1.ª edição.
"Naquele antiqüíssimo tempo em que os animais falavam, mas ainda não esccreviam, ouviam-se e escutavam-se entre nós certos rifões muito pedagógicos, de entre os quais me ocorrem os seguintes: De pequenino se torce o pepino. Sofrer por saber, e trabalhar para ter. A arte é difícil. Usa, serás mestre. Aprende por arte, e irás por diante. Quem muito dorme pouco aprende, e outros assim. Outros assim, e outros de tipo e sentido contrário, que mostram a existência da corrente de cabulice, de facilidade, de atabalhoamento, de improvisação, de incompetência inconsciente e de ignorância atrevida, que veio a sintetizar-se em língua portuguesa naquele aforismo que em nenhuma outra existe correspondente: O saber não ocupa lugar."
(excerto do texto)
Agostinho de Campos (1870-1944). “Escritor, jornalista,
pedagogo e político português, Agostinho Celso Azevedo de Campos, nasceu a 14
de fevereiro de 1870, no Porto. De uma família de pequena burguesia comercial
do Porto, formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, em 1892,
retendo-se brevemente na advocacia e na magistratura, carreiras que não o
interessavam, levando-o então a optar pela docência. Entre 1893 e 1894, ensinou
língua e cultura portuguesas em Hamburgo (Alemanha), altura em que iniciou a
sua colaboração jornalística nos jornais O
Primeiro de janeiro e Novidades.
Em 1895, quando regressou a Portugal, continuou a publicar artigos sobre
literatura, política, pedagogia e linguística em diversos órgãos de imprensa,
como n'O Comércio do Porto, no Diário de Notícias e n'O Diário Ilustrado, órgão oficioso do
Partido Regenerador Liberal, nos Cadernos
de Pedagogia, no Boletim do Instituto
de Orientação Profissional, entre outros e também em jornais e revistas
estrangeiras. A par com a carreira de jornalista, exerceu simultaneamente o
cargo de professor de Alemão no Liceu Central de Lisboa, na Casa Pia, no Liceu
Pedro Nunes, no Instituto Superior do Comércio e nas Faculdades de Letras das
Universidades de Coimbra (1933-1938) e de Lisboa (1938-1941), jubilando-se
nesta última, em 1940. Entre 1906 e 1910, Agostinho de Campos foi diretor-geral
da Instrução Pública. Conferencista e membro da Academia das Ciências de
Lisboa, o pedagogo publicou várias obras das quais se destacam: Analfabetismo e Educação (1903), Educação e Ensino (1911), Casa de Pais, Escola de Filhos (1916), O Homem Lobo do Homem: Comentário Leve da
Grande Guerra (1921), Latinos e
Germanos (1923), Ler e Tresler:
Apontamentos de Linguagem e Leitura (1924), Civismo e Política (1935), Língua
e Literatura (1939) e Língua e Má
Língua: graças da fala e nódoas da escrita (1944). Agostinho de Campos
faleceu a 24 de janeiro de 1944, em Lisboa.”
(Fonte: infopedia.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta selo de biblioteca na lombada, carimbo de posse e escritos desvanecidos no canto superior dto.
Invulgar.
10€
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