PIMENTEL, Alberto – PORTUGAL DE CABELLEIRA. Pará, Livraria
Universal de Tavares Cardoso & C.ª, 1875. In-8.º (18 cm) de 248 p. ; B.
1.ª edição.
Interessante conjunto de contos e crónicas, com especial relevância para a que desenvolve o assunto que dá o título à obra - Barba e bigode.
"Na maior parte dos casos, a cabelleira esconde a velhice, não a velhice amollentada com dolorosos achaques, e indifferente ás alegrias do mundo, mas a que se sente ainda vivedoura, forte, crente, e continúa, com os olhos no futuro, a gloriosa serie de façanhas passadas. Portugal está exactamente n'estas condições. Tem a sua velhice de sete seculos, e portanto uma historia de setecentos annos. A sua cabelleira representa, como geralmente acontece, antiguidade, commettimentos realisados, aventuras bem succedidas, proezas levadas a cabo, e ao mesmo tempo denuncia que não está morto o coração; que o braço feito ás armas, como disse Camões, não se desnervou ainda; e que a epopea das suas conquistas e descobertas não é por emquanto o epitaphio inscripto sobre o tumulo d'um heroe. [...] Vamos simplesmente levantar uma ponta do chinó, e esmiuçar, com leveza que obste ao aborrecimento, as paginas de antigos usos, costumes, aventuras, tradições e chronicas."
(Excerto de Razão do titulo)
"Diz-se que o homem foi feito á similhança do seu Creador, mas o que é certo é que o homem, por orgulhoso ou versatil, se tem feito, desfeito, refeito e contrafeito muitas vezes, sem se prender com a tradição do livro santo, que lhe impunha o dever de conservar-se na primitiva feitura. [...]
Já em Roma até cêrca do anno 295 antes de Christo uzaste barba comprida, e desde essa epocha em diante escanhoaste o queixo, excepto se andavas de luto. És sacerdote? Pouco importa. O barro é o mesmo."
(Excerto de Barba e bigode)
Interessante conjunto de contos e crónicas, com especial relevância para a que desenvolve o assunto que dá o título à obra - Barba e bigode.
"Na maior parte dos casos, a cabelleira esconde a velhice, não a velhice amollentada com dolorosos achaques, e indifferente ás alegrias do mundo, mas a que se sente ainda vivedoura, forte, crente, e continúa, com os olhos no futuro, a gloriosa serie de façanhas passadas. Portugal está exactamente n'estas condições. Tem a sua velhice de sete seculos, e portanto uma historia de setecentos annos. A sua cabelleira representa, como geralmente acontece, antiguidade, commettimentos realisados, aventuras bem succedidas, proezas levadas a cabo, e ao mesmo tempo denuncia que não está morto o coração; que o braço feito ás armas, como disse Camões, não se desnervou ainda; e que a epopea das suas conquistas e descobertas não é por emquanto o epitaphio inscripto sobre o tumulo d'um heroe. [...] Vamos simplesmente levantar uma ponta do chinó, e esmiuçar, com leveza que obste ao aborrecimento, as paginas de antigos usos, costumes, aventuras, tradições e chronicas."
(Excerto de Razão do titulo)
"Diz-se que o homem foi feito á similhança do seu Creador, mas o que é certo é que o homem, por orgulhoso ou versatil, se tem feito, desfeito, refeito e contrafeito muitas vezes, sem se prender com a tradição do livro santo, que lhe impunha o dever de conservar-se na primitiva feitura. [...]
Já em Roma até cêrca do anno 295 antes de Christo uzaste barba comprida, e desde essa epocha em diante escanhoaste o queixo, excepto se andavas de luto. És sacerdote? Pouco importa. O barro é o mesmo."
(Excerto de Barba e bigode)
Indice:
I
– Barba e bigode. II – A dama da cutilada. III – O Terreiro do Paço. IV
– Os sinos d’Alpendurada. V – Rehabilitação do queijo por um documento
antigo. VI – Ha dois seculos e meio. VII – As freiras. VIII – A antiga
viação portugueza. IX – Um episodio da conquista de Lisboa. X – Como as
borboletas se queimam. XI – Tradicção Setubalense – O convento de Jesus.
XII – Tradicções antigas de Sant’Yago do Cacem. XIII – Um serão de
Bocage.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Lombada fendida, com pequenas falhas de papel.Muito invulgar.
Indisponível