27 maio, 2015

MEMÓRIA BIOGRÁFICA - DAVID MAGNO : O «MUTU-UA 'NGUZU» DA OCUPAÇÃO DE CACULO CAENDA (Capital dos Dembos) : HERÓI DE LES LOBES (Flandres). [S.l.], [s.n. - Comp., Imp. e Encadernação das Ofic. Gráf. de «O Comércio do Porto»], [1960]. In-4.º (23cm) de 51, [1] p. ; il. ; E.
1.ª (e única) edição.
Tiragem: 700 exemplares.
Contém no verso da f. rosto uma dedicatória autógrafa de Ilda Magno, neta do Cap. David Magno.
Bonita edição, impressa na sua totalidade sobre papel couché, e ilustrada com fotogravuras nas páginas do texto.
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"Os Dembos eram territórios da maior responsabilidade nas Colónias. Como os do Cuamato, regiam-se por diploma especial. Paiva Couceiro, confiando ao valor de David Magno, já demonstrado no «raid» do Zenza (1908), o Comando Militar de Lombije (Dembos Orientais) em circunstâncias tão difíceis, não podia cometer-lhe a missão de tomar Caculo Caenda, aliás, com cujo potentado ninguém se atrevera ainda. Os concelhos dos peritos colinais, como as notícias respeitantes à animosidade e insubmissão do gentio, eram desoladoras. A banza de Caculo Caenda seria inexpugnável para uma força inferior à estimativa de 200 homens bem armados... O Comandante Militar de Lombije não deveria arriscar-se a tal, deixando semelhante proeza para a projectada coluna de Paiva Couceiro...
A glória que o destino negou a tantos, estava reservada para David Magno."
(excerto de O «Mutu-ua 'Nguzu»...)
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"A acção de Les Lobes constitui o maior combate formal e a mais longa e dramática resistência, comprovada pelos documentos e pela maior percentagem de baixas por metralhadoras. Cercados pelo fogo cruzado de mil rajadas e sob uma terrífica chuva de morteiros que os vão esfacelar ingloriamente, tentam a retirada sobre uma trave suspensa num dreno largo e profundo, por onde rastejam um a um. Aqui ficaram os últimos mortos e feridos pela infantaria alemã na Flandres. Miguel Marta, morto quando disparava, é o derradeiro. Tinham cinquenta e seis horas de fogo."
(excerto de Les Lobes : última resistência da Batalha do Lys no sector português)
David José Gonçalves Magno (1877-1957). Oficial do exército, publicista e etnólogo português. "Nasceu em Lamego a 17 de Agosto de 1877 e morreu em Lisboa a 30 de Setembro de 1957. Seguiu a carreira militar, sendo promovido a alferes em 22 de Dezembro de 1906. Começou por se distinguir em Angola, ao conseguir avançar para o interior e impor a presença portuguesa na região dos Dembos Orientais. Combateu depois em França, durante a Primeira Guerra Mundial, onde por feitos em combate recebeu a cruz de guerra e a cruz de Cristo com palma. A sua acção no CEP não foi, contudo, consensual e isenta de polémica, pelo que pediu para ser julgado pelas acusações de que foi vítima, tendo sido absolvido e visto confirmados os seus serviços como relevantes. Mais tarde, na sequência da revolta de 3 de Fevereiro de 1927 foi deportado para o Sul de Angola, tendo antes passado pelos Açores e Guiné. Reabilitado foi promovido a major e em 14 de Março de 1932 optou por passar à situação de reserva.Paralelamente à sua carreira militar exerceu intensa actividade literária, sendo autor de diversas obras, algumas das quais escritas com base na sua experiência de guerra, para além de ter sido membro da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, da Revista Militar e da Comissão de História Militar."
(in http://www.ihc.fcsh.unl.pt/pt/recursos/biografias/item/4418-magno-david-jos%C3%A9-gon%C3%A7alves-1877-1957)
Encadernação inteira de percalina com ferros gravados a seco e a ouro na pasta frontal. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

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