09 junho, 2020

VEIGA, Alves da – POLITICA NOVA. Ideias para a reorganisação da nacionalidade portugueza. Lisboa, Livraria Classica Editora de A. M. Teixeira & C.ᵗᵃ, 1911. In-8º (19,5 cm) de 239, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Importante trabalho publicado em Junho de 1911, pouco tempo após a implantação da República. Assume particular importância pelo seu conteúdo programático.
“Os acontecimentos de 5 de outubro do anno findo decidiram-me a escrever este livro, onde ligeiramente expendo algumas ideias sobre a organização politica da Republica Portugueza e as reformas que ella deve introduzir nos serviços publicos. É um trabalho precipitado, escripto á pressa, sem o repouso que exige a consideração de questões tão momentosas como as que tive de tratar. Mas não podendo tomar assento nas Côrtes Constituintes, em virtude do posto diplomatico que o Governo Provisorio me confiou, julguei conveniente exprimir por este meio a minha maneira de vêr sobre estas questões.
Se chamo politica nova ás ideias aqui expostas, não é com o pretensioso intuito de innovar coisa alguma, porque tudo quanto affirmo, já está mais ou menos dito nos livros dos mestres e tratadistas, ou realisado nas instituições dos povos livres. É novidade, sim, mas em relação a Portugal, e n’este sentido creio que algumas d’essas ideias poderão ser aproveitadas para a reorganisação da nossa nacionalidade.”
(Excerto da introdução)
Matérias:
I – A democracia e os povos. II – Das diversas fórmas da organização republicana. III – A federação portugueza e os seus elementos organicos. IV – Principios geraes da constituição dos poderes políticos. V – Organisação da funcção legislativa. VI – Organisação da funcção executiva. VII – As reformas judiciarias. VIII – Organisação das instituições militares no regimen republicano. IX – Principios geraes d’uma organização democratica das finanças. X – Como a Republica liquidará a situação financeira. XI – A federação na ordem economica.
Augusto Manuel Alves da Veiga (1850-1924). "Nasceu em Mirandela no ano de 1850. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, em 1874, com distinção. Republicano convicto, ainda estudante redigiu um semanário intitulado República Portugueza, em que também colaboraram Magalhães Lima, Alves Morais, Álvaro de Mendonça, Almeida Ribeiro, Manuel de Arriaga, entre outros. Em 1875, fixou residência no Porto onde exerceu advocacia e deu aulas particulares durante algum tempo. Mas o que mais o entusiasmava era a divulgação dos ideais republicanos, tarefa à qual se dedicou entusiasticamente. Fundou no Porto o jornal A Discussão onde defendia as suas ideias. Orador eloquente tomou parte em quase todos os comícios e reuniões que por esse tempo se realizaram no país. A sua palavra era escutada religiosamente e sempre bastante aplaudida. Alves da Veiga foi eleito deputado republicano pelo Centro Republicano do Porto ainda no tempo da Monarquia. Participou na revolta do Porto em 31 de Janeiro de 1891, e foi ele quem leu, das janelas da Câmara Municipal a proclamação da República. Frustrada a revolta, emigrou para Paris, onde exerceu advocacia nos consulados português e brasileiro. Depois da Implantação da República a 5 de Outubro de 1910, voltou à vida política activa. Alves da Veiga foi nomeado Ministro (embaixador) de Portugal em Bruxelas. Morreu em 1924."
(Fonte: centenariodarepublica.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
15€

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