MONTENEGRO, Orlando - A QUESTÃO OPERÁRIA NA PÓVOA DE VARZIM DURANTE A I REPÚBLICA. Póvoa de Varzim, [s.n. - Imprensa Portuguesa, Porto], 1978. In-4.º (23 cm) de 97, [3] p. ; B.
1.ª edição independente.
Importante subsídio para o movimento laboral na Póvoa de Varzim ao longo do período da 1.ª República (1910-1926), com reprodução de documentação vária e notícias da época.
"O estudo do movimento grevista e operário na Póvoa de Varzim durante a 1.ª República está por fazer. Porque se trata de uma matéria de indiscutível interesse, afigurou-se-me vantajoso iniciar pesquisas, nesse sentido, a partir da imprensa local - relativamente numerosa, na época, para uma vila provinciana como era, então, a Póvoa. [...]
Apesar de Portugal estar pouco industrializado, os problemas laborais, que se vinham a fazer sentir no nosso país (como no resto da Europa) desde os últimos anos na monarquia, continuaram a agravar-se tão intensamente com a implantação da República que o Governo provisório decretou, em Dezembro de 1910, o direito à greve. [...]
De Norte a Sul do país, viveu-se com maior ou menor intensidade um clima de certa agitação social com paralisações grevistas frequentes que, por vezes, atingiram proporções graves quer a nível local, quer nacional.
Era, pois, natural que numa vila nortenha como a Póvoa de Varzim, situada a escassas três dezenas de quilómetros do segundo maior centro urbano do país, se repercutisse um tal clima e se vivesse por vezes um ambiente de reivindicações laborais a partir das actividades económicas possuidoras de melhor organização associativa. Sociedade essencialmente piscatória, o burgo poveiro dispunha, como é natural, de profissões diversificadas com efectivos humanos variáveis exigidos pelas necessidades correntes da comunidade. Assim, os problemas operários logo aqui surgiram na sequência do que se passou em diversos ponto do país, também palco de uma movimentação contestatária com sua origem nos mais importantes centros urbanos locais onde a classe operária despertava para uma conquista de direitos que lhes eram na maioria dos casos injustamente negados."
(Excerto da introdução)
Matérias:
[Introdução]. | Apêndice. I . Cronologia dos assuntos noticados. II. Documentos: 1) Entre operários e mestres : Um novo horário; 2) Uma bela festa operária : O 1.º de Maio; 3) Uma questão de horário : Entre operários e mestres : Não há greve! 4) 1.º de Maio : Uma grande festa de confraternização; 5) Movimento associativo : Uma nova associação de classe; 6) Entre alfaiates : A«Patriótica» reclama um novo horário de serviço e melhoria de situação para os alfaiates; 7) A grève dos alfaiates : Por não serem attendidas as suas reclamações abandonam o trabalho os 60 officiaes de alfaiate d'esta villa - Conferencias na administração do concelho que nada adianta - Constitui-se uma cooperativa na associação de classe; 8) A grève dos alfaiates : Uma solução satisfatória; 9) A grève dos alfaiates; 10) Descanço semanal; 11) Descanço semanal : O regulamento; 12) A classe de pedreiros : Teremos gréve? 13) Grève dos pedreiros e canteiros : A intransigência dos mestres parece-nos que vai ocasionar gréve; 14) Tribuna do professor : União : Á minha classe; 15) A gréve dos pedreiros : Na intransigência - As outras classes; 16) A gréve dos pedreiros; 17) Pela higiene : Uma «gréve» : As vendedeiras de fructas procuram furtar-se à medida camararia em que as obriga a ter a fructa resguardada da môsca; 18) A falta de trabalho : Em socorro das classes de construção civil - a Camara resolve fazer obras; 19) 1.º de Maio; 20) Movimento associativo : Na «Edificadora»; 21) Gréve dos gráficos; 22) Propaganda operária : Do construtor civil; Aos gráficos; 23) Confraternização socialista; 24) As greves; 25) As gréves; 26) Reunião magna operária; 27) O dia primeiro de Janeiro; 28) O 1.º de Maio : Saudando; 29) Em Aguçadoura : Funda-se a «A Seareira», associação de seareiros e agricultores daquele populoso logar; 30) Os gráficos; 31) Os operários e a Póvoa! 32) A'lerta operarios! 33) União dos sindicatos operarios; 34) 1.º de Maio; 35) Operarios. Alerta!...; 36) A Questão do Momento : O salario dos operarios; 37) A greve operaria; 38) A greve geral na Póvoa; 39) Ainda a greve; 40) União dos sindicatos; 41) Na linha férrea da Póvoa : Um conflito iminente; 42) Na linha férrea da Póvoa; 43) A greve; 44) A greve dos correios; 45) Na linha ferrea da Povoa : Escandaloso contrato! Pessoal, accionistas e expedidores prejudicados. Pede-se a atenção ou reunião imediata dos accionistas para apreciarem o assunto; 46) A greve dos estudantes; 47) Carestia da vida : Do manifesto da União Operaria Nacional; 48) Operarios de construção civil; 49) A gréve ferro-viária; 50) As greves; 51) A greve telegrafo-postal : Está em vias de solução? A atitude do governo. A povoa em comunicação com o Porto; 52) A gréve dos marceneiros; 53) A gréve dos funcionarios; 54) Á margem da gréve telegrafo-postal; 55) Seguros sociais obrigatorios : Entra amanhã em vigor o seguro por desastres no trabalho; 56) Seguros sociais obrigatorios : Desastres no trabalho; 57) Trabalhemos : As oito horas de trabalho - conflitos; 58) Caminho de ferro da Povoa : Gréve? 59) Não ha gréve do caminho de ferro; 60) Gréves; 61) Movimento da Praia : Resultados funestos da gréve; 62) As greves : Ao lado do Governo; 63) Descanço dominical; 64) Uma grève; 65) Reclamações operarias : Caminho a seguir : As classes trabalhadoras locais pretendem 6 escudos diarios e o cumprimento da lei das 8 horas; 66) Gréve na Povoa; 67) Emigração.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas algo manchadas.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e regional.
Indisponível
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