17 julho, 2023

CABRITA, António Alves - DIÁRIO DE UM PESCADOR NA PESCA DO BACALHAU. Corroios, Edição do autor, 2021. In-8.º (21 cm) de xiv, 120, [2] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Memórias do autor, pescador de dóri, na «Faina Maior». Trata-se do seu "diário" composto por inúmeros episódios - relatos fieis - das campanhas da pesca do bacalhau em que participou. Inclui no final glossário de termos utilizados na pesca do "fiel amigo".
Livro ilustrado no texto com fotografias a p.b. e a cores.
Tiragem limitada a 210 exemplares.
"O meu pai sempre nos contou episódios e experiências da sua passagem pela pesca do bacalhau, e este «diário» com essas memórias é um sonho que ele há muito acalentava, e que agora se realizou. É um sonho, mas também é um testemunho vivido e escrito na primeira pessoa. Há várias publicações sobre a pesca do bacalhau à linha em que esta é descrita como uma epopeia, como um feito heroico e sobre humano. E sem dúvida que o foi! Mas também é verdade que essas descrições foram feitas da ponte de comando por capitães, por oficiais e por médicos. Talvez poucos pescadores nos tenham deixado por escrito o relato das suas experiências. Este é um testemunho da pesca do bacalhau mas que nos é relatado de dentro do dóri, e que talvez tenha por isso algum valor histórico.
Este «diário» conta-nos algumas histórias, mas muitas outras que ouvimos ao longo dos anos ficarão guardadas apenas na nossa memória: como eram as idas dos portugueses a terra na Gronelândia e na Terra Nova, o choque de culturas, as "aldrabices" com que os portugueses enganavam os esquimós, etc."
(Excerto de Prólogo)
"Para a construção da cultura, da identidade, da imagética e da perceção que as comunidades piscatórias têm de si próprias, a pesca do bacalhau, designadamente no contexto da ditadura do Estado Novo, foi determinante.
Para os membros destas comunidades, os relatos que entremeavam a dor, o sofrimento e a gestão das ausências com os feitos heroicos das grandes pescarias, com os dóris "a um palmo fora de água" de tão carregados, eram uma constante nos serões, à mesa das refeições ou nas tabernas durante os períodos em que era possível habitar esse espaço estranho e de múltiplos perigos para os homens do mar - a terra firme. [...]
O pescador António Alves Cabrita, de Armação de Pera - Algarve, presenteou-nos com esta descrição minuciosa e crua de uma realidade que, em muitos aspetos, foi tremendamente desumana."
(Excerto de Prefácio - Administração da Mútua dos Pescadores)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Esgotado.
35€

Sem comentários:

Enviar um comentário