[ELÍSIO, Filinto] – VIDA
DE JESUS CHRISTO, CONFORME OS QUATRO EVANGELISTAS, POSTA EM PORTUGUEZ PELO P. FRANCISCO MANOEL DO NASCIMENTO; E
dada á luz pelos Devotos Congregados da Santa Via-Sacra, e Caridade do Archanjo
S. Rafael, hoje existente na Igreja Paroquial de Santa Maria Magdalena, a
beneficio da Viuva e filhos de Manoel Monteiro de Carvalho, hum dos infelices
Réos supliciados a 18 de Outubro de 1817. LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA. ANNO
1819. Com Licença.
Filinto Elísio (1734-1819), “pseudónimo do Padre Francisco
Manuel do Nascimento, foi um dos mais importantes poetas do Neoclassicismo
português. Oriundo de uma família humilde - o pai era fragateiro e a mãe era
peixeira, naturais de Ílhavo -, estudou e recebeu ordens sacras graças à
proteção de um embarcadiço de mais largos recursos económicos. Integrou-se,
mais tarde, num pequeno círculo de comerciantes letrados, no qual se
encontravam alguns franceses que, provavelmente, exerceram influência notável
na sua formação iluminista e liberal. Por esta altura, participou da guerra
dos poetas, inscrevendo-se no grupo da Ribeira das Naus, que se opôs
à Arcádia Lusitana. Foi neste conflito que, sob o nome de Niceno,
propugnou a imitação do bom modelo clássico e o exemplo dos Quinhentistas.No
convento de Chelas, travou Francisco Manuel do Nascimento conhecimento com as
duas filhas do Marquês de Alorna, tendo sido professor de latinidade de D.
Leonor de Almeida, futura marquesa de Alorna, da qual recebeu o nome arcádico,
e mestre de música de sua irmã, D. Maria de Almeida, a quem cortejou muito em
verso.Apesar de ser clérigo, teve de fugir para França, exilando-se em Paris em
1778, pelo facto de ler livros racionalistas franceses proibidos pela
Inquisição. Aí estabeleceu relações de amizade com o poeta Lamartine, que lhe
dedicou um poema. À exceção de uma estadia de quatro anos em Haia, viveu o
resto da vida neste país, compondo em prol da estética horaciana e dos
problemas da longínqua pátria perante os rumos abertos pelas revoluções
americana e francesa. A França era, para Filinto Elísio, a imagem da
civilização e foi, sem dúvida, através do contacto com os primeiros românticos
franceses que ele, para lá do neoclassicismo horaciano, chegou, por vezes, a
exprimir-se numa linguagem de livre confessionalismo pré-romântico. Mas foi
sobretudo na ideologia das luzes que este poeta mais vivamente mergulhou,
servindo um classicismo arcádico que se harmonizava com a simbologia e os
gostos neoclássicos da revolução.” (in infopedia)
Encadernação coeva inteira de pele com dourados na lombada e
cercadura a ouro nas pastas.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível
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