VOUZELA : estudos históricos. Pelos
Académicos Joaquim Veríssimo Serrão; Justino Mendes de Almeida;
Henrique Pinto Rema, O.F.M.; José Calvão Borges; Armando Lúcio Vidal;
João Luís Cardoso; Nestor Fatia Vital; Euríco Malafaia. Lisboa, Academia Portuguesa de História, 1999. In-4.º (25 cm) de 230 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Estudo inteiramente dedicado a Vouzela e ao seu Concelho, com a colaboração de alguns dos mais eminentes historiadores nacionais.
Livro ilustrado ao longo do texto com gravuras, desenhos, mapas e fac-símiles de documentos, portadas e excertos de livros antigos.
"Sem
referir as origens pré-históricas de Vouzela, provadas pelo conjunto de
vestígios da zona de Lafões, sabe-se que Vouzela foi conhecida no tempo
dos romanos. Da sua passagem datou o étimo Vaucella para juntar
os topónimos de Vauca e Zella, o primeiro designava então o rio Vouga e o
segundo o pequeno afluente que banha a povoação. Não se perdeu essa
memória no tempo dos Árabes, como parte de um território das margens do
Vouga já conhecido por "alahoneinis". O historiador David Lopes provou
que o dual árabe Alahavãn deu origem ao singular Alafón ou Alafão para designar cada um dos cabeços que envolvem a região. Ambos em conjunto passaram a ser conhecidos por Alahones, ou seja, a forma medieva de Alafões, nome usado em sentido geográfico para o território envolvente.
Assim
se formou a tradição de nomear como "dois irmãos" os montes Lafão e da
Senhora do Castelo, servindo este de assento a Vouzela. Tudo permite
crer que a povoação se ia desenvolvendo nos fins do século XI, por ser
um ponto obrigatório de passagem na direcção de Viseu e de Aveiro. A
pouca distância ficavam as Caldas de Lafões, que Duarte Nunes de Leão
considera as mais antigas do Reino e que atraíam grande número de
enfermos, não apenas da região, como da província da Beira. Uma légua e
meia na direcção do norte, ficava o lugar de S. Pedro de Lafões, que no
século XII passou a ser nomeado do Sul, pela confluência da ribeira do
mesmo nome em relação ao Vouga. [...]
As
caldas de Lafões guardam ainda a lembrança de haverem servido do local
de restabelecimento do primeiro Rei de Portugal. Após o desastre de
Badajoz, no ano de 1169, em cuja porta fracturou uma perna, o soberano
foi aos banhos de Alafões buscar alívio para os seus males. O cronista
António Brandão escreveu a propósito: "E como o aleijão da perna o
tivesse ainda mui debilitado, tratou de lhe aplicar os reedios mais
convenientes. São os banhos de Lafões junto a Vouzela e corrente do rio Vouga,
mui celebrados pela eficácia de suas águas e facilidade com que curam.
Em Setembro do dito ano instalou-se "in balneis de Alafoen", acompanhado
dos filhos e dos principais nobres, não sem antes tomar providências
quanto à defesa do Alentejo e à prossecução da Reconquista. E durante os
meses que permanece em "Alafoen", o monarca assina várias cartas de
doação, como a de Oliveira dos Frades em favor do Mosteiro de Santa Cruz
de Coimbra."
(Excerto de Um passeio pela história de Vouzela)
Tábua das matérias:
-
Introdução. - Um Passeio pela História de Vouzela. - A Egideia. Um
poema, pouco conhecido, a S. Frei Gil. - Alguns Franciscanos em Vouzela.
- Os Símbolos Heráldicos de Vouzela. - Joaquim Baptista, Médico em
Vouzela. - As Cédulas Camarárias de Vouzela e o seu Brasão de Armas. -
Monumentos Megalíticos do concelho de Vouzela. - O Pelourinho de
Vouzela. Monumento de afirmação municipalista, Algumas reflexões.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
20€
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