MACHADO, A. Victor - DO CRIME E DA LOUCURA. Estudo sobre delinqüentes, observando-os perante as disposições dos Códigos de Justiça e a Medicina Legal. [Prefácios dos Ex.mos Srs. Drs. Luís Cebola e João Ramos de Castro]. Lisboa, Henrique Torres - Editor, [1933]. In-4.º (24,5x19 cm) de 414, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessante estudo histórico, biográfico, sociólogo e médico-legal de alguns conhecidos facínoras portugueses, passando em revista os crimes tenebrosos que na época em que foram cometidos abalaram o país.
Livro ilustrado ao longo de texto com tabelas e desenhos, bem como estampas coladas reproduzindo o retrato dos meliantes, e num dos casos, as fotografias (chocantes) da vítima no local do crime, conforme foi encontrada, e noutra, "arranjada" e exposta para reconhecimento popular.
Exemplar valorizado pela dedicatória autógrafa do autor a Álvaro de Almeida, popular actor da primeira metade do século XX, e pelo seu ex-libris, colado no canto inferior esquerdo da mesma página.
"Investigador criterioso, A. Victor Machado, depois de haver colhido notas devéras interessantes em vários arquivos de cadeias, tribunais e manicómios, concatenou-as hábilmente e elaborou um livro, de estilo apropriado - simples e fluente - porquanto o destinava ao grande público. Mas não só este irá deleitar-se com sua leitura; tambem os cientistas, que se dedicam aos estudos médico-forenses do crime, acharão aqui elementos preciosos, para melhor fundamentar os seus pontos de vista ácêrca da responsabilidade e anomalias dos malfeitores célebres."
(Excerto do prefácio do Dr. Luís Cebola)
"O crime praticado por Francisco de Matos Lobo, num primeiro andar do prédio número 5 da rua de S. Paulo, na noite de 25 para 26 de julho de 1841, - há perto de um século - é uma das maiores monstruosidades que a História Criminal regista. [...]
Matos Lobo, após a horrenda chacina que pôs em prática, dizimando, com a mais requintada ferocidade, quatro vidas, foi entregue ao Poder Judicial, que o julgou e condenou, sem que a Ciencia Médica se pronunciasse sôbre o estado mental do assassino.
Prêso na noite em que praticára o crime (25 de Julho de 1841), fôra julgado trinta e seis dias depois, (30 de Agosto), e enforcado em 17 de Abril de 1842, - 265 dias depois do seu hediondo feito."
(Excerto de Francisco de Matos Lobo)
Indice: Prefácio. | Duas palavras. | Nota preambular. | Francisco de Mattos Lobo - (Homicidío e roubo) (1814-1842). | Luís Augusto Pereira (o Físico-Mór) - (Furto) (1858-1866). | Diogo Alves (o Pancada) - (Homicidío e roubo) (1810-1841). | Joséfa da Conceição - (Infanticidio) (1875). | João António Lobo (o Mestre Lobo) - (Homicidio, fôgo-posto e roubo) (1893) . | Virgínia Augusta da Silva - (Homicidio por envenenamento) (1860-1897). | Tomaz Ribeiro - (Assassínio) (1871-1893). | Adriano Joaquim Moreira - (Homicídio) (1879). | Tatuágem e Gíria das Prisões. | Bibliografia.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Mancha de humidade - desvanecida - atinge as primeiras folhas.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e forense.
Indisponível