07 outubro, 2021

BINET-SANGLÉ, D.r - A LOUCURA DE JESUS. Hereditariedade, Constituição e Fisiologia.
Edição Popular. Tradução de Manoel Ribeiro
. Lisboa, Guimarães & C.ª - Editores, 1910. In-8.º (20,5 cm) de XVIII, 249, [3] p. ; [1] f. il. ; E.
A questão de saber se o Jesus histórico gozava de boa saúde mental foi alvo de estudos por vários psicólogos, filósofos, historiadores e escritores. O primeiro a questionar abertamente a sanidade de Jesus foi o francês Charles Binet-Sanglé (1868-1941), médico militar e psicólogo, autor de La folie de Jésus [A loucura de Jesus], tese polémica que atingiu particularmente os círculos cristãos e conservadores parisienses. (wikipédia)
Livro ilustrado em separado com um retrato de Jesus Cristo.
Manuel Ribeiro (1878-1941) - o tradutor - teve um percurso de vida que o levou do catolicismo relutante - época em que traduziu a presente obra - ao catolicismo pleno, não sem antes, pelo meio, ter tido um papel activo no movimento anarco-sindicalista nacional bem como na fundação do Partido Comunista Português, antes de se "encontrar" com a sua religiosidade, prática e mística.
Precede a obra própriamente dita duas tabelas: o "Vocabulario dos nomes de pessoas" e o "Vocabulario do nomes de logares".
"A maior parte dos homens d'acção têm repugnância em escrever.
Os exaltados e os energúmenos que tomam parte numa campanha religiosa, se pensam alguma vez em redigir as suas memórias, apenas o fazem depois da batalha ou quando a idade os obriga ao descanço. Os discípulos de Ieschou bar-Iossef [Jesus Cristo] sentiam tão pouca necessidade de escrevêr quanto mai próximo julgávam o fim do mundo.
Dest'arte, durante vinte, trinta anos talvez, os actos e as palavras do Nazareno apenas fôram conservadas nas memórias, mas nestas memórias, exercícios de iletrados, que nos transmitíram, intactos na sua prosódia, os védas, os poemas homéricos e os poemas árabes, nessas memórias semíticas, que recébem a impressão e a conservam como o cilindro do fonógrafo, nessas memórias de místicos impressionáveis, para quem as mais insignificantes palavras e gestos do rabi, tínham o valor das palavras e dos gestos dum deus."
(Excerto do Cap. II, Os documentos relativos a Ieschou - I - A paradosis)
Índice:
Prefácio. | Introdução. | Primeira Parte - Hereditariedade de Ieschou bar-Iossef. | Segunda Parte - Constituição e físiologia de Ieschou bar-Iossef.
Encadernação cartonada recoberta de pano estampado com motivos florais, com autor e título gravados a ouro em rótulo aposto na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Indisponível

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