ARANHA, Brito - ESBOÇOS E RECORDAÇÕES. Por... Lisboa, Typographia Universal de Thomaz Quintino Antunes, Impressor da Casa Real, 1875. In-8.º (18cm) de 229, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Muito valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
Curiosa colecção de crónicas históricas e etnográficas. Inclui apontamentos biográficos de Luís Augusto Rebelo da Silva, Almirante Celestino Soares e o Patrão Lopes.
Muito valorizada pela dedicatória autógrafa do autor ao Conselheiro José Silvestre Ribeiro (1807-1891), convicto liberal, respeitado político e historiador, a quem Brito Aranha dedica o capítulo IX deste seu livro.
"Está ainda vivo!
Conta uns 76 annos, pois nasceu em 1799, e felizmente ainda todos o vêem são e robusto [...]
Desde que sulcou, por primeira vez, o oceano, em um barquinho de pesca, Joaquim Lopes, [O Patrão Lopes], sentiu-se grande no rugir das vagas; conheceu a necessidade de as dominar e dominou-as. Podiam ellas erguer-se espumantes, alterosas, ameaçadoras, com todo o horrendo aspecto das barathros insondaveis: Joaquim Lopes passaria incolume, com a maxima confiança em Deus e em si, com o riso escranecedor dos que teem certo o thriumpho, affrontaria o perigo e as ondas haviam de obedecer-lhe - recuariam ante o seu atrevimento. E não se enganava.
Elle tem restituido paes aos filhos, filhos aos paes, maridos ás esposas: entregando emfim muitos chefes de familia ao seio de suas casas, arrancando-os á voragem do oceano.
Nomeado com o assentimento e o applauso unanime dos seus companheiros de trabalhos e perigos, patrão da falúa do Bugio, de que era remador havia treze annos, e depois mestre do salvavidas, de Paço-de-Arcos, Joaquim Lopes, desde 1830, tem visto a morte diante de si dezenas de vezes, mas nunca deixou de sair vitorioso da tremenda lucta, nem deixou de dar a vida áquelles aos quaes se propunha salvar do abysmo."
(excerto de Patrão Joaquim Lopes)
Matérias:
Pedro Venceslau de Brito Aranha (1833-1914). "Nasceu em 1833. Aos 16 anos começou a trabalhar como aprendiz de tipógrafo. Mais tarde, devido ao seu cariz autodidacta, alcançou uma cultura acima da média. Colaborou nos mais diversos jornais e revistas. Foi escritor, jornalista e bibliógrafo português, continuador do trabalho de Inocêncio na produção do Dicionário Bibliográfico Português. Foi membro da Sociedade de Geografia de Lisboa e sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa, para o qual foi eleito em 1 de Julho de 1886. As obras mais significativas de Brito Aranha são as seguintes: Leituras Populares, Instrutivas e Morais (1872); A Marinha Grande (1870); Memorias Histórico-Estatísticas de Algumas Vilas e Povoações de Portugal (1871); A Obra Monumental de Luís de Camões (1886); Subsídios para a História do Jornalismo nas Províncias Ultramarinas Portuguesas (1875); Nota Acerca das Invasões Francesas em Portugal (1909). Brito Aranha morreu em 1914."
(Fonte: teoriadojornalismo.ufp.edu.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Muito invulgar.
25€
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