AMARAL,
Ferreira do - A MENTIRA DA FLANDRES E... O MÊDO!. Lisboa, Editores - J.
Rodrigues & C.ª., 1922. In-8.º (19x14 cm) de XII, 507, [1] p. ; B.
1.ª edição.
1.ª edição.
Obra polémica sobre a participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial. Trata-se da visão política e militar
do conflito pela pena do Major Ferreira do Amaral, controverso oficial do C. E. P., em França.
Serviu em França nos postos de capitão, major graduado e major, desde
Fervereiro de 1917 até Fevereiro de 1918. Comandou infantaria 15, os
morteiros da 1.ª Divisão e o IX batalhão. Não quiz nunca vir de licença a
Portugal. Marchou para França sem lhe competir por escala ou por
escolha, mas simplesmente coagido por motivos de ordem pessoal e razões
de ordem puramente militar. (Apontamento biográfico retirado da f. rosto)
Livro ilustrado com um
retrato do autor em página inteira.
"O Exército
Português entrou, é certo, na Grande Guerra e tomou parte em campos de batalha,
na Europa e em África; mas desses esforços, desses sacrificios e de todo esse
sofrimento moral, o que ficou para êle?
Nada, ou
quasi nada!
No todo, o
exército ficou peor do que estava, e do seu valor na guerra nada brilha, a não
ser um ou outro nome, que é casualmente apontado, quando qualquer dos de citado
nome passa na rua… […]
Para um
exército, que se bateu em vários logares, desde novembro de 1914 até11 de
novembro de 1918, tudo isso é muito pouco, é nada, é quasi ridiculo, é mesmo
aviltante para o brio necessário a uma nação independente e a uma raça
consagrada por dez séculos de História.
[A Grande
Guerra] não foi, como muitos julgam, uma simples chuva de males e desgraças;
foi uma avalanche, que na sua queda
estampou por largo período sobre a farda dos oficiaes portugueses o carimbo
terrivel da cobardia! […]
Na chamada questão da participação na guerra, não
só os oficiaes do exército mas também os políticos ficaram afogados num mar de
lama."
(Excerto da
dedicatória do autor aos alunos da Escola de Guerra)
Índice:
Dedicatória.
I – A loucura. II – A bravura! III – Fantasmas. IV – No patíbulo. V – O mêdo.
VI – Epílogo.
João Maria
Ferreira do Amaral (1876-1931). "Foi um oficial do Exército Português, comandante
da Polícia Cívica de Lisboa, (a antecessora da Polícia de Segurança Pública),
de 1923 até à sua morte. Participou, como voluntário, na expedição de
pacificação sob o comando do General Pereira d’Eça no sul de Angola, em 1915.
No ano seguinte, estando de licença em Portugal, foi nomeado Comandante do
Batalhão de Infantaria 15, que seguiu para a frente, na Flandres, integrado no
Corpo Expedicionário Português. Regressou de França de depois da Primeira
Grande Guerra, e seguiu para Angola, numa missão civil. Retornou em 1922, tendo
sido promovido a Coronel. A 23 de Novembro de 1923, foi nomeado comandante da Polícia
Cívica de Lisboa e destacou-se na repressão da Legião Vermelha, a qual, dois
anos mais tarde, a 15 de Maio, perpetrou um atentado em que é gravemente
ferido. No leito do hospital, dirigiu a repressão que culminou com a prisão e o
degredo para África de mais de cem suspeitos desse movimento. Foi agraciado com
várias medalhas. Escreveu as seguintes obras acerca da I Guerra Mundial: A mentira da Flandres e… o mêdo! (1922) e
A batalha do Lys ; a batalha
d'Armentieres ou o 9 de Abril (1923)."
Exemplar
brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos. Assinatura possessória na f. rosto.
Invulgar.
Com
interesse histórico.
25€
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