18 janeiro, 2023

MACHADO, Julio Cesar, e HOGAN, Alfredo - PRIMEIRO O DEVER! : comedia drama em tres actos.
Original por...
Lisboa, Typographia do Panorama, 1861. In-8.º (22,5 cm) de 44 p. ; B.
1.ª edição.
Curiosa peça de teatro cuja acção decorre na "actualidade", em Lisboa. Trata-se de uma de duas comédias saída da colaboração entre os dois autores: além deste Primeiro o dever!, publicaram no mesmo ano A Vida em Lisboa : comedia drama em quatro actos.
"(Ao levantar o panno, o prior de Val de Vides entra pela esquerda trazendo um pequeno cofre aberto e cheio de cartas, que elle mexe. Claudio Borges, ao fundo, occultando-se logo que o prior apparece. Um criado a meia scena.)
Prior (folgazão) - Não ha decerto mais delicado encargo: analysar as cartas de um namorado, e dar sobre as almiscaradas epistolas um parecer serio?!... Eu nunca li obras d'este genero... sinto-me embaraçado, ao mesmo tempo curioso... Vamos: vou encerrar-me n'aquella sala e metter mãos á obra."
(Excerto do Acto I - Scena I)
Júlio César da Costa Machado (Lisboa, 1835-1890). "Nasceu numa família de posses e conviveu desde cedo, pela mão do pai, no meio literário e teatral lisboeta. Foi jornalista, tradutor, autor de romances, contos e peças de teatro, destacando-se como um dos mais célebres folhetinistas e cronistas do seu tempo. Publicou o seu primeiro romance, Estrela d’Alva, com apenas 14 anos, na revista A Semana, de Camilo Castelo Branco, de quem se tornaria amigo íntimo. O seu pai morreu em 1852, deixando-lhe dívidas que o obrigaram a obter, desde jovem, rendimento da escrita. Tornou-se tradutor, folhetinista, cronista, colaborando em dezenas de periódicos: A Revolução de Setembro, Revista Universal Lisbonense, Diário de Notícias, Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, Revista Ocidental, Ilustração Portuguesa, Eco Literário, este último cofundado por si em 1886. Os seus textos eram simultaneamente populares e apreciados pelos pares, que lhe admiravam o humor, o estilo coloquial e ligeiro, a atenção aos temas do quotidiano. Publicou vários livros, nomeadamente Cláudio (1952), A Vida em Lisboa (1958), Contos ao Luar (1861), Cenas da minha Terra (1862) e Contos a Vapor (1863). Muitos dos seus folhetins e crónicas de viagem, entre os quais Do Chiado a Veneza, foram reunidos em volume. Em 1890, na sequência do suicídio do seu filho único, Júlio César Machado pôs termo à vida."
(Fonte: Wook)
Alfredo Possolo Hogan (1830-1865). "Nasceu e faleceu em Lisboa. Funcionário dos correios, cultivou a literatura negra, tornando-se um romancista e um dramaturgo bastante popular em Lisboa. Nas suas obras notam-se influências de Eugène Sue e Alexandre Dumas. Escreveu vários romances históricos, como Marco Túlio ou o Agente dos Jesuítas (1853), Mistérios de Lisboa (romance em 4 volumes, 1851), Dois Angelos ou Um Casamento Forçado (romance em 2 volumes, 1851-1852), etc. Das peças de teatro, destacam-se: Os Dissipadores (1858), A Máscara Social (1861), Nem Tudo que Luz É Oiro (1861), A Vida em Lisboa (em parceria com Júlio César Machado, 1861), O Dia 1º de Dezembro de 1640 (1862), As Brasileiras; Segredos do Coração e O Colono. Foi-lhe atribuída a autoria do romance A Mão do Finado (1854), publicado anonimamente em Lisboa, pretendendo ser a continuação de O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas."
(Fonte: http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/hogan.htm)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Rasgão (imperceptível) na capa sem perda de suporte. Lombada apresenta falhas de papel.
Raro.
Sem registo na BNP.
15€

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