19 fevereiro, 2023

ALMANAQUE VEGETARIANO ILUSTRADO DE PORTUGAL E BRASIL : 1915 - 3.º ano.
Propaganda naturista: Regimes racionais e práticas salutares. Guia para seguirmos uma vida sã e perfeita, indemne da doença e das perversões sociais. Porto, Sociedade Vegetariana - Editora, 1914. In-4.º (23 cm) de 191, [1] p. ; [1] f. il. ; mto il. ; E.
1.ª edição.
Almanaque Vegetariano para o ano de 1915. Excelente exemplo da propaganda vegetariana do princípio do século XX, sendo este almanaque um dos mais importantes veículos de divulgação da cultura naturista entre nós. Reúne artigos sobre os mais diversos e interessante assuntos, da moda às apreciadas receitas culinárias.
Livro muito ilustrado ao longo do texto com desenhos e fotogravuras, e uma estampa em separado.
"Na cultura portuguesa, os discursos vegetariano e naturista tiveram alguma relevância a partir das primeiras décadas do século XX, em particular devido à ação dos membros da Sociedade Vegetariana de Portugal, fundada no Porto em 1911. [...]
No seu intuito de converter e propagandear os ideais vegetarianos e naturistas, a Sociedade Vegetariana Portuguesa foi conseguindo sócios brasileiros, de várias regiões do país, publicou cartas e fotografias de muitos deles, na revista O Vegetariano e no Almanaque Vegetariano [1913-1922], e nesses periódicos incluiu receitas culinárias com produtos brasileiros, ao mesmo tempo que foi publicitando o aparecimento das sociedades vegetarianas e naturistas brasileiras. Por outro lado, sabe-se que todas as publicações da Sociedade Vegetariana de Portugal, incluindo as referidas revistas, eram vendidas no Brasil."
(Fonte: Braga, Isabel Drumond. Em busca do novo Éden no século XX: os portugueses e a fundação de colónias naturistas no Brasil. História, Ciências, Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, v.25, n.3, jul.-set. 2018, p.659-678.)
"É êste o título, pode dizer-se clássico neste género de publicações, com que a maior parte dos almanaques encimam a sua primeira página. Assim, tambêm, para não fugir demasiadamente à rotina, se abre êste repositório de máximas de Saúde e de Vida Natural com tão conhecida frase.
O ano de 1915 há de ser fértil em guerras e em desavenças sociais entre os homens: aí fica o primeiro vaticínio. Haverá fome e moléstias nos povos, tais são as segunda e terceira das visões.
Porque tão fatídicos êsses presságios? Porque tão funestas adivinhações?
É que a humanidade continua adstrita a tantos e tão viciosos costumes que, por muitos anos, à pesta, à fome e à guerra continuarão sendo levantados alteres. A Civilização foi a criadora dêstes males. Construi a humanidade, de per si, tantos artifícios que, necessáriamente, as doenças físicas, económicas e morais serão de ano para ano mais avantajadas e crueis."
(Excerto da abertura - O Juízo do Ano, de Amílcar de Sousa)
Encadernação editorial em percalina com ferros gravados a seco e a ouro na pasta anterior. Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado de conservação. Pasta frontal apresenta desgaste no canto inferior direito.
Raro.
35€

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