1.ª edição.
Interessante ensaio filosófico sobre a teoria do "eterno retorno".
Livro ilustrado com fac-símile de uma carta de Raul Proença.
"A hipótese cosmológica do Eterno Retorno consiste no seguinte: em admitir-se que o universo é constituído por um incalculável mas limitado número de partículas insecáveis (os velhos átomos da Escola de Abdere) em incessante movimento e que o número das transformações possíveis de tais partículas é igualmente incalculável mas limitado. Por consequência, a repetição das transformações seria inevitável: ao cabo de um certo segmento de tempo (necessàriamente longo, claro) a possibilidade de inovação do devir universal estaria exausta. [...]
Como é evidente, uma hipótese desta natureza não pode deixar de suscitar imediata inquietação e profunda repugnância no espírito de toda a pessoa que bem a meditar e entender. A simples visão intelectual do que poderia ser o mundo (e com ele a humanidade, e com a humanidade cada ser humano) se tal necessidade de repetição fosse ontològicamente verdadeira, basta para fazer vertigem. Pois, que interesse poderia despertar um mundo que não tivesse outro fim senão o de voltar... ao princípio e tornar sempre a ser como já foi vezes sem conta?"
(Excerto do Prefácio)
Índice:
Prefácio. | Uma dificuldade preliminar do pensamento de Raul Proença: - como conciliar o seu idealismo político com a sua aceitação do Eterno Retorno? | Irracionalidade do Eterno Retorno. Carência de garantias tanto científicas como metafísicas desta velha concepção do mundo. | Bibliografia. | Indicações bibliográficas. | Notas complementares. | Autógrafo (fac-símile). | Corrigenda.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Discreta rubrica de posse na f. rosto.
Invulgar.
15€
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