DINIZ, Julio - OS FIDALGOS DA CASA MOURISCA. Chronica da aldeia. Por... Volume I [e Volume II]. Porto, Typographia do Jornal do Porto, 1871. 2 vols in-8.º (19 cm) de 240 p. e 254 p. ; E. num único tomo.
1.ª edição.
1.ª edição.
Edição original de um clássico da literatura portuguesa e uma das mais apreciadas obras do autor, considerado um escritor de transição entre o romantismo e o realismo.
"A tradição popular em Portugal, nos assumptos de historia patria, não
se remonta além do periodo da dominação arabe nas Hespanhas. [...]
Nos contos narrados em volta da lareira, onde nas longas noites de serão
se reune a familia rustica, ou ás rapidas horas d'uma noite de estio,
na soleira da porta, ao auditorio attento que segue com os olhos a lua
em silenciosa carreira por um céo sem estrellas, avulta uma creação
extremamente sympathica, a das mouras encantadas, princezas
formosissimas que ficaram d'esses remotos tempos na peninsula, em paços
invisiveis, á espera de quem lhes venha quebrar o captiveiro, soltando a
palavra magica. [...]
Esta mesma noção historica do povo é a que dá logar a um outro frequente
facto. Quando, no centro de qualquer aldeia, se eleva um palacio, um
solar de familia, distincto dos edificios communs por uma qualquer
particularidade architectonica mais saliente, ouvireis no sitio
designal-o por o nome de Casa Mourisca, e, se não se guarda ahi memoria
da sua fundação, a chronica lhe assignará infallivelmente como data a
lendaria e mysteriosa época dos mouros.
Era o que succedia com o solar dos senhores Negrões de Villar dos
Corvos, que, em tres leguas em redondo, eram por isso conhecidos pelo
nome dos Fidalgos da Casa Mourisca."
(Excerto do Cap. I)
Júlio Dinis (1839-1871). "Escritor português. Júlio Dinis é o pseudónimo literário mais conhecido
de Joaquim Guilherme Gomes Coelho, entre os vários que o autor adotou ao
longo da sua carreira literária. Nasceu a 14 de novembro de 1839, no
Porto, e morreu a 12 de setembro de 1871, na mesma cidade. Licenciou-se
em Medicina, mas dedicou-se sobretudo à literatura, podendo ser
considerado como um escritor de transição, situado entre o fim do
Romantismo e o início do Realismo. É autor de poesias, peças de teatro,
textos de teorização literária, mas destaca-se sobretudo como
romancista, deixando em pouco mais de trinta e dois anos de vida uma
produção original e inovadora, que contribuiu grandemente para a criação
do romance moderno em Portugal."
(Fonte infopedia)
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na
lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Manuseado. Pastas envelhecidas e gastas, sobretudo nos cantos que se encontram "arredondados". Sem f. anterrosto do 1.º volume.
Raro.
IndisponívelExemplar em bom estado geral de conservação. Manuseado. Pastas envelhecidas e gastas, sobretudo nos cantos que se encontram "arredondados". Sem f. anterrosto do 1.º volume.
Raro.
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