31 agosto, 2023

PARA SE APRECIAR DEVIDAMENTE UM AUTOMÓVEL.
Capa de A. d'Almeida Azevedo - [Colecção] «O que se deve saber». Lisboa - Portugal, Edições «Alfa - Omega», [192-]. In-8.º (18 cm) de 53, [1] p. ; [18] p. pub. ; il. ; B.
1.ª edição.
Livrinho dirigido a todos os apreciadores de automóveis. Impresso no início dos anos 20 do século passado, foi dos primeiros que sobre este assunto se publicou entre nós.
Revestido de capa muito bela, com desenho assinado por Almeida Azevedo. Raro e muito curioso.
Contém artigos muito curiosos com conselhos e dicas, incluindo, e sobretudo, um ensaio futurista de Carl Claudy (1879-1957) - visionário americano - que procura antecipar o automóvel de amanhã - em 2120 -, movido a electricidade, com pneus que-se-não-rompe, sem volante e guiado com a mente, entre outras previsões deliciosas, com uma gravura do "protótipo" em página inteira: - "De hoje a 200 anos - o automóvel do futuro".
Ilustrado no início com duas belíssimas estampas, cada uma em sua página com o seu contraponto: - Há 200 anos - o primeiro automóvel (de Cugnot) e De hoje a 200 anos - o automóvel do futuro, com desenhos no texto e no final, nas últimas 18 páginas, com propaganda relacionada com o mercado automóvel português - as "garages" concessionárias de serviços e das principais marcas (algumas entretanto desaparecidas) com a fraseologia publicitária de então: Georges Irat; Studebaker; Chrysler; Rolland-Pilain; Buick; Camions "Albion", Renault, etc., sendo que algumas têm associados desenho ou fotografia.
"Os cinco artigos de que se compõe este pequeno livro, excepto o segundo, da autoria do Sr. C. H. Claudy, da «Scientific American» (New-York), - foram escritos expressamente para serem publicados por ocasião da Primeira Exposição de Automóveis, no Estoril.
Postos de maneira a serem compreendidos pelo leigo em automobilismo, não deixarão certamente de interessar tambem os autenticos automobilistas, pois que se os primeiros encontrarão nêles muita coisa que ignoram, ficando assim, talvez, habilitados a poder apreciar um automovel, os ultimos terão na leitura destas paginas uns momentos de recreio.
O automovel, na nossa vida moderna, representa qualquer coisa de muito importante. Por consequencia, olhar para um automovel e, pelas suas linhas exteriores, dizer que ele é bonito, não deve ser bastante para o homem vulgar do nosso tempo. O automovel de hoje representa uma fase de um dos mais interessantes maquinismos que o homem realisou e que se acha em plena evolução.
Da leitura dos artigos Como foi o percursor do automovel e Como será o automovel do futuro concluirá certamente o leitor que o automovel actual está tão longe da grosseira máquina inventada por Cugnot, como o está do maravilhoso veículo imaginado por Claudy.
No artigo Como se escolhe um automovel topará o leitor com certas considerações que o ensinarão a olhar para um automovel com «olhos de ver».
Como se conduz correctamente um automovel indica como deve ser feita a manobra que mais ataranta os principiantes: a mudança das velocidades. E, por fim, Como se espatifa um automovel mostra o que se não deve fazer para que nós nunca digamos que o nosso automovel não presta.
Emfim, suponho que, acabada a leitura deste pequeno livro, todas as pessoas se acharão habilitadas, pelo menos, a poder dar uma razão verosimil por que apreciam mais este ou aquele automovel."
(Introdução, por "F. de C. H." - Fernando de Carvalho Henriques i.e. Fernando Val do Rio de Carvalho Henriques)
Conteúdo:
[Introdução - Para se apreciar devidamente um automovel, por Fernando de Carvalho Henriques] | Como foi o percursor do automóvel, por A. J. de Azevedo | Como será o automóvel do futuro, por C. H. Claudy | Como se escolhe um automóvel, por A. J. de Azevedo | Como se conduz correctamente um automóvel, por X | Como se espatifa um automóvel, por F. de Carvalho Henriques.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Frágil, com pequenos defeitos.
Muito raro.
Com interesse histórico, automobilístico e científico.
Sem registo na BNP.
Peça de colecção.
50€

30 agosto, 2023

RAMOS, J. B. da Silva - O CAPITÃO ANGELO : romance original.
Por... Braga: Typographia Luzitana, 1879. In-8.º (15,5x11 cm) de 105, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Romance histórico, moralista, algo ingénuo e "beato", exemplo típico do Romantismo tardio. A acção decorre no Porto e em Braga, com início no final da 3.ª Invasão Francesa, sendo ainda criança de tenra idade o "herói" da história - o Capitão Ângelo.
Obra dedicada pelo autor a D. Antónia Augusta Teixeira de Vasconcelos, da Casa de Marbom, em Celorico de Basto. Rara e muito interessante.
Nada foi possível apurar acerca do autor dado não existirem quaisquer referências biobibliográficas a seu respeito, incluindo na Biblioteca Nacional.
"Aos 6 de janeiro de 1811, estava n'uma sala do 2.º andar, do largo da Batalha, no Porto, o reverendo João de Mascarenhas, seriam 10 horas da manhã, almoçando com sua irmã D. Leonor de Mascarenhas, separados apenas por uma brazeira.
N'esta éra, o chá e o café existiam ainda foragidos nos vasos das boticas, figurando entre as melhores familias, o simples caldo d'unto, ou a açorda. Estes almoços, se não eram tão delicados e commodos, como os d'hoje, eram mais substanciaes e saudaveis. Pois nem mais nem menos; o nosso reverendo João de Mascarenhas, que era conego na Sé d'aquella cidade, estava almoçando açorda, com sua irmã.
Na madrugada d'este dia tinha caido grande quantidade de neve. Nos telhados media ella mais de tres pollegadas d'espessura; nas ruas, com o attrito dos carros, gente, etc., estava menos espessa; nos sitios, porém, onde se escoava alguma agua, formava uma especie de chrystal negro aonde os viandantes com facilidade escorregavam e caiam; - era uma verdadeira ratoeira armada pela natureza aos descuidados.
Foi pois n'este dia que o conego Mascarenhas, depois de ter ido á Sé rezar o officio e dizer missa, procurava, em frente do brazeiro e com o almoço, afugentar o frio e satisfazer a primeira necessidade da vida.
Na mesma salla traquinava uma menina, de tres para quatro annos, viva como uma doninha, e formosa como um querubim: era sobrinha d'ambos, e filha segunda d'uma nobre familia do Minho. [...]
N'este momento ouve-se um grito agudo, que vibrou na casa - lavadeira!
- Ora vá, continuou o bom do conego, vá aquecer os pés ajuntando a roupa para lavar.
- Valha-me Deus!... estava aqui tão bem...
D. Leonor levantou-se e disse a uma creada que fizesse subir a lavadeira.
- Dá licença, snr.ª D. Leonor?
- Entre Joanna.
Assomou então á porta da salla uma mulher que indicava ter 40 annos, de estatura mais que regular, de constituição forte e sadia, e d'uma physionomia que indicava bondade. Trazia pela mão um menino de edade de 6 annos, de cabellos louros e ondeados, cuidadosamente penteados; de tez fina e branca e com uns olhos vivos como os do basilisco; vestia roupas usadas, mas ainda boas e em moda n'aquelle tempo.
- Vá beijar a mão ao snr. conego, ande... disse a lavadeira para o menino, que obedeceu promptamente... Agora beije a mão á snr.ª D. Leonor.
Mariquinhas tinha deixado de correr para empregar todas as attenções no joven hospede. Sendo isto notado pela lavadeira, dirigiu-se esta ao menino:
- Angelo, dá tambem um abraço n'aquella menina."
(Excerto do Cap. I)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos. Carimbo de posse na f. rosto "Braga da Cruz, Casal do Assento, Tadim - Braga".
Muito raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível

29 agosto, 2023

MILHANO, Vicente -
HISTÓRIA INCOMPLETA DE UM HOMEM (novela)
. Covilhã, Edição da Casa Milhano, 1951. In-8.º (18,5x12,5 cm) de 42, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Novela "provinciana", representativa da "luta da liberdade do homem contra a fatalidade do destino". Carlos "desiste" da família por não ter como cuidar dela. Ingressa na Legião Estrangeira onde se distingue em combate. Ao fim de alguns anos, após várias comissõesregressa a casa...
"«A nossa filha está tão doente... e tu nem te importas com ela... mas que tens homem?...»
Carlos estava constantemente a mastigar as palavras que a mulher lhe atirara. Pensava, voltava a pensar e não se lhe tirava aquela cisma da cabeça.
Era domingo, dia em que costumava passear com a família querida - a mulher e a filhinha.
Este dia, porém, era o mais aborrecido da sua vida. O espírito estava em desassossego há quinze dias, não sabendo o que era descanso desde a hora em que recebeu a notícia de que tinha de abandonar a moradia.
- Verifico agora que o homem é o pior animal do mundo... não há direito de até na família me atingirem. Isto é uma vingança monstruosa, cobardemente preparada."
(Excerto do Cap. I)
José Vicente Milhano (Covilhã, 1913-1995). Natural da Covilhã. Escritor e publicista de mérito, desde sempre ligado à sua região. Inconformado, consciente dos problemas sociais do país, sobretudo no mundo rural. Participou na Operação Dulcineia (1961) - acção que resultou no assalto ao paquete Santa Maria, coordenada por Henrique Galvão e Humberto Delgado.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
15€

28 agosto, 2023

LIVROS PORTUGUESES DE COZINHA -
BIBLIOTECA NACIONAL.
[Organização e levantamento bibliográfico e iconográfico: Manuela Rêgo]. Lisboa, Presidência do Conselho de Ministros : Secretaria de Estado da Cultura, 1988 [Capa, 1989]. In-4.º (24x17 cm) de 155, [5] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Capa: «Vendedor de Perús» - Litografia de Santos (?), Séc. XIX.
Catálogo da exposição Livros portugueses de cozinha, importante manancial dos livros de culinária impressos em Portugal, bem como manuscritos e artigos publicados na imprensa periódica.
"O mais completo e estimado catálogo de livros de cozinha portugueses, que é um notável contributo para o estudo e difusão da nona arte em Portugal, inventariando mais de um milhar de espécimes, muitos dos quais desconhecidos do grande público e ausentes de outros catálogos do mesmo género. Ilustrado a negro e a cores com reprodução de dezenas de frontispícios de livros e alguns menus. Com um extenso índice onomástico."
(Fonte: https://selodemar.com/tag/manuela-rego/)
Muito ilustrado no texto com reprodução de inúmeras portadas, estampas e gravuras antigas.
Junta-se Adenda aos Livros Portugueses de Cozinha, datada de 1989, f. errata e um marcador de livros da BNP.
Tiragem: 750 exemplares.
 "Foi serôdia e escassa a produção de livros impressos de cozinha.
O primeiro que fez gemer os prelos - a Arte de Cozinha de Domingos Rodrigues - apareceu apenas em 1680.
Até ao final do terceiro quartel do século XIX somente existem seis livros de culinária e mais dois afins (conservaria e confeitaria). [...]
Tão parco acervo de espécimes é surpreendente, sobretudo num país sempre tão dado, pelo menos nas classes possidentes, às «cousas da guargantoyce, gulosas vyandas, beveres estremados». É certo que o livro de cozinha - e isto tanto vale para os cadernos manuscritos como para os impressos - era concebido como utilitário, ou seja, para estar mesmo na cozinha ao alcance imediato da consulta do(a) cozinheiro(a); com o uso, as nódoas, a sujidade, acabava por se tornar imprestável e ser destruído, provavelmente no próprio fogão do mester."
(Excerto do Prefácio - Da bibliografia culinária portuguesa, por José Quitério)
Índice:
Prefácio: - Da bibliografia culinária portuguesa - Da gastronomia na Imprensa | I. Manuscritos. II. Impressos: 1 - Monografias. 2 - Publicações periódicas: Agendas; Colunas de gastronomia. 3 - Vária: 3.1 O pão; 3.2 Manteiga e Queijos; 3.3 Miscelânia: - Alimentação - Serviço de mesa - Livros sobre gastronomia. III. Iconografia: 1 - Estampas. 2 - Cartazes. 3 - Postais ilustrados. 4 - Ementas. | Abreviaturas.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
35€

27 agosto, 2023

THEOLOGO EXAMINADO E APPROVADO OU BREVE COMPENDIO DE THEOLOGIA DOGMATICA PARA USO DOS ESTUDANTES E NOVOS CLERIGOS. Pelo mesmo Author do Confessor Examinado e Approvado que muito deseja a sua Instrucção. Lisboa: Na Impressão Regia. Anno 1832. Com Licença. In-8.º (20x14 cm) de [6], 266, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Curioso manual para o "bom católico", seja ele estudante ou clérigo recém ordenado.
"Amaveis Estudantes, e Senhores meus, parece muito natural que havendo finalizado o pequeno Opusculo = Confessor Examinado, e Approvado =, e tendo-me proposto instruir os Estudantes, que se destinão ao Clero, e mesmo os já Ordenados, que por falta de maiores principios, de Livros analogos e suas circumstancias, ou de Mestres em lugares proporcionados áquelles, onde a necessidade, ou commodo os faz existir; parece, digo, muito natural que tome a meu cargo consumar a obra começada, instruindo-os na sã Doutrina, que devem crêr, e ensinar áquelles, a quem o seu Ministerio os possa ligar. Quantos, a quem a mesma natureza concede o dom da palavra, e por falta de luzes deixarão esse talento enterrado, não podendo dignamente analysar a verdadeira, e sã Theologia? Quantos, a quem a Providencia ha destinado para cuidarem mais particularmente d'alguma porção do seu Rebanho, o qual devem instruir, reprehender, e corrigir, e falo-hão rectamente sem instrucção, sem doutrina e sem principios para distinguir a falsa da verdadeira, e o precioso do vil? Quantos finalmente, e ainda mal, que hajão escalado por interesse, e fins sinistro os muros do Sanctuario, ingerindo-se aonde Deos os não chamava, e por isso mesmo mui faltos da competente Sciencia para analysar os Dogmas da Religião, e bem capazes de propor á crença dos fieis, em vez da Arca Sancta, os Idolos de Dagon, Moloch, e Belial, e Doutrinas hereticas por catholicas?... Se he verdade que fides ex auditu, qual será a dos Christãos, sendo a dos Sacerdotes erronea, e condemnada? Por tanto eu lhe offereço este verdadeiro signal do meu affecto com a maior sinceridade de minhas intenções, a fim de que possão contradizer a falsa doutrina, a impiedade, e irreligião, que tanto se hão propagado em nossos dias."
(Excerto de Advertencia)
Indice:
[Advertencia] | Lugares Theologicos | Tractado da Religião | Tractado da Igeja | Tractado da Graça | Appendice sobre a infallibilidade da Igreja em factos | Tractado de Deos | Tractado Mysterio da Sanctissima Trindade | Tractado da Incarnação | Virgindade perpetua de Maria Sanctissima | Appendice do Culto, e Adoração de Jesu Christo, etc. | Appendice da Bemaventurança | Appendice das Indulgencias | Perguntas Theologico, Juridico-Dogmaticas | P.S. Sobre factos edificantes em razão da Encyclica de Gregorio 16 | Indice dos Concilios Geraes, e dos Papa.
Encadernação plena de pele com rótulo e ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Falha de pele na lombada à cabeça, fendido no mesmo local, junto à pasta posterior. Mancha de humidade (desvanecida) atinge canto exterior das primeiras oito folhas, incluindo a f, rosto. Assinatura de posse f. rosto.
Raro.
Com interesse histórico e religioso.
35€

26 agosto, 2023

COSTA SACADURA, S. C. da -
ATTITUDES VICIOSAS NAS ESCOLAS. (Escripta direita e escripta inclinada).
Por... 2.ª edição. Hygiene Escolar. Lisboa, Typ. da Cooperativa Militar, 1910. In-4.º (23x15 cm) de 32 p. ; il. ; B.
Curioso ensaio escolar sobre o tipo de caligrafia a utilizar pelos alunos da Instrução Primária e os "defeitos" a corrigir, sendo o autor adepto da escrita "direita". Trabalho visionário nalguns aspectos, como as questões da iluminação e do mobiliário escolar, já relativamente à "imposição" do tipo de escrita, aos olhos de hoje, parece um tanto ou quanto desfasado. Opúsculo raro e muito interessante.
Livrinho ilustrado no texto com desenhos exemplificativos.
Indiscutivelmente a instrucção primaria tem despertado servido interesse em todos os povos civilisados, interesse de que resulta o progresso scientifico e economico, que só um ensino bem orientado póde impulsionar. [...]
Não sei se os nossos legisladores mediram bem alguma vez a sua responsabilidade ao decretarem a instrucção obrigatoria, sem ao mesmo tempo cuidarem na construcção de material de ensino, porque sem isto é impossivel o aperfeiçoamento dos methodos de instrucção e educação. [...]
Pela minha parte, como medico escolar e como cidadão portuguez, é meu desejo contribuir dentro das minhas debeis forças para que alguma coisa de proveito se faça a favor da hygiene escolar e do robustecimento organico dos que frequentam a escola primaria; por isso venho hoje chamar a attenção para as principaes causas das doenças escolares mais frequentes - a myopia e as deformações vertebraes - destacando como mais importante, o uso da escripta inclinada, além da deficiencia da illuminação e o mau mobiliario."
(Excerto do Cap. I)
Sebastião Cabral da Costa Sacadura (1872?-1966). "Foi professor catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa. Nasceu no concelho de Mangualde, a 17 de Julho de 1872. Formou-se na antiga Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, em 1898. Desempenhou vários cargos de chefia em diferentes clínicas e hospitais. Foi também professor catedrático até 1943. Fez parte de numerosas comissões de reforma do ensino de obstetrícia, puericultura e enfermagem, sanidade escolar e educação física. Em 1902, instituiu a primeira consulta pré-natal portuguesa. Promoveu, participou e distinguiu-se em vários congressos e seminários e recebeu várias condecorações, entre outras, as de oficial e comendador da Ordem de Santiago de Espada e comendador da Ordem de Instrução Pública. Chefiou, ainda, a direcção do Arquivo de Obstetrícia e Ginecologia e foi redactor no Jornal das Sociedades Médicas, no Portugal Médico e na Imprensa Médica."
(Fonte: http://teoriadojornalismo.ufp.edu.pt/inventarios/sacadura-c-1945)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e falha de papel no canto superior esq. contracapa.
Raro.
Com interesse histórico e pedagógico.
20€

25 agosto, 2023

CORREIA, João da Silva - A LINGUAGEM DA MULHER.
Lições proferidas em 20, 21 e 23 de Fevereiro de 1933. Por... Biblioteca de Altos Estudos. Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1935. In-8.º (19x12 cm) de 149, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso ensaio filológico subordinado ao tema da "linguagem feminina". Anteriormente, em 1927, o autor havia publicado um outro trabalho sobre a mesma temática: A linguagem da mulher em relação à do homem.
"O problema das diferenças de linguagem dos dois sexos oferece curiosidades - que de algum modo nos empolgaram, tentando-nos ao esfôrço de as focar, e tanto quanto possível através dos meios expressionais da mulher em Portugal.
Antes porém de entramos nessa tarefa um aviso convém: êste trabalho, pretendendo furtar-se ao pedantismo e ridículo das coisas solenes, não quis, no entanto, dispensar-se - se bem que o não conseguisse na medida desejável - de possuir a necessária solidez científica: nêle se procuram aproveitar - tanto quanto isso foi permitido a pareceu congruente - as aliás bem poucas conclusões a que no campo da linguagem dos sexo a filologia já chegou. [...]
Enfim, seja-nos lícito lembrar ainda, como alegação em defesa das nossas insuficiências e falhas, que, da insegurança ou dessolidez do terreno que vamos pisar, reza inclusivamente a sabedoria multisecular do povo:

O melão e a mulher
maus são de conhecer."

(Excerto de II - O problema das diferenças lingüísticas dos sexos)

Índice:
I - Palavras preliminares. II - O problema das diferenças lingüísticas dos sexos. III - Auxiliares da linguagem. IV - Alguns caracteres lexicais. V - Alguns caracteres gramaticais. VI - Alguns caracteres estilísticos. VII - Algumas notas etimológicas. VIII - Algumas notas literárias. IX - Reflexões de encerro. X - Adições.
João da Silva Correia (1891-1937). Filólogo. "Foi professor catedrático da Faculdade de Letras e vice-reitor da Universidade de Lisboa. Desempenhou também, entre outros cargos de vogal do Conselho Superior de Instrução Pública e de chefe gabinete do Ministro da Instrução, Dr. Alfredo Magalhães. Foi Bibliotecário da Biblioteca Nacional e sócio correspondente da Academia das Ciências."
(Fonte: https://archeevo.amap.pt/details?id=85333)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
20€

24 agosto, 2023

LUDWIG, Emil -
GUILHERME II.
Por... Porto Alegre - Brasil, Tiragem especial para Portugal editada pela "Livraria do Globo" : Barcellos, Bertaso & Cia., 1934. In-4.º (25,5x16 cm) de 412, [4] p. ; [21] f. il. ; B.
1.ª edição.
Biografia de do Kaiser Guilherme II (1859-1941), estadista prussiano, decisivo na política belicista e agressiva que imprimiu à Alemanha desde o final do século XIX, conduzindo o país à Primeira Guerra Mundial.
Livro ilustrado com 21 estampas separadas do texto, impressas sobre papel couché, reproduzindo retratos do imperador, seus familiares, e estadistas, bem como um fac-símile de Guilherme datado de 1924.
"Êste livro não constitue  nem a exposição do período guilhermino e nem tão pouco a história integral do seu patrono: apenas um retrato de Guilherme II.
Não há razão para a afirmativa de que seja ainda demasiado cedo para um tal esbôço: nos sete anos contados da data da sua abdicação maior número de documentos em virtude do "tempo" da nossa época, poude vir à luz do dia com a transformação havida na forma de organização do Estado, do que anteriormente, durante sete decénios. Êsses anos trouxeram à publicidade, com talvez cêrca de vinte memórias alemãs e com a grandiosa colecção de documentos do Ministério das Relações Exteriores, a maior parte daquilo que até então havia ficado em silêncio. [...]
Assim sendo, o que se sabe hoje em dia sôbre o imperador Guilherme é, não muito pouco, mas demasiado. [...] Nas páginas que se seguem não ouviremos falar nem vozes socialistas e nem estrangeiras: apenas o imperador, seus parentes e amigos, seus chanceleres, ministros, generais, cortezãos e funcionários. [...]
Aqui é feita a tentativa de deduzir, imediatamente, dos traços de caráter de um monarca, conseqüências políticas de cunho mundial, da sua natureza, o destino do seu povo."
(Excerto do Prefácio)
Índice:
Prefácio | Livro Primeiro: I - Adolescência rude. II - Demasiado cedo. III - Bismarck. Livro Segundo: IV - Intrigas. V - Bülow. VI - Catástrofes. Livro Terceiro: VII - Borrasca. VIII - Guerra. IX - Exílio.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas cansadas com falhas e defeitos. Lombada reforçada com fita adesiva. Miolo amarelecido.
Invulgar.
Com interesse histórico.
25€

23 agosto, 2023

BRAGA, Theophilo - AS THEOCRACIAS LITTERARIAS. Relance sobre o estado actual da Literatura Portugueza. Lisboa, Typographia Universal, 1865. In-8.º (21x14 cm) de 14, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Trabalho que reflete a participação - corrosiva - de Teófilo Braga na Questão do Bom Senso e Bom Gosto quando ainda estudante em Coimbra, ao lado de Antero de Quental. A polémica teve início em 1865 entre Antero, percursor do Realismo, e António Feliciano de Castilho, ligado à corrente literária do Romantismo, escola gasta e "cega" à realidade do mundo, arrastando para esta contenda alguns dos grandes vultos da vida literária de então, incluindo Eça e Camilo, por sinal, em campos opostos.
Opúsculo raro, marcante, com indubitável interesse histórico e literário, refletindo tout court o pensamento de Braga e a doutrina do novel movimento estudantil coimbrão.
Bom Senso e Bom Gosto: "Constitui um dos documentos mais importantes da polémica literária que ficou conhecida como a "Questão Coimbrã" ou mesmo a "Questão do Bom Senso e Bom Gosto", tendo surgido como resposta à carta-posfácio de António Feliciano de Castilho inserta no Poema da Mocidade, de Pinheiro Chagas, de outubro de 1865, na qual o autor de Cartas de Eco a Narciso aludia ironicamente às teorias filosóficas e poéticas expostas nos prefácios de Visão dos Tempos e Tempestades Sonoras (ambas de 1864), de Teófilo Braga, e na nota posfacial das Odes Modernas, de Antero de Quental (de julho de 1865). Sentindo-se visado, Antero de Quental responde em novembro com o panfleto Bom Senso e Bom Gosto, [dando início à polémica, uma das mais interessantes e participadas da literatura nacional]".
(Fonte: Infopédia)
As Teocracias Literárias: "Panfleto literário com que Teófilo Braga intervém na "Questão Coimbrã", em novembro de 1865, colocando-se ao lado do seu condiscípulo de Coimbra Antero de Quental e das posições por este defendidas no folheto Bom Senso e Bom Gosto, que considera "há de vir a ser um capítulo da história da literatura contemporânea". Visando diretamente Castilho, Teófilo começa por defender o fim das "realezas literárias", sentenciado pela "evolução romântica", para em seguida censurar a "rotina arcádica, palavrosa, nula de ideias, de sentimentos falsos, que já se nota na mocidade que o admira", patente na obra do autor de Cartas de Eco a Narciso. Acusando Castilho de desconhecer o que seja "Plástica" ou "Estética", chega ao ponto de o atacar pessoalmente ("Digamos a verdade toda. O Sr. Castilho deve a sua celebridade à infelicidade de ser cego. O que se espera de um cego? Apenas habilidade.") e profetiza que "a reputação do Sr. Castilho acaba com a vida"."
(Fonte: Infopédia)
"Força-me a consciencia a erguer a voz:
Estamos n'uma terra em que a verdade para ser ouvida precisa trazer a fórma do escandalo. A não vir d'este modo é uma coisa inintelligivel, obscura. Tanto melhor para quem aspira a ser entendido sómente por aquelles que se pagam de sua obscuridade pela firmeza da consciencia, e integridade de caracter.
A grande individualidade, resultado dos progressos d'este seculo, vae tornando impossiveis todas as supremacias, tanto na religião, como no estado, como na arte. É para onde confluem todos os esforços, todas as luctas; é o mobil de acção na Europa moderna.
As realezas litterarias foram as primeiras que acabaram, porque se comprehendeu de prompto, que não era o modêlo academico, mas o sentimento puro, que nos havia elevar á perfeição, dar-nos a percepção immediata das fórmas que traduzem o bello na vida. Cada um, em vez de ir com os olhos nas pégadas do mestre, procurou desenvolver em si esse sentimento ingenito; e em vez de arrancarem curiosidades hybridas de sua phantasia, souberam descobrir como a eternidade se allia com as creações humanas. Passo dado pela evolução romantica. [...]
Esta phrase usual de republica das lettras significa mais do que se pensa; a intelligencia não reconhece magestades, nem hierarchias, vive da egualdade plena, e tanto, que é este o dom maravilhoso da razão, a uniformidade de processos para uma egualdade de resultados - a verdade. [...]
A arte não é isto! a mentira é uma perversidade de morte, principalmente no que toca ao sentimento, que não se discute, mas se deixa impressionar sómente. Não é assim que se é pontifice das lettras.
Digamos a verdade toda. O sr. Castilho deve a sua celebridade é infelicidade de ser cego. O que se espera de um cego? Apenas habilidade. É uma celebridade triste porque tem origem na compaixão, e a compaixão fatiga-se. [...]
O publico tem direito a que lhe respeitem uma celebridade que fez. É de razão. Mas como se fez esta celebridade? Do mesmo modo que os insectos formaram a enorme cordilheira dos Andes, como a defecção dos passaros, que emigram, forma ilhas no meio do mar."
(Excerto do texto)
Encadernação contemporânea em cartão flexível. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
30€
Reservado

22 agosto, 2023

GALLIS, Alfredo -
MULHERES PERDIDAS.
(Segunda edição). Tuberculose Social. III. Lisboa, Livraria Central de Gomes de Carvalho, editor, 1931. In-8.º (19x12 cm) de 291, [5] p. ; B.
Romance-ensaio de cariz erótico, o 3.º de 12 da série "proscrita" naturalista Tuberculose Social.
Obra enriquecida com o excelente proémio onde Gallis - autor "maldito" - faz o balanço (pouco animador) da prostituição - o tema do livro - e do cinismo e falsa moralidade com que esta questão era abordada pela sociedade da época, no final do século XIX/princípio do século XX.
"Se a civilisação não fosse uma estrella luminosa que ainda se encontra a biliões de leguas de distancia da realidade pratica da vida das sociedades terrestres, de ha muito que a prostituição teria deixado de existir, como um dos vilipendios e ignominias que mais rebaixam e envergonham os povos cultos, e mais profundamente ferem e offendem o natural respeito que se deve á mulher."
(Excerto do Proemio)
"A lua vinha arrastando o seu disco de prata sob a profundez do ceu constellado, d'uma immaculada pureza limpida, e ao longe, lá muito ao longe, sentia-se o latir dos cães guardadores dos casaes, emquanto as ultimas luzes da casaria do logar se iam apagando umas após outras, é proporção que os seus habitantes se recolhiam aos leitos.
Sómente a fumarenta candeia do Serafim Trigoso se conservava ainda accesa, derramando o seu baço clarão avermelhado nos rostos rudes e grosseiros dos bebedores retardatarios. [...]
O relogio da ermida, presente do fallecido morgado, bateu as onze horas com um som cavo e pausado, que se foi diluindo no espaço, até morrer suffocado entre o frondoso arvoredo da montanha.
Então abriu-se uma pequena portinha pintada de verde, que existia na ala direita do palacio, e um vulto de homem, de alta estatura, embrulhado n'um capote escuro e com largo chapeu derrubado para os olhos, sahiu para a rua e parou um momento a examinar tudo quanto o rodeiava. [...]
O homem tomou a direcção do olival que existia por detraz da casa, e a passo largo e seguro, atravessou-o em toda a sua extensão. Cortou á esquerda, que percorreu na distancia de uns duzentos metros e entrou no estreito carreiro que ficava á esquerda.
Ao fim d'este existia uma sébe.
Sem hesitar saltou-a, e penetrou em terreno cultivado de propridade particular.
Chegado ali parou. Decerto que esperava alguem.
Essa pessoa appareceu dentro em pouco.
Era uma mulher de fórmas avantajadas, que se lhe dirigiu pressurosa.
- Julgava que não viesse hoje, exclamou ella.
- Porque?
- Porque o luar tem estado muito claro.
- Para te abraçar e beijar, respondeu elle apertando-a nos braços, viria, ainda mesmo que o sol rompesse de repente.
Ella sorriu-lhe, deixando vêr a fieira preciosa dos dentes alvissimos emergindo d'entre uns labios frescos e carminados."
(Excerto do Cap. I)
Joaquim Alfredo Gallis (Lisboa, 1859-1910). "Jornalista, romancista, contista, tradutor e historiador, iniciouse na imprensa, segundo várias fontes, no periódico As Instituições, em 1881 – assinou aí crónicas políticas e sociais, contos e poemas, com nome próprio e com um dos pseudónimos que mais usou (Rabelais).
Dedicou-se aos romances naturalistas – escritos que evidenciariam a observação direta da natureza e a análise rigorosa das histórias dos homens sem rodeios nem abstrações. Entre 1901 e 1904, publicou os 12 volumes de Tuberculose Social, destinados a denunciar os vícios e males da sociedade. Como uma tuberculose podia atacar qualquer dos órgãos do corpo, também “a moral pode estar tuberculosa em qualquer das suas múltiplas e complexas manifestações” (Chibos, 1901, p. 9). Cabia ao escritor não só declarar aos doentes a sua enfermidade como demonstrar aos saudáveis as causas da doença e a sua quota-parte de responsabilidade na propagação.
Dedicou-se, também, aos romances sensualistas, licenciosos, eróticos e pornográficos, com representações e descrições explícitas de sexo, vendidos aos milhares e abundantemente noticiados na publicidade dos jornais (como “Livros para homens” ou “Biblioteca do solteirão”).
Distinto jornalista e escritor afamado, estimado e ultrajado, reconhecido em Portugal e no Brasil, publicou cerca de 35 títulos. No Brasil saíram volumes de contos eróticos e muitas livrarias brasileiras possuíam uma categoria chamada “Obras de Rabelais”. Mais de uma dezena de obras estiveram proibidas durante o Estado Novo. Além de Rabelais, usou como pseudónimos Antony, Barão de Alfa, Condessa de Til, Duquesa Laureana, Kin-Fó, Ulisses e Katisako Aragwisa.
Em 1908, aos 49 anos, publicou o primeiro de dois volumes que continuavam a 3.ª edição da História de Portugal, Popular e Ilustrada, de Pinheiro Chagas, a quem chamava “mestre” (já continuada por Barbosa Colen e Marques Gomes). Para escrever a quente sobre o regicídio, a editora tinha escolhido “um escritor brilhantíssimo na forma, ponderado nas ideias, independente e, portanto, imparcial em política, homem que tem o braço afeito a publicações desta ordem” (História de Portugal (Complemento)…, p. 6). 
Autor de uma narrativa laica, antimilitarista, liberal e nacionalista, inscreveu-se numa elite lisboeta de funcionários e jornalistas cultivadores de múltiplos géneros textuais. Fino observador da cidade – A Lisbonolândia, “capital do país dos Papa-Moscas” (Os Selvagens do Ocidente, p. 8) –, pisou o terreno de políticos e decisores, coristas, atores e ladrões comuns, sob o fundo de uma multidão pobre e analfabeta, em torno da qual, e por entre as “brumas de uma selvajaria inaudita onde por todo o país campeia o assassinato, o estupro, a embriaguez, a vingança política pessoal, o clericalismo boçal e reacionário, e as romarias a vários oragos de parva invocação” (Idem, p. 8), tinham decorrido os 19 anos de reinado de D. Carlos."
(Fonte: Henriques, António - Dicionário de Historiadores Portugueses : Da Academia Real das Ciências ao final do Estado Novo, BNP, s/d)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos. Capa apresenta pequeno rasgão (sem perda de suporte) à cabeça.
Muito invulgar.
20€

21 agosto, 2023

PINA, Luís de -
SHERLOCK HOLMES NO PORTO.
Contribuição portuguesa para a história do romance policial científico. Guimarães, [s.n. - Oficinas Gráficas da Companhia Editora do Minho - Barcelos], 1961- In-4.º (23,5 cm) de 45, [3] p. ; [3] f. il. ; [6] p. il. ; B.
1.ª edição independente.
Separata da «Revista de Guimarães», vol. LXXI - n.ºs 1-2.
Interessante subsídio para a história da literatura policial ficcionada em Portugal.
Ilustrado com estampas em separado reproduzindo os retratos de Arthur Conan Doyle e do Prof. João de Meira, bem como fotogravuras relacionadas com o ambiente de trabalho do escritor inglês, e diversas plantas e croquis.
Exemplar valorizado pela dedicatória manuscrita do autor.
"Poderá a muitos parecer estranho o título dado a esta palestra [...]
A estranheza será tanto maior quanto é certo que esta personagem, apresentada pelo eminente médico Conan Doyle, em 1886, para o seu primeiro conto A study of Scarlet, nunca existiu na realidade.
Não passou de uma criatura imaginada pelo ilustre contista, mas tão bem realizada ou humanizada [...] que de todo o mundo chegavam à casa de Doyle ou à Direcção da Polícia de Londres cartas e missivas endereçadas ao famosíssimo detective Sherlock Holmes, entre as quais não faltavam, mesmo, ofertas de casamento.
Pode, pois, perguntar-se: - como é que esteve «materialmente» no Porto um ser fictício como Sherlock Holmes? E mais, pode inquirir-se: - existe da pena de Conan Doyle algum conto, novela ou romance passado nesta cidade, tão querida dos Ingleses e com tanta história britânica?
Não, senhor. Não tendo jamais existido uma pessoa com o nome Sherlock Holmes, também não poderia o Porto ter visto tal pessoa ou ela ter estado aqui; e Conan Doyle jamais teria escrito qualquer coisa sobre o Porto e menos ainda localizar nesta cidade qualquer das aventuras do seu polícia!
Quem em 1912 - já lá vai quase meio século - escreveu, em jornal portuense chamado Mundo Ilustrado e em seu volume 1.º, um conto com o título Sherlock Holmes no Porto, foi também um ilustre médico, formado na nossa Escola Médico-Cirúrgica em 1907, onde concluiu o curso com uma brilhantíssima dissertação que o juri classificou com 20 valores.
«Quem trouxe ao Porto», nesse ano de 1912, o famoso e imaginário detective Sherlock Holmes foi esse distinto médico que era natural de Guimarães. [...]
A «vinda» de Sherlock à nossa cidade serviu ao curioso escritor, então já Professor da Faculdade de Medicina, Mestre de Medicina Legal e Director da Morgue, para o fazer «intervir» num tenebroso crime cujo mistério a todos assombrou e para, com a sagacidade do engenho desse arguto britânico, compor o melhor de um outro conto, com cena decorrente no Porto, que intitulou O truc de Mr. Raymond.
Pois será tema na nossa conversa de hoje nada mais nada menos que a análise do conto do Prof. João de Meira, Sherlock Holmes no Porto, com o sub-título Um cadáver que se evade."
(Excerto da apresentação)
Exemplar em bochura, bem conservado.
Muito invulgar.
20€

20 agosto, 2023

MACHADO, Falcão - COIMBRA, TERRA DE LENDAS : Lendas de Coimbra e Contos de Estudantes.
Colectânea de... Edição Comemorativa das Festas do Sexto Centenário da Rainha Santa Isabel
. Lisboa, Editor: Manuel Gonçalves, [1936?]. In-8.º (20,5 cm) de 125, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante compilação de pequenos contos da história de Portugal (18) e episódios da vida estudantil coimbrã (18). Textos anteriormente publicados em folhetins, na sua maioria, no Diário de Coimbra, em nome de Ala Bastro - o pseudónimo do autor.
"Eram os mouros os senhores de Coimbra, a que chamavam Medina-Colimbria, e davam-se muito bem com os frades do importante convento do Lorvão.
Porém, estes frades, conheciam que era muito importante passar Coimbra para o poder dos cristãos, visto que eram os cristãos os defensores da fé dos monges, que os mouros sòmente toleravam.
Imaginaram os frades um estratagema para os leoneses entrarem em Coimbra; e, concebido o seu plano, vão dois monges ter com o rei de Leão, a quem expõem o seu plano de conquista.
O monarca, D. Fernando, o «Magno», numa caçada que fizera, avançara muito para o sul e chegara a avistar Coimbra, cidade cuja beleza o encantou; toma-la, era seu intimo desejo, porque os seus olhos deslumbrados iam-se pela encantadora Medina-Colimbria.
Não prestando muita atenção ao plano dos frades, mas acedendo às intancias de Rui Dias de Bivar, o «Cid Campeador», guerreiro destemido, e de D. Sisnando, moçarabe culto da sua côrte, resolveu vir pôr cêrco a Coimbra, onde chegou no dia 20 de Janeiro de 1064."
(Excerto de Coimbra, Terra de Lendas - O Arco da Traição)
"Senhor de vastas terras alentejanas, onde sob o sol fecundo e criador cresciam uberrimos e fartos campos verdes de trigais que, quando doirado, eram sinal certo de abundancia de pão, o morgado resolvera, para matar o tedio que o envolvia no «monte» solarengo onde habitava, vir formar-se a Coimbra.
Para cá veio montado num velho macho troteiro e de boa estampa, e seguido por um criado, fiel servidor da casa e homem de prudente conselho.
Instalado em «republica», a vida de boemia alegre dos rapazes não agradou ao morgado, de seu animo aborrecedor de esturdias e espalhafatos.
A frequencia às aulas tambem lhe era monotona: as prelecções dos mestres enfastiavam-no, e à vida não achava já aquele sabor naturista e epicuristico, porque a sua idade pesava e o seu corpo obeso não lhe permitia «cavalarias altas» em serenatas às filhas de Coimbra, noute alta, nas vielas tortuosas e sombrias da Alta vetusta e medieval, ou no Choupal, ouvindo os gorgeios dos rouxinois alternando com o murmurio cantante das aguas do Mondego, que corria vagaroso beijando avida e gulosamente as pernas às lavadeirinhas gentis.
Não. Não era para ele esta vida de estudante de Coimbra, porque a mocidade já a passara e não voltaria."
(Excerto de Contos de Estudantes - Coimbra, terra de doutores)
Índice:
Intróito. | Coimbra, Terra de Lendas - [18 lendas]. | Contos de Estudantes - [18 contos].
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos. Contracapa apresenta alguns (poucos) escritos a caneta.
Muito invulgar.
35€

19 agosto, 2023

LEMOS, Maximiano -
CAMILO E OS MÉDICOS.
Com novos elementos para a biografia do grande escritor. Porto, Companhia Portuguesa Editora, 1920. In-8.º (18x12,5 cm) de [4], 655, [1] p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Importante subsídio camiliano. Obra de fôlego. Trata-se de um conjunto alargado de apontamentos biográficos dos médicos que, de uma forma ou outra, se cruzaram com Camilo, e que com ele privaram ou se corresponderam.
"Nesta obra, o autor mostra-nos o contacto de Camilo Castelo Branco com o mundo da doença, dos remédios, da medicina, dos médicos; Desde logo quando em jovem tenta, ele próprio, cursar medicina, acabando por desistir. O Camilo e os Médicos é uma singular biografia de Camilo. Nela se reflectem os passos do escritor, desde os primeiros, é modo de dizer, até ao último, que foi o remate do longo suicídio. Na vida de Médicos e curandeiros que o trataram, ou com quem tratou."
Ilustrado com reprodução de inúmeros retratos dos facultativos.
"Desde muito novo que senti a maior admiração pelo glorioso romancista Camilo Castelo Branco. Não se me apegou o contágio que na minha mocidade grassou de procurar abatê-lo do pedestal a que o tinham erguido as suas duzentas obras que hão-de ser lidas emquanto a lingua portuguêsa tiver um logar no mundo.
Comoveram-me profundamente as suas desventuras. Chegando a uma altura da vida em que sinto avizinhar-se a passos largos a decadência final, quiz reler ainda a obra que tanto me tinha impressionado nos primeiros anos e fui notando o nome dos médicos que alguma vez estiveram em contacto com êle, os farmaceuticos que lhe mereceram uma referência mais ou menos precisa, e até alguns charlatães que encontrou na sua atormentada carreira. Uns eram cheios de prestígio e notoriedade; outros nunca despertaram um movimento de curiosidade sequer. Muito poucos vivem; para colher alguma noticia de alguns foram necessarias pesquisas longas e demoradas. Convem notar que que não existe uma edição completa das obras do grande escritor e que muitos dos seus primeiros trabalhos ainda andam dispersos em periodicos que ninguem lê e que nem todos são faceis de encontrar."
(Excerto do preâmbulo)
Maximiano Lemos (1860-1923). "Nasceu em Peso da Régua em 1860. Ainda mal tinha acabado de completar 16 anos, inscreveu-se na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, tendo concluído o Curso de Medicina a Cirurgia em 1881. Depois de uma curta passagem pelo exercito, em 1889 inicia uma carreira académica que, passando por outras maneiras, o levou por fim à História da Medicina, área em que se notabilizou. Homem dado às Letras, viciado na leitura dos nossos escritores, relacionou-os com a Medicina."
(Fonte: Wook)
Encadernação simples em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas apresentam cantos algo desgastados.
Muito invulgar.
Com indubitável interesse camiliano.
35€

18 agosto, 2023

FEIJÃO, Dr. Méd. Raúl d'Oliveira - ELUCIDÁRIO FITOLÓGICO. Plantas vulgares de Portugal Continental, Insular e Ultramarino (classificação, nomes vernáculos e aplicações). [Por]... Da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa, Da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais. Volume I A-H [Volume II I-O e Volume III P-Z]. Artigo de Divulgação N.º 8 [9 e 10]. Lisboa, Editado pelo Instituto Botânico de Lisboa, 1960-1961-1963. 3 vols in-4.º (24x16,5 cm) de [6], 472, [2] p. (I) - 462, [2] P. (II) - 394, [2] P. (III) ; B.
1.ª edição.
Importante repositório botânico - pioneiro - de Portugal Continental, Ilhas e Províncias Ultramarinas.
Obra de fôlego - em três volumes (completo) - com texto impresso a duas colunas, prefaciado por Rui Teles Palhinha, conhecido botânico e professor, natural de Angra do Heroísmo.
Volume I valorizado pela dedicatória autógrafa do autor, na f. ante-rosto, "Ao Colega e grande amigo Dr. Abel Alves".
"A ideia do trabalho que hoje apresentamos a público sob o título Elucidário Fitológico, nasceu das necessidades e dificuldades que o autor encontrou ao procurar os nomes comuns e aplicações correntes das plantas vulgares com nomes vernáculos conhecidos, quer espontâneas, quer subespontâneas ou cultivadas, no Continente, Ilhas Adjacentes e Províncias Ultramarinas, investigação essa destinada a um outro trabalho que o autor projecta executar.
Repositório cuidado e minucioso de tudo quanto pôde chegar ao nosso conhecimento através de muitas horas de persistente labor, está longe (e muito longe mesmo) de poder corresponder à perfeição absoluta, mas, esperamos, marcará como primeiro passo para uma futura e mais completa obra que outros poderão, certamente, realizar em melhores condições que nós o pudemos fazer. [...]
A grafia dos nomes vernáculos respeitantes às diferentes espécies usualmente conhecidas, quer na Província, onde a pronúncia é por vezes alterada ao sabor popular, quer nos diferentes territórios do nosso vasto Portugal, onde tantos idiomas e dialectos se falam, é, por vezes, bastante complicada.
Os sons empregados pelos naturais das nossas Ilhas Adjacentes ou pelos indígenas dos diferentes Continentes se localizam, podem, como muito bem diz Conde de Ficalho na sua bela obra «Plantas Úteis da África Portuguesa», ferir de modo variável os diferentes ouvidos, resultando ser a ortografia recolhida nas várias obras consultadas, a maior parte das vezes forçosamente sónica, e por isso muito flutuante na sua grafia. [...]
Em caso, porém, de qualquer dúvida acerca do modo como se encontre inscrita determinada espécie, deverá sempre o leitor reportar-se ao "Índice dos Nomes Botânicos", que fàcilmente o remeterá à página onde se encontra a planta desejada, etiquetada sob o nome mais vulgarmente usado e seguida dos nomes vernáculos por nós conhecidos, bem como das suas principais propriedades e aplicações."
(Excerto de Explicação prévia)
Exemplares em brochura, bem conservados.
Obra invulgar.
Indisponível

17 agosto, 2023

SARMENTO, Tenente
-Coronel Alberto Artúr - NOTICIA HISTÓRICO-MILITAR SOBRE A ILHA DO PORTO SANTO
. Funchal, Tip. do «Diario de Noticias», 1933. In-4.º (28,5 cm) de 117, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio histórico sobre a Ilha do Porto Santo.
Ilustrado com fotogravuras a p.b. ao longo do texto.
Juntam-se dois artigos relacionados com o livro - Notas - subscritos pelo autor, recortados de um jornal madeirense da época.
"A ilha do Porto Santo, a primeira das nossas descobertas maritimas, foi topada por João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz, a quem o infante D. Henrique mandára preparar uma «barqua» com que corressem a costa da Berberia e fossem descobrindo o que nelas achassem, na concepção do mundo para além do Cabo Bojador.
Horas bonançosas sucederam-se ás amargas de tormenta e uma ilha inabitada, esquecida talvez, foi o porto seguro de salvamento, e de aí, o nome que lhe puzeram, voltando jubilosos a dar conta do que viram, mostrando as amostras da terra que pizaram.
No ano seguinte, 1419, toparam mais além, com uma ilha maior, toda cheia de arvoredo, á quel por isso chamaram a da Madeira, - inabitada tambem, a qual o Infante os incumbiu de colonisar, doada aos dois, em repartição. A do Porto Santo foi concedida a Bartolomeu Perestrelo, de origem italiana, a quem D. João I havia já nobilitado, por serviços prestados.
A capitania do Porto Santo foi dada sómente em vida do donatário e este, desgostoso com a terra, abandonou-a, alegando o destroço que os coelhos, - prodigiosa descendencia duma coelha prenhe que trouxéra, - faziam a todas as culturas, mas instado pelo Infante, para lá voltou, obtendo depois carta de doação perpétua em seus descendentes, como já havia sido concedida aos dois outros donatários do Funchal e Machico.
Perestrelo veio casado, de Portugal, com Brites Furtado, da casa dos Mendonças, aposentadores-móres e filha de Diogo Mendonça, alcaide-mór de Mourão. Enviuvando, casou depois com Isabel Moniz, filha de Vasco Martins Moniz, fidalgo escudeiro, com grandes terras em Machico, chamado o Africano pelos seus grandes feitos.
O 1.º donatário do Porto Santo houve deste consórcio, uma filha, Filipa Moniz que casou com Cristovão Colombo. [...]
Os donatários tinham a jurisdição do civel e do crime, até certos limites, só eles vendiam sal a estipulado preço, construiam moinhos para o cereal e fornos públicos, auferindo um marco de prata por cada serra de agua e a redizima de tudo quanto o Infante havia de renda, sendo os senhores da gente de guerra na «defensão» da Capitania."
(Excerto do preâmbulo - Memoria sobre a Ilha do Porto Santo)
Indice:
Memoria sobre a Ilha do Porto Santo. | Notas. | Descoberta. | Donatários e Governadores. | Capitães-Governadores. | 2.ª série de donatarios. | Governadores subalternos. | Jurisdição dos donatarios. | O titulo de Dom. | Os Profetas do Porto Santo. | Legislação especial para o Porto Santo. | Regimento de Agricultura. | Uma colónia do Porto Santo na Madeira - A aldeia da Rainha. | As correições. | As posturas da Câmara. | Levada do Tanque. | O antigo bardo do Porto Santo. | Freguesia de N.ª S.ª da Piedade. | Capelas no Porto Santo. | A vila do Porto Santo. | Povoações. | O nativo do Porto Santo. | A vinha. | A cal. | A argila. | O sal. | A agua. | O clima. | O mar da Travessa. | Alguns povoadores. | Comendas. | Importação, exportação. | Presidio. | Geologia. | Fosseis. | Fauna. | Flora.
Alberto Artur Sarmento (Funchal, 1878-1953). "Frequentou o Liceu do Funchal e a Escola Politécnica durante 2 anos. Complementou os seus estudos na Escola do Exército onde tirou o curso de Infantaria. Em 1900 é promovido a alferes, em 1922 é promovido a tenente-coronel e em 1929 reforma-se do Exército. Durante 20 anos foi professor do Liceu e, por duas vezes, governador militar da Madeira. Paralelamente com as suas actividades artísticas e militares, Alberto Artur Sarmento contribuiu para o enriquecimento da flora da Madeira ao fazer uma recolha de plantas na Ilha Deserta. Além destas actividades, Alberto Artur Sarmento era também tradutor público das línguas inglesa, francesa e alemã, chegando a traduzir alguns artigos científicos para o Heraldo da Madeira, jornal do qual fazia parte do corpo da redacção. Também colaborou noutros periódicos regionais, nacionais e estrangeiros. Tem uma bibliografia vasta e abrangente, com temáticas díspares sobre a ilha da Madeira que vão desde a botânica, passando pela numismática, ornitologia, história militar e história do Arquipélago da Madeira."
(Fonte: www.bprmadeira.org)
Exemplar brochado, com acabamento em dois pontos em arame, em bom estado de conservação. Capa apresenta vinco no canto inferior direito.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

16 agosto, 2023

LEADBEATER, C. W. - COMPÊNDIO DE TEOSOFIA. Tradução de Fernando Pessoa. [2.ª edição].  Lisboa, Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira, 1921. In-8.º (19 cm) de 191, [1] p. ; B. Colecção "Teosófica e Esotérica" - I
Valiosa tradução do poeta Fernando Pessoa do conhecido clássico esotérico de Leadbeater - Compêndio de Teosofia. Pessoa foi também ele, espiritual e filosoficamente, um adepto devotado do misticismo e da doutrina teosófica.
"«Existe ainda uma escola de filosofia que a cultura moderna perdeu de vista». Com estas palavras abria o sr. A. P. Sinnett o seu livro O Mundo Oculto, a primeira exposição popular da Teosofia, publicado há trinta anos. De então para cá milhares de pessoas teem ganho sabedoria naquela escola, mas para a maioria os seus ensinamentos permanecem desconhecidos, e à pregunta «O que é a Teosofia?» não seriam capazes de dar mais que a mais vaga das respostas.
Existem já dois livros que respondem a essa pregunta: O Budismo Esotérico do sr. Sinnett e A Sabedoria Antiga de Mrs. Besante. Não tenho a pretenção de de entrar em concurso com essas obras já clássicas; o que desejo é fazer uma exposição, tão clara quanto me seja possível, que possa ser considerada como uma introdução à sua leitura.
Bastas vezes falamos da Teosofia como sendo, não uma religião, mas  sim aquela verdade que está por detrás de todas as religiões igualmente. Assim é; de outro ponto de vista, porém, por certo que podemos asseverar que ela é ao mesmo tempo uma filosofia, uma religião e uma sciência."
(Excerto do Cap. I, O que a Teosofia é)
Matérias:
I - O que a Teosofia é. II - Do absoluto até ao homem. III - A formação de um sistema solar. IV - A evolução da vida. V - A constituição do homem. VI - Depois da Morte. VII - A Reencarnação. VIII - A Propósito da Vida. IX - As cadeias planetares. X - Resultado do Estudo Teosófico.
Charles Webster Leadbeater (1854-1934). "Nasceu em 1854, em Stockport, Reino Unido, e faleceu em 1934, em Perth, Austrália. Foi sacerdote da Igreja Anglicana e Bispo da Igreja Católica Liberal, escritor, orador, maçom e uma das mais influentes personalidades da Sociedade Teosófica."
(Fonte: wook)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Falha de papel na capa, e outra de maior dimensão na contracapa.
Raro.
35€