28 maio, 2012

MADUREIRA (Braz Burity), Joaquim - NA "FERMOSA ESTRIVARIA" (Notas d'um Diario Subversivo) : 1911. Lisboa, Livraria Classica Editora de A. M. Teixeira & C.ta, 1912. In-8º (19cm) de 365, [3] p. ; E.
1ª edição
"A revolução é de hontem: umas horas de fogo nutrido, um combate heroico estilhaçaram um throno, mas não puderam transformar, d'alto a baixo, da raiz ás franças, uma sociedade de oito seculos, uma raça inteira. Hontem, como hoje, o quadro é este: na vasta leziria, ensolada e verde, hoje, como hontem, a jumencia escouceia, a jumencia espinota, a jumencia espolinha, a jumencia zurra: e, do andar nobre ás trapeiras, do palacio dos que governam ás mansardas dos que soffrem, dos coios reaccionarios ás chafaricas revolucionarias, nas labitas dos ministros e nas jalecas dos ganhões, nos discursos dos tribunos e nas arengas dos dentistas, nas obras dos sabios e nos artigos das gazetas..." (excerto da 1º cap. da obra)
Joaquim Madureira (1874-1954). "Nasceu em Lisboa e faleceu no Porto. Juiz português. Escritor, panfletista, articulista, personalidade polémica e impulsiva, adotou o pseudónimo literário de «Braz Burity». Entre as suas principais publicações, destacam-se os seguintes (e sugestivos) títulos: Insolências (1894); Um Processo de Imprensa (apreendido pela polícia); Impressões de Teatro (1905); Caras Amigas (1909) e Na "Fermosa Estrivaria" (1912). Crítico de arte, comentado e apreciado no seu tempo pela firmeza que imprimia às suas prosas, fez acalentado furor com uma crónica publicada no Diário do Povo, aquando da morte de Basílio Teles, em Matosinhos. Foi ainda diretor de O Diabo – Semanário de Literatura e Crítica, sendo depois substituído por Adolfo Barbosa. Tendo residido durante largos anos em Leça da palmeira, aí privou com artistas e intelectuais de primeiro plano da cena nacional."
Encadernação nova inteira de pele com ferros a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura (plastificada).
Muito bom exemplar. Assinatura de posse e carimbo na f. anterrosto.
Invulgar.
Indisponível

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