27 novembro, 2023

AMARAL, Ferreira do - A MENTIRA DA FLANDRES E... O MÊDO!
. Lisboa, Editores - J. Rodrigues & C.ª., 1922. In-8.º (19x14 cm) de XII, 507, [1] p. ; B. 
1.ª edição.
Obra polémica sobre a participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial. Trata-se da visão política e militar do conflito pela pena do Major Ferreira do Amaral, controverso oficial do C. E. P., em França.
Serviu em França nos postos de capitão, major graduado e major, desde Fervereiro de 1917 até Fevereiro de 1918. Comandou infantaria 15, os morteiros da 1.ª Divisão e o IX batalhão. Não quiz nunca vir de licença a Portugal. Marchou para França sem lhe competir por escala ou por escolha, mas simplesmente coagido por motivos de ordem pessoal e razões de ordem puramente militar. (Apontamento biográfico retirado da f. rosto)
Livro ilustrado com um retrato do autor em página inteira.
"O Exército Português entrou, é certo, na Grande Guerra e tomou parte em campos de batalha, na Europa e em África; mas desses esforços, desses sacrificios e de todo esse sofrimento moral, o que ficou para êle?
Nada, ou quasi nada!
No todo, o exército ficou peor do que estava, e do seu valor na guerra nada brilha, a não ser um ou outro nome, que é casualmente apontado, quando qualquer dos de citado nome passa na rua… […]
Para um exército, que se bateu em vários logares, desde novembro de 1914 até11 de novembro de 1918, tudo isso é muito pouco, é nada, é quasi ridiculo, é mesmo aviltante para o brio necessário a uma nação independente e a uma raça consagrada por dez séculos de História.
[A Grande Guerra] não foi, como muitos julgam, uma simples chuva de males e desgraças; foi uma avalanche, que na sua queda estampou por largo período sobre a farda dos oficiaes portugueses o carimbo terrivel da cobardia! […]
Na chamada questão da participação na guerra, não só os oficiaes do exército mas também os políticos ficaram afogados num mar de lama."
(Excerto da dedicatória do autor aos alunos da Escola de Guerra)
Índice:
Dedicatória. I – A loucura. II – A bravura! III – Fantasmas. IV – No patíbulo. V – O mêdo. VI – Epílogo.
João Maria Ferreira do Amaral (1876-1931). "Foi um oficial do Exército Português, comandante da Polícia Cívica de Lisboa, (a antecessora da Polícia de Segurança Pública), de 1923 até à sua morte. Participou, como voluntário, na expedição de pacificação sob o comando do General Pereira d’Eça no sul de Angola, em 1915. No ano seguinte, estando de licença em Portugal, foi nomeado Comandante do Batalhão de Infantaria 15, que seguiu para a frente, na Flandres, integrado no Corpo Expedicionário Português. Regressou de França de depois da Primeira Grande Guerra, e seguiu para Angola, numa missão civil. Retornou em 1922, tendo sido promovido a Coronel. A 23 de Novembro de 1923, foi nomeado comandante da Polícia Cívica de Lisboa e destacou-se na repressão da Legião Vermelha, a qual, dois anos mais tarde, a 15 de Maio, perpetrou um atentado em que é gravemente ferido. No leito do hospital, dirigiu a repressão que culminou com a prisão e o degredo para África de mais de cem suspeitos desse movimento. Foi agraciado com várias medalhas. Escreveu as seguintes obras acerca da I Guerra Mundial: A mentira da Flandres e… o mêdo! (1922) e A batalha do Lys ; a batalha d'Armentieres ou o 9 de Abril (1923)."
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos. Assinatura possessória na f. rosto.
Invulgar.
Com interesse histórico.
25€

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