FERREIRA, Joaquim Guilherme Diniz - A MULHER NOS CÉUS DE PORTUGAL. [Prefácio de Ana Maria Burnay Aranha]. Lisboa, Edição do Autor, 1986. In-8.º (20,5 cm) de 117, [3] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de pequenas biografias referentes a dezenas de mulheres, nacionais e estrangeiras, que sulcaram os ares de Portugal. Ilustrado ao longo do texto com 90 fotogravuras, reproduzindo, sobretudo, os retratos das aviadoras.
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"Esta
pequena publicação não constitui a mulherologia da aeronáutica
portuguesa, mas sim e apenas uma síntese desse tema redigida sem rasgo
nem luzimento como aliás seria adequado. Iminentemente, pretendeu-se
fazer surgir nos escaparates algo de inédito em homenagem a todas as
mulheres aviadoras ou paraquedistas do nosso país."
(Excerto da nota prévia)
Matérias: 1.ª Parte - A Mulher Estrangeira. 2.ª Parte - A Mulher Portuguesa. Anexos: I
- Pilotos Particulares de Aeroplano (PPA). II - Pilotos Comerciais de
Aeroplano (PCA). III - Pilotos de Planador (PP). IV - Paraquedistas
(PQ). V - Enfermeiras-Paraquedistas (EPQ). VI - Estrangeiras que
obtiveram em Portugal licenças aeronáuticas. VII - Acidentes
aeronáuticos mortais. VIII - Estatística aeronáutica feminina.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Indisponível
29 junho, 2020
Etiquetas:
§ AUTÓGRAFOS,
*FERREIRA (Joaquim G. Diniz),
1ª E D I Ç Ã O,
Aviação,
Biografias,
História,
História de Portugal
28 junho, 2020
BASTOS, J. - A SAUDE E A LONGEVIDADE. (Um grito de alarme). [Lisboa], Typ. «A Liberal» : Cesar Correia, 1907. In-8.º (22,5 cm) de [2], 101, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso trabalho de índole naturista, publicado nos alvores das práticas vegetarianas entre nós.
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"Em geral todos pensam que gozar saude, é não ter dôres physicas que vivamente incommodem. E assim contentam-se em dizer que passam bem.
Não. A saude, o dom mais precioso da vida, não é só isso.
N'esta epoca de degenerescencia, que infelizmente vem já de tempos mais remotos, escasseiam os verdadeiros exemplares de pessoas saudaveis e por isso, não offerecendo comparações que ilucidem e se imponham aos olhos dos menos observadores, deixemo-nos obcecar pelas idéas geradas n'esse turbilhão das sociedades, pensando e adaptando o estribilho, que a saude sempre assim foi.
Não. Se a saude fosse sempre o que é hoje, não seria tão outra, como era, a longevidade dos nossos antepassados.
A saude, a verdadeira saude, não é só o bem estar do corpo, como tambem é o bem estar do espirito.
Um individuo de perfeita saude, não sente nunca, por assim dizer, as complicas funcções do corpo. E quando tal succede, é porque o organismo se tornou victima de alguma causa morbida.
O seu espirito, directo reflexo do estado do corpo, impelle-o a encarar alegre, despreocupado, verdadeiramente feliz, as muitas difficuldades da vida.
O trabalho, para elle, constitue um completo gozo do qual dimana, quando menos, a facil manutenção das suas necessidades, e, quando mais, a larga satisfação dos seus desejos e caprichos.
A natureza encanta-o e tudo para elle sorri.
Se casa, não especula com o amor: confia no seu braço. Se tem filhos, e quantos mais melhor, acarinha-os, adora-os e o lar torna-se-lhe um paraizo.
A longevidade leva-o a revêr-se infante em successivas proles que o animam e abençoam.
E quando a morte chega, porque não ha nada eterno, não morre de dôr porque nunca teve dôres, extingue-se, docemente, como que, ainda creança, adormecendo de um somno reparador no pequeno berço, em que o embalaram seus paes...
Mas é uma utopia! - hão de já objectar. Não! É assim mesmo.
Queremos viver e morrer assim? É simples. Pratiquemos a Hygiene em todas as suas modalidades."
(Excerto de A saude)
Matérias:
Ás minhas filhas. | A saude e a longevidade. (Um grito de alarme). | A saude. | A alimentação. | A Eschola. | Os Costumes. | Os Remedios. | Relato. | Conclusão.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas sujas, com defeitos e pequena falha de papel na lombada.
Raro.
Sem registo na BNP (tem recenseada apenas a 2.ª edição).
Indisponível
1.ª edição.
Curioso trabalho de índole naturista, publicado nos alvores das práticas vegetarianas entre nós.
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"Em geral todos pensam que gozar saude, é não ter dôres physicas que vivamente incommodem. E assim contentam-se em dizer que passam bem.
Não. A saude, o dom mais precioso da vida, não é só isso.
N'esta epoca de degenerescencia, que infelizmente vem já de tempos mais remotos, escasseiam os verdadeiros exemplares de pessoas saudaveis e por isso, não offerecendo comparações que ilucidem e se imponham aos olhos dos menos observadores, deixemo-nos obcecar pelas idéas geradas n'esse turbilhão das sociedades, pensando e adaptando o estribilho, que a saude sempre assim foi.
Não. Se a saude fosse sempre o que é hoje, não seria tão outra, como era, a longevidade dos nossos antepassados.
A saude, a verdadeira saude, não é só o bem estar do corpo, como tambem é o bem estar do espirito.
Um individuo de perfeita saude, não sente nunca, por assim dizer, as complicas funcções do corpo. E quando tal succede, é porque o organismo se tornou victima de alguma causa morbida.
O seu espirito, directo reflexo do estado do corpo, impelle-o a encarar alegre, despreocupado, verdadeiramente feliz, as muitas difficuldades da vida.
O trabalho, para elle, constitue um completo gozo do qual dimana, quando menos, a facil manutenção das suas necessidades, e, quando mais, a larga satisfação dos seus desejos e caprichos.
A natureza encanta-o e tudo para elle sorri.
Se casa, não especula com o amor: confia no seu braço. Se tem filhos, e quantos mais melhor, acarinha-os, adora-os e o lar torna-se-lhe um paraizo.
A longevidade leva-o a revêr-se infante em successivas proles que o animam e abençoam.
E quando a morte chega, porque não ha nada eterno, não morre de dôr porque nunca teve dôres, extingue-se, docemente, como que, ainda creança, adormecendo de um somno reparador no pequeno berço, em que o embalaram seus paes...
Mas é uma utopia! - hão de já objectar. Não! É assim mesmo.
Queremos viver e morrer assim? É simples. Pratiquemos a Hygiene em todas as suas modalidades."
(Excerto de A saude)
Matérias:
Ás minhas filhas. | A saude e a longevidade. (Um grito de alarme). | A saude. | A alimentação. | A Eschola. | Os Costumes. | Os Remedios. | Relato. | Conclusão.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas sujas, com defeitos e pequena falha de papel na lombada.
Raro.
Sem registo na BNP (tem recenseada apenas a 2.ª edição).
Indisponível
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§ AUTÓGRAFOS,
*BASTOS (J.),
1ª E D I Ç Ã O,
Naturismo,
Saúde,
Vegetarianismo
27 junho, 2020
MONTEIRO, J. P. Franco - AS DONATARIAS D'ALEMQUER. Historia das Rainhas de Portugal e da sua casa e estado. Com uma carta-prefacio por Oliveira Martins. Lisboa, M. Gomes - Editor : Livreiro de Suas Magestades e Altezas, 1893. In-8.º (19,5 cm) de XV, [1], 175, [5] p. ; E.
1.ª edição.
Interessante trabalho biográfico sobre as rainhas de Portugal.
"Outr'ora capital da Casa das Rainhas, villa predilecta das soberanas, que nas suas muralhas encontravam defeza leal, que nos seus montes e nos seus vergeis buscavam o desenfado da vida cortezã, é justo que essas memorias hoje sejam invocadas por quem nasceu no seu termo, por quem viu ao despontar da vida, as ruinas do velho castelo que Affonso Henriques tomou aos mussulmanos e que D. João I destruiu como padrão d'ingloriosas, ainda que valentes recordações!"
(Excerto da Advertência)
"Para sustento das suas consortes costumavam os antigos reis doar-lhes o rendimento de algumas villas, juncto a varias attribuições civis que variavam conforme a confiança que o soberano depositava na sua esposa.
Em 1188 Sancho I tencionou visitar a Palestina; na duvida de succumbir na empreza, doára a sua mulher a rainha D. Dulce os rendimento de Alemquer, Terras do Vouga, do Porto de de Santa Maria..."
(Excerto de A Casa das Rainhas (noticia summaria))
Índice:
Prefacio e advertencia. | A Casa das Rainhas. | D. Dulce. | D. Sancha. | D. Beatriz de Gusmão. | Santa Izabel. | D. Constança. | D. Leonor Telles. | D. Filippa. - D. Izabel de Lencastre. - D. Leonor d'Aragão. - D. Izabel de Lencastre. | D. Leonor de Lencastre. | D. Leonor d'Austria. | D. Catharina d'Austria. | O interregno dos Filippes. | D. Luiza de Gusmão. | D. Maria Francisca Izabel de Saboya. | D. Maria Sophia de Neuburg. | D. Marianna d'Austria. | D. Marianna Victoria de Bourbon. | Notas e documentos.
João Pereira Franco Monteiro (1870-1937). "Nascido no lugar de Cortegana, Alenquer, em 1870 e falecido em Lisboa em 1937. Foi político, jornalista, investigador histórico e genealogista. Miguelista, foi colaborador da Gazeta; diretor do jornal A Nação, orgão oficial do Partido Legitimista, até à sua suspensão, em 1914; comendador da Ordem de São Silvestre; proprietário da Quinta da Mourinheira, na Cortegana. Autor de As Donatárias de Alenquer, livro publicado em 1893."
Encadernação editorial em tela com ferros gravados a seco e a ouro na pasta anterior e na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
35€
1.ª edição.
Interessante trabalho biográfico sobre as rainhas de Portugal.
"Outr'ora capital da Casa das Rainhas, villa predilecta das soberanas, que nas suas muralhas encontravam defeza leal, que nos seus montes e nos seus vergeis buscavam o desenfado da vida cortezã, é justo que essas memorias hoje sejam invocadas por quem nasceu no seu termo, por quem viu ao despontar da vida, as ruinas do velho castelo que Affonso Henriques tomou aos mussulmanos e que D. João I destruiu como padrão d'ingloriosas, ainda que valentes recordações!"
(Excerto da Advertência)
"Para sustento das suas consortes costumavam os antigos reis doar-lhes o rendimento de algumas villas, juncto a varias attribuições civis que variavam conforme a confiança que o soberano depositava na sua esposa.
Em 1188 Sancho I tencionou visitar a Palestina; na duvida de succumbir na empreza, doára a sua mulher a rainha D. Dulce os rendimento de Alemquer, Terras do Vouga, do Porto de de Santa Maria..."
(Excerto de A Casa das Rainhas (noticia summaria))
Índice:
Prefacio e advertencia. | A Casa das Rainhas. | D. Dulce. | D. Sancha. | D. Beatriz de Gusmão. | Santa Izabel. | D. Constança. | D. Leonor Telles. | D. Filippa. - D. Izabel de Lencastre. - D. Leonor d'Aragão. - D. Izabel de Lencastre. | D. Leonor de Lencastre. | D. Leonor d'Austria. | D. Catharina d'Austria. | O interregno dos Filippes. | D. Luiza de Gusmão. | D. Maria Francisca Izabel de Saboya. | D. Maria Sophia de Neuburg. | D. Marianna d'Austria. | D. Marianna Victoria de Bourbon. | Notas e documentos.
João Pereira Franco Monteiro (1870-1937). "Nascido no lugar de Cortegana, Alenquer, em 1870 e falecido em Lisboa em 1937. Foi político, jornalista, investigador histórico e genealogista. Miguelista, foi colaborador da Gazeta; diretor do jornal A Nação, orgão oficial do Partido Legitimista, até à sua suspensão, em 1914; comendador da Ordem de São Silvestre; proprietário da Quinta da Mourinheira, na Cortegana. Autor de As Donatárias de Alenquer, livro publicado em 1893."
Encadernação editorial em tela com ferros gravados a seco e a ouro na pasta anterior e na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
35€
Etiquetas:
*MARTINS (Joaquim Pedro de Oliveira),
*MONTEIRO (João Pereira Franco),
1ª E D I Ç Ã O,
Alenquer,
Biografias,
História,
História de Portugal,
Livros antigos,
Livros séc. XIX,
Monarquia
26 junho, 2020
BARBAS, Alexandre - OS CRIMES DE SACHRISTIA. [Prólogo de Pedro do Amaral Botto Machado]. Lisboa, Proprietario e Editor - O Auctor : Composto e impresso na Typographia Bayard, agosto de 1910, [1910]. In-8.º (20,5 cm) de 158, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Violento manifesto anticlerical. O autor, conhecido extremista republicano, refuta a doutrina cristã e as práticas religiosas.
"Prefaciar um livro não é coisa que possa pedir-se a quem, como eu, nas escolas, não foi além da instrucção primaria. [...]
Demais, o seu livro não precisa de prefacio. Crimes, não se prefaciam. Crimes, descobrem-se, denumciam-se, stygmatisam-se, punem-se. E, quando são «Crimes Religiosos», levam-se ao tribunal da consciencia popular, tão rude e claramente como elles se comettem.
Crimes Religiosos são crimes sociaes porque são praticados, conscientemente, contra todos os cidadãos; torna-los conhecidos é trabalhar em favor d'estes, porque é expo-los á sua condemnação. A sociedade, pois, que leia e que condemne.
O seu livro apresenta á sociedade crimes da religião catholica, apostholica, romana e dos seus sectarios. Todos, desde o bispo ao mais humilde cura d'aldeia, commettem esses crimes em nome do deus, que os tornou senhores da verdade revelada, ensinada pela Biblia e imposta pelas ordens de Roma.
Commettem-nos, ainda, porque são homens de ganhar, estomagos que inventaram deus para comer. Sem esse deus morreriam de fome."
(Excerto do Prologo)
"Comecei de estudar em Gouveia. Alli fiz quasi todos os «preparatorios» sob a direcção santa de alguns padres que, embora não tivessem sido destinados para professores pela alta vontade do Deus biblico, foram meus amigos, sempre promptos a attender-me, pelo que me confesso ainda reconhecido, apezar de por elles ser já divinamente excommungado."
(Excerto do Cap. I, Auto-biographia)
"O padre é dos elementos que só se pode conhecer apoz algumas tentativas, e depois de termos com elle um simulacro de familiaridade, pois só então ouvimos affirmações que traduzem o estado da sua alma.
Acompanhei-o em muitos actos da igreja, segui-o de perto, e, em todas as conversações, reconheci que essa familia solerte de ociosos era a hypocrisia personificada, que, sem consciencia, considerava a religião, como um officio de engorda, como um meio seguro e forte de especular com a crença popular."
(Excerto do Cap. II, Psychologia do padre)
"As divindades brotam quasi sempre do Terror e o Deus das sachristias, filho legitimo da maldade humana, o mais sanguinario e despotico, querendo impôr-se aos devotos com as baterias da sua colera, tem na vida um largo cadastro de crimes, ameaças, e vinganças.
Confirman-no os «livros santos», a boa imprensa, e piedade inconsciente dos seus servidores.
O estado mystico e mataphysico d'um povo está na razão directa da sua ignorancia.
Quanto mais escravisado estiver a preconceitos, tanto melhor para o padre que consegue verga-lo a todas as mentiras, incutir-lhe todos os terrores do sobrenatural."
(Excerto do Cap. VIII, O Deus de Roma)
Matérias:
Prologo. | I - Auto-biographia. II - Psychologia do padre. III - Bullas. IV - Indulgencias. V - Egreja e Estado. VI - Bens d'alma. VII - Politica e Religião. VIII - O Deus de Roma. IX - Socialismo catholico. X - Pelo confessionario. XI - Baptismo. XII - Eucharistia. XIII - Culto dos santos.
Alexandre Lopes Barbas (1884-1958). Republicano radical. Jornalista, professor e escritor. Natural de Rio Torto, Gouveia. Por vontade materna passou três anos no seminário. Em 1909 vem para Lisboa onde fez o curso liceal num ano. No ano seguinte inscreve-se no Curso Superior de Letras que concluiu, tendo lecionado no Colégio Universal para fazer face às despesas. Colaborou clandestinamente n'O Combate desde 1904, ainda enquanto seminarista. Foi chefe de redacção duma revista - A Tutoria - com a colaboração de Magalhães Lima, João de Barros e Trindade Coelho, entre outros.
Exemplar brochado, impresso sobre papel encorpado, em bom estado de conservação.
Muito raro.
Com registo na BNP, mas sem informação técnica.
Indisponível
1.ª edição.
Violento manifesto anticlerical. O autor, conhecido extremista republicano, refuta a doutrina cristã e as práticas religiosas.
"Prefaciar um livro não é coisa que possa pedir-se a quem, como eu, nas escolas, não foi além da instrucção primaria. [...]
Demais, o seu livro não precisa de prefacio. Crimes, não se prefaciam. Crimes, descobrem-se, denumciam-se, stygmatisam-se, punem-se. E, quando são «Crimes Religiosos», levam-se ao tribunal da consciencia popular, tão rude e claramente como elles se comettem.
Crimes Religiosos são crimes sociaes porque são praticados, conscientemente, contra todos os cidadãos; torna-los conhecidos é trabalhar em favor d'estes, porque é expo-los á sua condemnação. A sociedade, pois, que leia e que condemne.
O seu livro apresenta á sociedade crimes da religião catholica, apostholica, romana e dos seus sectarios. Todos, desde o bispo ao mais humilde cura d'aldeia, commettem esses crimes em nome do deus, que os tornou senhores da verdade revelada, ensinada pela Biblia e imposta pelas ordens de Roma.
Commettem-nos, ainda, porque são homens de ganhar, estomagos que inventaram deus para comer. Sem esse deus morreriam de fome."
(Excerto do Prologo)
"Comecei de estudar em Gouveia. Alli fiz quasi todos os «preparatorios» sob a direcção santa de alguns padres que, embora não tivessem sido destinados para professores pela alta vontade do Deus biblico, foram meus amigos, sempre promptos a attender-me, pelo que me confesso ainda reconhecido, apezar de por elles ser já divinamente excommungado."
(Excerto do Cap. I, Auto-biographia)
"O padre é dos elementos que só se pode conhecer apoz algumas tentativas, e depois de termos com elle um simulacro de familiaridade, pois só então ouvimos affirmações que traduzem o estado da sua alma.
Acompanhei-o em muitos actos da igreja, segui-o de perto, e, em todas as conversações, reconheci que essa familia solerte de ociosos era a hypocrisia personificada, que, sem consciencia, considerava a religião, como um officio de engorda, como um meio seguro e forte de especular com a crença popular."
(Excerto do Cap. II, Psychologia do padre)
"As divindades brotam quasi sempre do Terror e o Deus das sachristias, filho legitimo da maldade humana, o mais sanguinario e despotico, querendo impôr-se aos devotos com as baterias da sua colera, tem na vida um largo cadastro de crimes, ameaças, e vinganças.
Confirman-no os «livros santos», a boa imprensa, e piedade inconsciente dos seus servidores.
O estado mystico e mataphysico d'um povo está na razão directa da sua ignorancia.
Quanto mais escravisado estiver a preconceitos, tanto melhor para o padre que consegue verga-lo a todas as mentiras, incutir-lhe todos os terrores do sobrenatural."
(Excerto do Cap. VIII, O Deus de Roma)
Matérias:
Prologo. | I - Auto-biographia. II - Psychologia do padre. III - Bullas. IV - Indulgencias. V - Egreja e Estado. VI - Bens d'alma. VII - Politica e Religião. VIII - O Deus de Roma. IX - Socialismo catholico. X - Pelo confessionario. XI - Baptismo. XII - Eucharistia. XIII - Culto dos santos.
Alexandre Lopes Barbas (1884-1958). Republicano radical. Jornalista, professor e escritor. Natural de Rio Torto, Gouveia. Por vontade materna passou três anos no seminário. Em 1909 vem para Lisboa onde fez o curso liceal num ano. No ano seguinte inscreve-se no Curso Superior de Letras que concluiu, tendo lecionado no Colégio Universal para fazer face às despesas. Colaborou clandestinamente n'O Combate desde 1904, ainda enquanto seminarista. Foi chefe de redacção duma revista - A Tutoria - com a colaboração de Magalhães Lima, João de Barros e Trindade Coelho, entre outros.
Exemplar brochado, impresso sobre papel encorpado, em bom estado de conservação.
Muito raro.
Com registo na BNP, mas sem informação técnica.
Indisponível
25 junho, 2020
MOURÃO-FERREIRA, David - PARA O PERFIL DE VITORINO NEMÉSIO. Lisboa, Universidade de Lisboa : Faculdade de Letras, 1971. In-4.º (23,5 cm) de 10 p. ; B.
Separata da Revista da Faculdade de Letras de Lisboa : III série, n.º 13
1.ª edição independente.
Interessante elogio/subsídio biográfico Nemesiano.
"Não é fácil esboçar o perfil de Mestre Vitorino Nemésio, já pela incessante mobilidade do modelo, já pela extrema variedade e pela invulgar sobreposição dos traços que o caracterizam. São acaso as feições do Professor que pretendemos fixar? Logo as feições do Poeta, como que em filigrana, se iluminam também. E, se por outro lado, procuramos seguir as grandes linhas da sua obra de romancista, de contista, de narrador, - imediatamente encontramos pelo caminho, a interceptá-las ou a enriquecê-las, as que definem a sua actividade como scholar-critic, como orientador de sucessivas gerações de romanistas, como pesquisador e divulgador em inúmeros campos da cultura, como filólogo, enfim, na mais ampla e generosa acepção do termo.
Mas a dificuldade do retrato não deriva apenas da diversidade, da complexidade e da acumulação de imagens do retratado: deriva também da força íntima de cada uma delas, da exuberância do talento (porque não dizer genialidade?) com que se têm afirmado, em Vitorino Nemésio, o poeta e o professor, o ficcionista e o crítico, o cronista, o biógrafo, o historiador e o filósofo da cultura. [...]
De súbito, porém, podíamos vê-lo ainda pegar da sua viola para nos tocar um trecho de Albéniz ou uma canção tradicional da Ilha Terceira... Mas enganar-se-á redondamente quem suspeitar - diante de tal profusão de aptidões, de talentos, de apetências e de recursos culturais - que porventura exista, em Vitorino Nemésio, o que quer que seja de um diletante. O seu caso, pelo contrário, é o de uma personalidade de tipo fáustico, para quem o mundo do conhecimento não tem limites."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
15€
Separata da Revista da Faculdade de Letras de Lisboa : III série, n.º 13
1.ª edição independente.
Interessante elogio/subsídio biográfico Nemesiano.
"Não é fácil esboçar o perfil de Mestre Vitorino Nemésio, já pela incessante mobilidade do modelo, já pela extrema variedade e pela invulgar sobreposição dos traços que o caracterizam. São acaso as feições do Professor que pretendemos fixar? Logo as feições do Poeta, como que em filigrana, se iluminam também. E, se por outro lado, procuramos seguir as grandes linhas da sua obra de romancista, de contista, de narrador, - imediatamente encontramos pelo caminho, a interceptá-las ou a enriquecê-las, as que definem a sua actividade como scholar-critic, como orientador de sucessivas gerações de romanistas, como pesquisador e divulgador em inúmeros campos da cultura, como filólogo, enfim, na mais ampla e generosa acepção do termo.
Mas a dificuldade do retrato não deriva apenas da diversidade, da complexidade e da acumulação de imagens do retratado: deriva também da força íntima de cada uma delas, da exuberância do talento (porque não dizer genialidade?) com que se têm afirmado, em Vitorino Nemésio, o poeta e o professor, o ficcionista e o crítico, o cronista, o biógrafo, o historiador e o filósofo da cultura. [...]
De súbito, porém, podíamos vê-lo ainda pegar da sua viola para nos tocar um trecho de Albéniz ou uma canção tradicional da Ilha Terceira... Mas enganar-se-á redondamente quem suspeitar - diante de tal profusão de aptidões, de talentos, de apetências e de recursos culturais - que porventura exista, em Vitorino Nemésio, o que quer que seja de um diletante. O seu caso, pelo contrário, é o de uma personalidade de tipo fáustico, para quem o mundo do conhecimento não tem limites."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
15€
24 junho, 2020
ALMEIDA, João de - EM PROL DO COMUM... Por... Lisboa,
Depositaria: Parceria A. Maria Pereira, [1931]. In-8.º (19 cm) de XXI,
[1], 204, [5] p. ; E. Col. Ao Serviço do Império, IV
1.ª edição.
Importantes reflexões políticas e militares sobre o estado do país e das colónias na aurora do Estado Novo.
Livro muito valorizado pela dedicatória autógrafa de João de Almeida, o «herói dos Dembos», ao Dr. Ruy Ennes Ulrich.
"É este livro o quarto da série «Ao Serviço do Império» em que procuro definir os objectivos fundamentais da nacionalidade, vindos do alto - do alto duma grandeza que é a única que convém e a única que é digna de Portugal, no seu Passado historico e no Futuro que esse Passado determina. [...]
Os homens da minha geração, que em regra geral, que raras excepções honrosas confirmam, são valores negativos, cujo entendimento, espirito e mentalidade não alcançam um sentimento superior de amor pela terra, são no Exercito, como lhes chamou D. Carlos, os ganhões-fardados, são na vida civil os conselheiros balôfos, ardidos e bafientos - todos metidos no casulo incomensuravel do seu egoismo, existencias sem sangue, sem alma e sem virilidade! [...]
Criadores de um sistema de formulas convencionais que teem por fulcro a questão alimentar, organisadores das forças artificiais que as manteem, instalaram na sociedade portugueza essas instutuições de proveito proprio, mas que são um exemplo terrivel para os novos, o comodismo, a intriga e a cobardia.
São homens da minha geração por uma fatalidade do tempo - não são homens do meu sangue, nem do meu espirito, nem da minha raça, por graça de Deus!"
(Excerto do Prefacio)
Índice:
Prefacio. | Nota. | Cap. I - No Campo Politico: I. Programa da Ditadura Nacional. II. Hontem e Hoje. III. Carta ao Sr. Presidente da Republica. Cap. II - Da Defeza Nacional: I. Politica Internacional. II. O futuro conflito europeu. III. Defeza Nacional Reorganização do Exercito Portuguez. Cap. III - Aspectos do Problema Colonial: I. A Defeza das Colonias de Portugal. II. O espirito da Raça na sua expansão Alem-Mar. III. O «Acto Colonial». IV. Uma entrevista sobre o Ressurgimento Colonial. V. Uma entrevista oportuna. VI. O nosso Imperio Colonial. Cap. IV - A Questão Iberica: I. Duas raças, dois caracteres, dois países. II. As relações luso-espanholas. III. A Visão do Crente. Cap. V - Algarve de Alem-Mar: I. Glorias passadas. II. A Espanha entregará Marrocos á S. D. N.?
João de Almeida (1873-1953). “Nasceu no lugar de Cairrão, freguesia de Vila Garcia, no distrito da Guarda, no dia 5 de Outubro de 1873, e faleceu em Lisboa, no 5 de Maio de 1953. Frequentou a Escola do Exército, da qual saiu com o posto de alferes, em 1896. Em 1901, já como tenente, tirou o bacharelato em Matemática e em Filosofia na Universidade de Coimbra. No ano de 1903, concluiu o curso de Estado Maior. Em 1906, partiu para Angola. No ano seguinte, distinguiu-se nas campanhas do Cuamato. Os sucessos alcançados na campanha contra os Dembos, no norte de Angola (1907), fizeram que passasse a ser popularmente conhecido como “herói dos Dembos”, por ter pacificado esse povo em Angola durante as Campanhas de África, tendo contribuído também para a pacificação da região de Huíla, cidade onde desempenhou as funções de governador interino, reforçando a acção administrativa da província. Por motivos de doença grave, regressou a Lisboa no ano de 1908. No ano seguinte, já curado, volta para Angola, assumindo o cargo de governador de Huíla, tendo conseguido fixar a fronteira sul de todo o território angolano, numa acção militar e de administração verdadeiramente notável. Em simultâneo, realizou levantamentos geográficos regionais. Por ser fiel à Monarquia, em 1912, dois anos após a implantação da República, foi demitido do exército, exilando-se em Paris, onde se licenciou em Engenharia Civil, na Ecole du Genie Civil. No entanto, em 1918, voltou a ser readmitido. No ano de 1919, então com o posto de Coronel e Comandante militar da região de Aveiro, João de Almeida envolveu-se na Monarquia do Norte ao lado de Paiva Couceiro. Após o fracasso dessa tentativa de reimplantar a Monarquia, teve ordem de prisão mas o comissário encarregado da sua detenção, Salvador do Nascimento, permitiu a sua fuga pois ele próprio tinha sido preso político durante a ditadura de João Franco por conspirar contra a monarquia. Na década de 1920, João de Almeida foi um dos oficiais ligados às revoltas que conduziram à implantação do Estado Novo, tendo o seu nome sido proposto, pela ala militar do regime, agrupada na Liga 28 de Maio, para substituir António de Oliveira Salazar. No ano de 1933, foi promovido, por escolha, a general. Ainda que ligado à ala mais conservadora do Estado Novo, João de Almeida sempre mostrou muita sensibilidade social, tendo sido um acérrimo defensor de uma maior intervenção do Estado na área da Saúde, nomeadamente através da implementação de medidas preventivas de saúde pública. João de Almeida recebeu diversas condecorações, entre as quais, a de Grande Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, de que era Comendador desde 1908, depois das operações dos Dembos, a medalha Rainha D. Amélia com a legenda “Dembos”, a medalha de ouro de Serviços Distintos no Ultramar e a Legião de Honra. O distanciamento político com o regime do Estado Novo deu azo a João de Almeida para se dedicar à investigação histórica e à escrita.”
(FERREIRA, Cardoso in www.portal.ecclesia.pt)
Encadernação recente em skivertex com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. rosto à cabeça.
Invulgar.
15€
1.ª edição.
Importantes reflexões políticas e militares sobre o estado do país e das colónias na aurora do Estado Novo.
Livro muito valorizado pela dedicatória autógrafa de João de Almeida, o «herói dos Dembos», ao Dr. Ruy Ennes Ulrich.
"É este livro o quarto da série «Ao Serviço do Império» em que procuro definir os objectivos fundamentais da nacionalidade, vindos do alto - do alto duma grandeza que é a única que convém e a única que é digna de Portugal, no seu Passado historico e no Futuro que esse Passado determina. [...]
Os homens da minha geração, que em regra geral, que raras excepções honrosas confirmam, são valores negativos, cujo entendimento, espirito e mentalidade não alcançam um sentimento superior de amor pela terra, são no Exercito, como lhes chamou D. Carlos, os ganhões-fardados, são na vida civil os conselheiros balôfos, ardidos e bafientos - todos metidos no casulo incomensuravel do seu egoismo, existencias sem sangue, sem alma e sem virilidade! [...]
Criadores de um sistema de formulas convencionais que teem por fulcro a questão alimentar, organisadores das forças artificiais que as manteem, instalaram na sociedade portugueza essas instutuições de proveito proprio, mas que são um exemplo terrivel para os novos, o comodismo, a intriga e a cobardia.
São homens da minha geração por uma fatalidade do tempo - não são homens do meu sangue, nem do meu espirito, nem da minha raça, por graça de Deus!"
(Excerto do Prefacio)
Índice:
Prefacio. | Nota. | Cap. I - No Campo Politico: I. Programa da Ditadura Nacional. II. Hontem e Hoje. III. Carta ao Sr. Presidente da Republica. Cap. II - Da Defeza Nacional: I. Politica Internacional. II. O futuro conflito europeu. III. Defeza Nacional Reorganização do Exercito Portuguez. Cap. III - Aspectos do Problema Colonial: I. A Defeza das Colonias de Portugal. II. O espirito da Raça na sua expansão Alem-Mar. III. O «Acto Colonial». IV. Uma entrevista sobre o Ressurgimento Colonial. V. Uma entrevista oportuna. VI. O nosso Imperio Colonial. Cap. IV - A Questão Iberica: I. Duas raças, dois caracteres, dois países. II. As relações luso-espanholas. III. A Visão do Crente. Cap. V - Algarve de Alem-Mar: I. Glorias passadas. II. A Espanha entregará Marrocos á S. D. N.?
João de Almeida (1873-1953). “Nasceu no lugar de Cairrão, freguesia de Vila Garcia, no distrito da Guarda, no dia 5 de Outubro de 1873, e faleceu em Lisboa, no 5 de Maio de 1953. Frequentou a Escola do Exército, da qual saiu com o posto de alferes, em 1896. Em 1901, já como tenente, tirou o bacharelato em Matemática e em Filosofia na Universidade de Coimbra. No ano de 1903, concluiu o curso de Estado Maior. Em 1906, partiu para Angola. No ano seguinte, distinguiu-se nas campanhas do Cuamato. Os sucessos alcançados na campanha contra os Dembos, no norte de Angola (1907), fizeram que passasse a ser popularmente conhecido como “herói dos Dembos”, por ter pacificado esse povo em Angola durante as Campanhas de África, tendo contribuído também para a pacificação da região de Huíla, cidade onde desempenhou as funções de governador interino, reforçando a acção administrativa da província. Por motivos de doença grave, regressou a Lisboa no ano de 1908. No ano seguinte, já curado, volta para Angola, assumindo o cargo de governador de Huíla, tendo conseguido fixar a fronteira sul de todo o território angolano, numa acção militar e de administração verdadeiramente notável. Em simultâneo, realizou levantamentos geográficos regionais. Por ser fiel à Monarquia, em 1912, dois anos após a implantação da República, foi demitido do exército, exilando-se em Paris, onde se licenciou em Engenharia Civil, na Ecole du Genie Civil. No entanto, em 1918, voltou a ser readmitido. No ano de 1919, então com o posto de Coronel e Comandante militar da região de Aveiro, João de Almeida envolveu-se na Monarquia do Norte ao lado de Paiva Couceiro. Após o fracasso dessa tentativa de reimplantar a Monarquia, teve ordem de prisão mas o comissário encarregado da sua detenção, Salvador do Nascimento, permitiu a sua fuga pois ele próprio tinha sido preso político durante a ditadura de João Franco por conspirar contra a monarquia. Na década de 1920, João de Almeida foi um dos oficiais ligados às revoltas que conduziram à implantação do Estado Novo, tendo o seu nome sido proposto, pela ala militar do regime, agrupada na Liga 28 de Maio, para substituir António de Oliveira Salazar. No ano de 1933, foi promovido, por escolha, a general. Ainda que ligado à ala mais conservadora do Estado Novo, João de Almeida sempre mostrou muita sensibilidade social, tendo sido um acérrimo defensor de uma maior intervenção do Estado na área da Saúde, nomeadamente através da implementação de medidas preventivas de saúde pública. João de Almeida recebeu diversas condecorações, entre as quais, a de Grande Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, de que era Comendador desde 1908, depois das operações dos Dembos, a medalha Rainha D. Amélia com a legenda “Dembos”, a medalha de ouro de Serviços Distintos no Ultramar e a Legião de Honra. O distanciamento político com o regime do Estado Novo deu azo a João de Almeida para se dedicar à investigação histórica e à escrita.”
(FERREIRA, Cardoso in www.portal.ecclesia.pt)
Encadernação recente em skivertex com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. rosto à cabeça.
Invulgar.
15€
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§ AUTÓGRAFOS,
*ALMEIDA (Gen. João de),
1ª E D I Ç Ã O,
Ditadura Militar,
Militaria,
Política
23 junho, 2020
MATTA, José Nunes da - CAOS OU PANDEMÓNIO HUMANO E MEIO DE O EVITAR. Por... Preço 2$00 escudos. Lisboa, Imprensa Beleza, 1931. In-8.º (17 cm) de 94, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Obra "estranha", mas muito curiosa. Mistura de sonhos com opinião histórico-política, culminando no final do livro com uma proposta algo utópica para a resolução de todos os males do mundo, que inclui soluções surreais, no mínimo polémicas, mesmo para a época.
Exemplar valorizado pela dedicatória do autor a Lopes de Oliveira num pedaço de papel que parece ter sido colado na f. anterrosto.
"Quando em 1921 publicamos a nossa tradução «História Autêntica da Planeta Marte», estivemos quasi resolvido a escrever uma crítica e comentário ao notável livro de Henri Montgolfier, no intuito principal de salientar que muito e muito conviria que no Planeta Terra se fizesse muita cousa que há muito tempo com bom resultado se faz no planeta nosso vizinho.
Ainda chegamos a escrever algumas páginas do projectado comentário; mas desistimos em razão de se encontrar então em pleno vigôr e expansão a sanguinária e brutal revolução bolchevista da Russia. Como esta revolução se apresentava com a máscara do comunismo afivelada, receamos que o nosso modesto trabalho podesse parecer que tinha em mira a propaganda do cruel e brutal Bolchevismo da Russia.
Foi necessário que em 4 de Outubro de 1924 fizessemos uma operação dolorosa no Hospital de Marina, a mais demorada e mais dolorosa das quatro que já sofremos; e em seguida, devido á excitação nervosa e á febre, tivessemos um horrível pesadelo ou sonho - que adeante publicamos -, para que nos resolvessemos a escrever e publicar este modesto trabalho. Antes porem de lhe dar início, indispensável é descrever o sonho e publica-lo tambem, indicando os pormenores que para êle seguramente concorreram. [...]
O nosso rápido e modesto trabalho constará de quatro partes. A primeira parte refere-se ao discurso do Século Dezanove segundo a nossa remeniscência. Na segunda parte faremos uma rápida referência ás formas gerais de administração social ou formas de governo segundo o nosso critério. Na terceira parte tentaremos demonstrar que as formas de governo não dependem apenas do rótulo que lhes põem, mas sim da sua própria essência, visto terem havido e haver ainda nações com o rótulo de republica cuja administração é monárquica e nações com o rótulo de monarquia, cuja administração é republicana, tendo tambem havido e havendo ainda nações com o rótulo de comunismo, cuja administração é despótica, autocrata e tirânica. Nesta terceira parte é especialmente ao falso comunismo, que até hoje tem havido e há na Russia, que nos referiremos. Finalmente na quarta parte apresentamos o Meio de Evitar o Cáos ou Pandemónio Humano por intermédio do Decálogo Salvador que, sendo executado com lealdade, conduzirá a Humanidade á Paz, á Abundância, á Suprema Perfeição Física, Psiquica e Moral e á mais Sublime e Completa Felicidade que se pode gosar na Terra."
(Excerto da Explicação prévia)
Matérias:
Explicação prévia. | Primeira Parte: Discurso do Fantasma do Século Dezanove. Segunda Parte: Formas de Governo. | Terceira Parte: O Comunismo, sem prévia educação do Povo, conduz este á miséria, ruina, desmoralisação e despotismo. | Quarta Parte: Meio de evitar o cáos ou pandemónio humano por meio do Decálogo Salvador.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com manchas.
Raro.
Indisponível
1.ª edição.
Obra "estranha", mas muito curiosa. Mistura de sonhos com opinião histórico-política, culminando no final do livro com uma proposta algo utópica para a resolução de todos os males do mundo, que inclui soluções surreais, no mínimo polémicas, mesmo para a época.
Exemplar valorizado pela dedicatória do autor a Lopes de Oliveira num pedaço de papel que parece ter sido colado na f. anterrosto.
"Quando em 1921 publicamos a nossa tradução «História Autêntica da Planeta Marte», estivemos quasi resolvido a escrever uma crítica e comentário ao notável livro de Henri Montgolfier, no intuito principal de salientar que muito e muito conviria que no Planeta Terra se fizesse muita cousa que há muito tempo com bom resultado se faz no planeta nosso vizinho.
Ainda chegamos a escrever algumas páginas do projectado comentário; mas desistimos em razão de se encontrar então em pleno vigôr e expansão a sanguinária e brutal revolução bolchevista da Russia. Como esta revolução se apresentava com a máscara do comunismo afivelada, receamos que o nosso modesto trabalho podesse parecer que tinha em mira a propaganda do cruel e brutal Bolchevismo da Russia.
Foi necessário que em 4 de Outubro de 1924 fizessemos uma operação dolorosa no Hospital de Marina, a mais demorada e mais dolorosa das quatro que já sofremos; e em seguida, devido á excitação nervosa e á febre, tivessemos um horrível pesadelo ou sonho - que adeante publicamos -, para que nos resolvessemos a escrever e publicar este modesto trabalho. Antes porem de lhe dar início, indispensável é descrever o sonho e publica-lo tambem, indicando os pormenores que para êle seguramente concorreram. [...]
O nosso rápido e modesto trabalho constará de quatro partes. A primeira parte refere-se ao discurso do Século Dezanove segundo a nossa remeniscência. Na segunda parte faremos uma rápida referência ás formas gerais de administração social ou formas de governo segundo o nosso critério. Na terceira parte tentaremos demonstrar que as formas de governo não dependem apenas do rótulo que lhes põem, mas sim da sua própria essência, visto terem havido e haver ainda nações com o rótulo de republica cuja administração é monárquica e nações com o rótulo de monarquia, cuja administração é republicana, tendo tambem havido e havendo ainda nações com o rótulo de comunismo, cuja administração é despótica, autocrata e tirânica. Nesta terceira parte é especialmente ao falso comunismo, que até hoje tem havido e há na Russia, que nos referiremos. Finalmente na quarta parte apresentamos o Meio de Evitar o Cáos ou Pandemónio Humano por intermédio do Decálogo Salvador que, sendo executado com lealdade, conduzirá a Humanidade á Paz, á Abundância, á Suprema Perfeição Física, Psiquica e Moral e á mais Sublime e Completa Felicidade que se pode gosar na Terra."
(Excerto da Explicação prévia)
Matérias:
Explicação prévia. | Primeira Parte: Discurso do Fantasma do Século Dezanove. Segunda Parte: Formas de Governo. | Terceira Parte: O Comunismo, sem prévia educação do Povo, conduz este á miséria, ruina, desmoralisação e despotismo. | Quarta Parte: Meio de evitar o cáos ou pandemónio humano por meio do Decálogo Salvador.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com manchas.
Raro.
Indisponível
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§ AUTÓGRAFOS,
*MATTA (José Nunes da),
1ª E D I Ç Ã O,
Ficção Científica,
Filosofia,
História,
Política
21 junho, 2020
O PATUSCO DO SECULO XIX, ou perguntas e problemas de interesse, novidade, e recreio. Lisboa. Typ. de Salles, Calçada de St.ª Anna n.º 158. 1854. In-8.º (16,5 cm) de 32 p. ; B.
1.ª edição.
Singular opúsculo, obra algo surreal. Sob a capa do anonimato, o autor - maldizente de tomo - critica a maledicência, tudo questiona, e á cerca de tudo se interroga, zurzindo a torto e a direito na sociedade do século XIX - o "patusco".
"A não serem as Bacchanaes dos Gregos, ou as Saturnaes dos Romanos, que querem dizer mascaras, laranjadas, rabolevas, pulhas, trambolhos, enchebuchos, fandangos, e encontrões em certo tempo do anno?
Que vam fazer aos theatros a delembida, quando não seja buscar ataques de nervos, o jornalista artigos, o autor assobios, e os ociosos materia para juizos, e alimento para a maledicencia?
Se o estomago, alem de ser o maior inimigo do pobre, é o maior gastador dos bens da agricultura, e se ha muito que, á maneira de esponja, embebem diariamente quatro quartos de canada do liquido de Lavradio, em 60 annos de exercicio, quantas pipas porão em secco 500 destas esponjas?
Se n'um paiz de 3 milhões de habitantes os casamentos regulam pela terça parte da sua população, o diabo e a luxuria, que andam sempre de braço dado, frequentando as suas escholas, tanto publicas como particulares, com o carta-pacio debaixo do braço, a que numero não terão feito subir os engeitados?"
(Excertos do texto)
Exemplar encadernado em brochura lisa, com título, local e data manuscritos na capa.
Livro por aparar em bom estado de conservação.
Ex-libris de José Coêlho no verso da f. rosto.
Raro.
Sem registo na BNP.
Peça de colecção.
50€
1.ª edição.
Singular opúsculo, obra algo surreal. Sob a capa do anonimato, o autor - maldizente de tomo - critica a maledicência, tudo questiona, e á cerca de tudo se interroga, zurzindo a torto e a direito na sociedade do século XIX - o "patusco".
"A não serem as Bacchanaes dos Gregos, ou as Saturnaes dos Romanos, que querem dizer mascaras, laranjadas, rabolevas, pulhas, trambolhos, enchebuchos, fandangos, e encontrões em certo tempo do anno?
Que vam fazer aos theatros a delembida, quando não seja buscar ataques de nervos, o jornalista artigos, o autor assobios, e os ociosos materia para juizos, e alimento para a maledicencia?
Se o estomago, alem de ser o maior inimigo do pobre, é o maior gastador dos bens da agricultura, e se ha muito que, á maneira de esponja, embebem diariamente quatro quartos de canada do liquido de Lavradio, em 60 annos de exercicio, quantas pipas porão em secco 500 destas esponjas?
Se n'um paiz de 3 milhões de habitantes os casamentos regulam pela terça parte da sua população, o diabo e a luxuria, que andam sempre de braço dado, frequentando as suas escholas, tanto publicas como particulares, com o carta-pacio debaixo do braço, a que numero não terão feito subir os engeitados?"
(Excertos do texto)
Exemplar encadernado em brochura lisa, com título, local e data manuscritos na capa.
Livro por aparar em bom estado de conservação.
Ex-libris de José Coêlho no verso da f. rosto.
Raro.
Sem registo na BNP.
Peça de colecção.
50€
Etiquetas:
*ANÓNIMO,
1ª E D I Ç Ã O,
Autores Anónimos,
Curiosidades,
Livros antigos,
Livros séc. XIX,
Sátira
20 junho, 2020
ABREU, Solano d' & COELHO, Trindade & RAMOS, Taborda & MACEDO, Costa - Á BEIRA DA CAMPA DE ANTONIO PINA CALLADO. Coimbra, Imprensa Aacademica, 1884. In-8.º (19,5 cm) de 24 p. ; B.
1.ª edição.
Homenagem dos estudantes do 4.º ano de Direito da Universidade de Coimbra a um colega de 20 anos recém falecido.
Obra oferecida pelos autores, condiscípulos do infeliz moço, ao Curso do Quarto Anno Juridico na Universidade de Coimbra que representaram na cerimónia. É composta pelos discursos alusivos ao acto de Solano de Abreu, Trindade Coelho e Taborda Ramos, e uma poesia de Costa Macedo.
Opúsculo muito raro, fora de mercado, impresso para ofertas, constituído por textos inéditos dos autores.
"Condiscipulos:
Vimos de vos representar junto da campa de Antonio Pina Callado, a quem fomos levar o vosso ultimo adeus.
Se foi honrosa a missão não foi para nós menos penoso o seu desempenho. [...]
No dia 22 estavamos em Teixoso, e depositamos do tumulo do nosso infeliz condiscipulo a corôa que o curso do quarto anno de Direito lhe mandava offerecer, e uma outra que a comissão levára para o mesmo fim.
As palavras, que alguns dos vossos representantes pronunciaram nesse acto verdadeiramente imponente ahi vão impressas; quizeram que ellas vos fossem offerecidas não porque lhes reconheçam merito, mas porque entenderam que as deviam á vossa apreciação."
(Preâmbulo)
"Viemos de longe numa santa romagem, visitar-te no tumulo, trazer-te em lagrimas presentes valiosos, offertas sinceras. [...]
Entretanto não nos quizeste legar o coração, que devia ficar em Coimbra depositado em uma urna, visitado por nós todos os annos á chegada das primeiras violetas da primavera, e á despedida das ultimas rosas do inverno. Era a legião triste, immovel e fria dos cyprestes do cemiterio de Coimbra, que devia fazer a guarda do teu tumulo; era ao vento, passando por elles, que pertencia cantar-te uma elegia todas as noites, no momento em que o teu espirito nos põe na alma saudades dilacerantes, e á hora em que a natureza nos seus côros tem toadas funebres, e a decomposição cadaverica nas suas phosphorescencias claridades sinistras. Devias áquella cidade o teu coração; não se passam annos inteiros a magnetisal-a com sympathias, a endoidecel-a com encantos para depois a deixar de todo sem uma esperança de regresso, sem uma lembrança de despedida."
(Excerto do discurso de Solano de Abreu)
"Quando por ahi fóra, sobre a amplidão immensa d'esta paisagem encantadora da Beira, o bom sol do estio soltava lá do azul as primeiras estrophes da sua epopêa gloriosa de luz; [...] quando, finalmente, após metamorphoses admiraveis, a terra expellia do seu ventre os primeiros productos da sua fecundação, - aqui, dentro d'este recinto, a mesma terra - estupida contradicção!... - abria-se para receber uma flõr mal desabrochada ainda, e em cujas petalas veludineas o orvalho das primeiras alvoradas se crystallisava em perolas. [...]
Loucos visionarios que nós somos!
O fogo da mocidade que nos arde dentro do peito estontea-nos o cerebro provocando nelle a apparição feerica de miragens seductoras, e são precisos estes momentos de luto pesadissimo e de profundissima dor para que possamos comprehender, em toda a sua hediondez a fragilidade vitrea d'esta existencia que levamos a rir, parece que fiados na propria immortalidade phisica.
Ah, mas é que a alvorada não sabe comprehender a noite, - e a mocidade é a alvorada da vida, alvorada deslumbrante, em cuja luz vivissima os aureos colibris das illusões e das esperanças a cada instante adejam rimando cançonêtas...
Que tristissimo quadro este, meus senhores!
Que romagem de luto nos trouxe de tão longe!
Nós que tantas vezes rimos com elle, com esse infeliz rapaz, vimos hoje pagar-lhe em lagrimas de saudade a immensa divida de amor que lhe devemos.
Elle era nosso amigo! Elle era nosso irmão!"
(Excerto do discurso de Trindade Coelho)
Muito raro.
A BNP faz menção ao livro, com a indicação "sem informação exemplar".
Peça de colecção.
45€
1.ª edição.
Homenagem dos estudantes do 4.º ano de Direito da Universidade de Coimbra a um colega de 20 anos recém falecido.
Obra oferecida pelos autores, condiscípulos do infeliz moço, ao Curso do Quarto Anno Juridico na Universidade de Coimbra que representaram na cerimónia. É composta pelos discursos alusivos ao acto de Solano de Abreu, Trindade Coelho e Taborda Ramos, e uma poesia de Costa Macedo.
Opúsculo muito raro, fora de mercado, impresso para ofertas, constituído por textos inéditos dos autores.
"Condiscipulos:
Vimos de vos representar junto da campa de Antonio Pina Callado, a quem fomos levar o vosso ultimo adeus.
Se foi honrosa a missão não foi para nós menos penoso o seu desempenho. [...]
No dia 22 estavamos em Teixoso, e depositamos do tumulo do nosso infeliz condiscipulo a corôa que o curso do quarto anno de Direito lhe mandava offerecer, e uma outra que a comissão levára para o mesmo fim.
As palavras, que alguns dos vossos representantes pronunciaram nesse acto verdadeiramente imponente ahi vão impressas; quizeram que ellas vos fossem offerecidas não porque lhes reconheçam merito, mas porque entenderam que as deviam á vossa apreciação."
(Preâmbulo)
"Viemos de longe numa santa romagem, visitar-te no tumulo, trazer-te em lagrimas presentes valiosos, offertas sinceras. [...]
Entretanto não nos quizeste legar o coração, que devia ficar em Coimbra depositado em uma urna, visitado por nós todos os annos á chegada das primeiras violetas da primavera, e á despedida das ultimas rosas do inverno. Era a legião triste, immovel e fria dos cyprestes do cemiterio de Coimbra, que devia fazer a guarda do teu tumulo; era ao vento, passando por elles, que pertencia cantar-te uma elegia todas as noites, no momento em que o teu espirito nos põe na alma saudades dilacerantes, e á hora em que a natureza nos seus côros tem toadas funebres, e a decomposição cadaverica nas suas phosphorescencias claridades sinistras. Devias áquella cidade o teu coração; não se passam annos inteiros a magnetisal-a com sympathias, a endoidecel-a com encantos para depois a deixar de todo sem uma esperança de regresso, sem uma lembrança de despedida."
(Excerto do discurso de Solano de Abreu)
"Quando por ahi fóra, sobre a amplidão immensa d'esta paisagem encantadora da Beira, o bom sol do estio soltava lá do azul as primeiras estrophes da sua epopêa gloriosa de luz; [...] quando, finalmente, após metamorphoses admiraveis, a terra expellia do seu ventre os primeiros productos da sua fecundação, - aqui, dentro d'este recinto, a mesma terra - estupida contradicção!... - abria-se para receber uma flõr mal desabrochada ainda, e em cujas petalas veludineas o orvalho das primeiras alvoradas se crystallisava em perolas. [...]
Loucos visionarios que nós somos!
O fogo da mocidade que nos arde dentro do peito estontea-nos o cerebro provocando nelle a apparição feerica de miragens seductoras, e são precisos estes momentos de luto pesadissimo e de profundissima dor para que possamos comprehender, em toda a sua hediondez a fragilidade vitrea d'esta existencia que levamos a rir, parece que fiados na propria immortalidade phisica.
Ah, mas é que a alvorada não sabe comprehender a noite, - e a mocidade é a alvorada da vida, alvorada deslumbrante, em cuja luz vivissima os aureos colibris das illusões e das esperanças a cada instante adejam rimando cançonêtas...
Que tristissimo quadro este, meus senhores!
Que romagem de luto nos trouxe de tão longe!
Nós que tantas vezes rimos com elle, com esse infeliz rapaz, vimos hoje pagar-lhe em lagrimas de saudade a immensa divida de amor que lhe devemos.
Elle era nosso amigo! Elle era nosso irmão!"
(Excerto do discurso de Trindade Coelho)
Muito raro.
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Peça de colecção.
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*ABREU (Solano de),
*COELHO (Trindade),
*MACEDO (Costa),
*RAMOS (Taborda),
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Coimbra,
Covilhã,
Homenagem,
Livros antigos,
Livros séc. XIX,
Teixoso,
Universidade de Coimbra
19 junho, 2020
MARTINS, P.ᴱ Alberto da Rocha - O PROBLEMA DO HOMEM E A REALIDADE DIVINA. [S.l.], [s.n. - Composição e impressão Tipografia «Vitória», Barcelos], 1954. In-8.º (19 cm) de 203, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Capa de António Carlos.
Interessante ensaio sobre o percurso do homem na terra e a sua imortalidade.
"Ao recordarmos a história amargurante do homem, nos diversos sectores da sua actividade e nos variados aspectos da sua vida, é fácil reconhecer que todos os caminhos desencontrados de Deus se apresentam semeados de espinhos acabrunhantes, dúvidas e incertezas que torturam e enganos que abismam...
O homem superior, aquele que pelo seu espírito nobre e culto, fugiu aos miasmas da vulgaridade e marcou o itinerário da sua vida pelo caminho da justiça e da verdade pode sentir no peito, em horas de desalento, o vazio da solidão, possivelmente o amargor da intranquilidade, mas, ao fim e ao cabo, depois dessas nuvens escurentadas que o perturbam, rebrilhará, com clarões de eternidade, a Única Verdade que há-de desfazer todas as dúvidas e iluminar docemente todos os rumos, criando, assim, a verdadeira e perene felicidade que é, sem dúvida, o prelúdio da Eterna Bem-aventurança."
(Excerto de O homem perante um ideal)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas oxidadas.
Muito invulgar.
20€
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*MARTINS (Pe. Alberto da Rocha),
1ª E D I Ç Ã O,
Ensaios,
Religião
18 junho, 2020
A DONA DE CASA NA LAVOURA PORTUGUEZA. Publicação do «Lavrador». Porto. Officinas de O Commercio do Porto. 1927. In-8.º (18,5 cm) de 102. [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso "guia" feminino, publicado em pleno período de regime da Ditadura Militar, podendo ser visto como um ensaio para o futuro papel da mulher do campo no Estado Novo. Contém receitas culinárias alimentícias no final do livro que se coadunam com os trabalhos do campo, "para que repare as forças do homem e o preserve do alcoolismo".
Livro muito ilustrado ao longo das páginas de texto com tabelas, quadros, desenhos e fotogravuras.
"A mulher desempenha no lar domestico um papel importantissimo, sendo ella por assim dizer o laço de união entre os membros da familia. A ella se deve o bem estar, o conforto e a alegria da casa.
A mulher precisa fazer amar a sua casa, tornando-a confortavel, asseiada e agradavel para ahi prender os membros da familia sem sacrificio e dar ás filhas o gôsto do seu futuro encargo de donas de casa, porque as raparigas, em geral, são mais sensiveis ao encanto da vida dos campos que os rapazes, e é com ellas que se deve contar para restituir á agricultura os braços e os corações que se afastam para outros misteres.
É pois ás jovens camponezas que consagramos este livrinho, principalmente áquellas que amam o campo e preferem uma existencia calma e feliz, como ahi se póde gozar, longe do borborinho das cidades onde as fabricas e officinas lhes pódem corromper os sentimentos."
(Excerto do Prefacio)
Índice:
Primeira Parte: I - A mulher na casa. II Mobiliário. III - Manutenção da casa. IV - A cosinha. V - Lavagem e passagem da roupa. VI - Costura e outros trabalhos domesticos. VII - Puericultura.
Segunda Parte: A mulher na herdade; VIII - A vacca de leite; IX - Capoeira; X - Quintal e jardim.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível
1.ª edição.
Curioso "guia" feminino, publicado em pleno período de regime da Ditadura Militar, podendo ser visto como um ensaio para o futuro papel da mulher do campo no Estado Novo. Contém receitas culinárias alimentícias no final do livro que se coadunam com os trabalhos do campo, "para que repare as forças do homem e o preserve do alcoolismo".
Livro muito ilustrado ao longo das páginas de texto com tabelas, quadros, desenhos e fotogravuras.
"A mulher desempenha no lar domestico um papel importantissimo, sendo ella por assim dizer o laço de união entre os membros da familia. A ella se deve o bem estar, o conforto e a alegria da casa.
A mulher precisa fazer amar a sua casa, tornando-a confortavel, asseiada e agradavel para ahi prender os membros da familia sem sacrificio e dar ás filhas o gôsto do seu futuro encargo de donas de casa, porque as raparigas, em geral, são mais sensiveis ao encanto da vida dos campos que os rapazes, e é com ellas que se deve contar para restituir á agricultura os braços e os corações que se afastam para outros misteres.
É pois ás jovens camponezas que consagramos este livrinho, principalmente áquellas que amam o campo e preferem uma existencia calma e feliz, como ahi se póde gozar, longe do borborinho das cidades onde as fabricas e officinas lhes pódem corromper os sentimentos."
(Excerto do Prefacio)
Índice:
Primeira Parte: I - A mulher na casa. II Mobiliário. III - Manutenção da casa. IV - A cosinha. V - Lavagem e passagem da roupa. VI - Costura e outros trabalhos domesticos. VII - Puericultura.
Segunda Parte: A mulher na herdade; VIII - A vacca de leite; IX - Capoeira; X - Quintal e jardim.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível
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1ª E D I Ç Ã O,
Agricultura,
Condição feminina,
Curiosidades,
Ditadura Militar,
Estado Novo
17 junho, 2020
AMORIM, Guedes de - A BAILARINA NEGRA (novela). Lisboa, Empreza Nacional de Publicidade, 1931. In-8.º (19 cm) de 85, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Capa de "Paulo".
Novela naturalista, porventura das mais surpreendentes obras do autor, referente ao seu 1.º período literário. Retrata a boémia nocturna e o bas fond lisboeta dos loucos anos vinte.
"As vinte e cinco máquinas de escrever da grande sala dos escritórios da Companhia Inglêsa faziam lembrar vinte e cinco pianos na hora apoteótica de um grande concerto musical. Todas as dactilógrafas interpretavam a ópera do trabalho de correspondência, fazendo bailar incessantemente os dedos nervosos sôbre os teclados das letras. E o matraquear dessas cinquenta mãos, embora afogado numa estranha confusão de ruídos, marcava um ritmo que transpirava actividade e desejo de viver. [...]
Quando o velho relógio marcou a hora solene do meio-dia, o peito de todas as raparigas sentiu-se descomprimido de uma pesada inquietação. Chegava, finalmente, o instante da sua libertação, que não duraria mais do que duas horas, mas que a-pesar-de tudo, lhes chegaria de sobra para correrem a casa, debicar o almôço, e, logo a seguir, aparecerem num jardim ou numa praça onde as esperava o noivo, para adormecerem num rápido sonho de felicidade!... [...]
Maria Fernanda, a dactilógrafa negra, a única figura negra naquela grande população de empregados brancos, desceu no último elevador e, ao chegar à porta da rua, ficou surpreendida de não ver o Humberto, o noivo, à sua espera."
(Excerto do Cap. I)
António Guedes de Amorim (Peso da Régua, 1901 - Lisboa, 1979). Foi um jornalista e escritor autodidacta. Tem crónicas e artigos dispersos pela imprensa - jornais e revistas. Escreveu contos, novelas e romances. A sua obra de ficção está dominada por histórias dramáticas e sobre conflitos sociais, que se desenrolam em ambientes mórbidos e sombrios. Numa primeira fase está próximo do naturalismo; a partir de 1939 envereda pela corrente do Neo-Realismo aproximando-se do Marxismo e, por fim, converte-se a um cristianismo dedicado a S. Francisco de Assis, "que certamente tornou mais conhecida a obra franciscana em Portugal e no mundo."
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível
1.ª edição.
Capa de "Paulo".
Novela naturalista, porventura das mais surpreendentes obras do autor, referente ao seu 1.º período literário. Retrata a boémia nocturna e o bas fond lisboeta dos loucos anos vinte.
"As vinte e cinco máquinas de escrever da grande sala dos escritórios da Companhia Inglêsa faziam lembrar vinte e cinco pianos na hora apoteótica de um grande concerto musical. Todas as dactilógrafas interpretavam a ópera do trabalho de correspondência, fazendo bailar incessantemente os dedos nervosos sôbre os teclados das letras. E o matraquear dessas cinquenta mãos, embora afogado numa estranha confusão de ruídos, marcava um ritmo que transpirava actividade e desejo de viver. [...]
Quando o velho relógio marcou a hora solene do meio-dia, o peito de todas as raparigas sentiu-se descomprimido de uma pesada inquietação. Chegava, finalmente, o instante da sua libertação, que não duraria mais do que duas horas, mas que a-pesar-de tudo, lhes chegaria de sobra para correrem a casa, debicar o almôço, e, logo a seguir, aparecerem num jardim ou numa praça onde as esperava o noivo, para adormecerem num rápido sonho de felicidade!... [...]
Maria Fernanda, a dactilógrafa negra, a única figura negra naquela grande população de empregados brancos, desceu no último elevador e, ao chegar à porta da rua, ficou surpreendida de não ver o Humberto, o noivo, à sua espera."
(Excerto do Cap. I)
António Guedes de Amorim (Peso da Régua, 1901 - Lisboa, 1979). Foi um jornalista e escritor autodidacta. Tem crónicas e artigos dispersos pela imprensa - jornais e revistas. Escreveu contos, novelas e romances. A sua obra de ficção está dominada por histórias dramáticas e sobre conflitos sociais, que se desenrolam em ambientes mórbidos e sombrios. Numa primeira fase está próximo do naturalismo; a partir de 1939 envereda pela corrente do Neo-Realismo aproximando-se do Marxismo e, por fim, converte-se a um cristianismo dedicado a S. Francisco de Assis, "que certamente tornou mais conhecida a obra franciscana em Portugal e no mundo."
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível
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*AMORIM (Guedes de),
1ª E D I Ç Ã O,
Literatura Portuguesa,
Naturalismo,
Romance de Costumes
16 junho, 2020
MANUAL DO SOLDADO PORTUGUEZ [CATHOLICO]. Adoptado pela Comissão Central da Assistencia Religiosa em Campanha. Lisboa, Comp. e imp. na Typ. do Annuario Commercial, 1918 [na capa, 1917]. In-16.º (12,5 cm) de [4], 308, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Manuel religioso distribuído às tropas do C. E. P., em França.
Ilustrado no texto com bonitas vinhetas tipográficas representando as 14 estações da Via Sacra, e uma outra de Cristo crucificado.
Com uma folha recortável no início: "A minha vontade em caso de doença, ferimento, ou morte", onde o proprietário do livro declara que pertence à Religião Catholica, e pretende ter a visita do Padre catholico no hospital, e todos os socorros do seu ministerio, por acidente ou doença grave, bem como, as orações e funeral religioso em caso de morte.
Contém um capítulo dedicado exclusivamente aos cânticos religiosos, incluindo as respectivas partituras.
"Apesar da separação entre Igreja e Estado, explicada anteriormente, a população portuguesa continuava a contar com um número bastante elevado de pessoas com convicções religiosas, com predomínio dos católicos. As autoridades eclesiásticas preocuparam-se, desde o início do conflito com a assistência religiosa às tropas que fossem enviadas para campanha. Esta preocupação estava mais direcionada para os militares que eventualmente viessem a ser envolvidos em combates no território europeu. [...]
Foi criada a Comissão Central de Assistência Religiosa em Campanha, que funcionava na sede do Patriarcado de Lisboa. Este organismo coordenava a recepção de todos os donativos e o seu encaminhamento para as tropas em França. [...]
Como se processou a atuação dos capelães na frente? Nos primeiros tempos foi muito complicada, uma vez que eram vistos com desconfiança. Apenas estavam autorizados a prestar assistência quando a mesma fosse solicitada. À chegada a Aire sur la Lys, primeira sede do Quartel-general português, os capelães colocaram à porta da igreja informação sobre o horário das celebrações. Apenas estavam a fazer algo semelhante ao que viam os ingleses fazer. O comandante do CEP recebeu logo um telegrama do governo a informar que eram proibidos atos de propaganda religiosa e que os prevaricadores deveriam ser repatriados.
Os funerais de militares eram momentos em que as palavras dos capelães eram escutadas com atenção por livres-pensadores. Muitas vezes as exortações dos padres eram consideradas como ações de propaganda. Uma circular de 13 de julho de 1917, assinada pelo Chefe do Estado-Maior do CEP, colocava diversas restrições aos movimentos dos capelães, definindo que os mesmos deveriam permanecer junto do comando superior deslocando-se até às tropas apenas quando a sua presença fosse solicitada. Esta circular provocou mal-estar entre os capelães, uma vez que os impedia de estar junto das tropas, no dia-a-dia. No entanto, a sua reação foi de acatarem as determinações da ordem de serviço, evitando assim que a sua presença no CEP fosse posta em causa.
Outra situação que revela bem os obstáculos colocados à ação dos capelães foi a proibição de envio de determinados livros, oferecidos pela Comissão Central de Assistência Religiosa em Campanha. Uma ordem dos Serviços Postais Militares determinava o seguinte:
Ordem Serviço SPM, nº 49, de 27 de Agosto de 1917,
Por ordem de Sua Ex.ª o General [Tamagnini de Abreu], em virtude do determinado por sua Ex.ª o Ministro da Guerra [Norton de Matos], as forças que fazem parte do CEP não podem receber os seguintes livros: "O livro do Soldado Português", pelo Padre José Lourenço de Matos; O "Manual do Soldado Português", adotado pela Comissão Central de Assistência Religiosa em Campanha.
Porque o primeiro contém doutrina contra as Instituições vigentes e à Constituição Política da República e o segundo porque o seu título quase indica que todos os soldados portugueses são católicos o que não é verdade. V.Ex.ª aprenderá e remeterá a esta secretaria [Quartel-general do CEP] todos os exemplares que aí deem entrada.
Pelo menos em relação a um dos livros, O Manual do Soldado Português, a Comissão Central de Assistência Religiosa em Campanha encontrou uma solução. Alterou o título para O Manual do Soldado Português Católico. Nos livros já impressos, colocava-se um carimbo com a palavra acrescentada."
(Fonte: http://www.portugalgrandeguerra.defesa.pt/SiteCollectionDocuments/Noticia%20Atas%20Academia%20Militar/13_Canas.pdf)
Índice:
Conselhos aos soldados. I - Orações e Ritual. II - Extractos do Novo Testamento. III - Resumo da doutrina christã. IV - Canticos.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Peça de colecção.
Indisponível
1.ª edição.
Manuel religioso distribuído às tropas do C. E. P., em França.
Ilustrado no texto com bonitas vinhetas tipográficas representando as 14 estações da Via Sacra, e uma outra de Cristo crucificado.
Com uma folha recortável no início: "A minha vontade em caso de doença, ferimento, ou morte", onde o proprietário do livro declara que pertence à Religião Catholica, e pretende ter a visita do Padre catholico no hospital, e todos os socorros do seu ministerio, por acidente ou doença grave, bem como, as orações e funeral religioso em caso de morte.
Contém um capítulo dedicado exclusivamente aos cânticos religiosos, incluindo as respectivas partituras.
"Apesar da separação entre Igreja e Estado, explicada anteriormente, a população portuguesa continuava a contar com um número bastante elevado de pessoas com convicções religiosas, com predomínio dos católicos. As autoridades eclesiásticas preocuparam-se, desde o início do conflito com a assistência religiosa às tropas que fossem enviadas para campanha. Esta preocupação estava mais direcionada para os militares que eventualmente viessem a ser envolvidos em combates no território europeu. [...]
Foi criada a Comissão Central de Assistência Religiosa em Campanha, que funcionava na sede do Patriarcado de Lisboa. Este organismo coordenava a recepção de todos os donativos e o seu encaminhamento para as tropas em França. [...]
Como se processou a atuação dos capelães na frente? Nos primeiros tempos foi muito complicada, uma vez que eram vistos com desconfiança. Apenas estavam autorizados a prestar assistência quando a mesma fosse solicitada. À chegada a Aire sur la Lys, primeira sede do Quartel-general português, os capelães colocaram à porta da igreja informação sobre o horário das celebrações. Apenas estavam a fazer algo semelhante ao que viam os ingleses fazer. O comandante do CEP recebeu logo um telegrama do governo a informar que eram proibidos atos de propaganda religiosa e que os prevaricadores deveriam ser repatriados.
Os funerais de militares eram momentos em que as palavras dos capelães eram escutadas com atenção por livres-pensadores. Muitas vezes as exortações dos padres eram consideradas como ações de propaganda. Uma circular de 13 de julho de 1917, assinada pelo Chefe do Estado-Maior do CEP, colocava diversas restrições aos movimentos dos capelães, definindo que os mesmos deveriam permanecer junto do comando superior deslocando-se até às tropas apenas quando a sua presença fosse solicitada. Esta circular provocou mal-estar entre os capelães, uma vez que os impedia de estar junto das tropas, no dia-a-dia. No entanto, a sua reação foi de acatarem as determinações da ordem de serviço, evitando assim que a sua presença no CEP fosse posta em causa.
Outra situação que revela bem os obstáculos colocados à ação dos capelães foi a proibição de envio de determinados livros, oferecidos pela Comissão Central de Assistência Religiosa em Campanha. Uma ordem dos Serviços Postais Militares determinava o seguinte:
Ordem Serviço SPM, nº 49, de 27 de Agosto de 1917,
Por ordem de Sua Ex.ª o General [Tamagnini de Abreu], em virtude do determinado por sua Ex.ª o Ministro da Guerra [Norton de Matos], as forças que fazem parte do CEP não podem receber os seguintes livros: "O livro do Soldado Português", pelo Padre José Lourenço de Matos; O "Manual do Soldado Português", adotado pela Comissão Central de Assistência Religiosa em Campanha.
Porque o primeiro contém doutrina contra as Instituições vigentes e à Constituição Política da República e o segundo porque o seu título quase indica que todos os soldados portugueses são católicos o que não é verdade. V.Ex.ª aprenderá e remeterá a esta secretaria [Quartel-general do CEP] todos os exemplares que aí deem entrada.
Pelo menos em relação a um dos livros, O Manual do Soldado Português, a Comissão Central de Assistência Religiosa em Campanha encontrou uma solução. Alterou o título para O Manual do Soldado Português Católico. Nos livros já impressos, colocava-se um carimbo com a palavra acrescentada."
(Fonte: http://www.portugalgrandeguerra.defesa.pt/SiteCollectionDocuments/Noticia%20Atas%20Academia%20Militar/13_Canas.pdf)
Índice:
Conselhos aos soldados. I - Orações e Ritual. II - Extractos do Novo Testamento. III - Resumo da doutrina christã. IV - Canticos.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Peça de colecção.
Indisponível
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1ª E D I Ç Ã O,
1ª Guerra Mundial,
História,
História de Portugal,
Manuais / Compêndios,
Militaria,
Religião
15 junho, 2020
GARIBALDI, José - MEMORIAS DE JOSÉ GARIBALDI. Publicadas por Alexandre Dumas. Traducção de L. T. C. Lisboa, Editor A. P. C., 1860. 2 vols in-8.º (20 cm) de 164 p. (I) e 136 p. (II) ; il. ; E. num único tomo
1.ª edição.
Autobiografia de Garibaldi, conhecido caudilho italiano, general, guerrilheiro e condotiero, e uma das mais notáveis figuras da unificação italiana. Foi alcunhado de "herói de dois mundos", devido à sua participação em conflitos na Europa e na América do Sul.
Livro ilustrado com quatro retratos extratexto, respectivamente, de Garibaldi (2), Francisco 2.º, [Conde de] Cavour e Victor Manoel [II].
Giuseppe Garibaldi (1807-1882). Foi um militar italiano e figura política de relevo. Aos vinte anos, ingressou na Carbonária tomando parte na insurreição de Génova. O fracasso desta, precipitou a sua fuga para o exílio no Brasil. Aqui participou na Guerra dos Farrapos - guerra regional, de carácter republicano, contra o governo imperial do Brasil - e, mais tarde, na Guerra Civil uruguaia como líder da Legião Italiana. Em 1848 regressa a Itália e toma parte, como comandante, no Risorgimento - movimento da unificação italiana. Apelidado de "Herói dos Dois Mundos", em homenagem às suas expedições militares na América do Sul e Europa, Garibaldi é considerado um herói nacional italiano.
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Manuseado mas sólido; com defeitos nas pastas e manchas de acidez ao longo das páginas de texto e gravuras.
1.ª edição.
Autobiografia de Garibaldi, conhecido caudilho italiano, general, guerrilheiro e condotiero, e uma das mais notáveis figuras da unificação italiana. Foi alcunhado de "herói de dois mundos", devido à sua participação em conflitos na Europa e na América do Sul.
Livro ilustrado com quatro retratos extratexto, respectivamente, de Garibaldi (2), Francisco 2.º, [Conde de] Cavour e Victor Manoel [II].
Giuseppe Garibaldi (1807-1882). Foi um militar italiano e figura política de relevo. Aos vinte anos, ingressou na Carbonária tomando parte na insurreição de Génova. O fracasso desta, precipitou a sua fuga para o exílio no Brasil. Aqui participou na Guerra dos Farrapos - guerra regional, de carácter republicano, contra o governo imperial do Brasil - e, mais tarde, na Guerra Civil uruguaia como líder da Legião Italiana. Em 1848 regressa a Itália e toma parte, como comandante, no Risorgimento - movimento da unificação italiana. Apelidado de "Herói dos Dois Mundos", em homenagem às suas expedições militares na América do Sul e Europa, Garibaldi é considerado um herói nacional italiano.
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Manuseado mas sólido; com defeitos nas pastas e manchas de acidez ao longo das páginas de texto e gravuras.
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*DUMAS 'Pai' (Alexandre),
*GARIBALDI (José),
1ª E D I Ç Ã O,
Autobiog./Memórias,
Carbonária,
História,
Itália,
Literatura traduzida,
Maçonaria
14 junho, 2020
SERÕES. N.º 13 : Julho de 1906 - [A SERRA DA ESTRELLA E O FUTURO DE PORTUGAL]. Lisboa, Ferreira & Oliveira Lᴰᴬ : Editores, 1906. In-4.º (24,5 cm) de [16], 86 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Número 13 da apreciada revista Serões que inclui um artigo de fundo sobre a Serra da Estrela, assinado por José Lopes Vieira, que assenta nas suas impressões e passeios pela Serra, entre 1891 e 1905.Número igualmente muito valorizado pela estreia impressa, sendo por isso a 1.ª edição absoluta, da sátira de Wenceslau de Moraes, Os padresinhos, ilustrado com desenho do próprio no interior - texto que viria a conhecer uma edição autónoma dada à estampa por Petrus (Vedro Veiga), em 1954.
Inclui ainda crónicas e artigos muitíssimos interessantes, entre outros: Azulejos de figura avulsa, com interesse para a história da azulejaria entre nós; As almas penadas, acerca de um "verdadeiro" fantasma inglês; A Torre do Tombo, sobre o conhecido arquivo histórico português; O mundo invisivel (sobre espiritismo), artigo transladado de um magazine americano, "que resume brilhantemente o estado actual de todas as sciencias que mais ou menos se ligam com o sobrenatural."; A musica inspiradora da pintura, que discorre sobre a mútua inspiração das artes para a criatividade dos artistas.
Todos os textos encontram-se soberbamente ilustrados com desenhos e fotogravuras a p.b. relacionados com os temas em questão.
"Aos montes que em Portugal separam aguas para o Tejo e Douro deram os geographos o nome de Montes Herminios e, mais modernamente, o de Serra da Estrella.
No pequeno estudo que apresentamos hoje aos leitores dos Serões consideramos apenas o nó ou parte central d'estes montes, onde nascem os rios Zêzere, affluente do Tejo, o Mondego e o Alva, seu affluente principal. Os limites do poderoso massiço assim considerado são, partindo da Covilhã, pelo sul: - Covilhã, Córtes, Unhaes, Alvôco, Loriga, Valezim, Ceia, Gouveia, Manteigas e Valhelhas. Estes limites dão, pois, ao tracto central da Serra uma superficie de cêrca de hectares 30:000, dos quaes 2/3 em serrania inculta e brava.
A primeira vez que visitei a Serra, em janeiro de 1891, abordei-a pelo lado occidental, - Gouveia. [...]
É, pois, certo que, sob o ponto de vista do clima, foi a natureza especialmente benigna para com uma montanha de altitude notavel, - o que não quer dizer, - aviso aos excursionistas amadores de alpinismo, - que o clima seja ameno e que a Serra offereça facil travessia em todo o tempo. [...]
Assim, por exemplo, em maio de 1905, por um domingo do mais magnifico sol, sahimos de Manteigas para o Valle das Eguas o meu amigo Julio Carlos Etur e eu, montados em solidas muares que um amigo commum amavelmente nos cedera na villa.
Por volta das duas da tarde, já no regresso, o horisonte turvou-se instantaneamente, sentiram-se algumas descargas electricas e a saraiva principiou a açoitar-nos puxada pelo vento. A marcha torna-se-nos então difficil e a dôr de unhas, de que tantas vezes eu ouvira falar, - agarra-me.
Logo que a senti, preveni do perigo o meu companheiro e immediatamente resolvemos abandonar as mulas e correr a bom correr para o Observatorio, onde nos acoitámos, até que, passada a borrasca, pudemos procurar as montadas e regressar a Manteigas."
(Excerto de A Serra da Estrela e o futuro de Portugal)
Summario:
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Completo, mas com falta da capa posterior.
Raro.
13 junho, 2020
RODRIGUES, Donizete - O TERREIRO DAS BRUXAS: o religioso no maravilhoso popular. Covilhã, Universidade da Beira Interior, 2004. In-4.º (24,5 cm) de 261, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Trabalho académico de fôlego, com tiragem editorial insignificante. Exaustivo estudo de selecção e recolha de crenças populares de tradição oral - "onde a questão da religiosidade sempre foi muitíssimo importante" -, efectuado pelo autor ao longo dos três anos que viveu numa aldeia rural da Beira Alta, no desempenho de um trabalho de campo etnográfico.
Tiragem: 300 exemplares.
"Ainda antes de passar a contar, através da escrita, as histórias orais recolhidas em várias comunidades rurais das regiões do interior, gostaria de realçar que a passagem da oralidade à escrita é uma tarefa muito complexa. Como «redigir o oral?». [...]
A literatura popular de tradição oral é fascinante porque, como bem o disse Pinto Correia, «todos os públicos, desde o adulto ao infantil, desde o erudito ao analfabeto, denotam apreço, por vezes bem escondido ou mesmo renegado, pelas "maravilhas", pelas personagens, pelos cenários e pelas intrigas que não cabem no universo real e próximo de nós, isto é, que constituem o mundo "outro", inexplicável, feérico, «sobrenatural».
Do ponto de vista metodológico, as histórias aqui apresentadas, agrupadas principalmente por categorias de seres sobrenaturais (bruxa, alma penada, diabo, lobisomem...), a que Leite de Vasconcelos chama de «entidades míticas», foram reelaboradas a partir de reconstituições e de diferentes versões etnográficas da mesma estória ou história."
(Excerto da Introdução)
Índice:
O Autor [Resumo biográfico]. | Introdução. | Alma Penada: 1 - O espírito do amigo e os acidentes de carro. 2 - O espírito do pai e os bolos estragados. 3 - A afilhada e o espírito do padrinho. 4 - A criança e o espírito do tio. 5 - O espírito e o caroço. 6 - O anjo e o espírito assassino. 7 - O coveiro e a alma penada do cemitério. 8 - Os dois amigos e a alma penada do cemitério. 9 - O filho, o porco e a alma penada. 10 - A gaiata e o espírito do avô. 11 - O espírito do avô e o padre-curandeiro. 12 - Os coelhos e as almas penadas. 13 - A quaresma e o encomendar das almas. 14 - O espírito da má-hora. 15 - As três estórias da Casa das Almas. 16 - O espírito do Ti Marreca. 17 - O espírito da discoteca. 18 - A alma do outro mundo. 19 - O calvário. 20 - A Conceição e os espíritos. 21 - O médico e os espíritos dos quadros. 22 - Os espíritos e os vidros partidos. 23 - O espírito da Fonte Santa. 24 - A Canhota e o espírito da tia. 25 - O pecador adormecido. 26 - O Zé e o espírito da mulher. 27 - A procissão das alminhas. 28 - O espírito da Maria Cacheira. 29 - Os dois irmãos e as almas. Bruxa: 1 - O Terreiro das Bruxas. 2 - A mulher que ficou cega. 3 - A bruxa e o bastardo. 4 - A mulher do bucho virado. 5 - A maça envenenada. 6 - O bebé e o sapo da boca costurada. 7 - O Zé Carpinteiro, a amante e o sapo. 8 - O feitiço da lua cheia. 9 - A bruxa que gostava de futebol. 10 - A bruxa e as sanguessugas. 11 - A bruxa e a mãe aflita. 12 - As ciganas e a menina doente. 13 - O rapaz impotente. 14 - A bruxa e o espírito do primo Manel. 15 - O bebé embruxado. 16 - O bento e o ar-feitiço. 17 - O bento e as três pedras. 18 - A bruxa, o diabo e os três estudantes. 19 - A bruxa encarangada. 20 - O feitiço da varinha de condão. 21 - A bruxa e a peneira. 22 - Os anjos da morte. 23 - O feitiço da Guiné. 24 - As bonecas africanas. 25 - O beijo de mal olhado. 26 - O feitiço do boneco de pano. 27 - O feitiço do Ermitão. 28 - A misteriosa «chuva de pedras». 29 - O feitiço da cueca preta. 30 - O Pedro e o sapo da boca costurada. 31 - O rapaz enfeitiçado. 32 - As Bruxas de Tinalhas. 33 - A Ti Verdiana. 34 - As bruxas-galinhas. 35 - A bruxa da amoreira. 36 - A viagem ao Brasil em carro-de-bois. 37 - Uma viagem atribulada. 38 - O rapaz que estava apaixonado por uma bruxa. Diabo: 1 - Os três gigantes e o diabo. 2 - O homem que andou à pancada com o diabo. 3 - Os dois irmãos e o diabo. 4 - O rico sovina, o diabo e a ponte. 5 - A criada e o padre-demónio. 6 - O jogador e o diabo. 7 - A disputa de uma alma entre um anjo e o demónio. 8 - O Ti Joaquim e o gato preto. 9 - O sacristão e o porco. 10 - Os compadres corcundas. 11 - O diabo nunca ajuda ninguém. 12 - Às cavalitas no diabo. 13 - A mãe do padre possuída pelo demónio. 14 - O Diabo e o Santo António. 15 - O moinho do diabo. 16 - A menina Maria e os três frades. 17 - A amante do diabo. 18 - O Ti António e o cabrito. 19 - O mito de Adão e Eva. Fada: 1 - O forneiro, a filha e o encanto. 2 - A Maria, a fada e os três estudantes. 3 - A donzela cristã e o mercador. 4 - A lenda da Lagoa das Sete Cidades. Lobisomem: 1 - O homem sovina e o filho lobisomem. 2 - O lobisomem de Tortosendo. 3 - O pescador e o lobisomem. 4 - O marido lobisomem. 5 - O pastor e o lobo. Moura Encantada: 1 A moura de Algoso. 2 - A Laja da Moura. 3 - A moura das Minas da Panasqueira. 4 - A moura do Reguengo. Nossa Senhora: 1 - A princesa e a Virgem Maria. 2 - O Manel-escudeiro e Nossa Senhora da Esperança. 3 - Nossa Senhora da Lapa. 4 - A pastorinha enganada. 5 - O milagre da Nossa Senhora dos Prazeres. 6 - O caso insólito da capela. 7 - A lenda de Nossa Senhora das Cabeças. 8 - A princesa que ia ser desonrada pelo pai. 9 - Os lobos e a Nossa Senhora dos Aflitos. 10 - A praga de gafanhotos e a Virgem Maria. 11 - O cego e a Nossa Senhora dos Milagres. 12 - A lenda de Nossa Senhora das Neves. 13 - O acusado e Nossa Senhora dos Aflitos. 14 - A lenda de Nossa Senhora do Fetal. Padre: 1 - A estória dos cinco réis. 2 - O padre, as irmãs e o estudante. 3 - O sacristão ladrão. 4 - O ladrão de chouriço. 2 - O ladrão de capote. 6 - O padre bêbado e a mulher adúltera. 7 - A lenda da Pedra da Sola. 8 - O padre e o atrasadinho. A Maria padeira. Santos: 1 - A lenda de Santa Rita. 2 - O Senhor Jesus dos Lavradores. 3 - A estranha morte na capela de São Brás. 4 - Os irmãos e Santa Comba Dão. 5 - O mouro e São Saturnino. 6 - Os frades de São Cristóvão. 7 - A lenda de São Macário. 8 - A lenda de São Frei Gil. 9 - A lenda de Santo António. 10 - O pai de Santo António. 11 - Responso a Santo António. 12 - A Torrejana e o anjo. 13 - Responso a Santa Luzia.
Donizete Rodrigues. "É mestre em Antropologia social pela Universidade de São Paulo (USP) - onde foi docente entre 1986 e 1992 - e doutorado em Antropologia social pela Universidade de Coimbra (Portugal). Atualmente, é Professor Associado com Agregação (Livre-Docência) do Departamento de Sociologia da Universidade da Beira Interior - onde foi diretor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (2007-2000) - e Investigador-sénior do Center for Research in Anthropology (CRIA-Lisboa). Foi Professor Titular convidado (1995-2011) do programa de Doutoramento em Sociologia e Antropologia da Universidade de Salamanca (Espanha) e Professor-visitante em várias universidades estrangeiras (Espanha, Inglaterra, França, Suécia, Itália, Roménia, Índia, Brasil, Canadá, Letónia, Polónia, Croácia e Japão). Foi Visiting-Fellow (2000-2001) e Erasmus-Fellow (2002-2005) no Departamento de Sociologia da Universidade de Bristol (Inglaterra) e Visiting-Fellow (2009-2010) na Columbia University (New York, EUA) e Associate researcher (2011-2013) do Center for the Study of Latin American Pentecostalism/University of Southern California (Los Angeles, EUA)."
(Fonte: https://donizeterodriguesantropologia.webnode.pt/a-barbearia/)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Com interesse histórico e etnográfico.
Indisponível
1.ª edição.
Trabalho académico de fôlego, com tiragem editorial insignificante. Exaustivo estudo de selecção e recolha de crenças populares de tradição oral - "onde a questão da religiosidade sempre foi muitíssimo importante" -, efectuado pelo autor ao longo dos três anos que viveu numa aldeia rural da Beira Alta, no desempenho de um trabalho de campo etnográfico.
Tiragem: 300 exemplares.
"Ainda antes de passar a contar, através da escrita, as histórias orais recolhidas em várias comunidades rurais das regiões do interior, gostaria de realçar que a passagem da oralidade à escrita é uma tarefa muito complexa. Como «redigir o oral?». [...]
A literatura popular de tradição oral é fascinante porque, como bem o disse Pinto Correia, «todos os públicos, desde o adulto ao infantil, desde o erudito ao analfabeto, denotam apreço, por vezes bem escondido ou mesmo renegado, pelas "maravilhas", pelas personagens, pelos cenários e pelas intrigas que não cabem no universo real e próximo de nós, isto é, que constituem o mundo "outro", inexplicável, feérico, «sobrenatural».
Do ponto de vista metodológico, as histórias aqui apresentadas, agrupadas principalmente por categorias de seres sobrenaturais (bruxa, alma penada, diabo, lobisomem...), a que Leite de Vasconcelos chama de «entidades míticas», foram reelaboradas a partir de reconstituições e de diferentes versões etnográficas da mesma estória ou história."
(Excerto da Introdução)
Índice:
O Autor [Resumo biográfico]. | Introdução. | Alma Penada: 1 - O espírito do amigo e os acidentes de carro. 2 - O espírito do pai e os bolos estragados. 3 - A afilhada e o espírito do padrinho. 4 - A criança e o espírito do tio. 5 - O espírito e o caroço. 6 - O anjo e o espírito assassino. 7 - O coveiro e a alma penada do cemitério. 8 - Os dois amigos e a alma penada do cemitério. 9 - O filho, o porco e a alma penada. 10 - A gaiata e o espírito do avô. 11 - O espírito do avô e o padre-curandeiro. 12 - Os coelhos e as almas penadas. 13 - A quaresma e o encomendar das almas. 14 - O espírito da má-hora. 15 - As três estórias da Casa das Almas. 16 - O espírito do Ti Marreca. 17 - O espírito da discoteca. 18 - A alma do outro mundo. 19 - O calvário. 20 - A Conceição e os espíritos. 21 - O médico e os espíritos dos quadros. 22 - Os espíritos e os vidros partidos. 23 - O espírito da Fonte Santa. 24 - A Canhota e o espírito da tia. 25 - O pecador adormecido. 26 - O Zé e o espírito da mulher. 27 - A procissão das alminhas. 28 - O espírito da Maria Cacheira. 29 - Os dois irmãos e as almas. Bruxa: 1 - O Terreiro das Bruxas. 2 - A mulher que ficou cega. 3 - A bruxa e o bastardo. 4 - A mulher do bucho virado. 5 - A maça envenenada. 6 - O bebé e o sapo da boca costurada. 7 - O Zé Carpinteiro, a amante e o sapo. 8 - O feitiço da lua cheia. 9 - A bruxa que gostava de futebol. 10 - A bruxa e as sanguessugas. 11 - A bruxa e a mãe aflita. 12 - As ciganas e a menina doente. 13 - O rapaz impotente. 14 - A bruxa e o espírito do primo Manel. 15 - O bebé embruxado. 16 - O bento e o ar-feitiço. 17 - O bento e as três pedras. 18 - A bruxa, o diabo e os três estudantes. 19 - A bruxa encarangada. 20 - O feitiço da varinha de condão. 21 - A bruxa e a peneira. 22 - Os anjos da morte. 23 - O feitiço da Guiné. 24 - As bonecas africanas. 25 - O beijo de mal olhado. 26 - O feitiço do boneco de pano. 27 - O feitiço do Ermitão. 28 - A misteriosa «chuva de pedras». 29 - O feitiço da cueca preta. 30 - O Pedro e o sapo da boca costurada. 31 - O rapaz enfeitiçado. 32 - As Bruxas de Tinalhas. 33 - A Ti Verdiana. 34 - As bruxas-galinhas. 35 - A bruxa da amoreira. 36 - A viagem ao Brasil em carro-de-bois. 37 - Uma viagem atribulada. 38 - O rapaz que estava apaixonado por uma bruxa. Diabo: 1 - Os três gigantes e o diabo. 2 - O homem que andou à pancada com o diabo. 3 - Os dois irmãos e o diabo. 4 - O rico sovina, o diabo e a ponte. 5 - A criada e o padre-demónio. 6 - O jogador e o diabo. 7 - A disputa de uma alma entre um anjo e o demónio. 8 - O Ti Joaquim e o gato preto. 9 - O sacristão e o porco. 10 - Os compadres corcundas. 11 - O diabo nunca ajuda ninguém. 12 - Às cavalitas no diabo. 13 - A mãe do padre possuída pelo demónio. 14 - O Diabo e o Santo António. 15 - O moinho do diabo. 16 - A menina Maria e os três frades. 17 - A amante do diabo. 18 - O Ti António e o cabrito. 19 - O mito de Adão e Eva. Fada: 1 - O forneiro, a filha e o encanto. 2 - A Maria, a fada e os três estudantes. 3 - A donzela cristã e o mercador. 4 - A lenda da Lagoa das Sete Cidades. Lobisomem: 1 - O homem sovina e o filho lobisomem. 2 - O lobisomem de Tortosendo. 3 - O pescador e o lobisomem. 4 - O marido lobisomem. 5 - O pastor e o lobo. Moura Encantada: 1 A moura de Algoso. 2 - A Laja da Moura. 3 - A moura das Minas da Panasqueira. 4 - A moura do Reguengo. Nossa Senhora: 1 - A princesa e a Virgem Maria. 2 - O Manel-escudeiro e Nossa Senhora da Esperança. 3 - Nossa Senhora da Lapa. 4 - A pastorinha enganada. 5 - O milagre da Nossa Senhora dos Prazeres. 6 - O caso insólito da capela. 7 - A lenda de Nossa Senhora das Cabeças. 8 - A princesa que ia ser desonrada pelo pai. 9 - Os lobos e a Nossa Senhora dos Aflitos. 10 - A praga de gafanhotos e a Virgem Maria. 11 - O cego e a Nossa Senhora dos Milagres. 12 - A lenda de Nossa Senhora das Neves. 13 - O acusado e Nossa Senhora dos Aflitos. 14 - A lenda de Nossa Senhora do Fetal. Padre: 1 - A estória dos cinco réis. 2 - O padre, as irmãs e o estudante. 3 - O sacristão ladrão. 4 - O ladrão de chouriço. 2 - O ladrão de capote. 6 - O padre bêbado e a mulher adúltera. 7 - A lenda da Pedra da Sola. 8 - O padre e o atrasadinho. A Maria padeira. Santos: 1 - A lenda de Santa Rita. 2 - O Senhor Jesus dos Lavradores. 3 - A estranha morte na capela de São Brás. 4 - Os irmãos e Santa Comba Dão. 5 - O mouro e São Saturnino. 6 - Os frades de São Cristóvão. 7 - A lenda de São Macário. 8 - A lenda de São Frei Gil. 9 - A lenda de Santo António. 10 - O pai de Santo António. 11 - Responso a Santo António. 12 - A Torrejana e o anjo. 13 - Responso a Santa Luzia.
Donizete Rodrigues. "É mestre em Antropologia social pela Universidade de São Paulo (USP) - onde foi docente entre 1986 e 1992 - e doutorado em Antropologia social pela Universidade de Coimbra (Portugal). Atualmente, é Professor Associado com Agregação (Livre-Docência) do Departamento de Sociologia da Universidade da Beira Interior - onde foi diretor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (2007-2000) - e Investigador-sénior do Center for Research in Anthropology (CRIA-Lisboa). Foi Professor Titular convidado (1995-2011) do programa de Doutoramento em Sociologia e Antropologia da Universidade de Salamanca (Espanha) e Professor-visitante em várias universidades estrangeiras (Espanha, Inglaterra, França, Suécia, Itália, Roménia, Índia, Brasil, Canadá, Letónia, Polónia, Croácia e Japão). Foi Visiting-Fellow (2000-2001) e Erasmus-Fellow (2002-2005) no Departamento de Sociologia da Universidade de Bristol (Inglaterra) e Visiting-Fellow (2009-2010) na Columbia University (New York, EUA) e Associate researcher (2011-2013) do Center for the Study of Latin American Pentecostalism/University of Southern California (Los Angeles, EUA)."
(Fonte: https://donizeterodriguesantropologia.webnode.pt/a-barbearia/)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Com interesse histórico e etnográfico.
Indisponível
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*RODRIGUES (Donizete),
1ª E D I Ç Ã O,
Antropologia,
Covilhã,
Cultura Popular,
Etnografia,
História,
Religião,
Superstição / Crença,
Universidade da Beira Interior
12 junho, 2020
SARMENTO, Fr. Francisco de Jesus Maria - HORAS // ANNUAES, // EMPREGADAS // NA LIÇÃO, E MEDITAÇÃO // DA // HISTORIA, E DA DOUTRINA // DAS PRINCIPAES FESTIVIDADES //DE // CHRISTO N. SENHOR, // E DE SUA // SANTISSIMA MÃI, // EXTRAHIDAS // DOS AUTHORES MODERNOS, // que com maior circumspecção, e dilligente // exame tratárão estas materias. // POR // Fr. FRANCISCO DE JESUS MARIA // SARMENTO, // Commissario Visitador da Veneravel Ordem Terceira // do Convento de N. Senhora de Jesus de Lisboa. // [vinheta tipográfica] // LISBOA // NA REGIA OFFICINA TYPOGRAFICA. // ANNO MDCCLXXVI. // Com Licença da Real Meza Censoria. In-12.º (14,5 cm) de [10], 292, [2] p. ; E.
1.ª edição.
"O Conhecimento da Historia, e a prática da Doutrina dos Mysterios, e Festividades, que nos propõe a Santa Igreja, he, e deve ser sempre o nosso mais digno emprego; por ser na verdade aquelle grande Objecto, que não deve já mais perder de vista, quem quizer ter a devoção sólida, que o Chistianismo pede. E como os dous sagrados Pólos, em que a mesma devoção se funda, são a Fé, e as boas Obras: para avivar as luzes da Fé, serve de grande incentivo a noticia individual dos Mysterios: e para persuadir a prática das boas Obras são poderosos estimulos os virtuosos exemplos, que delles deduzirão, e nos deixárão os Santos. Na ponderação dos Mysterios acha a Fé toda a sua Pureza, e a Religião todo o seu esplendor: e na proposição dos Exemplos encontra a Virtude christã as lições mais efficazes, e o espirito pusillanime os attractivos mais vigorosos.
He bem verdade, que por mais especiosa, e mais brilhante que seja a virtude, não deixa de ter seus vicos de austéra: e o amor, que a sua belleza inspira, facilmente se affrouxa, e muitas vezes se extingue pela occurrencia das difficuldades. Porém o exemplo de hum Deos feito Homem não he mais que bastante para vencer todo, e qualquer impedimento?Não se duvida, que á nossa enferma Natureza se faz sensivel, e duro o padecer pobreza, calumnias, perseguições, injurias, desprezos, e tudo o mais que houver de oneroso, e afflictivo. Mas quem póde nesta parte comparar as suas penas com as do mesmo Salvador? A consideração attenta de hum Homem Deos atormentado, e morto por nosso amor, he remedio efficacissimo para todos os males: E o seu silencio sobre a Cruz faz suspender todo o clamor das nossa impaciencias, e murmurações. [...]
Para persuadirem-se melhor, e mais fundamentalmente estas verdades, se delineou a presente Obra: onde poderá o Christão devoto, e curioso instruir-se abundantemente, do que ha mais digno de saber-se, e praticar-se na Historia, e na Doutrina dos principaes Mysterios, e Festiviades de Jesus Christo nosso Salvador, e de Maria Santissima sua Mãi."
(Excerto do Prologo)
Fr. Francisco de Jesus Maria Sarmento, "natural de Coimbra. Movido das penetrantes vozes do missionário Fr. Manuel de Deus, resolveu se a mudar de estado, professando o instituto da terceira ordem de S. Francisco no convento de Nossa Senhora de Jesus de Lisboa. Desenvolveu grande talento no ministério do púlpito; a sua gravidade, voz clara, composição de gesto, e a eloquência conforme ao gosto da época, o fizeram bem aceito orador nas funções mais solenes e pomposas. Estas qualidades deram causa a que os terceiros seculares o elegessem seu comissario visitador. Foi consultor da bula da cruzada, e examinador das três ordens militares. Ocupou na sua congregação todos os lugares de honra, até ser eleito ministro provincial em 1777. Tudo quanto pôde adquirir por suas composições literárias, e por seus amigos, empregou no serviço do culto divino, deixando no convento de Lisboa riquíssimas peças e alfaias destinadas para o mesmo serviço, e uma boa renda no produto das suas multiplicadas composições, destinado para fundo e subsistência do colégio da sua ordem em Coimbra. Escrevia com grande facilidade, e posto que por vezes experimentasse as censuras dos críticos, prosseguia sempre com imperturbável serenidade de ânimo em seus trabalhos literários, consagrados exclusivamente a obras de devoção, deixando impressos numerosos livros e opúsculos, que o qualificam, quando menos, de escritor laboriosíssimo e aplicado. Morreu no convento de Lisboa em 1790 com 77 anos".
(Inocêncio, II, 394)
Encadernação coeva inteira de pele com cercadura dourada nas pastas e ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação, com excepção das últimas páginas que apresentam trabalho de traça, à cabeça, sem no entanto atingirem o texto. Com falha de pele na junção com a pasta posterior.
Raro.
30€
1.ª edição.
"O Conhecimento da Historia, e a prática da Doutrina dos Mysterios, e Festividades, que nos propõe a Santa Igreja, he, e deve ser sempre o nosso mais digno emprego; por ser na verdade aquelle grande Objecto, que não deve já mais perder de vista, quem quizer ter a devoção sólida, que o Chistianismo pede. E como os dous sagrados Pólos, em que a mesma devoção se funda, são a Fé, e as boas Obras: para avivar as luzes da Fé, serve de grande incentivo a noticia individual dos Mysterios: e para persuadir a prática das boas Obras são poderosos estimulos os virtuosos exemplos, que delles deduzirão, e nos deixárão os Santos. Na ponderação dos Mysterios acha a Fé toda a sua Pureza, e a Religião todo o seu esplendor: e na proposição dos Exemplos encontra a Virtude christã as lições mais efficazes, e o espirito pusillanime os attractivos mais vigorosos.
He bem verdade, que por mais especiosa, e mais brilhante que seja a virtude, não deixa de ter seus vicos de austéra: e o amor, que a sua belleza inspira, facilmente se affrouxa, e muitas vezes se extingue pela occurrencia das difficuldades. Porém o exemplo de hum Deos feito Homem não he mais que bastante para vencer todo, e qualquer impedimento?Não se duvida, que á nossa enferma Natureza se faz sensivel, e duro o padecer pobreza, calumnias, perseguições, injurias, desprezos, e tudo o mais que houver de oneroso, e afflictivo. Mas quem póde nesta parte comparar as suas penas com as do mesmo Salvador? A consideração attenta de hum Homem Deos atormentado, e morto por nosso amor, he remedio efficacissimo para todos os males: E o seu silencio sobre a Cruz faz suspender todo o clamor das nossa impaciencias, e murmurações. [...]
Para persuadirem-se melhor, e mais fundamentalmente estas verdades, se delineou a presente Obra: onde poderá o Christão devoto, e curioso instruir-se abundantemente, do que ha mais digno de saber-se, e praticar-se na Historia, e na Doutrina dos principaes Mysterios, e Festiviades de Jesus Christo nosso Salvador, e de Maria Santissima sua Mãi."
(Excerto do Prologo)
Fr. Francisco de Jesus Maria Sarmento, "natural de Coimbra. Movido das penetrantes vozes do missionário Fr. Manuel de Deus, resolveu se a mudar de estado, professando o instituto da terceira ordem de S. Francisco no convento de Nossa Senhora de Jesus de Lisboa. Desenvolveu grande talento no ministério do púlpito; a sua gravidade, voz clara, composição de gesto, e a eloquência conforme ao gosto da época, o fizeram bem aceito orador nas funções mais solenes e pomposas. Estas qualidades deram causa a que os terceiros seculares o elegessem seu comissario visitador. Foi consultor da bula da cruzada, e examinador das três ordens militares. Ocupou na sua congregação todos os lugares de honra, até ser eleito ministro provincial em 1777. Tudo quanto pôde adquirir por suas composições literárias, e por seus amigos, empregou no serviço do culto divino, deixando no convento de Lisboa riquíssimas peças e alfaias destinadas para o mesmo serviço, e uma boa renda no produto das suas multiplicadas composições, destinado para fundo e subsistência do colégio da sua ordem em Coimbra. Escrevia com grande facilidade, e posto que por vezes experimentasse as censuras dos críticos, prosseguia sempre com imperturbável serenidade de ânimo em seus trabalhos literários, consagrados exclusivamente a obras de devoção, deixando impressos numerosos livros e opúsculos, que o qualificam, quando menos, de escritor laboriosíssimo e aplicado. Morreu no convento de Lisboa em 1790 com 77 anos".
(Inocêncio, II, 394)
Encadernação coeva inteira de pele com cercadura dourada nas pastas e ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação, com excepção das últimas páginas que apresentam trabalho de traça, à cabeça, sem no entanto atingirem o texto. Com falha de pele na junção com a pasta posterior.
Raro.
30€
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