28 junho, 2020

BASTOS, J. - A SAUDE E A LONGEVIDADE. (Um grito de alarme). [Lisboa], Typ. «A Liberal» : Cesar Correia, 1907. In-8.º (22,5 cm) de [2], 101, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso trabalho de índole naturista, publicado nos alvores das práticas vegetarianas entre nós.
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"Em geral todos pensam que gozar saude, é não ter dôres physicas que vivamente incommodem. E assim contentam-se em dizer que passam bem.
Não. A saude, o dom mais precioso da vida, não é só isso.
N'esta epoca de degenerescencia, que infelizmente vem já de tempos mais remotos, escasseiam os verdadeiros exemplares de pessoas saudaveis e por isso, não offerecendo comparações que ilucidem e se imponham aos olhos dos menos observadores, deixemo-nos obcecar pelas idéas geradas n'esse turbilhão das sociedades, pensando e adaptando o estribilho, que a saude sempre assim foi.
Não. Se a saude fosse sempre o que é hoje, não seria tão outra, como era, a longevidade dos nossos antepassados.
A saude, a verdadeira saude, não é só o bem estar do corpo, como tambem é o bem estar do espirito.
Um individuo de perfeita saude, não sente nunca, por assim dizer, as complicas funcções do corpo. E quando tal succede, é porque o organismo se tornou victima de alguma causa morbida.
O seu espirito, directo reflexo do estado do corpo, impelle-o a encarar alegre, despreocupado, verdadeiramente feliz, as muitas difficuldades da vida.
O trabalho, para elle, constitue um completo gozo do qual dimana, quando menos, a facil manutenção das suas necessidades, e, quando mais, a larga satisfação dos seus desejos e caprichos.
A natureza encanta-o e tudo para elle sorri.
Se casa, não especula com o amor: confia no seu braço. Se tem filhos, e quantos mais melhor, acarinha-os, adora-os e o lar torna-se-lhe um paraizo.
A longevidade leva-o a revêr-se infante em successivas proles que o animam e abençoam.
E quando a morte chega, porque não ha nada eterno, não morre de dôr porque nunca teve dôres, extingue-se, docemente, como que, ainda creança, adormecendo de um somno reparador no pequeno berço, em que o embalaram seus paes...
Mas é uma utopia! - hão de já objectar. Não! É assim mesmo.
Queremos viver e morrer assim? É simples. Pratiquemos a Hygiene em todas as suas modalidades."
(Excerto de A saude)
Matérias:
Ás minhas filhas. | A saude e a longevidade. (Um grito de alarme). | A saude. | A alimentação. | A Eschola. | Os Costumes. | Os Remedios. | Relato. | Conclusão.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas sujas, com defeitos e pequena falha de papel na lombada.
Raro.
Sem registo na BNP (tem recenseada apenas a 2.ª edição).
Indisponível

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