31 julho, 2020

PIMENTEL, Alberto – PORTUGAL DE CABELLEIRA. Pará, Livraria Universal de Tavares Cardoso & C.ª, 1875. In-8.º (18 cm) de 248 p. ; B.
1.ª edição.
Interessante conjunto de contos e crónicas, com especial relevância para a que desenvolve o assunto que dá o título à obra - Barba e bigode.
"Na maior parte dos casos, a cabelleira esconde a velhice, não a velhice amollentada com dolorosos achaques, e indifferente ás alegrias do mundo, mas a que se sente ainda vivedoura, forte, crente, e continúa, com os olhos no futuro, a gloriosa serie de façanhas passadas. Portugal está exactamente n'estas condições. Tem a sua velhice de sete seculos, e portanto uma historia de setecentos annos. A sua cabelleira representa, como geralmente acontece, antiguidade, commettimentos realisados, aventuras bem succedidas, proezas levadas a cabo, e ao mesmo tempo denuncia que não está morto o coração; que o braço feito ás armas, como disse Camões, não se desnervou ainda; e que a epopea das suas conquistas e descobertas não é por emquanto o epitaphio inscripto sobre o tumulo d'um heroe. [...] Vamos simplesmente levantar uma ponta do chinó, e esmiuçar, com leveza que obste ao aborrecimento, as paginas de antigos usos, costumes, aventuras, tradições e chronicas."
(Excerto de Razão do titulo)
"Diz-se que o homem foi feito á similhança do seu Creador, mas o que é certo é que o homem, por orgulhoso ou versatil, se tem feito, desfeito, refeito e contrafeito muitas vezes, sem se prender com a tradição do livro santo, que lhe impunha o dever de conservar-se na primitiva feitura. [...]
Já em Roma até cêrca do anno 295 antes de Christo uzaste barba comprida, e desde essa epocha em diante escanhoaste o queixo, excepto se andavas de luto. És sacerdote? Pouco importa. O barro é o mesmo."
(Excerto de Barba e bigode)
Indice:
I – Barba e bigode. II – A dama da cutilada. III – O Terreiro do Paço. IV – Os sinos d’Alpendurada. V – Rehabilitação do queijo por um documento antigo. VI – Ha dois seculos e meio. VII – As freiras. VIII – A antiga viação portugueza. IX – Um episodio da conquista de Lisboa. X – Como as borboletas se queimam. XI – Tradicção Setubalense – O convento de Jesus. XII – Tradicções antigas de Sant’Yago do Cacem. XIII – Um serão de Bocage.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Lombada fendida, com pequenas falhas de papel.
Muito invulgar.
Indisponível

30 julho, 2020

CARVALHO, Henrique de - A HEROINA DA ROTUNDA. Novella historica, amorosa e patriotica. Lisboa - V - X - MCMXI. Editor: O auctor. Lisboa, Typ. A Nacional, 1911. In-8.º (21,5 cm) de [12], 77, [1] p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Novela comemorativa do 1.º aniversário da proclamação da República, baseado no relato da própria "heroína da Rotunda", que terá participado nos acontecimentos revolucionários. Ao pedido do autor para escrever umas "notas simples" que guiassem o trabalho de elaboração da presente história, terá entregue um "relatório" - nas palavras de Henrique de Carvalho - "uma perfeita novella!", que ele apenas retocou, "tocando apenas aqui e ali alguma rebeldia de estylo ou bujarda grammatical, porque, como é sabido, as meninas bonitas são incompativeis com os compendios caturras da nossas escolas...".
Livro totalmente impresso sobre papel couché, ilustrado com cinco retratos (em página inteira) do autor, e de eminentes figuras republicanas a quem Henrique de Carvalho dedica a obra: Machado Santos; Antonio José d'Almeida; João Chagas; Ribeiro de Carvalho.
"Que noite, que noite a d'hontem!... Só uma grande coragem, ou antes, só um grande amor faria que eu, timida e delicada criança, me tansformasse n'uma revolucionaria feroz, n'uma heroina! Sim. E todos se vão admirar quando souberem que a filha do general***, aquella morena esbelta que d'antes descia saltitante o Chiado, é nada menos que o sujo gavróche que alinhava estas notas, sobre o montão das barricadas da Rotunda, a carabina entre os joelhos, os olhos bebendo no sol os rutilos clarões da esperança libertadora...
Ai, se elles dessem pelo meu disfarce... que vergonha e que troça!... Jorge, o noivo querido, que, prostrado de fadiga, acolá repousa estendido de papo para o ar, era capaz de enlouquecer de desespero... Se elle soubesse!... Não calculam o trabalho que tenho para me furtar ás suas vistas... é como o jogo das escondidas..."
(Excerto do Cap. I)
Bonita encadernação inteira de percalina com a bandeira nacional e ferros gravados a ouro na pasta anterior.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito raro.
Com interesse histórico.
65€ - Reservado

29 julho, 2020

CAIS, Luís do - TEMPESTADES CICLÓNICAS. Separata do «Boletim da Pesca». [Regras práticas para a manobra do navio]. [Por]... Capitão de Mar e Guerra. Lisboa, Editora Marítimo Colonial, Lda, [194-]. In-8.º (20,5 cm) de 55, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Trabalho informativo sobre manobra de navios em áreas de tempestades ciclónicas e a sua justificação.
Livro ilustrado ao longo do texto com tabelas numéricas, mapas e desenhos esquemáticos.
"As tempestades ciclónicas, bem como a maior parte dos fenómenos atmosféricos, são devidas à coexistência e ao choque de massas de ar a temperaturas diferentes.
A desigual distribuição da temperatura e as suas variações na superfície da Terra, causadas principalmente pela radiação solar, dão origem aos fenómenos de pressão na atmosfera (depressões e altas pressões)."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação. Capa manchada.
Invulgar.
15€

28 julho, 2020

GRAINHA, Prof. M. Borges - HISTORIA DO COLÉGIO DE CAMPOLIDE DA COMPANHIA DE JESUS : escrita em latim pelos padres do mesmo colégio onde foi encontrado o manuscrito. Traduzida e prefaciada pelo Prof. M. Borges Grainha e mandada publicar pela Comissão Parlamentar nomeada pela Câmara dos Deputados da República Portuguesa para proceder ao exame dos papéis dos Jesuítas. Coímbra, Imprensa da Universidade, 1913. In-4.º (23,5 cm) de  LXXVI, 148 p. ; il. ; B.
Importante monografia sobre o Colégio de Campolide.
Livro ilustrado com estampas extratexto que reproduzem membros da Companhia, vistas do interior e exterior do Colégio, documentos fac-símile, etc.
Índice:
Esclarecimentos preliminares para a exacta compreensão desta história. | I – Porque se publica em primeiro logar a História do Colégio de Campolide. II – O documento em si e o seu valor histórico e literário. III – O Fundador do Colégio de Campolide e os motivos da sua misteriosa vida jesuítica. IV – Colégios para pobres transformados em colégios para ricos e relutância dos jesuítas em gastar dinheiro com o ensino de crianças pobres. V – Antipatriotismos dos jesuítas portugueses. Algumas das suas casas colocadas sob nomes de estrangeiros e resultados pitorescos e aflitivos dessa manigância. VI – Os jesuítas para se restabelecerem em Portugal foram auxiliados pela família rial, pelo alto clero, pelos chefes políticos, pelos altos funcionários, e pela aristocracia e burguesia afidalgada. VII – Engrandecimento material do Colégio de Campolide com o dinheiro das beatas, dos amigos e dos alunos. VIII – Instrução e educação dos alunos de Campolide e dos outros colégios jesuíticos, deficiência do ensino e fanatismo religioso e monárquico da educação. IX – Influência religiosa, social e política dos padres de Campolide. As Festas e as Congregações dos antigos alunos. Exercícios ao Clero. O Partido Nacionalista e as lutas eleitorais.
História do Colégio de Campolide. [Tradução da história do Colégio de Campolide em 2 capítulos introdutórios, seguidos de outros 44, por ordem cronológica, que compreende o período da sua história entre 1854 e Agosto de 1909].
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capa apresenta falha de papel nos cantos, e rasgão (sem perda de papel) na capa posterior.
Invulgar.
Com interesse histórico.
15€

27 julho, 2020

CADERNOS DE REPORTAGEM - N.º 5; Fevereiro/Março de 1984. Direcção: Fernando Dacosta. [Lisboa], Relógio d'Água, Editores, Limitada, 1984. In-8.º (18,5x21 cm) de 57, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Capa: "Quando mato alguém fico um bocado deprimido". Criminosos Entrevistados na Cadeia por Jorge Trabulo Marques.
Conjunto de entrevistas a 3 dos mais conhecidos marginais dos anos 70/80 efectuadas nas penitenciárias onde cumprem penas elevadas. Nos depoimentos fazem um balanço da sua vida de crime, preenchidas com episódios aparatosos, e falam do dia a dia na cadeia - as condições de vida, a droga, os ajustes de contas, a homossexualidade, o relacionamento com os guardas prisionais, etc.
Livro ilustrado ao longo do texto com fotografias dos meliantes.
"Condenado em Junho de 1981 por homícidio e roubo a 22 anos e 11 meses de prisão maior, quando já cumpria, por motivos idênticos, 12 anos de pena, Manuel Alentejano é de há muito uma legenda no mundo da marginalidade. Manuel Pedro Ramalho Dias, o seu verdadeiro nome, nasceu em Portel a 10 de Agosto de 1951. Uma infância de abandonos a tira-o para a pequena delinquência onde se revela, pela frieza de emoções, a rapidez de actuação e a capacidade de comando, uma figura de personalidade invulgar.
Dotado de grande inteligência, coragem e sensibilidade, Manuel Alentejano faz-nos (na entrevista e no Diário que publicamos a seguir) revelações de surpreendente perturbação.
Recapturado em Lisboa depois de uma fuga do tribunal da Boa Hora onde estava a ser ouvido para novo julgamento, foi metido no Estabelecimento Prisional de Lisboa (aí o encontrámos) após o que o transferiram para a penitenciária de Pinheiro da Cruz."
(Quando mato alguém fico um bocado deprimido, Introdução)
"Conhecido por Muleta Negra, Carlos Alberto Coelho Guerreiro é um dos nomes mais populares do mundo do crime português devido a inúmeros assaltos, roubos, prisões, embustes e fugas que realizou. Com 28 anos de idade, natural de Lisboa, bate-chapas de profissão, encontra-se a cumprir pena de 16 anos por decisão do Tribunal de Justiça (Abril 77).
Antes de ser preso, Muleta Negra, pertencia a uma quadrilha especializada em assaltos a ourivesarias que actuou com grande êxito de 1972 a 1974 nas zonas de Lisboa, Vila Franca de Xira e Tomar. Nesse ano foi capturado na Amadora após ter travado luta violenta com a polícia."
(Fizeram de mim um mito, Introdução)
"Por se encontrar a cumprir a parte final da pena a que foi condenado e, portanto, prestes a ser posto em liberdade, não revelamos a identidade do burlão que nos deu a entrevista que se segue.
Trata-se de um dos casos mais ousados da pequena história criminal (sociológica) portuguesa, famoso hoje pela sua inteligência, perspicácia, comunicabilidade e poder de persuasão."
(Histórias de um vigarista, Introdução)
Índice:
1. «Quando mato alguém fico deprimido» - Manuel Alentejano. | 2. Diário de Manuel Alentejano. Extracto de um longo diário escrito na cadeia por Manuel Alentejano a partir de 1979, e que constitui um documento de rara sensibilidade, inteligência, sufocação e amargura. | 3. «Fizeram de mim um mito» - Muleta Negra. | 4. Histórias de um vigarista [até vendeu um avião] - Identidade não revelada.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico e criminal.
Indisponível

26 julho, 2020

LACERDA, Augusto de - O RABBI DA GALILÉA : romance sobre a Vida de Jesus. [Lisboa], Antiga Casa Bertrand - José Bastos - Livreiro Editor, [1904]. In-4.º (27 cm) de 1008 p. ; [1] f. il. ; il. ; E.
1.ª edição em livro.
Romance naturalista sobre a vida de Jesus. Na época causou polémica a forma como Lacerda apresentou Cristo - simples, humano -, imagem contestada pelas autoridades eclesiásticas de Portugal e Brasil, tendo sido desaconselhada a sua compra.
Livro ilustrado ao longo do texto com belíssimos desenhos de Alfredo Roque Gameiro (1864-1935) e Manuel de Macedo (1839-1915). Inclui um retrato do autor em separado, reprodução de uma aguarela de Roque Gameiro.
"Quem foi Jesus?
Eis uma pergunta que muitas pessoas teem dirigido a si proprias, ou vivam animadas da mais pura crença, ou do mais inveterado scepticismo.
Quem foi Jesus?
Por muito sincera que seja a humildade com que são recebidos os preceito do cathecismo christão, ou por muito radical que se affigure a antipathia, quasi sempre inconsciente, que esse cathecismo possa dispertar em certos espiritos - o positivo é que a grande maioria dos que constituem a massa geral do publico ignora a vida do fundador do christianismo.
Quem foi Jesus? perguntam aquelles que, apesar de todo o seu sentimento religioso, nunca leram os Evangelhos que a Egreja authenticou.
Quem foi Jesus? perguntam aquelles que, apesar das suas tendencias racionalistas, nunca passaram o olhar pelos livros em que a figura gigantea e inconfundivel do carpinteiro nazareno é illuminada pela critica historica. [...]
Almas simples, corações sinceros, consciencias puras, é com este livro que vos respondo, é para vós que eu o escrevo!"
(Excerto do Prefacio)
Encadernação editorial em tela com desenhos e dourados gravados nas pastas e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação. Com sinais de manuseio.
Invulgar.
Indisponível

25 julho, 2020

ANDRADE, Eng. Abel de Noronha e - O PROBLEMA DO TEJO. Melhoramento das suas condições de navigabilidade e de defesa dos seus campos marginais. Conferência realizada na séde da Ordem dos Engenheiros em 9 de Junho de 1939. Separata do Boletim da Ordem dos Engenheiros : N.os 38 a 41 - 1940. [Por]... Director da Hidráulica do Tejo. Lisboa, Gráfica Santelmo, 1940. In-4.º (25 cm) de 59, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição independente.
Importante trabalho sobre a navegabilidade do Tejo e as cíclicas cheias do rio, com especial ênfase para os diques que o regulam, valas e canais.
Ilustrado com tabelas, planta e cortes transversais do Tejo, e desenhos esquemáticos dos diques ao longo das páginas de texto.

Livro muito valorizado pela dedicatória do autor ao Ministro da Justiça, Dr. Manuel Rodrigues Júnior.
"O problema do Tejo é um problema de vastidão e complexidade tais, dados os numerosos e importantes aspectos sob os quais pode ser encarado, que nem mesmo ao de leve é possível tratar ùtilmente, e na to, numa só palestra.
É incontestàvelmente um dos problemas hidráulicos de mais transcendente resolução no nosso País, tal a importância do rio e grandeza da sua bacia hidrográfica, a diversidade de características das regiões atravessadas pelo Tejo, pròpriamente, ou pelos seus numerosos afluentes, alguns dos quais importantíssimos por sua vez, e o carácter extremamente irregular e turbulento do seu regime. [...]
Na verdade, desde 1880 até pouco depois de 1930 pode dizer-se que as obras de defesa dos campos do Tejo estiveram pràticamente abandonadas, tão minguadas ou exíguas eram as verbas que, nos orçamentos do Estado, se destinavam à sua conservação e reparação.
E se se atender a que justamente neste longo período houve algumas cheias de violência extraordinária que nas obras causaram avarias gravíssimas e por vezes a sua ruína quási total, far-se á uma pálida idea do estado a que o conjunto chegou quando o Govêrno do Estado Novo pôde, uma vez restabelecido o equilíbrio financeiro, dedicar a sua atenção a êste e outros problemas semelhantes."
(Excerto de Consideração gerais)
Matérias: Considerações gerais. | Descrição sumária do Tejo e do seu regime. | As cheias do Tejo. | Obras de defesa e enxugo  existentes: O dique da Malã; O dique da Labruja; O dique dos Vinte; O dique de S. João; O dique da Boa Vista ou do Rebentão; O dique das O'nias; O dique de Valada; O dique do Arrepiado; O dique do Pinheiro; O dique Senhora das Dores; Diques longitudinais insubmersíveis [Tapadinha; Alverca; Cabido; Junceira; Caldeira; Gagos ou do Hospital; Torrinha ou do Migadalho]; O dique de Reguengo; O dique da Courela; O dique do Escaropim; O dique de Bilrete. | Propagação das cheias. | O estudo actual do Tejo - Siuas causas e conseqüências. | Resolução do problema. | Zona de Abrantes. | Zona de Constância. | Zona do Arrepiado à Chamusca. |  Zona de Tancos à foz do Almonda. | Zona da Chamusca ao Pôrto do Patacão. | Zona da foz do Almonda à foz do Alviela. | Zona do Pôrto do Patacão ao pôrto da Courela do Marquez. | Zona da foz do Alviela à Ribeira de Santarém. | Zona do pôrto da Courela do Marquez à foz do Sabugueiro. | Zona da Ribeira de Santarém à foz do canal de Azambuja. | Zona da foz do Sabugueiro à Ponta da Erva. | Zona da foz do canal de Azambuja até Vila Franca de Xira. | [Estimativa do custo de execução de obras: a( Criação do leito de estiagem; b) Construção de novos diques; c) Construção de esporões, barragens, defesas marginais, enrocamentos e plantações; d) Limpeza e regulação de afluentes; e) Refôrço de obras existentes. | Conclusão.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capa apresenta picos de acidez e mancha desvanecida de humidade à cabeça.
Raro.
Com interesse histórico e técnico.
40€

24 julho, 2020

COELHO, Alfredo S. Baptista - ESTUDOS SOBRE O GÉNERO FALCO. I. O falcão tagarote, Falco pelegrinóides Temminck. [Por]... da Sociedade Portuguesa de Ornitologia... Porto, Imprensa Portuguesa, 1971. In-4.º (23 cm) de 6, [2] p. ; B.
1.ª edição independente.
Extracto do fascículo 3.º do volume I de Cyanopica : Boletim da Sociedade Portuguesa de Ornitologia.
Trabalho que faria parte de um plano mais alargado, no entanto apenas o presente estudo viria a ser publicado.
"Este primeiro trabalho de uma série dedicada ao género Falco tem por finalidade elucidar e corrigir um erro que desde 1879 se tem espalhado em Portugal, nomeadamente sobre a classificação do falcão Tagarote. [...]
Segundo uma recente publicação do «American Museum of Natural History» e da autoria do ornitólogo Charles Vaurie, o falcão Tagarote ou o antigo Falco barbarus está hoje classificado não como uma subespécie do peregrinus mas sim uma espécie diferente, o Falco pelegrinóides."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos. Contracapa com falha de papel na margem superior e inferior.
Raro.
A BNP dispõe de apenas um exemplar registado na sua base de dados.
Indisponível

23 julho, 2020

VIEIRA, Affonso Lopes - O ROMANCE DE AMADIS. Composto sobre o Amadis de Gaula de Lobeira. Por... [Prefácio de Carolina Michaëlis de Vasconcellos]. Lisboa, Sociedade Editora Portugal-Brasil, [1922]. In-8.º (17,5 cm) de XLI, [1], 216, [8] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Rara edição original de uma das mais conhecidas e apreciadas obras do autor que a dedica a seu pai: "Do pouco que fiz, creio que é isto o melhor: eis porque ofereço a quem, por sua ternura, de longe preparou as possibilidades de eu o fazer." Livro ilustrado com uma capitular, e duas bonitas gravuras em madeira - uma no início, e outra no final.
"Senhores, ouvide o romance de Amadis, o Namorado. Escreveu-o um velho trovador português, e depois um castelhano, trocando-lhe a língua e o jeito, da sua terra o levou. Mas já as mais nobres mentes de Espanha por nosso o dão.
Em Portugal tem a segunda pátria o espírito heróico e amoroso da Távola-Redonda.
E o conto é de amor fino e fiel, de português amor, rendido como êle é só.
Ao começar o romance de Amadis, invoco a memória do cavaleiro-poeta que o compôs, para que me alumie. Invoco o par para sempre enlaçado e vivo de Tristan e Iseu, que morreram de amor e dor ambos os dois.
E vós que amais com amor heróico e fiel, que amais o amor, ouvide a história como eu a senti."
(Excerto do Cap. I, Perion)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
30€

22 julho, 2020

BACELLAR, João - ALGUNS CASOS CRIMINAES : estudos antropológicos, psicológicos e sociaes. Por... Director da Cadeia Nacional de Lisboa. Lisboa, Oficinas Gráficas da Cadeia Nacional, 1922. In-8.º (22 cm) de [4], 247, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante estudo comportamental realizado com presos violentos da Cadeia Nacional de Lisboa, numa época em que as disciplinas em sub-título e a ideia de reabilitação davam os primeiros passos.
Obra de fôlego projectada para vários tomos, no entanto apenas este volume viria a ser publicado.
Livro ilustrado com quadros e tabelas estatísticas ao longo das páginas de texto.
"D'entre os inumeros condenados que anualmente dão entrada na Cadeia Nacional de Lisboa, destaca-se, pelo interesse scientifico que disperta, um certo numero de delinquentes que merecem ser estudados como tipos criminaes.
Nenhun d'esses delinquentes indica, é certo, à primeira observação, estigmas degenerativos que mostrem tratar-se de tipos criminaes classicos, embora a preversão que manifestam nos convença de que só por virtude de grandes anomalias podiam ser levados  á sua execução.
Não queremos dizer com isto que unicamente os individuos anormaes possas ser dotados de sentimentos de preversão, ou que só estes individuos possam ser arrastados a actos crueis na execução dos seus crimes. Seria isso uma super-afirmação da escola antropologica, de que não somos adepto por forma absoluta. O que pretendemos dizer, é que a perversão demonstrada por esses delinquentes está tão longe das formas ordinarias da nossa criminalidade, que constitue um tipo anormal, digno de comparação e analise com alguns tipos já classificados pela moderna criminologia. São casos curiosos da criminalidade portuguesa, dignos de serem estudados, sob o ponto de vista antropologico, psicologico e social."
(Excerto de Cap. I, Preâmbulo)
Índice:
Capítulo I: [Preâmbulo.] - Estado Civil. - Profissão. - Naturalidade e Domicilio. - Factor Económico. - Instrução. - Educação. - Idade. - A Civilisação. - Hereditariedade. - Imitação e Contágio. - Alcoolismo. | Capítulo II. - Sistema Reformatorio.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capa apresenta falha de papel no canto inferior esquerdo.
Raro.
Com interesse histórico e criminal.
Indisponível

21 julho, 2020

OLIVEIRA, J. G. - O FEITICEIRO DA ÉPOCA OU OS SEGREDOS DA PRESTIDIGITAÇÃO. Por... Prestidigitador. Nova Edição. Lisboa, Impresso na Minerva - L. de S. Domingos, 1903. In-8.º (16 cm) de 32 p. ; mto il. ; B.
Livrinho ilustrado com numerosas gravuras ao longo do texto.
"Tem-se publicado muitos livros d'este genero bastante volumosos, mas pouco esplicitos, devido talvez á falta de pratica, porque ha autores de livros de prestidigitação que não são conhecidos como prestidigitadores, e para se publicar um livro d'este genero é preciso conhecer minuciosamente os segredos e os meios a empregar, para o bom exito de qualquer sorte.
Ha 30 annos que exerço a profissão de prestidigitador, tendo trabalhado em numerosos theatros e salas, tanto em Portugal como no estrangeiro.
Este pequeno livro explica claramente muitas sortes de bello effeito e faceis de executar."
(Excerto da introdução, Aos meus leitores)
"O prestidigitador Oliveira, o mais antigo e o mais pratico dos actuaes prestidigitadores portuguezes, dá lições de prestidigitação e phisica recreativa, e vende todos os utensilios precisos para a execução de todas as sortes, encarregando-se de fabricar os que não tenha feitos."
(Retirado do verso da contracapa)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel.
Raro.
Sem registo na BNP, ou qualquer outra fonte bibliográfica, esta ou outra edição.
Indisponível

20 julho, 2020

VITAL, Prof. Doutor Fezas - HIERARQUIA DAS FONTES DE DIREITO. Dissertação do... pronunciada na sessão de abertura do ano judicial em 11 de Janeiro de 1943. Lisboa, [Revista da Ordem dos Advogados], 1944. In-4.º (23,5 cm) de 30, [2] p. ; B. Separata da «Revista da Ordem dos Advogados», Ano 3.º, N.os 1 e 2
1.ª edição independente.
Opúsculo muito valorizado pela dedicatória do autor ao Doutor Manuel Rodrigues Júnior, Ministro da Justiça.
"Todos os problemas jurídicos fundamentais assumem aspectos e recebem soluções diversas, consoante a noção de direito de que partimos.
Será direito tudo aquilo que o Estado, pelos orgãos competentes, quere que seja, isto é, tôdas, e sòmente, as regras, as normas que o Estado edita e coercivamente impõe ou, pelo menos, reconhece e de qualquer maneira sanciona?
Acima dêste - do direito positivo - e servindo-lhe de padrão, não haverá, pelo contrário, outro direito, alicerçado na natureza humana, ou seja no que de substancial, de permanente, de homogéneo existe na natureza racional e e social do homem, direito constituído por um número restricto de princípios, mas, em compensação, imutáveis e eternos, devendo dizer-se anti-jurídicas e, como tais, inválidas, as leis que os contradigam?"
(Excerto de Noção de Direito e Hierarquia das Fontes)
Matérias:
Noção de Direito e Hierarquia das Fontes. | Noção Constitucional de Direito: Direito Supra-Constitucional e Direito Supra-Legislativo. | Fontes Sub-Constitucionais. | Direito Estadual, Direito Autárquico e Direito Corporativo. | Leis e Decretos-Leis. | Decretos Regulamentares Executivos. | Decretos Regulamentares Autónomos ou Independentes. | Portarias e Despachos Regulamentares. | Assentos do S. T. J. | Regulamentos Administrativos Locais e Posturas. | Regulamentos Corporativos, Acôrdos Inter-Corporativos e Convenções Colectivas de Trabalho. | Regulamentos Dimanados de Organismos de Coordenação Económica. | Sentenças Colectivas dos Tribunais de Trabalho. | Deliberações do Conselho Corporativo. | Defesa Jurisdicional da Hierarquia das Fontes de Direito. | Conclusão.
Exemplar em brochura bem conservado.
Invulgar.
Sem registo na BNP.
Indisponível

19 julho, 2020

DEFEURS, Dr. Luiz Gomes -  A DESFLORAÇÃO E VIOLAÇÃO DAS DONZELLAS. Artigos scientificos e elucidativos, sobre os mais extraordinarios phenomenos da raça humana, taes como: Virgindade, Castidade, Violencias, Estupros, Atentados contra o pudor. Pelo... E penalidades correspondentes, insertas no Codigo Penal ainda em vigor no Governo da republica Portugueza. Livro Sexual-Scientifico. Lisboa : Rio de Janeiro, Empreza Litteraria Universal, [191-]. In-8.º (19,5 cm) de 96 p. ; B.
1.ª edição.
Curioso ensaio sobre a violação e desfloração, ilustrado com histórias e exemplos - os mais absurdos - compilados pelo autor, que de certo modo reflete o pensamento da época.
"Uma das opiniões divulgadas em todos os tempos da humanidade é que, a castidade, é uma das virtudes mais apreciadas e - para o homem - representa o cumulo da perfeição.
O acto da geração, está ligado, na maior parte dos homens, a uma funcção bruta e puramente animal que tende a degradar a nossa especie, e a collocar-nos a par dos irracionaes sem instinctos que os levem a gráo superior á maternidade.
Em quasi todas as regiões consagradas á pureza do corpo, exigem o sacrificio das voluptuosidades corporaes."
(Excerto do Cap. II)
"O clitoris é a séde exclusiva do sentido e do spasmo genesico da mulher.
Analogo ao penis do homem entra em erecção como este orgão, e como elle tambem, murcha após o espasmo realisado. [...]
Quando o aparelho negativo não está desperto, quer pela necessidade natural, quer por um estimulo artificial, ou quando acaba de passar pelo spasmo genesico, todos os orgãos que o constituem estão molles e flacidos, constituindo apenas um todo de mucosas confrangidas e inconscientes.
Todo o contacto directo, ainda mesmo o do clitoris, toda a tentaiva de coito, produz n'elle uma sensação desagradavel, uma repulsão instintiva, um sentimento de desgosto e aversão.
Todo o homem e ainda principalmente todo o marido que, conhecendo-as, ousa contrarial-as, comette um attentado contra o pudor.
Toda a mulher que, sem amor, sem desejo, sem necessidade, provoca os instintos do homem, é uma prostituta.
Toda a esposa - não comprehendida - que serve passivamente de instrumento funccional a seu marido, é ao mesmo tempo santa e martyr; mas o marido não passa d'um egoista ou de um tôlo.
Todas estas explicações que a principio poderiam parecer descabidas e até fóra do assumpto de que tratamos, servem para demonstrar que a desvirgação nem sempre se déve a instancias do homem e á completa ignorancia da mulher.
Esta por sua parte, tem na sua constituição e organismo algumas partes sexuaes que a impelem para a desfloração, sem que de forma alguma seja possivel resistir-lhe
Nem sempre o homem é o culpado; a natureza quando ordena, exige ser obedecida."
(Excerto do Cap. III, Os instrumentos do amor experimental)
Matérias:
I - Breves explicações para a perfeita comprehensão do que se lhe ségue. II - A Virgindade e a Castidade. III - Os instrumentos do amor experimental. IV - Desfloração e Violação. V - Modo de co-habitar e ter geração. VI - O Codigo penal perante os crimes de Desfloramento e Violação. VII - Regras que devem observar-se na arte de amar. VIII - Observações sobre a violação - Parecer do Dr. Casper. IX - Observações do Dr. Fardieu. X - Attentados contra o pudor. XI - A violação no casamento. XIII - Hygiene phisica e moral do amor. XIII - A Fecundação da esposa. XIV - Deveres phisiologicos do marido. XV - A mulher não comprehendida e o marido enganado. XVI - A infibulação guarda da virgindade. XVII - Fisiologia e Higiene. Perigos e doenças, no homem, na mulher, provenientes da desfloração e violação, como do abuso dos prazeres do amor. Régras higienicas. XVIII - Alguns casos clinicos de violações e estupro e suas consequencias funestas. XIX - Penas impostas sobre os crimes de adulterio.
Exemplar em razoável estado de conservação, encontrando-se a capa em mau estado, com defeitos e falha de papel no canto inferior direito.
Raro.
Indisponível

18 julho, 2020

GOMES, J. Reis - HISTORIAS SIMPLES. Lisboa, Livraria Central de Gomes de Carvalho, editor, [Composto e impresso nas oficinas do jornal Heraldo da Madeira, Funchal], 1907. In-8.º (20,5 cm) de 214, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de contos interessantíssimos, sendo os principais Dois Irmãos e O retrato. A história de Charlatães é baseado na experiência e observações do autor, desde os tempos de estudante, que afirma: "d'entre as psychologias que formam typo, que se deixam marcar e definir, a do charlatão é, a nosso vêr, uma das mais pittorescas e interessantes".
"O velho Joaquim Figueira, proprietario d'um talho á Travessa dos Açougues, era considerado pelos seus freguezes e pela visinhança como um excentrico e um grande avarento.
Contava-se anecdotas ácerca da sua vida moldada em fórmas originaes, e citava-se ainda o typo da sua jaleca domingueira de briche côr de pinhão, com botões amarellos, gola alta e "banda", preta enrolando-se duas vezes sob o "punho do pescoço", molle, de ida e volta.
A cara toda escanhoada só permittia debaixo do queixo uma barbicha branca que não chegava á altura das orelhas. Nunca deixára o seu chapeu de seda de aba larga e nunca pozera de parte as suas calças d'alçapão, com uma liga preta a todo o comprimento.
Ao tempo, esta toilette constratava com os trajos de todos os outros da sua profissão, já modernisados, e até a propria cara conservava uma mascara antiga, rosada nas maçãs do rosto, constituindo o todo, um typo destacado, inconfundivel. De caracter sombrio o Joaquim Figueira, passava por honrado, mas não possuia um terno coração. Homem de boas contas, o ouro e fio da sua balança ficou na tradicção; mas conservára-se sempre frio e impassivel diante da miseria alheia. Só se lhe conhecera um amor na vida: a paixão pela mulher, uma verdadeira conquista que, dizia-se, tinha custado a vida a um rival, victima d'uma emboscada e morrendo tres dias depois a lançar sangue, ás golfadas, pela bocca."
(Excerto de Dois irmãos)
Indice:
I. Um cadaver. II. Dois irmãos. III. Côr de rosa. IV. Pela cheia do Natal. V. Charlatães. VI. No reino de Melchior. VII. O retrato.
João dos Reis Gomes (Funchal, 1869-1950). "Foi um oficial do exército, formado em engenharia, escritor, professor, ator, encenador, crítico e filósofo de arte tendo dedicado alguns dos seus escritos à música. Escreveu e publicou: O Teatro e o Actor, 1905; Histórias Simples, 1907; A Filha de Tristão das Damas, 1909; Monografias Industriais Peculiares à Madeira, na revista Serões de Lisboa, 1909-1910; Guiomar Teixeira, peça de teatro com estreia em 1912; Acústica Fisiológica, 1922; Forças Psíquicas, 1925; O Belo Natural e Artísticos, 1928; Através da França, Suiça e Itália, 1929; Três Capitais de Espanha, Burgos, Toledo e Sevilha, 1931; O Anel do Imperador (Napoleão e a Madeira), 1934; Natais, contos e narrativas, publicado em 1935; O Vinho da Madeira, como se Prepara um Néctar, 1937; Casas Madeirenses, um livro criado com o apoio do arquiteto Edmundo Tavares, 1937; De Bom Humor, 1942; Casos de Tecnologia, 1943; O Cavaleiro de Santa Catarina, 1947; A Lenda de Lorely, 1948; Através da Alemanha, 1949.
João dos Reis Gomes também colaborou com diversos periódicos de Lisboa como jornalista, entre os quais O Século, O Dia e Serões. Na imprensa Madeirense foi diretor no Heraldo da Madeira e “Diário da Madeira”."

(Fonte: https://recursosartisticos.madeira.gov.pt/index.php/projetos/d-musicos/biografia/189-gomes-joao-dos-reis)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e falhas de papel marginais. Lombada reforçada com fita branca. Sem f. anterrosto. Deve ser encadernado.
Raro.
Indisponível

17 julho, 2020

PINTO, Antonio José de Sousa - TRACTADO SOBRE A CREOSOTA E SUAS APPPLICAÇÕES EM MEDICINA E CIRURGIA. Acompanhado de algumas considerações ácerca da embalsamação dos Egypcios, por... , Fidalgo da Casa Real, Cavalleiro das Ordens de Christo, e Nossa Senhora da Conceição de Villa Viçoza... etc. Lisboa, Na Imprensa Nacional, 1838. In-8.º (21 cm) de [8], 46, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso ensaio sobre a Creosota, "líquido límpido de cor amarelada preparado a partir da madeira de faia ou de pinheiro e que integra diversas misturas desinfetantes, de acordo com a definição on-line da infopedia, e que o autor, na primeira parte do trabalho, socorrendo-se do parecer de diversos médicos, recomenda para o tratamento da dor de dentes, feridas, úlceras, 'cancros venereos', histeria, bronquite crónica, etc. A segunda parte do livro é dedicada à arte da mumificação e embalsamento, e os seus procedimentos, com utilização da creosota, igualmente interessante e curioso.
Inocêncio (T. VIII, pp. 215) desvaloriza o Tractado e acusa Sousa Pinto de plágio: "com quanto seu auctor pareça dal-o por original, nada mais é... que uma traducção mutilada ou rapsodia extrahida do livro de J. Rose Cormack”. [CORMACK, John Rose, Sir (1815-1882), A Treatise of the chimical, medicinal and physiological properties of Creosote... with some considerations on the embalment of the egyptians, Edinburgh, 1836.].
"Depois da descoberta da Creosota a sua historia tem feito grandes progressos pelos factos importantes, que a tem enriquecido, ainda que carece de ulteriores investigações, para se determinarem com mais exactidão os casos em que convém a sua applicação. O seguinte ensaio tem por objecto colligir todos os conhecimentos sobre este assumpto, que se achão dispersos nos Jornaes scientificos da Europa. [...]
Os outros objectos tractados neste Ensaio dizem respeito á Medicina, e Cirurgia."
(Excerto do Prefacio)
"Tendo tractado na primeira parte de tudo o que ha relativo á Creosota, julgamos de bastante interesse fallar da applicação dos Egypcios, porque é nossa opinião, que a arte admiravel com que preparavão as suas mumias aquelles primitivos povos, consistia em grande parte no emprego da Creosota, conservando por este modo por mais de 40 seculos os despojos mortaes dos seus Reis, e personagens mais consideraveis."
(Excerto de Da embalsamação dos Egypcios...)
Index:
Parte Primeira: I - Propriedades physicas, e chymicas da Creosota. II - Da Paraffina, Eupioneo, Picamaro, Capnomoro, e Pittacalo. III - Preparação da Creosota e suas adulterações. IV - Observações sobre a applicação da Creosota como agente therapeutico. V - A Creosota como principio anti-septico do Carvão da turfa. VI - Das substancias, cujas propriedades medicinaes parecem depender da Creosota.
Parte Segunda: I - Da embalsamação dos Egypcios e das virtudes medicinaes das mumias. II - Mumia humana, e mineral, mumia dos Arabes, Cedria..
Exemplar brochado, por aparar, em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com alguns orifícios de traça.
Raro.
A BNP dispõe de apenas um exemplar no seu acervo.
35€

16 julho, 2020

MONTEIRO, Arlindo Camillo - AMOR SÁFICO E SOCRÁTICO. Estudo Médico-Forense. [Para uso de letrados e bibliotecas]. [Lisboa], [Instituto de Medicina Legal de Lisboa]. Separata dos Arquivos do Instituto de Medicina Legal de Lisboa : Propriedade e Edição do Autor, 1922. In-4.º (26 cm) de [4], 552 p. ; [1] f. desdob. ; [3] f. il. ; il. ; E.
1.ª edição.
Colaboração artística de Anjos Teixeira.
Importante trabalho sobre a homossexualidade, dos primeiros com cariz científico que se publicou entre nós.
Ilustrado no texto com desenhos esquemáticos, e com 3 estampas separadas do texto impressas sobre papel couché: A lascívia socrática na antiga Roma; Em França - páginas de L'Assiette au Beurre (1909); Em Portugal - páginas de O Antonio Maria (1881) e Pontos nos ii (1885), ambos com caricaturas de Bordalo Pinheiro.
Inclui ainda um desdobrável estatístico: Índice das pessoas delatas (desde 1553 a 1587?) pelo crime de sodomia, do mês de Janeiro em diante, as quais estão em um livro intitulado O Antigo Nefando, e no Index dos processos despachados antes do perdão geral e em vários livros.
Tiragem limitada a 500 exemplares. O presente leva o n.º 264.
"Apesar de tão antigos como a própria humanidade, os desvios aberrativos da vida sexual, expandindo-se sob o influxo variável das civilizações entre os diferentes povos, desde remotos tempos consagrados ou condenados pelas leis e costumes, só a partir dos meados do século XIX começaram a ser encarados através do prisma límpido e frio do rigoroso critério scientífico.
Erigindo-se sôbre pertinaz e acurada pesquisa e observação de factos, dia a dia acumulados, interpretações e teorias, pouco a pouco se organizou a sciência sexual que, recentemente, grangeando foros de tal magnitude, se expande com desenvoltura dividida nos seus privativos ramos de especialização. [...]
Fazer a história desta anomalia sexual através dos séculos, indo surpreender ab ovo o pendor da humanidade para tal desvio, ou perscrutar na senda do passado a causa determinante de tal aberração, tão arrojada emprêsa não cabe dentro dos estreitos moldes desta tentativa.
No entanto, contentar-me-hei em citar alguns exemplos comprovativos de quanto ela é freqùente e como se perpetua arreigada nas tradições  e evolução da espécie humana.
Parece aceite pelo consenso unânime dos tratadistas que transpondo as múltiplas balizas reais ou de convenção, foi e continua a ser de todos os tempos e lugares."
(Excerto de A Sciência sexual)
Índice:
Palavras  prévias. | Primeira Parte: Capítulo I - A Sciência sexual. O homo-sexualismo. Seus principais investigadores na Alemanha e Áustria, França, Rússia, Inglaterra e Itália. Freqùência da homo-sexualidade. Conceito de Platão sôbre o amor anómalo. Na Grécia. Capítulo II - O amor órfico e sáfico entre os romanos. Capítulo III - Homo-sexualidade entre os egípcios, celtas e persas. Do paganismo ao cristianismo. Na Itália. Capítulo IV - A França. Capítulo V - Na Inglaterra, Alemanha, Áustria-Hungria, Rússia e noutros países. No Oriente. Capítulo VI - Na América, Austrália e África. Capítulo VII - Na península ibérica - Espanha. Capítulo VIII - Portugal. Capítulo IX - Portugal no século XVI. Capítulo X - Portugal nos séculos XVII e XVIII até à actualidade. Segunda Parte: Capítulo I - A nomenclatura das sciências sexuais. Estudo crítico. Terminologia proposta pelo autor. Capítulo II - A homo-sexualidade masculina. Capítulo III - A homo-sexualidade feminina. Capítulo IV - Uranismo complexo, bi-sexualidade e pseudo-homo-sexualidade. Capítulo V - A homo-sexualidade e a Psiquiatria. Capítulo VI - Teorias sôbre a homo-sexualidade. Capítulo VII - A homo-sexualidade e a terapêutica. Capítulo VIII - Profilaxia e diagnóstico médico-legal. Capítulo IX - Legislação. | Apêndice. | Advertência e Erratas. | Índice.
Encadernação coeva em meia de pele com nervuras e ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
125€

15 julho, 2020

AVILLEZ, D. Jorge Frederico d' - CAÇA DE ARRIBAÇÃO (sua vida). CÃES DE PARAR (suas origens). [Por]... (Visconde de Reguengo). [Prefácio de Carlos Alberto Pinto]. [S.l.], [s.n. - Composto e imp. nas Oficinas Gráficas Manuel A. Pacheco, Lda], 1961. In-8.º (18,5 cm) de 143, [5] p. ; [12] f. il. ; B.
1.ª edição.
Interessante monografia sobre espécies de arribação e as raças de cães adequadas a este tipo de caça.
Ilustrada com 12 bonitas estampas, impressas sobre papel couché, reproduzindo cada um dos representantes da raça canina tratada no livro.
"É pobre, mesmo muito pobre, a bibliografia nacional sobre motivos cinegéticos. O ramo, como fonte de receita, não apresenta quaisquer perspectivas de fartas rendas para os livreiros, nem compensa o autor das canseiras e dos gastos com a edição paga do seu bolso. [...]
Quase tudo quanto existe, em Portugal, sobre caça, vem-nos do estrangeiro. Falta-lhe aquele cunho das nossas coisas, sentidas e vistas à luz da nossa sensibilidade específica, falta-lhe aquela atmosfera das nossas terras e das nossas gentes.
Ao mesmo tempo, outra grave falta se nota na literatura venatória portuguesa - a quase completa ausência de escritos de carácter científico sobre as espécies cinegéticas existentes no nosso país. [...]
Essa tarefa a que o Visconde do Reguengo meteu ombros, oferecendo aos caçadores portugueses uma descrição curiosa e sugestiva de algumas das melhores raças de cães de caça e da vida e hábitos de três das mais emotivas espécies com que contam os devotos de Santo Huberto no nosso País: a narceja, a galinhola e a codorniz."
(Excerto do prefácio)
Índice: [Prefácio]. Caça de arribação: Narcejas; Codornizes; Galinholas. Cães de parar: Pointer; Setter Inglês; Setter Negro e Fogo; Setter Escocês; Braque Francês; BraqueSaint-Germain; Braque Bourboun; Braque Italiano; Braque Alemão; Braque de Wurtemberg; Épagneul Breton; Épagneul Alemão.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Indisponível

14 julho, 2020

REFLEXÕES SOBRE O PARTIDO APOSTOLICO EM PORTUGAL. Escriptas em Lisboa no anno de 1828, por * * * [S.l.], [s.n.], [1828?]. In-8.º (21,5 cm) de 44 p. ; B.
1.ª edição.
Obra anónima, espécie de cartilha liberal, publicada num período conturbado e de grande efervescência nacional.
O autor acusa o partido miguelista e algumas das suas figuras mais conhecidas de invectivarem e ameaçarem D. Pedro, desconsiderando-o por ser "estrangeiro". Trata-se de um conjunto de reflexões sobre a problemática da sucessão ao trono português, por morte de D. João VI, sendo o autor claramente contra a causa de D. Miguel e a favor da legitimação de seu irmão ao trono, enumerando as razões pelas quais assim deverá ser.
"A natural ignorancia do genero humano e a adquirida perversidade de grande parte delle, envenena de tal sorte os bens do estado social, que o homem justo, o homem illustrado vacilla, e muitas vezes preferiria o estado natural; ali, sem ideas de virtude ou crime, serião os homens, moralmente falando, ou todos bons ou todos máos, e só a força fizica graduaria o seu melhor ou peor modo de passar a vida: não acontece assim no estado social, aonde o homem se acha ligado pela complicadissima cadea do moral; criarão-se ideas de virtude e crime, estabelecerão-se direitos e obrigações; e posto que a applicação destas ideas tenha diversificado em tempo ou em lugares, todavia do espirito de todas as instituições sociaes se formou um sistema de moral universal, pelo qual temos, que a virtude é aquella acção da qual resulta bem á especie humana, e que o homem, não fazendo ao seu semelhante o mal que não quer para si, é homem virtuoso; e necessariamente criminoso, o que obbra em sentido contrario: Destes principios nasce a Justiça, cuja manutenção é a primeira obrigação de um governo; só o governo que tiver por baze a justiça será virtuoso, e dará com a protecção dos direitos do homem, o nome de patria á terra onde nascemos; só este governo terá direito para fazer observar os deveres convencionados dos cidadãos, e estes serão tanto mais virtuosos, quanto mais prestarem á republica, com o exemplo de seus costumes, com a pena, a charrua, o leme, o tear ou a espada. [...]
Os patriotas e os cidadãos pacificos exultaram á vista da Carta Constitucional da Monarquia Portugueza, poisque, decretada e dada legitimamente, e concebida de modo que favorecia todos os partidos, parecia deverião fraternalmente unir-se em roda do throno, e mutuamente concorrer para salvar a Patria, aproveitando esta rara dadiva real; porem que politica, que prudencia, que leis, que mocarcha póde conter as demagogicas pertenções do partido apostolico?
O Sñr. D. Pedro IV., jurado e obedecido unanimemente, como natural e legitimo Rei de Portugal, apenas decreta uma Carta Constitucional para regimen dos Portuguezes, logo é tratado pelo partido apostolico como estrangeiro e intruso!
Os mesmos patricidas, que levantaram a guerra civil em 1823, os que attentaram contra a vida do Sr. D. João VI. em 1824, são os mesmos que de novo conspirão contra a paz publica; é o Marques de Chaves que solta o brado terrivel - "Viva D. Miguel I., morra D. Pedro IV!""
(Excerto de Os Apostolicos em Portugal)
Matérias:
Os Apostolicos em Portugal [Preâmbulo]. | I - S. M. El Rei o Senhor D. Pedro IV, não é estrangeiro, e no acto da sua elevação ao Throno Portuguez não só satisfez, mas ampliou todos os juramentos ou protestos, que em tal caso se pretendam. II - Não existiram Cortes de Lamego, nem as chamadas Leis Fundamantaes, pelo menos é duvidosa a sua existencia. III - Quando se admitta a real existencia das ditas Leis Fundamentaes, feitas nas Cortes de Lamego, e que o Sr. D. Pedro é estrangeiro, prova-se pela natureza das Cortes em Portugal, o poder soberano dos Monarcas Portuguezes, que o Sr. D. Pedro entrou legitimamente na posse da Coroa de Portugal e Algarves, pelo falecimento do Sr. D. João VI. IV - Ao Smo. Sr. Infante D. Miguel não pertence a Coroa de Portugal e Algarves; a sua conducta é a melhor prova. V - Não é uma voz unanime que pede para Rei de Portugal o Smo. Sr. Infante D. Miguel.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Lombada reforçada. Capas frágeis com defeitos e falhas de papel.
Raro.
Com interesse histórico.
30€

13 julho, 2020

MATHEWS, Basil - A PERSPECTIVA DE VICTORIA. Por... Londres, R. Clay & Sons, Ltd., 1918. In-8.º (21,5 cm) de 16 p. (inc. capas)
1.ª edição.
Interessantíssimo opúsculo anti-germânico, publicado no último ano de guerra, clarificador do ponto de vista e intenção dos aliados em relação à contenda e à aniquilação da Alemanha, meio para evitar futuros confrontos de larga escala.
"Com a aproximação do quarto inverno de guerra e os seus inevitaveis e crescentes appellos á nossa firmeza, á nossa energia e força de vontade, de uma ou outra maneira não podemos deixar de nos dirigir a famosa pergunta de Ruskin: "Se geralmente fallando, estamos andando para a frente, e neste caso, para onde vamos?"
Sabemos que na resposta a essa pergunta se encerra tudo quanto para nós vale nesta vida, assim como para aquelles que vierem depois de nós."
(Preâmbulo)
"Só podemos saber "se estamos andando para a frente" se sabemos até onde podemos chegar. Qual é o nosso objectivo? Qual o porto dos nossos desejos?
Hoje o que sobretudo desejamos, é alcançar uma paz profunda, ampla e duradoura. Não nos limitamos a querer ver o termo desta guerra, embora cada vez o desejemos com mais intensidade, pois que os seus horrores augmentam e recrudesce a ceifa de preciosas vidas. Temol-as, tanto como a um pesadelo, umas treguas parodiando a paz; umas treguas que apenas serviriam de cortina por detraz da qual estivesse montando uma nova machina de guerra, mais abominavel ainda, para a destruição da vida de nossos filhos, como esta tem destruido a nossa. Tão pouco queremos uma paz que se arraste em moletas. O que procuramos, tem de ser muito mais digno dos sacrificios innominaveis que as nações teem feito e estão fazendo."
(Excerto do Cap. I)
Matérias:
[Preâmbulo]. | Cap. I. | Cap. II. | Cap. III. 1 - A guerra é um crime premeditado contra a humanidade; 2 - O jury mundial da humanidade deu por provado o crime dos poderes constituidos pela Allemanha; 3 - Os poderes constituidos pela Allemanha continuam ainda impenitentes. 4 - Por consequencia, esta machina militar prussiana tem de ser quebrada.. 5 - Temos poder para quebrar o militarismo prussiano; 6 - Determo-nos nestas alturas equivaleria ao nosso proprio suicidio; 7 - O complemento da tarefa da victoria, porá a liberdade, paz, justiça e segurança ao alcançe dos povos do universo, incluindo o das potencias centraes; 8 - Podemos e devemos proseguir com a lucta até alcançar a victoria.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas algo sujas.
Raro.
A BNP dispõe de apenas um exemplar, sem acesso, mas digitalizada.
25€
Reservado

12 julho, 2020

GRAINHA, M. Borges - A ACÇÃO DA MAÇ.. PORTUGUESA. Relator... Congresso Maç.. Nacional : Porto, Maio de 1914. These IV. Lisboa, Tipographia Bayard, 1913. In-8.º (21,5 cm) de 11, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Tese apresentada ao Congresso Maçónico por Manuel Borges Graínha, conhecido professor, republicano e maçon, acérrimo militante anti-clerical.
No presente trabalho, discorre sobre a acção da Maçonaria no passado e, numa conjuntura política favorável, após o advento da República, aponta o caminho para o futuro.
"O espirito da Maçonaria é o espirito da libertação, da solidariedade e do aperfeiçoamento social da humanidade.
Fazer que êste espirito influa na vida dos povos tem sido a sua acção no passado e deve sel-o também no futuro.

Em cada país, porém,a acção maçónica reveste formas diferentes na actividade que efectua para insuflar na sociedade êsse espirito de emancipação e solidariedade, pois diferentes são também os meios em que ela se exerce sob o influxo de elementos etnológicos e climatológicos diversos."
(Excerto de A acção da Maç.∙. Portuguesa)
Matérias:

A acção da Maç.. Portuguesa. | Qual foi a acção maçónica no passado da vida social portuguesa? 1.º Liberdade Religiosa; 2.º Liberdade Política; 3.º Libertação e aperfeiçoamento intelectual, moral e material. | Qual deve ser a acção maçónica no futuro da vida social portuguesa? 1.º Liberdade Religiosa; 2.º Liberdade Política; 3.º Libertação e aperfeiçoamento intelectual, moral e material. | Conclusões.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Ligeiramente "enrugado" à cabeça por acção da humidade. Capa manchada.
Muito raro.
Com interesse histórico e maçónico.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Peça de colecção.
20€