A ÁGUIA - PORTUGAL E A GUERRA. Pôrto, Renascença Portuguesa, 1916. In-4.º (25 cm) de 104 (109-212), [4] p. ; [6] f. il. ; B.
1.ª edição.
Número especial desta conceituada revista literária, - abarcando três números (52-53-54), - dedicado na sua quase totalidade à grande conflagração mundial.
Livro preenchido com crónicas de alguns dos mais conceituados autores portugueses, ente outros, Teixeira de Pascoaes, Teófilo Braga, Gomes Leal, Alberto de Oliveira, Mayer Garção, João de Barros, Jaime Cortesão, Marcelino Mesquita, Raul Proença, Augusto Casimiro e Leonardo Coimbra.
Ilustrações fora do texto, belíssimas, de conhecidos artistas nacionais: Rocha Vieira; Crisitiano de Carvalho; António Carneiro; Stuart Carvalhais.
"Por varias vezes temos defendido n'esta revista a cauda dos alliados. Temos affirmado este facto banal á força de evidente: - que a sorte de Portugal está ligada á sorte da Inglaterra e da França. Se era assim desde o principio do conflicto, agora muito mais, depois que a Allemanha nos considerou blligerantes. A nossa situação é identica á da Belgica e da Servia, áparte os morticinios e ruinas que soffreram estes Povos sagrados pelo mais divino espirito de heroismo, por um amor sobrenatural á Liberdade, á Independencia, á Justiça. [...]
Sim: Portugal não podia deixar de ser beligerante. Exigia-o a situação da Inglaterra n'este conflicto; da Inglaterra, secular garantia da nossa independencia. Exige-o tambem a França, cuja existencia é essencial á nossa existencia, á existencia de toda a raça latina e da propria Humanidade.
Como portugueses devemos amar a França até ao sacrificio, porque a França é a nossa maior irmã; como latinos devemos amar a França até ao sacrificio, porque a França é a grande depositaria do espirito latino; como homens devemos amar a França até ao sacrificio, porque foi ela a emancipadora dos homens, foi ela que lhes deu liberdade, amor proprio, a justiça, o direito, a consciencia da sua pessôa autonoma. Foi ela que lhes deu vida, que o elevou de cousa escrava a um ser livre.
Exigem-no ainda os gritos de duas Patrias crucificadas: a Belgica e a Servia!
Tudo exige a nossa beligerancia, desde o nosso instincto de conservação até aos mais puros e elevados sentimentos da alma humana.
Tudo o exige... a não ser que os portugueses queiram deixar de ser..."
(Excerto de A Guerra, de Teixeira de Pascoaes)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível
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