ALMEIDA, João de - EM PROL DO COMUM... Por... Lisboa,
Depositaria: Parceria A. Maria Pereira, [1931]. In-8.º (19 cm) de XXI,
[1], 204, [5] p. ; E. Col. Ao Serviço do Império, IV
1.ª edição.
Importantes reflexões políticas e militares sobre o estado do país e das colónias na aurora do Estado Novo.
Livro muito valorizado pela dedicatória autógrafa de João de Almeida, o «herói dos Dembos», ao Dr. Ruy Ennes Ulrich.
"É este livro o quarto da série «Ao Serviço do Império»
em que procuro definir os objectivos fundamentais da nacionalidade,
vindos do alto - do alto duma grandeza que é a única que convém e a
única que é digna de Portugal, no seu Passado historico e no Futuro que
esse Passado determina. [...]
Os
homens da minha geração, que em regra geral, que raras excepções
honrosas confirmam, são valores negativos, cujo entendimento, espirito e
mentalidade não alcançam um sentimento superior de amor pela terra, são
no Exercito, como lhes chamou D. Carlos, os ganhões-fardados,
são na vida civil os conselheiros balôfos, ardidos e bafientos - todos
metidos no casulo incomensuravel do seu egoismo, existencias sem sangue,
sem alma e sem virilidade! [...]
Criadores
de um sistema de formulas convencionais que teem por fulcro a questão
alimentar, organisadores das forças artificiais que as manteem,
instalaram na sociedade portugueza essas instutuições de proveito
proprio, mas que são um exemplo terrivel para os novos, o comodismo, a
intriga e a cobardia.
São
homens da minha geração por uma fatalidade do tempo - não são homens do
meu sangue, nem do meu espirito, nem da minha raça, por graça de Deus!"
(Excerto do Prefacio)
Índice:
Prefacio.
| Nota. | Cap. I - No Campo Politico: I. Programa da Ditadura Nacional.
II. Hontem e Hoje. III. Carta ao Sr. Presidente da Republica. Cap. II -
Da Defeza Nacional: I. Politica Internacional. II. O futuro conflito
europeu. III. Defeza Nacional Reorganização do Exercito Portuguez. Cap.
III - Aspectos do Problema Colonial: I. A Defeza das Colonias de
Portugal. II. O espirito da Raça na sua expansão Alem-Mar. III. O «Acto
Colonial». IV. Uma entrevista sobre o Ressurgimento Colonial. V. Uma
entrevista oportuna. VI. O nosso Imperio Colonial. Cap. IV - A Questão
Iberica: I. Duas raças, dois caracteres, dois países. II. As relações
luso-espanholas. III. A Visão do Crente. Cap. V - Algarve de Alem-Mar:
I. Glorias passadas. II. A Espanha entregará Marrocos á S. D. N.?
João de Almeida (1873-1953).
“Nasceu no lugar de Cairrão, freguesia de Vila Garcia, no distrito da
Guarda, no dia 5 de Outubro de 1873, e faleceu em Lisboa, no 5 de Maio
de 1953. Frequentou a Escola do Exército, da qual saiu com o posto de
alferes, em 1896. Em 1901, já como tenente, tirou o bacharelato em
Matemática e em Filosofia na Universidade de Coimbra. No ano de 1903,
concluiu o curso de Estado Maior. Em 1906, partiu para Angola. No ano
seguinte, distinguiu-se nas campanhas do Cuamato. Os sucessos alcançados
na campanha contra os Dembos, no norte de Angola (1907), fizeram que
passasse a ser popularmente conhecido como “herói dos Dembos”, por ter
pacificado esse povo em Angola durante as Campanhas de África, tendo
contribuído também para a pacificação da região de Huíla, cidade onde
desempenhou as funções de governador interino, reforçando a acção
administrativa da província. Por motivos de doença grave, regressou a
Lisboa no ano de 1908. No ano seguinte, já curado, volta para Angola,
assumindo o cargo de governador de Huíla, tendo conseguido fixar a
fronteira sul de todo o território angolano, numa acção militar e de
administração verdadeiramente notável. Em simultâneo, realizou
levantamentos geográficos regionais. Por ser fiel à Monarquia, em 1912,
dois anos após a implantação da República, foi demitido do exército,
exilando-se em Paris, onde se licenciou em Engenharia Civil, na Ecole du
Genie Civil. No entanto, em 1918, voltou a ser readmitido. No ano de
1919, então com o posto de Coronel e Comandante militar da região de
Aveiro, João de Almeida envolveu-se na Monarquia do Norte ao lado de
Paiva Couceiro. Após o fracasso dessa tentativa de reimplantar a
Monarquia, teve ordem de prisão mas o comissário encarregado da sua
detenção, Salvador do Nascimento, permitiu a sua fuga pois ele próprio
tinha sido preso político durante a ditadura de João Franco por
conspirar contra a monarquia. Na década de 1920, João de Almeida foi um
dos oficiais ligados às revoltas que conduziram à implantação do Estado
Novo, tendo o seu nome sido proposto, pela ala militar do regime,
agrupada na Liga 28 de Maio, para substituir António de Oliveira
Salazar. No ano de 1933, foi promovido, por escolha, a general. Ainda
que ligado à ala mais conservadora do Estado Novo, João de Almeida
sempre mostrou muita sensibilidade social, tendo sido um acérrimo
defensor de uma maior intervenção do Estado na área da Saúde,
nomeadamente através da implementação de medidas preventivas de saúde
pública. João de Almeida recebeu diversas condecorações, entre as quais,
a de Grande Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, de que era
Comendador desde 1908, depois das operações dos Dembos, a medalha Rainha
D. Amélia com a legenda “Dembos”, a medalha de ouro de Serviços
Distintos no Ultramar e a Legião de Honra. O distanciamento político com
o regime do Estado Novo deu azo a João de Almeida para se dedicar à
investigação histórica e à escrita.”
(FERREIRA, Cardoso in www.portal.ecclesia.pt)
Encadernação recente em skivertex com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. rosto à cabeça.
Invulgar.
15€
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