07 novembro, 2015

BEIRÃO, Sarah - PELA PAZ. Conferencia pronunciada no Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas num sarau comemorativo da paz. Lisboa, Composto e impresso na Sociedade Industrial de Tipografia, L.da, 1934. In-4.º (23cm) de 14, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante conferência. Exemplificando com episódios e estatísticas da Grande Guerra, a autora exorta à paz. Parte do opúsculo é dedicado à comovente história de uma jovem que vê partir para França o marido, e o que se seguiu, circunstâncias acompanhadas e testemunhadas pela autora.
"A assolação da última guerra, reduzindo a poeira cidades florescentes, mostrando-nos o quadro desolador de bosques imensos, erguendo ao céu num doloroso anseio, os fragmentos mutilados de uma beleza extinta, os templos arrazados, em que as magnificiências da arte, tombaram ao estalar dos canhões, a terra juncada de cadáveres de moços para os quais a vida se entreabrira apenas, apontando-lhes a realização de ardentes sonhos, tudo isso pouco é perante a guerra de àmanhã, sumindo tudo no nada, sem que uma esperança subsista. [...]
Não se esquecerá, jámais, a luta que escureceu a terra, como se o sol desaparecesse no espaço, após êsse formidável desastre em que sucumbiram 9:743.914 criaturas, em que 20:927.458 foram feridas, em que 10:000.000 ficaram inválidas e em que 3:000.000 desapareceram.
Segundo um cálculo de Carlos Devinga, a população nos 10 estados europeus diminui 35 milhões...
Para quê esta carnificina atroz?"
(excerto do texto)
Sarah de Vasconcelos Carvalho Beirão (1880-1974). "Natural de Tábua. Foi escritora, jornalista, defensora dos direitos das mulheres e da igualdade entre géneros. Dedicou-se a diversas causas a favor dos mais desfavorecidos. Fundou o Lar Sara Beirão e a Casa da Criança Sara Beirão, no concelho de Oliveira do Hospital. A Fundação Sarah Beirão / Comendador António Costa Carvalho (marido da escritora), em Tábua, é actualmente uma instituição de solidariedade social. Distinguiu-se no meio cultural e político português entre 1930 e 1940. Escreveu sobretudo ficção, tanto para adultos como para crianças. Foi colaboradora dos jornais Primeiro de Janeiro, Diário de Notícias, Diário de Lisboa e da Revista Municipal da CML. Da sua obra publicada em volume são de destacar Serões da Beira (1929), Amores no Campo (1931), Os Fidalgos da Torre (1936), Surpresa Bendita (1941), Alvorada (1943) e Manuel vai correr mundo. Foi vice-presidente do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, organização de mulheres, dedicada à defesa dos direitos sociais e políticos das mulheres."
(Fonte: http://comjeitoearte.blogspot.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Raro.
Indisponível

Sem comentários:

Enviar um comentário