BRUNO - A GERAÇÃO NOVA : ensaios criticos. Os Novellistas. Porto, Magalhães & Moniz, Editores, 1886. In-8.º (20 cm) de VI, 359, [3] p. ; E.
1.ª edição.
Importante ensaio de Sampaio Bruno sobre a literatura nacional, abrangendo todos os géneros de narrativa: romance/novela; conto; folhetim. Parte de um trabalho mais amplo, o autor ficar-se-ia no entanto por apenas este volume.
Obra de referência, juntamente com a de Teófilo Braga, talvez as mais importantes que se sobre o assunto se publicaram entre nós.
"Coleção de ensaios de crítica literária sobre os novelistas portugueses, publicada em 1886, nos quais Sampaio Bruno acompanha diacronicamente as etapas conducentes ao romance realista-naturalista, que passam por "o romance histórico", "o romance de intriga", "o romance íntimo", "o romance de costumes", "o romance de intuito", "o conto satírico", "o conto fantástico", "o conto rural" e "o romance rural", sem esquecer "as revistas literárias e o folhetim".Na extensa "Conclusão", Bruno defende a estética realista dos erros de apreciação crítica que sobre ela vinham sendo proferidos (nomeadamente as acusações de obscenidade, de excessiva pormenorização e de deficiências de estilo), mas critica-a enquanto mero "trabalho de coligir o documento humano, de registar factos, de compendiar observações, de desfibrar o tecido sentimental, de dissecar os elementos histológicos das volições", sustentando que "o romance tem [...] de continuar a ser romance; e a sua crítica final de ultimar-se, como em todas as obras de arte, numa questão de gosto"."
(A Geração Nova in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2020. [consult. 2020-05-13 12:24:20]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/$a-geracao-nova)
"A repetição de geração em geração das concepções symbolicas que a ignorancia primitiva da humanidade elaborou, como idonea explicação do problema do universo em que se sentia, tão facilmente se comprehende como determinou a epopeia, na sua particularidade philosophica e religiosa, como se apercebe a filiação do poema, no seu condicionalismo de representação de nacionalidade, pela transmissão oral das lendas ácerca da constituição e vida primeva da patria. [...]
Desaggregado o imperio romano do occidente, a reconstituição litteraria opera-se, na noite medievica, pelas forças proprias da imaginação inculta. A concepção artistica recomeça a pisar os estadios primittivos; das cantilenas dos bardos e trovadores se formam essas grandes epopeias collectivas das canções de gesta do cyclo gallo-franko e do cyclo gallo-bretão, que nos romances populares portuguezes estão cheias de vestigios mythicos; e, novamente, no seculo XIV se vê a derivação das canções de gesta para a prosa das novellas de cavalleria accentuar-se n'esses dois typos dos Amadizes e dos Palmeirins.
O romance de cavalleria é a origem do nosso romance moderno; e na sua ridiculisação, que começa no Romance da rosa e recebe a consagração final no Dom Quixote, observa-se o prenuncio do futuro pela inutilisação da epopeia e pela fórma litteraria em queinha de crystallisar a ficção poetica primitiva."
(Excerto do Cap. I, As origens)
Indice:
Explicação preambular. | I - As origens. II -O romance historico. III - O romance de intriga. IV - O romance intimo. V - O romance de costumes. VI - O romance de intuito. VII - As revistas litterarias e o folhetim. VIII - O conto satyrico. IX - O conto phantastico. X - O conto rural. XI - O romance rural. XII - A transição. XIII - O romance naturalista. XIV - Os seguidores. | Conclusão.
Belíssima meia encadernação em pele com cantos; lombada com nervuras, ricamente decorada a ouro. Ligeiramente aparado à cabeça, corte pintado. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível
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