10 novembro, 2021

NOBRE, Antero - AR LIVRE. CAMPISMO.
Manual técnico organizado por... Vogal técnico do Comissão Organizadora do "Camping Club de Portugal"
. Lisboa, Editor Roberto S. Canuto, 1938. In-8.º (18,5 cm) de 262 p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Primeiro manual de campismo concebido por um português, dedicado, entre outros, "aos rapazes da "Mocidade Portuguesa" e "aos Escoteiros e "Guias" do seu País". Antes deste, havia sido impresso uma tradução do Scouting for boys, de Baden-Powell, com o título Manual do Escoteiro (Boy-scout), do Dr. Hermano Neves (1908), que durante duas décadas serviu de guia aos naturistas portugueses.
Livro profusamente ilustrado ao longo do texto com tabelas, desenhos, sinais e croquis, sendo alguns deles em página inteira.
"O Manual que hoje apresentamos aos rapazes da Mocidade Portuguesa, aos escoteiros, aos desportistas e ao público português, não é, nem tem sequer a pretenção de ser, uma obra completa e muito menos original. [...]
A única pretenção deste livro ´preencher uma grande e antiga lacuna da bibliografia escotista nacional, lacuna que supomos existir ainda também na bibliografia da «Mocidade Portuguesa», oferecendo aos rapazes um guia, que até aqui não tinham, para as suas actividades de campo, e divulgar, entre os portugueses não pertencentes às associações de escoteiros nem à «M. P.», os princípios basilares da técnica do Campismo, estimulando nestes o gôsto salutar pelo ar livre."
(Excerto do preâmbulo)
"O Campismo é, acima de tudo, uma reacção natural, instintiva, do homem contra a civilização actual, que vai a caminho de tornar complètamente impossível a vida nas cidades.
A vida que hoje se leva nos aglomerados urbanos é falsa e fictícia debaixo de todos os aspectos: má higiene geral - pouco ou nenhum sol, o ar extremamente viciado, a água tornada potável por processos químicos, o banho coisa rara; péssima higiene do vestuário, - fatos muito justos, a escôlha das côres unicamente orientada pela moda, os sapatos de feitios estilizados comprimindo e deformando os pés; ausência absoluta de higiene alimentar, - conservas, concentrados e misturas de todas as espécies fazendo 75% dos nossos contemporâneos doentes de estômago e intestinos; nenhuma higiene do repouso, - o cinema, o teatro e o botequim abertos até altas horas, os automóveis, os «electricos», as sereias das fábricas barulhando ensurdecedoramente todo o dia e tôda a noite; etc., etc., etc.
Fugir a tudo isto, procurar repouso e descanço por algum tempo fora do ambiente intoxicante das cidades, retemperar as fôrças físicas e morais gastas nesta vida extenuante, - eis a origem do Campismo e a sua finalidade primeira. "
(Excerto da Introdução)
Antero Nobre (Moncarapacho, 1910 - Olhão, 1997). "Foi um dos intelectuais olhanenses mais produtivos, pertencente à tríade intelectual de ouro da segunda metade do séc. XX (onde também incluo Francisco Fernandes Lopes e Alberto Iria). Desde cedo apresentou grande interesse pelas letras e pela cidadania empenhada em Olhão e no Algarve. Embora tendo frequentado a Faculdade de Letras, não concluiu o curso. Foi, durante anos, funcionário do Instituto Nacional das Actividades Económicas, tendo-se aposentado por motivos de saúde, passando então a exercer o magistério."
(Fonte: http://www.olhaocubista.pt/personalidades/antero_nobre.htm)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Encadernação simples em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Sem f. ante-rosto, e com falta de folhas do índice.
Raro.
Com interesse histórico.
15€

Sem comentários:

Enviar um comentário