24 novembro, 2015

TEIXEIRA, Alberto de Almeida - O GENERAL PEREIRA DE EÇA NO CUANHAMA. Pelo Tenente-Coronel... República Portuguesa : Ministério das Colónias. [Lisboa], Divisão de Publicações e Biblioteca : Agência Geral das Colónias, 1935. In-8.º (20,5cm) de 45, [3] p. ; [1] f. il. ; [1] planta ; B. Colecção Pelo Império, N.º 16
1.ª edição.
Ilustrada em separado com um retrato do General Pereira de Eça e uma planta desdobrável (23,5x32,5cm), Esboço da carta relativo ás operações no Sul de Angola em 1915.
"No distrito da Huíla chegou a haver em operações, incluindo algumas uniddes militares da Província, 5.800 homens de infantaria, uns 500 de cavalaria, 23 peças de tiro rápido e 24 metralhadoras. Um esfôrço militar como ali nunca se tinha feito.
Tal efectivo - de que se encontravam já em diversos pontos do planalto três batalhões de infantaria e um de marinha, dois esquadrões de cavalaria, duas batarias de metralhadoras e duas de artelharia de montanha e em Mossâmedes as doze restantes unidades - levou o general Pimenta de Castro, presidente do Govêrno, indo ao encontro do que já fôra proposto por Roçadas, então tenente-coronal, para a sua substituição no comando por oficial de maior patente, a convidar o general António Júlio da Costa Pereira de Eça, ilustre e enérgico chefe militar pertencente a uma geração já desaparecida, a assumir o comando de tôdas aquelas fôrças, que aceitou tão espinhosa missão e embarcou para Angola, nomeado também governador geral, em 5 de Março de 1915.
O general Pereira de Eça, oriundo da arma de artelharia, onde deixara justo renome, evidenciou desde os postos subalternos as altas capacidades militares que nesta campanha exuberantemente manifestou.
Um tanto duro e autoritário, rígido como então era, na interpretação dos regulamentos que impunham uma disciplina passiva, transformou-se e integrou-se na evolução que a época foi exigindo, apreendendo a importância dos factores psicológicos e a influência da alma da raça na guerra moderna, por ser da alma que dimana a virtude hereditária que é o patriotismo.
Conseguia, assim, dos seus subordinados, uma disciplina consciente: fazendo-se obedecer sem hesitação e respeitar com dedicação.
Chefe calmo e tenaz, confiante de si, cônscio das ordens que dava, não temendo as responsabilidades, dominava pela sua firmeza e espírito de justiça, polarizando as vontades dos que debaixo de suas ordens serviam.
De máscara severa, donde ressudava decisão e energia, e que «pela figura sêca e hirta fazia lembrar um vizo-rei da Índia» - como escreveu Gastão de Sousa Dias numa das interessantes crónicas da África Portentosa - o velho general - o general de Aço, assim designado pelos soldadaos, - foi o chefe à altura da grave missão que lhe confiaram."
(excerto da 1.ª parte do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Possui sublinhados a anotações a lápis no texto.
Invulgar.
Com interesse histórico.
10€

Sem comentários:

Enviar um comentário