BAIÃO, Antonio - AFFONSO D'ALBUQUERQUE. Por... Director do Arquivo da Torre do Tombo e Secretario da Comissão Academica dos centenarios de Ceuta e Albuquerque. Lisboa, Livraria Ferin, Editora : Baptista, Torres & C.ᵀᴬ, 1913 [na capa, 1914]. In-8.º (18,5cm) de 158, [2] p. ; [2] f. il. ; E. Col. Grandes Vultos Portuguêses, III
1.ª edição.
Biografia de Afonso de
Albuquerque (1452-1515), líder militar e o 2.º Vice-Rei e Governador da
Índia Portuguesa, cujas ações guerreiras, políticas e religiosas foram
determinantes para o estabelecimento do Império Português no Oriente.
Livro impresso em papel de superior qualidade, ilustrado em extratexto com um retrato do biografado reproduzido das «Lendas da India» e um fac-símile "do único documento conhecido todo do punho de Albuquerque".
"No principio de Abril de 1503 sahia de Belem uma armada, composta de seus náos, convenientemente providas de gente, artilharia e munições de guerra, pertencendo a capitania-mór de tres velas a Affonso d'Albuquerque e das tres restantes a seu primo Francisco. As suas instrucções são-nos hoje conhecidas, se bem que os Commentarios nos digam apenas serem a edificação de uma fortaleza em Cochim. Façamos o seu resumo, porque na verdade bem interessantes são: economia nas provisões, mas não miseria, devendo, por causa d'isso, ter na mão a chave da dispensa dos paioes; quanto a vinho, só dar a cada marinheiro tres quartilhos por dia. Se a agua que leva não chegar, não deve parar em Cabo Verde, e, sendo assim, deverá ir fazer aguada á costa de Biziguiche, com pequena demora. Para os navios se não perderem uns dos outros devem dar salvas ao capitão-mór e, quando quizér o seu navio fa-lo-ha saber, dando dois tiros, ao que os outros corresponderão e outros sinaes identicos assim são determinados.
Se antes de chegarem ás Canarias o vento fôr demasiado e não poderem pairar, voltem á costa de Portugal, tentando aportar ao Restello, ou, sendo isso impossivel, a Setubal. Se depois de atravessarem as Canarias, alguma náo não responder aos sinaes, déve o capitão-mór ir direito a Biziguiche para a esperar ahi, ainda que não precise de agua; no caso d'ella não aparecer deixará sinaes da sua estada, assim como em Moçambique, onde ficará algum degradado d'isso encarregado. Ainda o caso de extravio de alguma náo: se a náo perdida chegar primeiro a Biziguiche deve esperar ahi oito dias e a sua derrota são pontos forçados, Melinde, Angediva e Cananor.
Se a fróta pudér tocar em Melinde deve o capitão-mór dizer ao rei que D. Manoel I d'elle muito se lembrava, entregando-lhe uma carta e um presente. Da mesma forma amistosa procederá com o rei de Cananor, a quem entregará a carta e encommendas e dir-lhe-ha como el-rei com elle estava contente, fallando-lhe ao mesmo tempo nas mercadorias. Para as náos mouras, ou do rei de Calicut, não deve haver contemplação, embora este queira dar explicações. Quando porém chegar a Cochim deve Albuquerque entregar as encommendas cujo portador é, com protestos de amizade, fazendo com elle a compra e venda de mercadorias, conforme a combinação com o almirante.
Finalmente, se em Calcoulão houver alguma carga devia mandar recebê-la.
Como se vê, tinham procurado prever todas as hypotheses e eventualidades."
(Excerto do Cap. III, Na India - A primeira expedição)
Indice:
I. A Familia. Ascendentes e Descendentes. II. A aprendizagem do grande capitão. III. Na India. IV. O Governador da India. V. A memoria de Albuquerque. O seu testamento - Onde param os seus restos mortaes e a urna que os encerrou? // - Bibliographia. - Tentativa chronologica. - As nossas gravuras. - Indice alfabetico.
Bonita encadernação em meia de pele com cantos e ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível
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