varzim, e que copiei por apresentarem material inédito; mais alguma documentação que lucrei em conversas ocasionais com pescadores e Valbom e da Póvoa, julgo poder aventar algumas hipóteses interpretativas. Ao contrário das divisas (marcas dos barcos) sujeitas predominantemente a invocações religiosas que culminavam com a adopção de um santo-patrono, e eram bastante enraizadas numa figuração de carácter mítico, as siglas das marcas pessoais ficam muito aquém das preocupações de ordem religiosa: quer em tipos, quer em frequência de tipos predominam as representações de objectos ou coisas mais directamente relacionados com as trivialidades dum quotidiano de cunho utilitário, até sem especial preferência pelos da faina marítima."
(Excerto da comunicação)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e etnográfico.
Indisponível

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