30 novembro, 2015

VIEIRA, Padre Conceição - ACERCA DO HYPNOTISMO. Lisboa, Typographia Lisbonense, 1888. In-8.º (22 cm) de 40 p. ; B.
1.ª edição.
Opúsculo crítico, sob o ponto de vista religioso, do hipnotismo, movimento tão em voga na época, tendo conquistado adeptos nos mais diversos quadrantes da sociedade portuguesa, inclusive na classe médica.
"Esse raros [jornais], que aqui se publicam [em Lisboa], certamente se occupam de muita coisa boa; mas parece que vivem já no ceu, sem attender ao assustador movimento, que por ahi lavra, devido ás repetidas exhibições do hypnotismo nos theatros e salões, que ameaça subverter tudo, sepultando nos em as ruinas inevitaveis, que advirão infallivelmente, se Deus não nos acode.
Pela minha parte, como não encontro uma folha [jornal], onde escreva as minhas apprehensões, o mais que posso fazer é publicar este pequeno folheto, de muito menor folego que os anteriores, onde deixe vincado o progresso do mal, devido especialmente a esta nova phase da acção diabolica; chamada - O Hypnotismo, verdadeiro laço em que os sabios, que fugiam do sobrenatural, e muito particularmente a classe medica, vem caindo como tordos, aos milhares.
Hoje já não são as scenas esplendorosas e mirabolantes do spiritismo, que, se a muitas classes agradavam pelo extraordinario das suas manifestações, a muitos incredulos tinham a respeitosa distancia.
Hoje não: hoje essas mesmas classes, vencidas pela apparencia honesta de - factos da sciencia; de leis a estudar, rendem-se á evidencia dos acontecimentos, tendo na conta de progresso scientifico, o que a mim me parece não é mais do que um ardil infernal. [...]
E com isto é claro que, referindo-me a todos os leitores, especialiso particularmente os sacerdotes e bons catholicos, para que espertem, e se subtraiam a si e suas familias de tão perigosos contactos; pois que elles, os hypnotisadores e hypnotisados, tocados da picada do scorpião, não cessam de empregar todos os meios de contaminar as familias catholicas, que ainda resistam, servindo-se de parentes, d'amigos, emfim de tudo.
Cautella; e vamos entrar em assumpto."
(excerto da introdução, Ao leitor)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas não são as originais, servindo apenas de protecção.
Raro.
Indisponível

29 novembro, 2015

PINTO, Julio Lourenço - MARGARIDA : scenas da vida contemporanea. Por... 2.ª edição. Porto, Typographia do Commercio do Porto, 1880. In-8.º (19cm) de VIII, 490, [2] P. ; E.
Margarida é um dos romances que integra a série naturalista Senas da vida contemporâna, e uma das obras mais apreciadas do autor. No prólogo, Júlio Lourenço Pinto faz um breve, mas muito interessante balanço literário da época - a corrente realista em oposição ao romantismo.
"O mez de abril tinha corrido chuvoso, pouco tivera de primavera, foi um inverno coberto de viçosas folhagens. O sol raiava a largos intervallos; nas alturas só de quando em quando luziam claros de céo, através de nuvens esfarrapadas, acossadas de um vento fresco; intercalava-se um ou outro dia sorridente; n'estes intervallos a passarinhada espanejava-se alegre, saltitava nos arvoredos que se iam afogando na espessura das folhagens de um verde fresco e vidrado, como uma porcellana."
(excerto do Cap. I)
Júlio Lourenço Pinto (1842-1907). "Bacharel em Direito Pela Universidade de Coimbra (1864), fez a sua estreia literária no Comércio do Porto, jornal em que publicou uma série de artigos, sob o título "Revistas semanais", e outra colaboração sobre diversos temas. Como ficcionista, foi autor dos romances "Margarida" (1880), "Vida Atribulada" (1880),"O Senhor Deputado" (1882), "O Homem Indispensável" (1883) e "O Bastardo" (1889), subordinados ao título genérico de Cenas da Vida Contemporânea, e do livro de contos "Esboços do Natural" (1885). A "Estética Naturalista" (1884) é a reunião dos artigos dados à estampa na "Revista de Estudos Livres" (1883-1887), terceiro e último órgão do movimento positivista português, editada em Lisboa por iniciativa de Teófilo Braga e Teixeira Bastos, que compartilharam a sua direcção com Sílvio Romero e outros dois intelectuais brasileiros. Com esta obra de teorização estética, Júlio Lourenço Pinto faz jus a que o seu nome figure na não muito numerosa galeria dos nossos doutrinadores literários."
(Fonte: wook.pt)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Indisponível

28 novembro, 2015

AMBRÓSIO, António - ALMADA NEGREIROS : africano. Lisboa, Editorial Estampa, 1979. In-8.º (18,5 cm) de 191, [1] p. ; [24] p. il. ; B. Colecção Polémica, N.º 22
1.ª edição.
Capa de Soares Rocha. Ilustração da capa: Retrato de Almada Negreiros - Desenho de João Abel Manta.
Polémico estudo, distribuído por 22 capítulos. Biografia familiar de Almada Negreiros. Ilustrada com fotografias de imóveis, retratos, fac-símiles, etc., impressos sobre papel couché em folhas separadas do texto.
"«É completamente impossível conhecer inteira uma árvore genealógica; o que pode é cada um possuí-la toda no seu carácter. A árvore genealógica não funciona como ciência. É mesmo o contrário de ciência: mistério! Um mistério que se espelha só em cada um de nós! Um verdadeiro mistério humano que ultrapassa a sociedade e a ciência, que respira apenas ar de Arte e Religião!»
Nome de Guerra, O. C., vol II, p. 7
Nestas palavras de Almada Negreiros encontramos, talvez, a chave da explicação para um dos maiores enigmas da sua obra. Referimos-nos ao facto de que, havendo dado, teoricamente, tanta importância à árvore genealógica, e sabendo-se de origem africana, e conhecendo pelo menos a sua próxima filiação, Almada Negreiros nunca tivesse, como artista, (poeta-pintor), nem sequer uma dedicatória, ou referência directa, aos seus pais - António Lobo de Almada Negreiros e Elvira Freire Sobral - à ilha de S. Tomé onde nasceu, à África e aos africanos."
(Apresentação)
José de Almada Negreiros (São Tomé , 1893 - Lisboa , 1970). "Desenhador, pintor, escritor, poeta, ensaísta, caricaturista, ilustrador, publicista, bailarino, cenógrafo e figurinista, o perfil plurifacetado de Almada Negreiros enriquece-se com a amplitude de direcções que a sua obra adoptou. Desde a sua aparição na Exposição Livre, de 1911, que a sua acção seria relevante como introdutor e agitador de ideias vanguardistas, artista de ruptura e depois classicista. Após participar na I Exposição dos Humoristas, de 1912, realiza em 1913 a sua primeira exposição individual e, quase em simultâneo, em 1914, inicia-se na escrita, protagonizando alguns dos melhores momentos da literatura portuguesa desta época. Com uma breve e desiludida passagem por Paris entre 1919–20, participa e promove muitos dos acontecimentos, publicações e exposições mais relevantes do período: primeiro as ligadas à introdução do Futurismo em 1916–17, como a exposição 5 Independentes de 1923, a decoração do café A Brasileira e do Bristol Club, o I Salão dos Independentes de 1930 e, a partir de 1941, algumas das Exposições de Arte Moderna. Em 1927 parte para Madrid onde permanece até 1932, estabelecendo relações com os arquitectos da Geração de 25 e com membros da Sociedade de Artistas Ibéricos, que lhe favoreceu exposições, decorações em edifícios públicos e uma intensa actividade no campo do desenho humorístico e da ilustração. De regresso a Lisboa abre novas frentes, em especial na área da decoração, desenvolvendo numerosos projectos de vitrais e pintura mural, entre os quais se destacam os painéis das Gares Marítimas de Alcântara (1943–1945) e Rocha de Conde de Óbidos (1946–1948). Percurso que se encerra com uma obra marcante da arte nacional, o grande painel inciso em pedra, intitulado Começar, para a sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa."
(Fonte: www.museuartecontemporanea.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Manuseado; capas apresentam vincos nos cantos.
Invulgar.
Indisponível

27 novembro, 2015

CIDADES, PORTOS E FRENTE DE ÁGUA - MEDITERRÂNEO. Revista de Estudos Pluridisciplinares sobre as Sociedades Mediterrânicas. N.os 10/11. Semestral. 1997. [Director: Moisés Espírito Santo]. Lisboa, Instituto Mediterrânico : Universidade Nova de Lisboa,[1998]. In-4º (24cm) de 242, [14] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Ilustrada com fotografias, desenhos, quadros, mapas e plantas a p.b.  nas folhas de texto e em página inteira.
Capa: Carlos Miguel. Porto de Lisboa. Fotografia cedida pela Administração do Porto de Lisboa.
Duplo número da revista Mediterrâneo, especialmente dedicado a Lisboa e à requalificação da frente ribeirinha da capital. Contém no final do livro três artigos de divulgação, não assinados: Lisbon – A modern port for a competitive region (texto em inglês); Porto de Setúbal – um porto com futuro; Sines. Encontram-se todos ilustrados com fotografias a p. b.
                                    ....................................
“As cidades portuárias constituem, provavelmente, o exemplo mais característico de cidades localizadas à “borda d’água”. É aqui que a água atinge toda a sua expressão, ao justificar a localização e existência do porto. […]
A história destas cidades está repleta de exemplos de maior afastamento ou aproximação em relação às sua frentes de água, embora os portos não sejam os únicos responsáveis por estas situações. Elas foram, também, influenciadas pela própria evolução do papel atribuído à água nas cidades e, não raras vezes, foram as próprias cidades que viraram as costas ao rio ou ao mar. […]
É esta importância da água como elemento de estruturação e de valorização urbana e dos espaços portuários como espaços privilegiados de mediação entre as cidades e a água que justifica a importância dada à reconversão dos antigos espaços portuários desafectados. […]
Foi a riqueza e a diversidade destas intervenções e a sua actualidade em Portugal, onde o exemplo digno de mais realce é a requalificação da frente ribeirinha de Lisboa e o interesse que esta temática tem suscitado entre investigadores técnicos e o próprio cidadão comum, que nos levou a dedicar este número da revista Mediterrâneo ao tema «Cidades, Portos e Frentes de Água».”
(excerto da Apresentação)
Índice.
Apresentação – João Figueira de Sousa.
Cidades, Portos e Frente de Água
- Contexto, cenário e impacto das operações de reconversão urbana em “frentes de água” – Luís Viegas, Miguel Branco, Nuno Grande.
- La reconquête des waterfronts: logiques et enjeux de la régnération urbaine – Claude Chaline e Teresa Vilan.
- Los Waterfronts de nuevo una prioridade urbanística – Joan Busquets.
- Breve síntese da Política Urbanística Municipal da zona ribeirinha de Lisboa, 1900-1995 – Teresa Craveiro.
- Uma estratégia para a gestão das Frentes Ribeirinhas do Porto de Lisboa – Natércia Rêgo Cabral.
- As “novas descobertas” marítimas da Metrópole de Lisboa – Alexandra Castro.
- A reconversão da Frente Urbano-Portuária de Setúbal – Processos, objectivos e soluções – João Figueira de Sousa e Ernesto Carneiro.
- La relazioni tra città e porto in Italia, nel quadro delle transformazioni delle aree di waterfront. I casi de Genova e Venezia – Rinio Bruttomesso.
- Waterfront revitalization in pos-industrial port cities of North America: a cultural approach – R. Timothy Sieber.
 - The New Waterfront: principles, perceptions and practice in the UK and Canada – Brian Hoyle.
- O projecto de Rive Seine Gauche: uma oportunidade perdida de uma zona ribeirinha em profunda reconversão urbana – Pedro Janarra.
- Kopes – Um porto e uma cidade no Mar Adriático – João Figueira de Sousa.
Notas/Opiniões
- História de uma campanha feliz (A luta contra o POZOR) – Miguel Sousa Tavares.
- Lisboa antes e depois do POZOR. A minha experiência ribeirinha – Miguel Correia.
- A reabilitação da Frente Ribeirinha de Lisboa – Alcino Soutinho.
- Cidades de água. A u-topia de Lisboa? – Vítor Matias Ferreira.
Exemplar com capas flexíveis em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

26 novembro, 2015

ZURARA, Gomes Eanes de - CRONICA DO DESCOBRIMENTO E CONQUISTA DA GUINÉ. Segundo o manuscrito da Biblioteca Nacional de Paris. Modernizada com notas, glossário e uma introdução de José de Bragança. [Porto], Livraria Civilização, Editora, [1937]. 2 vols in-8.º (19 cm) de [8], XLV, [3], 274, [2] p. e 312, [8] p. ; E. Col. Textos de História - N.º 3 e N.º 4
Reprodução de um documento histórico da maior relevância para a História dos Descobrimentos Portugueses. Das edições contemporâneas, esta é talvez a mais considerada.
O retrato do Infante D. Henrique do 1.º vol. é reprodução de um pormenor do célebre Políptico proveniente de S. Vicente de Fora, hoje exposto em dois trípticos no Museu Nacional de Arte Antiga. No 2.º vol. reproduz-se a iluminura do próprio Códice da «Crónica da Guiné», existente na Bib. Nacional de Paris.
"Faz agora um século, exactamente, que foi encontrado o manuscrito, perdido havia muito, da «Crónica da Guiné».
Foi em princípios de 1837. Achou-a, na Biblioteca de Paris, êsse fervoroso enamorado das belezas da nossa história que foi Ferdinand Denis. [...]
O aparecimento dêste texto veio trazer a confirmação circunstaciada da narrativa de João de Barros, na Primeira Década, sôbre aqueles primeiros descobrimentos, permitiu desfazer algumas mentiras de Cadamosto, que corriam havia mais de três séculos, e mostrar ao Mundo que o povo de navegadores que abrira ao comércio da Europa as longínquas paragens da desconhecida Etiópia, como então se dizia da Guiné, tinha também uma História coeva dos seus fastos marítimos.
Por outro lado, troxe-nos, em traços seguros, a visão da figura física do Infante D. Henrique, além de uma contribuição inestimável para ajuízarmos do período mais fecundo da sua vida e do seu vulto espiritual."
(Excerto da Introdução)
Gomes Eanes de Zurara (141/20-1473/4). "Cronista régio sob o reinado de D. Afonso V, nasceu após 1410 e morreu entre 1473 e 1474. A partir de 1454, substituiu Fernão Lopes nas funções de guarda-mor da torre do Tombo. A sua atividade literária como cronista, documentada desde 1450, ano em que termina a Crónica da Tomada de Ceuta, compreende ainda a Crónica do Infante D. Henrique ou Livro dos Feitos do Infante, denominada Crónica dos Feitos da Guiné, elaborada entre 1452 e 1453 e refundida pelo cronista após 1460; a Crónica de D. Pedro de Meneses, composta entre 1458 e 1464; e a Crónica de D. Duarte de Meneses, elaborada entre 1464 e 1468.
Desviando-se da orientação e visão do seu antecessor, Zurara não pôde ocupar-se da continuação de uma Crónica Geral do Reino, tendo acedido, após o termo da Crónica da Tomada de Ceuta, que constitui a 3.ª parte da Crónica de D. João I de Fernão Lopes, aos pedidos do soberano para redigir o encómio de personagens individualizadas da nobreza. O próprio relato da Crónica da Tomada de Ceuta combinaria já, ao longo do texto, a glorificação da campanha cavaleiresca dos infantes com o elogio focalizado de certos feitos de D. Henrique. Assim se prepara o terreno para o panegírico de D. Henrique como principal propulsor dos Descobrimentos na Crónica do Infante D. Henrique ou Livro dos Feitos do Infante ou Crónica dos Feitos da Guiné. O papel de cronista da nobreza culmina no relato que premeia os ideais cavaleirescos e a solidificação da conquista no Norte de África na narração da vida e feitos de armas de dois fiéis súbditos de D. Afonso V, a Crónica do Conde D. Pedro de Meneses, primeiro capitão de Ceuta, e a Crónica de D. Pedro de Meneses, seu filho, capitão e governador de Alcácer Ceguer. Tendo merecido a estima de D. Afonso V e do monarca recebendo vários benefícios, Zurara confere ao registo historiográfico um alcance ético-político, já que, na sua opinião, a composição de crónicas, exemplo para os vindouros, e a justificação do agradecimento do monarca aos servidores que se notabilizaram por "virtuosos trabalhos cavalleirosos" persegue duas finalidades: "A primeira em quanto amoesta aaquelles que veem e ouveem o memoriall das suas virtuosas obras. O quall çertamente he aquelle espelho, que Socrates gramde philosopho mandaua que os homêes mamçebos esguardassem a meude, por tall que os bõos feitos dos seus amteçessores fossem a elles proueitoso emsino (...). A segumda fim he porque sse os homêes semtissem que pollo falleçimento de sua uida, se acabaria toda sua remenbramça, çertamente nom sse poeriam a tam gramdes trabalhos e perigos [...]". A escrita de Zurara apresenta ainda a novidade de ser construída em grande medida sobre o presente. A missão de "daar comta, e razão das cousas, que pasam nos tempos de minha hydade, ou daquellas, que pasaram tam cerca, de que eu posso aver verdadeiro conhecimento...", segundo revela no primeiro capítulo da Crónica do Conde D. Pedro de Meneses, impõe um trabalho das fontes diverso do do seu antecessor, dada a escassez de registos manuscritos para eventos tão recentes. Daí se conclui que privilegie os testemunhos orais e mesmo a visita aos locais onde se desenrolaram os acontecimentos, como no caso da Crónica de D. Duarte de Meneses, para "tomar miudas e exatas informações do acontecido".
(Fonte: Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015.)
Encadernações em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Conservam as capas de brochura.
Exemplares em bom estado geral de conservação. Aparados. Lombada dos dois volumes apresentam acentuado desgaste à superfície.
Invulgar.
Indisponível

25 novembro, 2015

MACHADO, José Pedro - O NOME «BRASIL». Braga, Livraria Cruz, 1965. In-4.º (24cm) de 16 p. ; B. Colecção «Scientia Ivridica»
1.ª edição.
Muito valorizada pela dedicatória autógrafa do conhecido Professor à Sociedade de Língua Portuguesa.
Interessante estudo toponímico e etimológico sobre o nome "Brasil".
"Poucos topónimos relacionados com os descobrimentos e conquistas dos Portugueses terão desde cedo atraído tanto as atenções como Brasil. Os motivos desse interesse foram dois: o nome da terra e a origem da designação do produto que está na base do nome.
O primeiro resultou, como se sabe, da substituição de Vera Cruz, Terra de Vera Cruz, Terra (ou Província) de Santa Cruz ou só Santa Cruz, por Brasil, julgado mais curto, mais simples e, por outro lado, imposto pelo que deve ter sido a principal exploração nos primeiros anos da posse pelos Portugueses do território achado por Pedro Álvares Cabral."
(excerto do texto)
José Pedro Machado (1914-2005). "Professor, investigador, filólogo, arabista, dicionarista, foi membro de algumas das mais prestigiadas instituições culturais e científicas portuguesas e estrangeiras. Licenciado em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa e em Ciências Pedagógicas pela Universidade de Coimbra. Integrou a comissão encarregada da organização do Vocabulário da Academia de Ciências de Lisboa. Recebeu a medalha de mérito cultural do Ministério da Cultura, a medalha de ouro do município de Faro e, em 1996, foi distinguido pela Academia Portuguesa de História pelo seu mérito cultural e científico recebendo o cargo de Grande Oficial da Ordem de Instrução Pública."
(Fonte: wook.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Selo numerado na lombada. Carimbo da BLP nas f. rosto, anterrosto e algumas outras de texto.
Invulgar.
10€

24 novembro, 2015

TEIXEIRA, Alberto de Almeida - O GENERAL PEREIRA DE EÇA NO CUANHAMA. Pelo Tenente-Coronel... República Portuguesa : Ministério das Colónias. [Lisboa], Divisão de Publicações e Biblioteca : Agência Geral das Colónias, 1935. In-8.º (20,5cm) de 45, [3] p. ; [1] f. il. ; [1] planta ; B. Colecção Pelo Império, N.º 16
1.ª edição.
Ilustrada em separado com um retrato do General Pereira de Eça e uma planta desdobrável (23,5x32,5cm), Esboço da carta relativo ás operações no Sul de Angola em 1915.
"No distrito da Huíla chegou a haver em operações, incluindo algumas uniddes militares da Província, 5.800 homens de infantaria, uns 500 de cavalaria, 23 peças de tiro rápido e 24 metralhadoras. Um esfôrço militar como ali nunca se tinha feito.
Tal efectivo - de que se encontravam já em diversos pontos do planalto três batalhões de infantaria e um de marinha, dois esquadrões de cavalaria, duas batarias de metralhadoras e duas de artelharia de montanha e em Mossâmedes as doze restantes unidades - levou o general Pimenta de Castro, presidente do Govêrno, indo ao encontro do que já fôra proposto por Roçadas, então tenente-coronal, para a sua substituição no comando por oficial de maior patente, a convidar o general António Júlio da Costa Pereira de Eça, ilustre e enérgico chefe militar pertencente a uma geração já desaparecida, a assumir o comando de tôdas aquelas fôrças, que aceitou tão espinhosa missão e embarcou para Angola, nomeado também governador geral, em 5 de Março de 1915.
O general Pereira de Eça, oriundo da arma de artelharia, onde deixara justo renome, evidenciou desde os postos subalternos as altas capacidades militares que nesta campanha exuberantemente manifestou.
Um tanto duro e autoritário, rígido como então era, na interpretação dos regulamentos que impunham uma disciplina passiva, transformou-se e integrou-se na evolução que a época foi exigindo, apreendendo a importância dos factores psicológicos e a influência da alma da raça na guerra moderna, por ser da alma que dimana a virtude hereditária que é o patriotismo.
Conseguia, assim, dos seus subordinados, uma disciplina consciente: fazendo-se obedecer sem hesitação e respeitar com dedicação.
Chefe calmo e tenaz, confiante de si, cônscio das ordens que dava, não temendo as responsabilidades, dominava pela sua firmeza e espírito de justiça, polarizando as vontades dos que debaixo de suas ordens serviam.
De máscara severa, donde ressudava decisão e energia, e que «pela figura sêca e hirta fazia lembrar um vizo-rei da Índia» - como escreveu Gastão de Sousa Dias numa das interessantes crónicas da África Portentosa - o velho general - o general de Aço, assim designado pelos soldadaos, - foi o chefe à altura da grave missão que lhe confiaram."
(excerto da 1.ª parte do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Possui sublinhados a anotações a lápis no texto.
Invulgar.
Com interesse histórico.
10€

23 novembro, 2015

FERREIRA, Vergílio - APELO DA NOITE : romance (com um Posfácio do autor). Lisboa, Portugália Editora, 1963. In-8.º (19cm) de 258, [22] p. ; B.
1.ª edição.
Capa de João da Câmara Leme.
Apreciado romance de Vergílio Ferreira, o 4.º a ser publicado, após Aparição (1959), Cântico Final (1960) e Estrela Polar (1962). Concluído cerca de dez anos antes da sua publicação, "Apelo da Noite conserva a sua actualidade, para lá dos motivos acidentais sobre que foi construído. Retomando, com efeito, o conflito ideia-acção, que é sobretudo um conflito do nosso tempo, Apelo da Noite conta a história de um grupo de intelectuais no seu esforço para se salvarem em unidade, frente à necessidade de se adaptarem à verdade «prática de uma ideologia."
Vergílio António Ferreira (1916-1996). "Nasceu em Melo, Serra da Estrela, a 28 de janeiro de 1916, e faleceu em Lisboa, a 1 de Março de 1996. Frequentou o Seminário do Fundão (1926-1932) e licenciou-se em Filologia Clássica pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em 1940. A par do trabalho de escrita, foi professor de Português e de Latim em várias escolas do país, destacando-se o Liceu Camões em Lisboa. Inicialmente neo-realista, depressa Vergílio Ferreira se deixou influenciar pelos existencialistas franceses André Malraux e Jean-Paul Sartre, iniciando um caminho próprio a partir do romance Mudança (1949). É considerado um dos mais importantes romancistas portugueses do século XX, tendo ganho vários prémios, entre eles o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (ganho duas vezes, primeiro com o romance Até ao Fim e depois com o romance Na tua Face), o Prémio Femina na França com o romance Manhã Submersa e o Prémio Camões (1992)."
(Fonte: alfarrabio.di.uminho.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. rosto.
Invulgar.
Indisponível

22 novembro, 2015

BRAGA, Alberto - CONTOS D’ALDEIA. Porto, Imprensa Portugueza, 1880. In-8.º (18cm) de 202, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Conjunto de contos de cariz regional.
Contos:
– A guerra. – A volta das andorinhas. – A sésta do avô. – O gallo preto. – Está no ceo. – O retrato dos paes. – O sermão. – Ás cerejas. – O jantar de Natal. – Vinhos e aguas-ardentes. – As arrecadas da caseira. – O anacreonte de Candemil. – O abandono do moinho. – O sonho da noviça.
Alberto Leal Barradas Monteiro Braga (1851-1911). Jornalista e escritor português, natural do Porto. “Ao longo da sua carreira assinou diversas crónicas literárias em jornais portugueses e brasileiros. Como autor, escreveu peças de teatro e livros de contos sendo reconhecido pelo seu estilo directo e claro, pela sobriedade na escrita e pelo tom sentimental que imprimiu a algumas das suas obras. Desenvolveu peças teatrais com uma forte raiz romântica e com pendor naturalista. Foi autor de A Semana de Lisboa: suplemento do Jornal do Commercio (1893-1895). Foi colaborador em várias publicações periódicas, nomeadamente Brasil-Portugal (1899-1914), Illustração Portugueza (1903-1980), A Risota (1908) e Serões (1901-1911).”
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Lombada com defeitos.
Raro.
Edição original sem registo na BNP (Biblioteca Nacional).
25€

20 novembro, 2015

PORTUGAL. Emissão Comemorativa do Quinto Centenário da Morte do Infante Dom Henrique : 1460-1960. Émission commémorative du Véme centenaire de la mort de l'Infant D. Henrique : Commemorative issue of the Vth centenary of the death of Prince Henry. [Lisboa], [s.n. - imp. Oficinas da Casa da Moeda], 1960. In-fólio (32,5 cm) de [8] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Belíssima edição trilíngue (português-francês-inglês) publicada por ocasião das Comemorações do V Centenário da morte do Infante D. Henrique, que reproduz a magnífica colecção henriquina de selos comemorativos, cuja discrição histórica individual, nesta obra, ficou a cargo de alguns dos nossos mais eminentes historiadores: Prof. Doutor José Caeiro da Matta; Prof. Doutor Reinaldo dos Santos; Doutor F. P. Almeida Langhans; Prof. Doutor Damião Peres; Doutor Jaime Cortesão; Comandante H. Quirino da Fonseca; Comandante A. Teixeira da Mota. Raro. A BNP não menciona.

"O Infante D. Henrique nasceu na cidade do Porto em 4 de Março de 1394 e faleceu na sua vila, junto do Cabo de S. Vicente, em 13 de Novembro de 1460. Era o 5.º filho de D. João I, rei fundador da Dinastia de Aviz e de D. Filipa de Lencastre, neta paterno de El-Rei D. Pedro I de Portugal e neto materno de D. João de Gaunt, Duque de Lencastre, 4.º filho de Eduardo III de Inglaterra.
Outros filhos de D. João I e de D. Filipa foram D. Duarte (1391), depois Rei, D. Pedro (1392), D. Isabel (1397), D. João (1400) e D. Fernando (1402) e a todos eles, pelos seus méritos, deu Camões o nome de «Ínclita Geração».
O Infante D. Henrique distinguiu-se na conquista de Ceuta (1415) onde foi armado cavaleiro por seu pai. Dedicou-se depois aos estudos náuticos e astronómicos, cercando-se de cosmógrafos e cartógrafos e promovendo o descobrimento sucessivo das ilhas da Madeira (1419), dos Açores (1427), e dos litorais africanos desde o Cabo Bojador até à Serra Leoa (1434 a 1460)."
(Preâmbulo)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Sem indicação de registo na Biblioteca Nacional.
25€

19 novembro, 2015

MACHADO, José Pedro - NÓTULAS DE SINTAXE PORTUGUESA. Separata do Boletim da Sociedade de Língua Portuguesa. Lisboa, [s.n. - Composto e  impresso na Sociedade Astória, Lda., Lisboa], 1965. In-8.º (22cm) de 21, [3] p. ; B.
1.ª edição independente.
Tiragem: 100 exemplares (inf. BNP).
"Este trabalho pretende coordenar e reunir doutrina dispersa. Destina-se sobretudo aos que principiam estudos de sintaxe portuguesa. Oferece por isso aspecto elementar e esquemático.
Oxalá ele consiga, além de satisfazer curiosidades e esclarecer dúvidas, criar gosto por tal matéria que entre nós tão pouco interesse tem merecido."
Matérias:
I - Separação das Orações. II - Classificação das Orações: a) Conjuncionais; b) Relativas; c) Infinitivas; d) Gerundivas; e) Participiais. III - Elementos fundamentais da Oração: a) Predicado; b) Sujeito. IV - Elementos complementares da Oração. V - Elementos acessórios da Oração.
José Pedro Machado (1914-2005). "Era licenciado em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa e em Ciências Pedagógicas pela Universidade de Coimbra. Professor, investigador, filólogo, arabista, dicionarista, foi membro de algumas das mais prestigiadas instituições culturais e científicas portuguesas e estrangeiras. Integrou a comissão encarregada da organização do Vocabulário da Academia de Ciências de Lisboa. Recebeu a medalha de mérito cultural do Ministério da Cultura, a medalha de ouro do município de Faro e, em 1996, foi distinguido pela Academia Portuguesa de História pelo seu mérito cultural e científico recebendo o cargo de Grande Oficial da Ordem de Instrução Pública."
(Fonte: wook,pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€

18 novembro, 2015

QUINTO, Amândio - A LENDA DOS RIOS GÉMEOS : Lizandro e Sizandro. [Prefácio do Dr. Luís Arriaga]. [S. l.], [s.n. - imp. Locape - Artes Gráficas, Lda., Mafra], 2010. In-8.º (21cm) de 32 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Valorizada pela extensa e emotiva dedicatória autógrafa do autor.
Bonita e despretensiosa edição, ilustrada a p.b. e a cores, sobre a lenda que deu o nome aos rios Lizandro e Sizandro.No final, inclui a lista de povoações e lugares banhados pelos rios no seu percurso até à foz.
Trata-se de uma novela histórica, nas palavras do prefaciador, "é um pequeno romance que se lê ávidamente numa hora. Direi mesmo que é um delírio épico! É uma viagem que me fascina porque, com indindável imaginação, tece uma intrincada teia que junta investigação histórica, um roteiro geográfico, heróis saídos de séculos longínquos, inspiração, romantismo e tudo sem que se quebre o encantamento de uma história que aborda um general da Grécia antiga, dois rios que fazem o seu percurso por terras lusitanas..."
                                       ...............................
"Quatro séculos e tal antes de Cristo, existiu na Lacedemónia, famosa cidade da Grécia antiga, onde nasceu e parte da vida viveu, um despótico e temível general. LISANDRO. Assim sechamava, e assim se escrevia e escreve ainda, com S e não com Z, o nome daquele general espartano, que passou à história com uma história de triste celebridade."
(1.ª parágrafo do texto)

Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível
CRESPO, Joaquim Heliodoro Callado - COUSAS DA CHINA : costumes e crenças. Por... Tenente de infanteria, Consul geral de primeira classe - Cavalleiro de S. Thiago, Commendador da Estrella Brilhante de Zanzibar e S. S. G. L. Lisboa, Imprensa Nacional, 1898. In-4.º (25cm) de 283, [1] p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Muito valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
Raro e curioso trabalho sobre as crenças e os costumes da China Imperial, no final do século XIX. Ilustrada com bonitas vinhetas e capitulares e quadros, desenhos esquemáticos e pautas nas páginas do texto.
"A palavra «chinezice» admittida geralmente para designar um objecto extravagante ou uma idéa contraria ao bom senso, tem apparentemente uma certa rasão de ser, se considerarmos que o «cunho chinez» é uma consequencia ffatal de uma lingua e uma litteratura especieaes, de uma raça differente, e de uma civilisação que dura immutavel ha muitos seculos, mantida por um povo que systematicamente se tem mantido fóra do convivio das outras nações."
(excerto da introdução)
"Uma philarmonica chineza é em geral composta de musicos muito mal vestidos, muito immundos, de caras patibulares e gestos cansados; uma philarmonica cujos serviços se alugam a 1 dollar por cabeça, para tocar durante vinte e quatro horas; chamam-se musicos de «kou-ti-iao» ou de aluguer, e têem como principaes instrumentos, violas de diversos tamanhos e feitios, rebecas de duas, tres e quatro cordas, flautas sem chaves, cornetas, tambores, «gongs», etc.
O mestre traz «botão» e «pennas» no chapeu; de longe parece uma cabeça de mandarim. Mas o botão é de pau pintado de branco, e a «penna» não é mais que uma cauda de cão, distinctivos que a autoridade o obriga a trazer como signal da sua vergonha pela desprezivel posição social que occupa, e para mostrar ao povo que nem o mestre de musica nem os seus filhos podem aspirar a qualquer titulo, dignidade ou cargo militar ou civil!"
(excerto de Musica)
Matérias:
- A quem nos ler. - Introducção. - O rio «Chu-Kiang». - Cantão; «hongs», compradores, «Pitchin english»; os templos. - Shameen. - A cidade fluctuante. - Cafés e tabernas. - Architectura. - Os «ya-mens». - Pagodes. - Arcos triumphaes á virtude das mulheres. - Meios de transporte; carros, cadeiras e barcos. - Origem da palavra China. - Relações entre a China e as potencias. - A primeira embaixada portugueza á China. - Linguagem chineza, caracteres e imprensa. - A organisação da sociedade chineza, e a administração do celeste imperio. - Um casamento imperial. - Templo dos antepassados do actual imperador. - O dragão e a phenix. - A mulher chineza. - A familia e o casamento. - Divorcio e adulterio. - Prostituição. - Infanticidios, abandono e venda de creanças. - Nomes individuaes e de familia. - Desprezo pelos europeus. - Espirito de observação. - Mandarins. - Titulos de nobreza, privilegios e merces honorificas. - Bonzos. -O soldado chinez. - Mendigos. - Medicos e medicamentos. - Medicina legal. - A visita do medico. - Uma lição de anatomia. - Duas operações cirurgicas. - Os piratas. - Exames e letrados; a academia imperial dos «Han-lin». - Serviçaes. - Guardas-nocturnos. - Os missionarios christãos. - Sociedade de salvação, da abstinencia, do ideal, do nenuphar. - Religião. Creação do mundo. - A alma, a vida futura e a transmigração. - A libertação dos espiritos. - Prisão e expulsão dos espiritos. - O inferno buddhico segundo os chinezes. - Os ritos. - Um capitulo de philosophia. - Tribunal e prisões; a tortura. - O carrasco de Cantão (fragmento). - Enterros e sepulturas, taboletas e sacrificios, luto. - Historia da China, segundo os chinezes. - Systema monetario. - «Swampan» e systema de pesos e medidas. - Astronomia. - Mappas geographicos. - Tufões. - Peste bubonica. - A agricultura, o arroz, o chá, o bambu; as flores e os jardins de «Fa-ti». - Opio, tabaco e cachimbos. - Ninhos comestiveis de passaro. - A pedra «jada». - A seda. - Bordados a seda. - Charão. - Porcelana. - A esculptura e objectos de marfim. - Musica. - Pintura. - A caça e a pesca; o «cormoran». - A deformação dos pés. - Comprimentos e saudações. - Visitas e etiqueta. - Vestuario. - Penteado. - Leques. - Duellos femininos. - Suicidios e cadaveres. - Theatro. - Extracto de uma comedia chineza. - Cozinha chineza. - Incendios. - Jogos de cartas, dominó, dados e outros; o «Fan-tan». - O xadrez. - Papagaios de papel. - O cheiro, o olfacto e os beijos. - «Fire-crakers» e panchões. - Idade. - Latrinas. - Maximas e proverbios. - Festa do anno novo. - Festa das lanternas. - Festa das flores. - Festa das creanças. - Festa da agricultura. - As regatas do dragão. - Festa das duas estrellas. - Festa da lua. - Festa do fim do anno. - Outras festas. - Cousas varias. - O animismo entre os chinezes (pelo sr. Vasconcellos Abreu): 1.º Influencia politica na evolução religiosa chineza. 2.º A litteratura chineza antiga. 3.º O animismo segundo o Chau-li e o Xi-Kim. 4.º O animismo actual das raças mongoloides.
Joaquim Heliodoro Calado Crespo (1861-1921). Oficial do exército e diplomata português. Ocupou postos em Zanzibar e Pretória, tendo sido posteriormente destacado para o consulado de Portugal em Cantão, onde ocupou o cargo de cônsul entre 1895 e 1900, período tumultuoso, marcado pela conturbada vida política na China no final do século XIX, incluindo a chamada "guerra dos boxers", que levou ao reforço da presença militar em Macau. Escreveu Cousas da China: costumes e crenças (Imprensa Nacional, 1898) e A China em 1900 (Manuel Gomes, 1901).
Enccadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Rasgão sem perda de papel no pé das quatro últimas folhas do livro.
Raro.
85€

17 novembro, 2015

FALCÃO, Armando de Sacadura - SOBRE HYGIENE DA BOCCA DOS ALUMNOS DO LYCEU CAMÕES (Separata da Medicina Contemporanea). Lisboa, Typographia Adolpho de Mendonça, 1911. In-8.º (22cm) de 10 p. ; [2] f. ; [2] desd. ; B.
1.ª edição em livro.
Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
Inclui 2 fichas de inspecção médica (Modelo A e B), cujo verso da ficha "Modelo B", é preenchido com as "Prescripções de Hygiene Dentaria", em 10 regras. Inclui ainda, dois desdobráveis preenchidos com quadros estatísticos: "Distribuição das carias nos varios dentes temporarios e permanentes de 422 alumnos" e "Distribuição das carias por edades nos dentes de 422 alumnos".
                                      ................................
"A convite do medico inspector sanitario do Lyceu Camões de Lisboa, e de accordo com o reitor do mesmo lyceu, procedi ao exame da bocca dos alumnos, durante o periodo escolar de 1909 a 1910, tirando conclusões que julgo do maior interesse sob o ponto de vista individual e collectivo.
Sob o ponto de vista individual, por se referir ao bem estar dos alumnos, que a therapeutica, a prophylaxia e a hygiene lhes poderia dar; sob o ponto de vista collectivo, porque se trata d'orgãos que são cooperadores valiosos da saude d'uma raça, que por tantos motivos já é depauperada. [...]
A bocca e os dentes necessitam de cuidados especiaes, visto estes orgãos desempenharem um papel importantissimo nas funcções digestivas. Sem boa digestão não ha saude.
A caria dentaria é a doença que mais vulgarmente apparece, tanto na infancia como na adolescencia, causando estragos e dannos incalculaveis. E como o estado dos dentes influe no estado geral, concorre poderosamente para a formação d'esses jovens depauperados, que são phsysiologicamente verdadeiros velhos."
(excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro e muito curioso.
Indisponível

16 novembro, 2015

SENA, António Maria de - OS ALIENADOS EM PORTUGAL. I - História e Estatística. II - Hospital do Conde de Ferreira. Prefácio de António Pacheco Palha. Introdução de Carlos Mota Cardoso. Lisboa, Ulmeiro, 2003. In-4.º (23 cm) de 367, [9] p. ; il. ; B. Colecção Clássicos da Psiquiatria, 3
Importante estudo sobre a demência em Portugal, no século XIX. Ilustrado nas páginas do texto com a reprodução de desenhos e estampas da edição original, bem como gráficos, tabelas e quadros estatísticos.
"O volume que temos a honra de apresentar reproduz, com a devida actualização ortográfica, os dois livros publicados por António Maria de Sena com os títulos "Os Alienados em Portugal - História e Estatística" (1884), e "Os Alienados em Portugal - II Hospital do Conde de Ferreira" (1885)"
(Excerto da nota do editor)
Índice:
Prefácio: António Maria de Sena - Viagem por uma vida. Introdução.
I - História e Estatística
Introdução. I. Os Alienados antes de 1848. II - Hospital de Rilhafoles - Os alienados depois de 1848. III - Os alienados em Portugal na actualidade: 1.ª Secção: 1. O Hospital de Rilhafoles. 2. Os alienados nos hospitais gerais. 3. Os alienados nas casas de saúde. 4. Os alienados nas cadeias. 5. Legislação relativa aos alienados. 2.ª Secção: Estatística.
II - Hospital do Conde de Ferreira
Prefácio. | Introdução. | Ofício.
I. O Testamento do Conde de Ferreira. II. Descrição do Esatbelecimento: Ideia geral do estabelecimento. Enfermarias. Alimentação. III. Organização dos serviços - Regulamento.
Regulamento: I - Organização do serviços. 1) Disposições gerais. 2) Direcção económica. 3) Direcção clínica. II - Das admissões, saídas e altas. III - Do serviço religioso. IV - Dos diferentes ramos do serviço clínico. 1) Das enfermarias e seu regulamento interno. 2) Da casa mortuária. 3) Banhos. V - Polícia geral do estabelecimento. VI - Gratificações e penas ao empregado. 1) Gratificações aos empregados do serviço clínico / Caixa económica. 2) Penas. VII - Regime alimentar.
António Maria de Sena (1845-1890). "Médico psiquiatra e político português, funda em 1882 o Hospital de Alienados do Conde de Ferreira, no Porto, a primeira instituição a aplicar os princípios orientadores de uma novo política de assistência mental em Portugal, mais eficaz e consentânea com os modelos europeus que procuravam inserir a loucura na lógica da vida natural e do contrato social. Escreveu em 1884, o livro “Os Alienados em Portugal 1: história e estatística”, obra referenciada na maioria dos estudos disponíveis relativos à história da psiquiatria em Portugal, colocando a obra e o seu autor como indissociáveis do processo de institucionalização da psiquiatria moderna no país. Escreveu outro livro, o “Hospital do Conde de Ferreira” (1885). António Maria de Sena foi o primeiro Director Clínico do Hospital do Conde de Ferreira. Personalidade de elevada estatura científica e moral, criou um modelo de organização hospitalar arrojada para o seu tempo, a favor daqueles que denominou “seres humanos infelizes, afectados do padecimento mais cruel”. António Maria de Sena foi, ainda, o responsável pela criação da primeira lei psiquiátrica em Portugal, a chamada Lei Sena. Exerceu funções de director do Hospital de Alienados do Conde de Ferreira entre 1883 e 1890, tendo como médico-adjunto Júlio de Matos e médico-ajudante Magalhães Lemos."
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível