18 outubro, 2021

ESPARTEIRO, Comandante António Marques - WENCESLAU DE MORAIS : Oficial de Marinha.
Pelo...
Lisboa, Separata da Revista 'Ocidente' Volume LXXVII, 1969. In-4.º (25 cm) de 46, [2] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição independente.
Importante subsídio biográfico sobre o famoso orientalista português, e que representa, talvez, a sua faceta menos conhecida - oficial da Marinha de Guerra Portuguesa.
Livro ilustrado com uma folha extra-texto, contendo um retrato do biografado, "1.º tenente, comandante da Canhoneira Tejo e a Estação Naval de Macau em 1891", e duas estampas de navios em que Morais prestou serviço como imediato e comandante, respectivamente, no Rio Lima e na Canhoneira Tejo.
Muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao comodoro Alfredo Mota.
"Em 3 de Março de 1890, Wenceslau de Moraes assumiu o comando da canhoneira «Tejo», em Macau, cargo que lhe foi entregue pelo capitão-tenente José Ribeiro Santa Bárbara. [...]
Em 20 de Abril de 1890, sob o comando de Wenceslau de Moraes largou para Bangkok, reino do Sião, para colher informações «das condições em que se acha a colónia portuguesa naquela localidade».
Chegou a Saigão a 28 pela tarde.
O último navio de guerra português que ali entrara, fora a corveta «Duque de Palmela», em 18 de Março de 1873, depois de se ter safo do baixo do Brito.
Tendo recebido carvão e mantimentos, saiu a 3 de Maio e foi largar ferro em Bangkok a 10, em frente do consulado português.
O rei do Sião achava-se em visita oficial aos pequenos estados dependentes da península malaia.
A colónia portuguesa de Bangkok era de mais de 50 pessoas, todas macaenses, excepto um europeu.
Segundo Wnceslau de Moraes, aqueles portugueses, activos e honestos, parte deles empregados do Estado, eram bem pagos do governo do Sião.
Os chineses, informa o comandante, activos e empreendedores, invadiram há muito o reino do Sião e todo o mundo Oriental, contribuindo muito para valorizar o país.
Os siameses, pelo contrário, pouco activos, assistem passivamente ao enriquecimento dos intrusos, minados por um ódio surdo, pelo que, sempre que podem, os vexam e espoliam. [...]
Terminada a missão e trocados cumprimentos de despedida com o irmão do rei, príncipe Soasti, a 19 de Maio, o navio largou do dia seguinte. Atravessou o golfo do Sião em calmas e, na manhã de 30, largava ferro de Macau.
Este primeiro comando e a missão ao Sião, permitiram pôr em evidência o diplomata e o marinheiro consumado, que era, então, Wenceslau de Moares."
(Excerto de Comando no mar)
"Il.mo Ex.mo Senhor Presidente da República Portuguesa:
Wenceslau José de Moraes capitão de fragata da da armada, exercendo as funções do Cônsul de Portugal em Kioto  e Osaka, Japão, e actualmente procedendo à entrega do Consulado por lhe ter sido concedida licença pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros para regressar à metrópole por motivo de doença, deseja, por causas muito poderosas de conveniência particular, desistir de tal licença e permanecer no Japão, onde conta empregar-se numa situação incompatível com qualquer posição oficial de funcionário português, incluindo a de reformado, e mesmo talvez incompatível com a sua nacionalidade de português..."
(Excerto da Cópia do requerimento pedindo a demissão de Oficial da Armada)
Índice: Introdução. | Primeiros passos.| Embarques em guarda marinha. | Oficial de guarnição. | Licenças e pequenas comissões. | Serviço de guarnição. | Comando no mar. | Comissões diversas. | O Homem. | Documentos do Arquivo Geral da Marinha: I - Instruções para a Comissão a Bangkok - 1890; II - Relatório da Comissão a Bangkok - 1890; III - Nota do comandante a Estação Naval de Macau a enviar o Relatório da Comissão a Bangkok - 1890; IV - Relatório da viagem de Macau a Lisboa - 1891; V - Ofício do Ministério dos Negócios Estrangeiros comunicando a demissão do cônsul em Kobe e nviando a cópia do requerimento pedindo a emissão de Oficial da Armada - 1913; VI - Cópia do requerimento pedindo a demissão de Oficial da Armada.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas cansadas com defeitos marginais; contracapa apresenta falha de papel de relevo no canto superior direito.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e biográfico.
Indisponível

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