LOPO, Júlio de Castro - UM INTELECTUAL - Monsenhor Doutor Manuel Alves da Cunha : notas biográficas e bibliográficas - subsídios. Luanda, Imprensa Nacional, 1948. In-4.º (27 cm) de 79, [1] p. ; [3] f. il. ; B.
1.ª edição independente.
Livro-homenagem ao ilustre flaviense Monsenhor Manuel Alves da Cunha, publicado poucos meses após a sua morte.
Ilustrado em separado com três retratos do missionário - um desenho (colagem) no início - e duas fotogravuras no interior.
"Alves da Cunha era um homem liberal e tolerante. O biógrafo que traçar seu perfil, terá de estudá-lo convenientemente dentro das épocas respectivas e sob estes aspectos: o homem, o português, o missionário e o intelectual.
O homem trouxe do século XIX uma das grandes virtudes morais: - êle tinha horror pela existência do escravo.
O português limitava seu nacionalismo às proporções que a moral e a justiça determinam, mas pondo sempre, acima de tudo e de todos, os superiores interesses nacionais.
O missionário imprimia aos seus actos a afabilidade natural de julgar todos os nossos semelhantes com direito aos convenientes benefícios terrenos e às bem-aventuranças da «outra vida».
O intelectual tinha consciência do que fazia; e tudo o que fazia, era digno de saber-ser e de estudar-se."
(Excerto da Introdução)
Monsenhor Manuel Alves da Cunha
(1872-1947). "Nasceu em Chaves, em 8.6.1872 e faleceu em Luanda, em
4.6.1947. Concluiu o bacharelato em Teologia na Universidade de Coimbra
(1894). Foi professor do ensino particular na sua Terra (1897) e em
22.9.1900, é ordenado sacerdote. Em 31.10.1901 é nomeado Cónego de
Luanda e nos anos seguintes, passa a provisor, e vigário geral, deão da
Sé, vice reitor do Seminário Liceu vigário capitular, prelado doméstico,
governador do bispado, protonotário apostólico e director das missões
católicas. Foi ele que criou o liceu de Salvador Correia e aí foi
professor e reitor. Também foi vereador da Câmara de Luanda e provedor
da Misericórdia da mesma cidade. Em 1926 o Ministro João Bello chamou-o a
Lisboa para com ele estudar o estatuto das Missões e a reorganização do
Ministério do Ultramar. Regressou a Angola e prosseguiu a sua brilhante
carreira polivalente, ao nível religioso, académico e político. Em tudo
o que fez se mostrou um patriota impoluto, um intelectual de fino
recorte, um amigo de Angola, um Transmontano inconfundível. Em 1933 foi
alvo de uma homenagem pública que envolveu todos os sectores da vida
angolana, a coroar uma simpatia invulgar, um trato social incomum, uma
cultura fora de série. Em 1.11.1941 embarca compulsivamente no Cubango e
desembarca em Lisboa, em 27 do mesmo mês. Só regressa a Angola em
2.1.1943. Nesse lapso de tempo publica e anota o III Vol. da História
das Guerras Angolanas de Cadornega (1942). Alberto de Lemos, seu
biógrafo e seu aluno, escreveu: "é um dos maiores vultos da História de
Angola. Durante 15 anos da vacância episcopal foi sustentáculo válido
duma Igreja batida pelo abandono e pelas agressões duma política que não
tinha a compreensão das melhores conveniências do Ultramar Português e
também atormentada pelas agressões de potências estrangeiras que
ambicionavam deslocar nos dos territórios e das posições das influências
em África. Dotado de inteligência superior e muito culto, modelo de
virtudes cristãs, foi sempre colaborador indispensável e amado pela
hierarquia que com ele privou. Polígrafo de muitos méritos, foi
historiador, etnólogo, ensaísta de muito saber, mestre incomparável de
todos os contemporâneos do seu convívio: Foi conselheiro prudente e
auxiliar devotado de muitos governadores gerais. "A sua obra literária
foi vastíssima, passando pelo jornal O Apostolado, Boletim da Diocese,
Revista "Arquivos de Angola"."
(Fonte: https://de_svo.blogs.sapo.pt/30766.html)
(Fonte: https://de_svo.blogs.sapo.pt/30766.html)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível
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