18 abril, 2015

JACOBSHON, Kurt P. - O SANGUE COMO CARACTER INDIVIDUAL. Conferência realizada no Instituto de Investigação Científica Bento da Rocha Cabral em Maio de 1932. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1932. In-8º (20,5cm) de 42, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Ilustrada com desenhos esquemáticos, equações e tabelas nas folhas de texto.
"Desde os tempos mais remotos o homem julgou o sangue como suco singular. O sangue representou-se à imaginação ingénua como laço da unidade familiar; atribuiu-se-lhe pois propriedades individuais, que se apresentassem sómente nos membros da mesma família. Costumes mais antigos são testemunhas dêste pressentimento. V. Ex.as lembram-se das cerimónias da consangüinidade observadas povos naturais, amigos íntimos misturam o seu sangue e cada um bebe então do copo comum com o fim de hospedar em si a individualidade do outro.
A investigação científica dos tempos modernos deu agora fundamento real a estas ideias místicas. Na verdade, o nosso sangue apresenta propriedades individuais que em certas condições permitem conclusões em relação ao portador. Esta palestra é dedicada a um relatório sôbre os resultados da investigação respectiva e às aplicações dela originada a favor da clínica, da etno-antropologia e da medicina legal."
(excerto da introdução)
Matérias:
- A individualidade sangüínea representada pelos quatro grupos hemáticos. - Aplicações práticas na clínica. - Aplicação etno-antropológica. - Aplicação na medicina legal. - Estudo sôbre as propriedades individuais do sangue.
Kurt Jacobsohn (1904-1991). ”Nasceu em Berlim e doutorou-se em Química no Kaiser Wilhelm-Institut für Biochemie em 1929, com a classificação máxima. Kurt Jacobsohn era de ascendência judaica alemã, e a Alemanha, na década de 20, já dava poderosos sinais do anti-semitismo que lavrava na sociedade. O químico Jacobsohn veio para Portugal em 1929, três anos antes de, a 30 de Janeiro de 1933, Hitler chegar ao poder. Com a vinda deste químico para Portugal, a nossa ciência saiu sobremaneira enriquecida. Jacobsohn veio dirigir a secção de química biológica do Instituto de Investigação Científica Bento da Rocha Cabral (IRC), do qual era director, na altura, Ferreira de Mira, discípulo de Marck Athias. De 1929 a 1935 dedicou-se no laboratório do IRC à investigação bioquímica. Em 1935, adquiriu a nacionalidade portuguesa, viu os seus estudos realizados na Alemanha serem reconhecidos pela Universidade de Lisboa, e ingressou na carreira universitária, onde leccionou várias disciplinas da sua especialidade até 1974, quando se jubilou. Viveu ainda mais seis anos em Portugal, mas, com a idade de oitenta anos foi viver para Israel, tendo falecido dez anos depois. Ao longo dos 50 anos da sua carreira científica em Portugal, publicou 290 trabalhos e vários livros, tendo assumido várias responsabilidades na Faculdade de Ciências de Lisboa, onde foi vice-reitor entre 1966 e 1970. A investigação deixada pelas escolas de Marck Athias e Kurt Jacobsohn esteve na origem da bioquímica em Portugal. Se Ferreira de Mira e Celestino da Costa são os discípulos mais ilustres da primeira escola, Kurt Jacobsohn, pela seu labor na área da bioquímica, formou ao longo da sua longa carreira científica todo um grupo de seguidores.”
(AGUIAR, António Mota, in http://dererummundi.blogspot.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€

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