08 janeiro, 2023

CUNHA, Sebastião Pereira da - O SAIO DE MALHA : drama historico e original, em tres actos
. Vianna, Typographia Silva Braga, 1893. In-8.º (21 cm) de 85, [3] p. ; E.
1.ª edição.
Peça histórica em verso cuja acção decorre em Portugal, no século  XIII. "O 1.º e 2.º actos passam-se na freguezia de Airó, junto a Barcellos, e o 3.º em Braga nos paços do arcebispo D. João Egas. Epocha; 1245 a 1248."
Exemplar com dedicatória autógrafa de António Pereira da Cunha, filho do autor.

Egreja rustica na freguezia de Airó. Em frente a serra do mesmo nome e ao lado a cabana palhiça de Martim Peres. Á porta da parochial, sentado em uma cadeira de pedra, João Annes, o abbade da freguezia, acaba de fazer a catechese e diz dirigindo-se ao grupo de vilões, que respeitosamente o tem escutado:

Terminou a oração. Agora, podeis ir
Filhos em Jesus Christo. Ide folgar e rir.
Raparigas, cuidado! A honra da donzella
É grão thesoiro, e, como a chamma de uma vella,
Qualquer sopro a desfaz. Folgae, mas sêde honestas.
Moços, amae a Deus, a patria, e as vossas béstas.
Combatei pela cruz, que a guerra é santa quando
Tem por fim destruir as hostes do nefando
Propheta Mahomet.

(Excerto da 1.º Acto - Scena I)

Sebastião Pereira da Cunha (1850-1896). "Nasceu em Viana do Castelo, a 9 de fevereiro de 1850 e faleceu a 20 de setembro de 1896, na mesma cidade. Senhor do Castelo de Portuzelo por sucessão, poeta e prosador como seu pai, [António Pereira da Cunha] - coronel de milícias de Viana, e combatente na Guerra Peninsular. Publicou a maior parte da sua obra em Viana do Castelo. Participou na revista literária Pero Galelo no ano de 1882, dirigiu e criou juntamente com João Caetano da Silva Campos e Rocha Páris, no jornal Bandeira Branca em 1893. Autor de uma obra literária diversificada, na qual se incluem O saio de malha (1893) e o ensaio, Os heróis de África (1895). Mas foi sobretudo como poeta ultra-romântico que se destacou, sendo as suas obras mais conhecidas, Martim de Freitas, datada de 1887, A cidade vermelha de 1894 e Serões de Portuzelo do ano de 1928 (“Vida Cultural em cidades de província,” n.d.)"
(Fonte: Martins, Sara Filipa Ramos Martins, O Castelo de Portuzelo: Análise interpretativa de uma construção romântica, Universidade do Minho-Escola de Arquitectura, 2019)

Encadernação em meia de percalina com ferros gravados a ouro na ombada. Conserva a capa frontal.
Exemplar em bom estado de conservação. Capa frágil, algo oxidada.
Raro.
Indisponível

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