07 abril, 2020

RIBEIRO, José Victorino - A FÁBRICA DE SEDAS DE ANTONIO FRANCISCO NOGUEIRA. [1855 a 1920]. Monographia. Precedida de um esboço historico da industria das sedas em Portugal. Por... Porto, [s.n. - Officinas da Typograhia Sequeira, Limitada - Porto], 1920. In-8.º (23 cm) de 129, [3] p. ; [17] f. il. ; [1] f. desdob. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história da indústria das sedas em Portugal. Belíssima monografia, fora de mercado, totalmente impressa sobre papel couché, ilustrada no texto e em separado, incluindo uma estampa desdobrável: «Fachada da fábrica e obras de ampliação para a Tecelagem Mechanica...». A capa frontal encontra-se ricamente decorada em relevo, incluindo uma bonita gravura em seda.
"São concordes os escriptores que d'este assumpto se teem occupado, na affirmativa de que é antiquissima a industria da seda no nosso paiz. Foram provavelmente os arabes que tendo-a tomado a outros povos antigos, talvez aos chins, a implantaram na peninsula iberica, depois que d'esta parte da Europa se apoderaram. Em Hespanha, ha noticia de trabalhos sericicolas desde remota era; e em Portugal, já em 1233, diz D. Rodrigo da Cunha, estando em Chaves o arcebispo de Braga, D. Silvestre Godinho, deu foral aos moradores do Couto de Ervededo, mandando que a folha da amoreira não saisse do dito Couto, e que do sirgo que ali se criasse lhe pagassem os referidos moradores a sua parte em casulos."
(Excerto de Esboço historico da industria das sedas em Portugal, Cap. I)
"Os primeiros annos da segunda metade do seculo passado fecharam o cyclo das nossas luctas civis, inspiraram a esperança de uma vida nova na economia nacional, e inauguraram o periodo historico de relativa paz e concordia que desde o segundo o ministerio do duque de Saldanha, animado pelas figuras de Rodrigo da Fonseca Magalhães e Fontes Pereira de Mello, se dilata até á morte de D. Luiz I. [...]
A nossa industria sericicola, longe da decadencia que a esperava, mostrava por essa epoca uma especie de renascimento interesseiro que foi o prenuncio do fim. [...] A politica economica abria as azas, e a sericicultura nacional ainda não as tinha totalmente desplumadas, ao occorrer o fallecimento de D. Maria II, a que succedera a regencia de D. Fernando.
Por este tempo, um moço tecelão de 24 annos, antigo patuleia, forte e voluntarioso, de olhar azul a illuminar-lhe a energia das feições, exemplar definido da resistente raça do norte, tomava uma resolução pessoal que foi o ponto de partida para a evolução de uma poderosa iniciativa. Francisco José Nogueira - era este o seu nome obscuro - cansado de trabalhar por conta alheia, comprou em segunda mão, um tear domestico, e elle mesmo o trouxe desarmado, num fim de tarde estival, para o humilde casebre que habitava na rua da Alegria."
(Excerto de Francisco José Nogueira)
Indice:
Esboço historico. | «Fructifer Labor». | Francisco José Nogueira. | Descripção da Fabrica de Sedas. | Armazem e secção de expedição - Escriptorio e Gabinete do Director. | Novas instalações - A tinturaria. | O livro dos visitantes.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Sem folha de rosto e anterrosto. Capas com cortes e falhas de papel marginais.
Raro.
Com interesse histórico.
A BNP Possui apenas um exemplar no seu acervo.
45€

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