13 julho, 2023

SILVESTRE, João - O PARQUE NACIONAL DA PENA. Sua conservação inalienavel como propriedade da Republica. Por... Lisboa, Typ. a vapor de Eduardo Rosa, 1912. In-8.º (19,5x14,5 cm) de 12 p. ; B.
1.ª edição.
Curioso trabalho sobre o Parque Nacional da Pena, elaborado pouco tempo após a implantação da República, e respectivo confisco da propriedade a favor do Estado.
Nesta exposição o autor procura sensibilizar os decisores políticos do recém empossado regime para os males que poderão advir da atribuição de parte substancial do Parque da Pena a privados para construção e exploração de hotéis, casa de saúde, casino, etc., de acordo com o projecto de lei apresentado no Parlamento, contrapondo com uma gestão parcimoniosa dos recursos para usufruto de todos.
Contém história sucinta do Parque da Pena. Raro e muito interessante, com interesse para a bibliografia sintrense.
"A implantação da Republica, fez incorporar no dominio nacional, muitas propriedades de incontestavel valôr, historico, economico e esthetico. Se algumas d'ellas, podem saldar as despezas inherentes á sua manutenção, outras ha, que com pequeno dispendio exercem directamente, uma funcção educativa e que pelas suas condições excepcionaes, são um elemento demonstrativo da fecundidade do nosso solo e das suas bellezas panoramicas.
Radicar no espirito publico, o amôr pelos seus monumentos, pelas suas propriedades de reconhecido merecimento intellectual e material, é um dever de patriotismo, que na prezente hora de resurgimento administrativo e politico se impõe a todos os bons portuguezes.
Na execução do vasto programma em que se devem assentar as bases d'uma bôa administração, é necessario collocar em primeiro logar os interesses do paiz; assim o entendeu o Governo Provisorio, tomando posse de predios, que estavam ha muito no usufructo da monarchia deposta e que eram pertença exclusiva da nação..." [...]
Pelo motivo da extincção das ordens religiosas, foi o convento da Pena e terrenos annexos, posto em praça e comprado a 3 de novembro de 1838, por D. Fernando, pela quantia de 761$000 réis, com a clausula expressa de cuidar da sua bôa conservação, visto ser um monumento nacional.
Esse edificio, havia sido restaurado em 1511, por D. Manoel I, com um dispendio superior a trinta mil cusados somma importante n'aquella epocha, sendo as obras dirigidas pelo mestre Botaca, o architecto dos Jeronymos. D. Fernando com aquella intuição artistica, que imparcialmente, não se lhe pode negar, iniciou a construcção do Palacio da Pena e os trabalhos de arborisação do Parque, coadjuvado pelo architecto alemão Barão de Eschwege e depois do fallecimento d'este, por outro architecto da mesma nacionalidade, o Barão de Kesseler."
(Excerto da exposição)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
15€

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