31 dezembro, 2018

RIBA-DOURO, Denís de - CAVALEIRO E DEUS-MENINO. [Sangüineas de Gardy d'Arriaga].  [S.l.], [s.n. - Tipografia da L. C. G. G., Lisboa], [1927]. In-8.º (16x17 cm) de 75, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Obra poética baseada numa lenda antiga, tendo a Serra da Estrela como pano de fundo.
Livro belissimamente ilustrado com pequenas sanguíneas, em número de 17, coladas ao longo do texto.
"Cavaleiro e Deus-Menino é o título dum novo livro que a ilustre poetisa [Ilda Correia Leite (1907-?)] que tem por pseudónimo Diniz de Riba-Douro publicou, baseando-se numa lenda deliciosa engendrada pela alma romântica do nosso povo. Ao encanto dos versos juntam-se esplêndidas sangüineas de Gardy de Arriaga que mais fazem realçar a obra."
"Nas lombas da Serra da Estrela, orçando já pelos mil metros, ergue-se em aprazível estãncia, uma vetusta capela - a da Senhora do Espinheiro.
Situada no limite de Seia, a meio caminho do Sabugueiro, isolada quási no pendor grave da montanha, julgar-se-ia que apenas fôsse visitada por zagais e pastores, que ali dobrassem o joelho e murmurassem fervoroda prece, à hora em que o sol declina e o som argênteo das campânulas dos rebanhos são versos preciosos que já poeta algum soube rimar.
Mas não. A tôda a hora e de tôda a parte, dos alcantis sobranceiros ou da planície distante, da casa rica ainda quási feudal ou da cabana rupestre dum carvoeiro da torga, alguém encaminha seus passos e dirige seus olhares ansiosos para a Senhora do Espinheiro.
E não é - a Virgem nos perdoe - que as gentes de lá vão tenham a Senhora do Espinheiro por mais milagreira do que as Virgens que iluminam o âmbito das suas paróquias.
É que se venera também e principalmente na mesma capela a imagem mirífica dum Menino Jesus, que, indumentado de Marechal, - casaca de alamares, chapéu armado, esporins nas botas de cavaleiro, espada no cinturão e o globo na mão erguida, - espalha os seus milagres às mãos cheias.
Diz a lenda que vivendo em Seia duas rivais e poderosas famílias, numa delas havia prendada menina, formosa como as flores de Abril, e na outra bem composto mocetão, digno das invejas de Apolo.
Amavam-se os dois jovens perdidamente, ao geito português de outrora."
(Excerto do preâmbulo)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Sem as capas originais. Conserva todas as gravurinhas intactas.
Muito invulgar.
Peça de colecção.
25€

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