30 junho, 2022

PACHECO, Eugenio - OS ALIENADOS NOS AÇORES.
Por... Professor de Sc. Nat. no Lyceu de Ponta Delgada
. Ilha de S. Miguel, Imprensa de Eugenio Pacheco, 1899. In-8.º (19 cm) de 333, III p. ; B.
1.ª edição.
Polémica do autor com Montalverne de Sequeira. O presente livro reúne artigos publicados pelos contendores na imprensa a propósito da questão dos alienados nos Açores.
"As paginas, que seguem, são em parte inéditas, e em parte a reproducção duma Polemica, ha pouco, travada entre o Diario dos Açores e o meu Semanal, O preto no branco, a proposito do valor das Estatisticas dos Alienados nos Açores - Documentos estes que se encontram num Livro do Sr. Mont'Alverne de Sequeira, publicado a expensas da Junta geral do Districto de Ponta Delgada, em 1898.
Confesso que não pretendia provocar novas Discussões com aquelle iracundo Pamphletario, nem tampouco que uma graciosa Referencia á Illustração medica dos Regedores de Parochia açoreanos, que elaboraram as referidas Estatisticas, désse ázo ao meu Detractor para reestampar velhas Invectivas contra O preto no branco e contra o seu obscuro Proprietario.
Acceitei, entretanto, o Repto, e respondo por forma que a Questão ficasse, como devia, no Campo Esclusico dos Factos sem Caracter pessoal.
Não logrei o meu intento.
Pois o Sr. Mont'Alverne de Sequeira, aguardando precisamente o momento em que O preto no branco suspendera a sua publicação, conforme o havia já annunciado, quís mais uma vez esgraphiar uma das suas costumadas Diatribes pessoaes, onde a Paixão rancorosa e o Despeito mesquinho tomam o logar da Razão e da Conveniencia.
Hesitei sobre se devia ou não deixar sem Resposta esse ataque pérfido de que fôra alvo, quando já me faltavam os Meios mais naturaes e mais simples de defesa na Imprensa local. [...]
Entretanto, manifestou-se claramente para mim a Opinião de Amigos, que muito respeito, e, alguns dos antigos Assignantes d'O preto no branco, por outro lado, instaram para que eu applicasse o merecido Correctivo á grosseria e insultante arremettida do Snr. Mont'Alverne. [...]
Accedi, pois, e, para dar á Resposta o Caracter documental, que mais lhe convinha, resolvi colligir neste Folheto todos os Artigos da Polemica, afim de que o Leitor possa assentar o seu Juizo em bases, tanto quanto possiveis, completas."
(Excerto da introdução)
Eugénio Vaz Pacheco do Canto e Castro (Ponta Delgada, 1863 - 1911). "Mais conhecido simplesmente por Eugénio Pacheco, foi um intelectual e político açoriano, defensor das causas republicana e autonomista, que desenvolveu intensa e variada acção nos domínios da investigação científica, da pedagogia e do jornalismo de intervenção político-social."
(Fonte: https://wikie.com.br/Eug%C3%A9nio_Vaz_Pacheco_do_Canto_e_Castro)
Gil Montalverne de Sequeira (Óbidos (Pará), 1859 - Ponta Delgada, 1931). "Foi um dos mais influentes paladinos do Primeiro Movimento Autonómico dos Açores, do qual resultou a primeira autonomia dos Açores em 1895. Médico e político, desempenhou diversos cargos, entre os quais o de director das Termas das Furnas, reitor do Liceu de Ponta Delgada, deputado às Cortes e procurador à Junta Geral do Distrito Autónomo de Ponta Delgada. Foi sócio correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capa apresenta falha de papel de relevo. Texto integral, mas com falta da f. rosto.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
Indisponível

29 junho, 2022

BARATA, Antonio Francisco - UM DUELLO NAS SOMBRAS OU D. FRANCISCO MANOEL DE MELLO : romance historico (1630)
. Lisboa, Lucas & Filho - Editores, 1875. In-8.º (17,5 cm) de 284, [4] p. ; E. Bibliotheca Universal Dedicada ao Visconde de Castilho, N.º 19
1.ª edição.
Romance histórico cuja acção abrange a época de domínio filipino, a Restauração e o período que se seguiu à independência nacional. No final do livro, em Notas, o autor discorre sobre alguns factos e locais históricos que integram o romance, incluindo ainda um escorço biográfico de D. Francisco Manuel de Melo.
Obra oferecida A. F. Barata "ao erudito litterario e mui distincto lente de medicina em a Universidade de Coimbra o ex.mo sr. Augusto Filippe Simões".
Livro ilustrado com dois bonitos desenhos de Leotte na primeira página do romance.
"São suavissimas as tardes de abril em Coimbra. Meandra o rio suas aguas transparentes em perguiçoso curso por sobre as areias, descantam amores os rouxinoes nos grandes tufos de verdura das margens, rescendem deliciosos aromas os laranjaes propiquos. É formosissima Coimbra 'naquelle tempo. A vetusta cidade surge elegante em vistosa pinha d'aquelle mar de verdura que a circunda, como da vastidão das aguas surge no mar a fresca Madeira. [...]
Era então no mez de abril de 1630. Ao decair da tarde do dia 12 tres estudantes saiam de Coimbra pela ponte em passeio tranquillo e conversação amigavel. Cursavam dois d'elles as cadeiras de direito e o terceiro estudava humanidades ainda.
Iam passeiando ao longo da ponte reconstruida por el-rei D. Manuel, quando para a cidade entrava uma senhora já de meia edade, acompanhada por uma creada ainda nova, não formosura nem belleza mas sympathica como toda a mulher 'naquella edade, sem embargo da sua côr morena, se não mulata."
(Excerto do Cap. I - Na ponte de Coimbra)
D. Francisco Manuel de Melo (1608-1666). "Escritor multifacetado, nascido a 23 de novembro de 1608 e falecido a 24 de agosto de 1666, é considerado uma das personalidades portuguesas mais proeminentes do século XVII. De ascendência nobre, a sua formação realizou-se até aos 10 anos na corte, onde adquiriu as bases do respeitante à sua elevada posição social. Depois, os Jesuítas transmitiram-lhe não só uma alargada erudição classicista e um pouco de hebraico, como também o prepararam nos estudos matemáticos em que era particularmente bom. Antes de se tornar membro da Ordem de Cristo, serviu durante cinco anos as armadas espanholas. Alternou este serviço com o recrutamento militar e a frequência da corte madrilena, tornando-se conhecido de Quevedo e de outras figuras literárias. Mais tarde, comandou as tropas portuguesas na Guerra dos Trinta Anos e combateu contra os Holandeses (1639). No ano seguinte ajudou a reprimir a revolta da Catalunha. Após um curto período de prisão por razões políticas, tomou partido a favor de D. João IV e, em 1641, dirigiu-se para Londres. Nesta cidade foi incumbido, como general da armada, de trazer uma frota da Holanda para Portugal. Seguiram-se algumas tarefas de menor importância e, em 1644, foi novamente encarcerado. Foi durante o tempo de clausura que redigiu a maioria das suas obras e ao mesmo tempo lutou pela libertação. Em 1655 foi degredado para o Brasil. Na Baía, melhorou as suas finanças com o negócio do açúcar e continuou a escrever. Passados três anos regressou à pátria e em 1660 animava a Academia dos Generosos. Seguiu-se o início da carreira diplomática, que lhe permitiu viajar pela Europa. Pouco antes da sua morte, com 57 anos, foi ainda deputado da Junta dos Três Estados. A nível literário é uma figura considerável da cultura aristocrática peninsular do seu tempo."
(Fonte: infopédia)
António Francisco Barata (1836-1910). "Investigador, Historiador e Escritor, nasceu em Góis, no distrito de Coimbra, em 1836, e aí viveu até aos 12 anos, altura em que se mudou para Coimbra. Mais tarde, em 1869, foi para Lisboa, onde permaneceu pouco tempo, até se mudar para Évora nesse mesmo ano, onde residiu até falecer, aos 74 anos, em 1910.
Espírito curioso e bom leitor, teve uma formação autodidata. Veio para Évora trabalhar como observador do Observatório Meteorológico, a convite do Dr. Augusto Filipe Simões, ilustre figura da Ciência e das Letras. Desempenhou muitas outras funções e cargos, nomeadamente, o de jornalista, guarda do Gabinete de Física do Liceu de Évora, encarregado do Posto Médico, escrivão de Casamentos na Câmara Eclesiástica, auxiliar de catalogação da Livraria da Manizola, Industrial de Tipografia e Fundador da Tipografia Minerva, e Amanuense, Conservador e Diretor interino da Biblioteca Pública de Évora. Foi um dos principais organizadores do Arquivo Municipal, enquanto vereador da Câmara Municipal de Évora.
Com a ajuda de Gabriel Pereira, fundou a Biblioteca Municipal para Leitura Noturna (serviço público pós-laboral da Biblioteca Pública). Concretizou várias iniciativas entre as quais se destaca a organização do Museu Arqueológico.
Como escritor, conta com mais de duas centenas de títulos na sua bibliografia, dividida em vários géneros literários."
(Fonte: https://www2.cm-evora.pt/evoralocal/SabiaQue/Sabiaque29052018.htm)
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e literário.
45€

28 junho, 2022

SANTO, Carlos Espírito - A GUERRA DA TRINDADE
. Lisboa, Cooperação, 2003. In-8.º (21 cm) de 567, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história colonial portuguesa em São Tomé e Príncipe. Relato dos acontecimentos que conduziram a um período conturbado da história são-tomense.
Livro muito ilustrado no texto com quadros, documentos fac-símile e fotografias a p.b. e a cores, algumas delas em página inteira.
"A 27 de Março de 1945 foi nomeado governador de São Tomé e Príncipe Carlos de Sousa Gorgulho, tendo procurado, nos três primeiros anos de governação, conquistar a simpatia da população, realizando vários melhoramentos sócio-económicos. Pouco tempo depois iniciou uma época de verdadeiro terror nessas ilhas, de tal forma que diversos moradores negros, mestiços e brancos se viram obrigados a enviar, no dia 30 de Setembro de 1950, uma representação ao ministro as Colónias, denunciando as perseguições de que eram vítimas. Dominado pela fúria, imbuído de espírito de vingança, Gorgulho («troglodita façanhudo, hidrópico e ululante»), exacerbou a repressão, tal como refere Salustino Graça neste extracto:
«Sob o ponto de vista político, as prisões em massa que se faziam, passaram a ser efectuadas disfarçadamente por intermédio de regedores das freguesias que mandam proceder a intimações de qualquer cidadão sem distinção de classe para irem prestar serviço nas Obras do Estado sem se olhar pela profissão de cada um nem tampouco pelo inconveniente de ficarem assim emperradas as engrenagens de honestas e úteis actividades particulares, empregando para estas intimações polícias rurais.»
Por tais razões, foi-se desenvolvendo entre os nativos a ideia de independência política para São Tomé e Príncipe."
(Excerto da Introdução)
Índice:
Introdução. | I - Fundamentos a epopeia sangrenta: I. Raízes da tragédia: 1.1. O espírito bélico dos colonos portugueses; 1.2. Acabar com o espírito de superioridade dos forros; 1.3. A contratação involuntária dos forros; 1.4. Propósito de dizimar sectores da população nativa; 1.5. A destruição da vida económica dos nativos; 1.6. A erradicação de determinados grupos socioprofissionais; 1.7. Trindade, a vila condenada; 1.8. Perseguição aos membros de organizações proto-nacionalistas; 1.9. Divisão entre os nativos; 1.10. Racismo e anticomunismo; 1.11. Vontade de saber; 1.12. Gorgulho pretendia ser governador-geral de Angola; 1.13. Desequilíbrio emocional de Gorgulho; 1.14. Paixões disfóricas. 2. Ocorrências que fizeram desencadear o conflito: 2.1. A entrevista do inspector Franco Rodrigues divulgada num jornal do arquipélago; 2.2. Panfleto de revolta; 2.3. As rusgas de Fevereiro. II - Tempo de repressão: 1. Os começos: 1.1. A morte de um nativo; 1.2. Trindade a ferro e fogo. 2. Medidas de segurança; 2.1. Protecção aos serviços estratégicos; 2.2. A comunicação vigiada. 3. Prisões sem motivo: 3.1. As principais detenções inclusive fora do arquipélago; 3.2. Príncipe, ilha do desterro. 4. Formas de suplício: 4.1. Punições infligidas aos presos nos estabelecimentos prisionais; 4.2. As brigadas de malfeitoria. 5. Crimes gorgulhanos: 5.1. As privações flageladoras dos presos; 5.2. Roubo de bens valiosos, incêndio de moradias e violação sexual; 5.3. Agentes do mal. III - A resistência dos são-tomenses: 1. Acção jurídica. 2. Solicitação de apoios no exterior de São Tomé e Príncipe. IV - O processo judicial: 1. Queixas contra o Estado Português e os verdugos. 2. As sentenças dos juízes. V - As consequências da guerra: 1. Agravos de foro pessoal. 1.1. Deficiências físico-psiclógicas; 1.2 Prejuízos económico; 1.3. Orfandade. 2. A criação do Comité de Libertação de São Tomé e Príncipe. | Anexo.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
25€

27 junho, 2022

CARNAXIDE, Visconde de - A COMÉDIA JURÍDICA : scenas de fraudes das leis e casos jocosos da vida forense.
Pelo... Academia das Sciências de Lisboa. Separata do «Boletim da Segunda Classe», volume VIII
. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1914. In-4.º (23,5x14,5 cm) de 45, [1] p. ; B.
1.ª edição independente.
Conjunto de episódios e reflexões do autor acerca do Foro. Opúsculo raro e muito interessante.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa de Francisco França Amado (1859-1942), conhecido livreiro-editor natural de Coimbra (onde desenvolveu a sua actividade), ao Dr. Alberto Plácido.
"... A superstição dos enfermos de baixa ou nula cultura mental pela competência e virtude dos que não possuem título oficial de habilitação, e até de o não possuir se jactam como demonstração do seu superior critério não subalternado a vãs teorias das faculdades universitárias, é favorecida ou alimentada em parte pelas ironias ou sátiras, com que, como ditos de espírito, cuja enunciação lisongeia o conceito de agudeza de inteligência de quem os profere, gente até de variada ilustração e grande prestígio literário tem freqùentemente alvejado os médicos sem distinção.
Em Londres acontecera ter-se feito curandeiro um astuto criado dum médico eminente, do qual copiara as receitas, que êle registava, para intercalar o seu aproveitamento com o das fórmulas do livro de Chernoviz ou doutro, evitando assim, quanto podesse, a denúncia da sua impostura; e, tendo-se encontrado como seu antigo patrão na mesma casa situada numa das ruas de maior trânsito da cidade, à extranheza dêste, que, sabendo então quem tinha por concorrente, admirava como êle rápidamente enriquecia pelos proventos da sua abusiva profissão, respondeu como sagaz psicólogo, que subjugou o sábio mas ingénuo crítico.
Conduzindo o doutor a uma janela da casa, e perguntando-lhe quantas das cem mil pessoas, que por dia passariam na rua em baixo, eram circumspectas e avisadas, à resposta do médico de que seriam mil, observou: são os seus clientes, sendo os meus em número noventa e nove vezes superior.
Ocorre-me referir um curioso caso não de falta absoluta de título profissional scientífico, mas de defeza aduzida por um veterinário contra a acusação de haver, como se fôra médico, tratando um homem duma inflamação das gengivas, tendo-lhas queimado com um ferro em brasa.
No dia do julgamento, o acusado, havendo apresentado as suas cartas, e dizendo-lhe o juíz que elas o habilitavam a curar, sim, mas únicamente bestas, alegou, que não exhorbitara, porquanto, como logo se propôs demonstrar, o queixoso, que estava presente, era um ser antropológicamente inferior, própriamente uma besta."
(Excerto do texto)
António Baptista de Sousa, 1.º Visconde de Carnaxide (1847-1935). "Advogado, jurista, funcionário judicial, administrador de empresas, jornalista, político e poeta. Foi deputado às Cortes pelo Partido Progressista (1884-1893) e eleito par do reino (1894). O título de visconde foi-lhe concedido por D. Carlos em 1898. Publicou diversas obras jurídicas e cinco livros de poesia. Foi director da revista O Direito e sócio da Academia das Ciências de Lisboa."
(Fonte: https://archeevo.amap.pt/details?id=81346)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Raro.
30€

26 junho, 2022

COELHO, José Gabriel Pinto - MARCAS COMERCIAIS E INDUSTRIAIS.
Ensaio sôbre a teoria jurídica das Marcas Comerciais e Industriais e do nome do estabelecimento no Direito Português (com referências ao Direito Brasileiro)
. Lisboa, Portugal-Brasil, [1922]. In-4.º (23 cm) de 133, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Estudo pioneiro sobre a denominação dos estabelecimentos e marcas comerciais, sua propriedade e direito de transmissão, matérias que davam os primeiros passos em Portugal no período que se seguiu à Grande Guerra.
"Como o título da obra indica, limitámo-nos a registar aqui os princípios fundamentais sôbre as marcas e sôbre o nome do estabelecimento, procurando assim dar a nossa contribuição para a construção técnica da respectiva teoria jurídica, que entre nós não fôra ainda devidamente organizada num trabalho sistemático sôbre o assunto, facto êste que, em nosso ver, muito se ressente a nossa jurisprudência referente á matéria.
Aproveitámos para êste fim alguns elementos que havíamos reunido quando tivemos a nosso cargo a regência da cadeira do direito comercial na Universidade de Coimbra, e condensámos bem assim nestas páginas o fruto das investigações especiais a que nos entregámos, quando em 1918 estivemos, em comissão da Faculdade de Direito da mesma Universidade, estudando a jurisprudência das nossas estações oficiais sôbre marcas de fábrica e de comércio. Servem de relatório dessa comissão de estudo as páginas que aqui  consagramos à referida matéria."
(Excerto da Advertencia)
Índice:
[Advertencia]. | I - Marcas de Fabrica e de Comercio. Introdução - Conceito e evolução da marca. I. Carateres da marca; II. Composição, propriedade e transmissão da marca. II - Nome do estabelecimento. I. Conceito e carateres do nome do estabelecimento; II. Propriedade e transmissão do nome do estabelecimento.
José Gabriel Pinto Coelho (1886-1978). "Formou-se em Coimbra, tendo sido professor catedrático nesta universidade. Em 1919, transferiu-se para Lisboa tendo dirigido a Faculdade de Direito e exercido as funções de vice-reitor, antes de ser nomeado reitor. Apoiante do Estado Novo, chegou a presidir à Câmara Corporativa.
Com um dos reitorados mais longos história da universidade, quase dez anos, Pinto Coelho teve um papel importante na organização académica e administrativa da universidade. Em particular, procurou estabelecer um novo sistema de distribuição e de controlo das finanças universitárias e desenvolver uma estrutura mais consistente do pessoal não docente.
Foi durante o seu reitorado que se deram, finalmente, os passos decisivos com vista à construção dos novos edifícios do Hospital Escolar e Faculdade de Medicina, Faculdade de Direito, Faculdade de Letras e Reitoria."
(Fonte: https://www.ulisboa.pt/bio/jose-gabriel-pinto-coelho)
Exemplar brochado, por aparar, em bom estado geral de conservação. Manuseado. Capa apresenta pequena falha de papel na margem lateral.
Muito invulgar.
Com interesse histórico, comercial e jurídico.
20€

25 junho, 2022

A INCLINAÇÃO DA BALANÇA. Ante-projecto da história alegre da academia desde o princípio do século aos nossos dias.
Pede-se o favor de não dobrar
. [S.l.], [s.n.], [19--]. In-8.º (21 cm) de 8 p. ; B.
1.ª edição.
Paródia em verso - intermediada por anedotas em rodapé - produzida por dois Maneis - Tavares e Pereira da Costa - estudantes na Universidade. Interessante e muito curioso.

"Esta é a Coimbra dos doutores
- Há que manter os costumes! -
Café da baixa onde vimos
Pra apreciar os "curtumes"...

Em casa dá-nos molesa,
Au grand air há tentações
Vai-se ao café. Uma mesa
- Aluguer: quinze tostões."

(Excerto de Introdu(c?)ção)

"E aquela senhora respeitável, mãe de onze filhos, veio finalmente pedir o divórcio «porque o marido era muito frio»."

(Anedota)

Poesias:
Introdu(c?)ção : Oh! diabo, é com c em sem c? | Corpo do artigo : Leia atento - não há leis claras. | Intervalo romântico : Que é como quem diz - de três assobios! | Parágrafo único : "Soidades, tenho soidades!" - Menano puro. | Intervalo modernista : Aceite um conselho: respire fuuundo! | Subrepticiamente : E esta ãh? Confesse que... Fino... | Intervalo ultra-modernista : Irra!!!!!! Tantos intervais! | Termo de encerramento : Bem, bem. Foi gralha. Não vá julgar...
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
25€

24 junho, 2022

ALMEIDA, Mário de - O CLARÃO DA EPOPEIA. (Impressões da Guerra). Lisboa, Portugalia editora, 1919. In-8.º (19,5 cm) e 254, [2[] p. ; E.
1.ª edição.
Conjunto de reportagens de guerra. O autor - jornalista - foi incumbido pelo director d'A Capital - a quem dedica o livro - para se deslocar ao front, na Flandres, durante a Primeira Guerra Mundial. "Tive a honra de ser convidado pelo senhor Manuel Guimarães, illustre Director do jornal de Lisboa «A Capital», a ir á frente de batalha, em serviço de reportagem. O resultado d'essa missão foi este livro. Não podia deixar de escrever, logo nas suas primeiras paginas, o nome do distinctissimo jornalista a quem fiquei devendo algumas das mais vibrantes e impereciveis emmoções da minha vida".
(Dedicatória)
"O meu camarada, capitão X..., quiz ter a amabilidade de me dar estas informações:
- Os sessenta mil portuguezes que estão em França n'este momento, embora provindos de todas as provincias do paiz não transportaram para o front da Flandres nem habitos nem costumes regionaes. Todavia os lisboetas que lá combatem, comquanto constituam uma minoria, já imprimiram aos differentes sectores lusitanos aquelle cunho essencialment nacional e inconfundivel que indica logo o bom habitante a cidade, que a leva para as mais remotas regiões com um enternecimento e um perfume que logo demonstram o facies radicado e immutavel d'uma raça que bate o fado com lagrimas na voz e bate nos allemães com gargalhadas semilhantes á dos cavalleiros que ha quatrocentos annos foram á India.
- Lisboa, está virtualmente no front. Revela-se em detalhes pequeninos que mostram o amor da cidde e a saudade d'ella. No sector portuguez já hoje se fala uma lingua capaz de arripiar um polynesio, extranho e inverosimil mixto de francez, inglez e portuguez, condimentado com termos essencialmente minhotos, beirões e algarvios. Tudo aquilo grulha, tudo aquilo se move sem difficuldades de maior, n'um bom humor inalteravel, apesar de toda a gente se queixar do frio e alguns nostalgicos falarem com excesso da ginginha das Portas de Santo Antão."
(Excerto de Lisboa, cidade do front...)
Mário de Almeida (1889-1922). "Natural de Lisboa onde nasceu a 24 de outubro de 1889. Filho da atriz Maria Pia de Seabra Cruz e de Carlos Marques dos Santos de Almeida, foi oficial do exército e homem de letras. Autor de duas peças de teatro e de duas obras sobre Lisboa, colaborou em várias publicações periódicas (entre elas A Capital e A Vida Artística). Esteve exilado no Brasil depois do assassinato de Sidónio Pais (dezembro de 1918) e regressou a Portugal em 1920, trabalhando como professor na Escola Veiga Beirão. Veio a falecer em Coimbra a 3 de outubro de 1922.
Enviado a França como correspondente de guerra do jornal A Capital, O Clarão da Epopeia resulta da edição num único volume das crónicas que foram regularmente publicadas naquele periódico - «Cartas de França» - com honras de primeira página, entre julho e dezembro de 1918. Através da leitura das trinta e duas crónicas acompanhamos o jornalista na viagem que realizou começando e terminando em Hendaia, na fronteira entre Espanha e França. Em Paris, Mário de Almeida observa e descreve a vida na capital francesa, recheando as suas narrativas com pormenores do quotidiano e do estado de espírito da população, comparando a Paris que todos conheciam com a cidade perturbada pela presença dos militares americanos, dos mutilados de guerra, das crianças que colaboravam no esforço de guerra, e dos raids aéreos. A sua viagem para a frente de batalha permitiu-lhe o contato com várias nacionalidades que ele retrata através dos clássicos estereótipos de cada país, apresentando-nos os fleumáticos ingleses, os alegres franceses, os nostálgicos russos e os trágicos portugueses. De comum, o facto de serem sempre apresentados como heróis naquele cenário brutal. É ainda um discurso recheado de comparações históricas com casos do passado, diretos antecessores dos atuais, contrapondo soldados, exércitos, figuras, como se os soldados das suas crónicas reencarnassem os de outros tempos.
Não se esqueceu também de contar o que foi vendo junto da população civil, mais próxima dos campos de batalha: as tentativas de salvaguardar o património histórico dos lugares atingidos; o papel discreto e essencial das mulheres enquanto enfermeiras e consoladoras; a participação de outros correspondentes de guerra e das relações que estabeleceu com alguns deles.
É uma obra rica em detalhes comuns, escrita na primeira pessoa, ou como ele próprio afirma “(…) farrapos de visões, manchas, apoteoses, silhuetas, perfis, todos vistos através do meu temperamento (…) assim eu trazia da linha a fugitiva, longínqua impressão duma tempestade que sentira mas não sofrera. (…) E o que avaramente conservava comigo (…) era apenas o clarão da epopeia formosíssima que seis milhões de homens (…) levantaram em quatro anos (…)”
(Fonte: http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/EFEMERIDES/IGuerraMundial/IGuerraMundial_monografias_4OClaraodaEpopeia.htm)
Encadernação simples em meia de percalina. Sem capas de brochura
Exemplar em bom estado geral de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
25€

23 junho, 2022

ROCHA, Hugo - O SETUBALENSE AUGUSTO DA COSTA NO JORNAL E NO LIVRO.
Conferência feita nos Paços do Concelho de Setúbal, em 11 de Dezembro de 1955
. Setúbal, Edição dos Serviços Culturais da Câmara Municipal de Setúbal, 1956. In-4.º (24 cm) de 48 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Obra de homenagem à memória do recém-falecido jornalista sadino Augusto da Costa (1899-1954), por ocasião do início das celebrações do centenário do jornal «O Setubalense».
"Quando a Câmara Municipal de Setúbal me convidou a fazer uma conferência sobre Augusto da Costa e a sua obra literária, como acto inicial das solenes comemorações do primeiro centenário da Imprensa setubalense, logo aceitei o convite por estes dois motivos: 1.º) porque se me proporcionava, assim, o ensejo de prestar homenagem à memória dum camarada que muito prezei e admirei; 2.º) porque se me oferecia o ensejo de rever Setúbal, a primeira cidade, depois de Lisboa, inscrita no meu itinerário nupcial, e indelével recordação. A homenagem a Augusto da Costa aí está, no despretensioso estudo que à sua figura e ao seu labor de homem de letras - e, também, de jornalista - consagrei. [...]
Setúbal, quanto à obra do Criador, isto é: à moldura e à ambiência, continua a ser a cidade que, há muitos anos, me cativou os olhos e a alma; no concernente ao artificial, isto é: à obra da criatura, afigurou-se-me, notando-lhe este e aquele sinais de progressos, cidade com as condições bastantes para se converter numa das mais notáveis, das mais consideráveis de Portugal."
(Excerto do Antelóquio)
"A jornada que, hoje, se inicia com esta sessão e que prossegue com a exposição a inaugurar amanhã precisa, talvez, de uma explicação prévia, embora breve. Trata-se de actos entre si ligados pela afinidade dos objectivos: homenagear a Imprensa setubalense, ao cabo de um século de existência e de luta, homenageando, do mesmo passo, um setubalense que, vindo da Imprensa, particularmente se distinguia nas letras nacionais, enriquecendo e honrando, deste modo, o património intelectual da sua terra.
No decurso deste ano, completaram-se cem anos sobre o aparecimento do primeiro jornal publicado em Setúbal. O acontecimento merecia ser assinalado, não só pela comemoração em si (um século é sempre um marco significativo no evoluir de tudo o que tem história), como, até, pelo facto de, neste capítulo, se ter Setúbal antecipado à maior parte das terras do País, ao criar a sua Imprensa própria."
(Excerto do Discurso proferido pelo Presidente da CMS, Dr. Jorge Botelho Moniz...)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
Indisponível

22 junho, 2022

A VILA E O MAR
. [S.l.], Ilha Nova : Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, 2003. Oblongo (14,5x21 cm) de 84 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Guia-roteiro da vila piscatória açoriana de Vila Franca do Campo (São Miguel).
Tiragem de apenas 1000 exemplares.
"Para uma Vila que exibe em seu nome o "Campo" formoso que lhe deu origem, o mar tem sido uma constante de tal modo intensa ao longo de toda a sua história que justifica a atenção que nos últimos tempos dela vem recebendo. Ganha-pão de muitos, grangeou sempre dos Vilafranquenses um relacionamento mais de temor do que de empatia. É que a terra, se bem que outrora madrasta e violenta, se remiu ao longo dos séculos pela sua generosidade e fartura, fazendo deste modo esquecer a morte e destruição que de suas entranhas havia espalhado por sobre a Vila. O mar, por seu lado, todos os anos levanta a espuma bravia de suas ondas e continuamente relembra àqueles que a ele recorrem para subsistência que estão à mercê de seus embalos como de seus furores. [...]
O pequeno livro que agora se publica oferece com simplicidade uma imagem multicor desse relacionamento da Vila com o seu mar: da Vila que foi e da Vila que é, de como mistura seu suor com sal para conquistar o sustento diário, e como se diverte no azul e suas águas. E no fim, como em apêndice de sobremesa, elenca em imagem e em ciência os peixes e os mariscos cujos nomes são propriedade corrente dos homens do cais."
(Excerto do Prefácio)
Matérias:
Nota do editor - Rui de Carvalho e Melo. | Prefácio - António M. de Frias Martins. | A Vila e o mar. | Espécies Piscícolas. | Património costeiro naval e marítimo de Vila Franca do Campo - Rui de Sousa Martins. | Instrumentos de trabalho - Meios de transporte - Brinquedos de sonho - Peças decorativas - Actos de fé : Arte popular do Museu de Vila Franca do Campo - Fotos de Silvino. | Ficha técnica.
Exemplar em brochura, bem conservado. Capa apresenta vestígios de etiqueta retirada; Comentário rubricado no verso da capa anterior.
Invulgar.
Com interesse histórico e etnográfico.
Indisponível

21 junho, 2022

LIMA, Jayme de Magalhães - TRANSVIADO. Romance illustrado com magnificas gravuras. Lisboa, Empreza Editora, 1899. In-8.º (17 cm) de 293, [3] p. ; [6] f. il. ; B.
1.ª edição.
Romance rural de índole realista. Vida e morte de Cláudio - os seus amores e desamores, ilusões, desilusões e opressões de uma alma inquieta e atormentada. A acção decorre entre 'Vilalva', Albergaria e Coimbra.
Livro ilustrado com 6 desenhos fora do texto de autor não identificado, sendo as chapas abertas por Pastor (Francisco Pastor, 1850-1922).
"Nos campos do Mondego, abaixo de Coimbra, a primavera é frequentemente agreste e fria. Quando o vento do mar sopra rijo sobre os brancos lençoes de malmequeres a surgir da terra humida e paludosa, ainda farta das aguas do inverno, as tardes são inclementes para o corpo ávido de repouso e doçura da natureza.
Este rapaz que além se apeou d'uma carruagem, em frente da estação de S. Braz, na estrada que vem dos lados de Albergaria, atravessou a linha conchegando o gabão que o vento desconcerta, e, mal entrado na gare, em que só destaca uma carreta abandonada com poucos fardos, procura onde se abrigue. Estamos todavia n'uma tarde d'abril.
O rapaz seguiu vagarosamente, ao longo da gare; na porta em que leu «sala d'espera» abriu e entrou. A uma canto, sobre um duro banco de madeira, dormitava um homem gordo, de lunetas, mãos nos bolsos e chapéu derrubado para os olhos; ao lado uma mulher esbelta e franzina, um olhar brilhante sob o véo que lhe cobria o rosto.
- Eu agora... contra a luz... não distinguia bem. Pedoe v. ex.ª! disse dirigindo-se ao recem-chegado.
- Eu tambem, como vinha de fóra e a sala estava um pouco escura, não o conheci á primeira vista. Foi necessario reparar um pouco...
- Então como tem passado v. ex.ª depois da sua jornada ao estrangeiro?... Será melhor sentar-nos, acrescentou apressadamente o homem das lunetas sem esperar resposta... V. ex.ª tem aqui logar... dizia affastando um cesto de morangos d'um sofá que parecia mais commodo.
- Muito obrigado, muito obrigado... Não se incommode... Em qualquer sitio...
E o rapas ia a sentar-se quando o outro, abruptamente, o obriga a aprumar-se apontando-lhe a mulher.
- Minha mulher... o sr. Claudio de Souza Portugal, um cavalheiro muito illustrado e do meu maior respeito!"
(Excerto do Cap. I)
Jaime de Magalhães Lima (1859-1936). Natural de Aveiro. Foi um pensador, poeta, ensaísta e crítico literário português, irmão do jornalista e político republicano Sebastião de Magalhães Lima. Licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 1888, onde conheceu Ramalho Ortigão, Oliveira Martins e o seu grande amigo Antero de Quental. Era admirador de Tolstoi, que conheceu quando foi à Rússia, conforme relata no seu livro Cidades e paisagens (1889). Dirigiu a revista Galeria Republicana (1882-1883) e colaborou na Revista de Portugal de Eça de Queiroz. Colaborou ainda com regularidade no mensário O Vegetariano, dirigido por Amílcar de Sousa e em diversas publicações periódicas, nomeadamente nas revistas: A semana de Lisboa (1893-1895), Branco e negro (1896-1898), Atlântida (1915-1920), Pela Grei (1918-1919) e na revista Homens Livres (1923). A sua bibliografia é variada. Escreveu romances, ensaios e biografias.
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel, com especial relevância no canto superior direito onde falta um pedaço. Lombada restaurada. Deve ser encadernado.
Raro.
25€

20 junho, 2022

MENDONÇA, Zuzarte de - O DESCANÇO DOMINICAL.
O Dr. Theophilo Braga e a Associação dos Jornalistas
. Lisboa, Composição e impressão na Escola das Officinas de S. José, 1907. In-8.º (22,5 cm) de 23, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Folheto de propaganda pela instituição do dia de descanso semanal, questão momentosa na época.
"Em finais do século XIX os políticos europeus tiveram de se ocupar do tema do descanso semanal, que desde a instauração dos regimes liberais andava um tanto esquecido. Durante séculos a igreja impusera o respeito do descanso dominical, e em muitos países ainda era essa a regra, mas as excepções multiplicavam-se e a legislação, quase sempre, era omissa quanto a qualquer obrigação dos patrões. [...]
Em Portugal as primeiras tentativas para legislar sobre o descanso dominical datam de 1904, e não foi fácil chegar a acordo sobre esta matéria. Houve propostas de lei para se decretar o domingo como dia de descanso, abrindo no entanto excepções para todos os serviços cujo fecho prejudicasse o público. Discutiu-se se entre estes deviam estar incluídos os jornais e as tabernas.
Do lado republicano manifestou-se uma forte corrente que se opunha à determinação de um dia fixo para o descanso semanal. Teófilo Braga era o inspirador dessa corrente. Segundo ele a a regra do descanso universal ao domingo seria uma cedência às pretensões da teologia cristã. Deveria haver descanso semanal, mas em dia indeterminado,  de modo que uns descansassem enquanto outros trabalhavam."
(Fonte: http://www.centenariodarepublica.org/centenario/2008/10/03/republica-contra-o-descanso-dominical/)
"Não é de hoje, nem de hontem, o movimento a favor do descanço dominical, nesta boa terra lusa. Pelo contrario: data de ha longos annos. Iniciou a cruzada, que ninguem de boa fé e criterio limpo de sectarismos, pode deixar de applaudir, a classe dos caixeiros, tão numerosa e credora de apreço, pela sua fatigante e continuada faina. Iniciou - e quasi exclusivamente sustentou até ha pouco, tendo de vencer muitas difficuldades e de galgar muito obstaculos para não succumbir a meio do caminho. Era dos livros.
Essas difficuldades eram de varias especies... Em primeiro logar, oppunham barreiras á marcha d'aquelles legionarios, que pediam lhes fosse reconhecido o direito de descançar a um dia da semana, dia certo, o di tradicionalmente escolhido e adoptado para esse descanço, - os patrões invejosos, os industriaes pouco dados a impulsos nobilitantes de generosidade e as acções de verdadeira justiça, absorvidos exclusivamente, ou quasi, em preocupações de ganho e calculos egoistas. Depois, esta famosa imprensa, que já o Anthero dizia ter cahido n'um mercantilismo ignaro, houve por bem fazer a campanha do silencio á volta de tão justa e nobre pretensão, dignando-se apenas publicar, uma ou outra vez, em logar occulto e sem maior interesse na sua redacção, uma qualquer noticiasinha sobre os trabalhos e as aspirações dos caixeiros e marçanos. Os legisladores - respeitaveis cavalheiros de muita sabença, bonitas phrases e largos gestos, todos absorvidos nas coisas da politica - a grande porca! - esses, tinham mais que fazer, e pouco se lhes dava a reclamação da classe dos caixeiros, como, de resto, pouco se importam com todos aquelles que teem fome e sede de justiça, vivendo ignorados e humildes.
No entanto, os caixeiros porfiram valentemente; decepções e contrariedades não vingaram o proposito de os abater, e o movimento foi alastrando, até que outras classes e alguns jornaes entraram de interessar-se pelo assumpto, chamando para elle as atenções dos poderes publicos, e de todos os homens de intelligencia esclarecida e coração generoso.
A lucta foi demorada e rude. Os caixeiros ouviram, repetidas vezes, palavras consoladoras, e receberam promessas excellentes, de ministros illustres e deputados distinctos... Não obstante tudo isso, só em março de 1904 appareceu, na camara dos pares, um projecto de lei tornando obrigatorio o descanço dominical..."
(Excerto de I - A cruzada a favor do descanço dominical...)
Matérias:
Á memoria querida do Conde da Redinha. | I - A cruzada a favor do descanço dominical data de ha muito. - Um trabalho perseverante dos caixeiro portugueses. - Indifferenças e egoismos a vencer. II - Texto do projecto e algumas observações a certo artigos desse documento - Descanço «dominical» ou «semanal»? III - Surpresa dolorosa e impenitencia... esperada - A Associação dos Jornalistas e o dr. Theophilo Braga - Exquisita attitude... IV - Conclusão: Sempre, e apesar de tudo, pelo domingo - A familia operaria, as mulheres e as menores reclamam cuidados que se lhes não teem dispensado.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com vincos e pequenas falhas de papel nos cantos.
Raro.
Com interesse histórico e social.
15€

19 junho, 2022

BANDEIRA, Ana Maria Leitão - PERGAMINHO E PAPEL EM PORTUGAL : tradição e conservação
. Lisboa, Celpa, 1995.  In-4.º (29x23,5 cm) de 125, [3] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história do material de escrita e tipografia em Portugal.
Livro de generosas dimensões - graficamente atraente - impresso em papel de superior qualidade, com inúmeras ilustrações reproduzindo gravuras e documentos manuscritos, algumas delas em página inteira.
"Pretende o presenta trabalho dar um contributo para a história da documentação em Portugal, um modesto contributo, por certo, pois se dedica ao aspecto aparentemente mais humilde da área documental. E no entanto, os factos, as ideias, o saber, ou seja, o que traduz o espírito e a memória de um povo, tudo se desvaneceria se não fosse sustentado e veiculado por um suporte material, tornando-se este, no fim de contas, a condição indispensável para que o coração da história continue a pulsar.
A proposta das páginas que se seguem é, assim, por um lado, reunir a informação que exista publicada mas um pouco dispersa e, por outro, confirmar, ilustrar e, se possível, ampliar, através de fontes documentais primárias, os conhecimentos até agora adquiridos.
Os dois suportes da escrita usados em Portugal, isto é, o pergaminho e o papel, são apresentados nas diversas facetas da sua obtenção, fosse esta conseguida por meio de produção própria, fosse pela procura no mercado estrangeiro."
(Excerto da Apresentação)
Índice:
Apresentação. | Pergaminho e Papel. | O Pergaminho: Notícia histórica; A preparação do pergaminho; A comercialização do pergaminho. | O Papel: O processo de fabrico do papel; Inovação na matéria-prima; As filigranas e as marcas de água; Algumas notícias históricas sobre o fabrico de papel em Portugal: - Lousã - Miranda do Corvo - Braga - Queluz - Guimarães - Vizela - Feira - Alenquer - Torres Novas - Góis - Tomar - Porto de Mós - Alcobaça - Serpins - Penela; Tábua cronológica; Anexo documental. | Preservação e Conservação de documentos em Portugal: Um olhar sobre a história; Panorama geral das bibliotecas e arquivo : séculos XVIII-XIX; Impreparação cultural e técnica dos responsáveis pelos cartórios e bibliotecas; Têm a palavra os regulamentos; Os males e os remédios; Tábua cronológica; Anexo documental. | Conclusão. | Bibliografia. | Índice das ilustrações.
Exemplar em brochura, bem conservado. Livro protegido por sobre-capa igual às capas.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e bibliográfico.
40€

18 junho, 2022

MARX, Carlos - O CAPITAL. Tradução de Emília de Araújo Pereira. Lisboa, Guimarães & C.ª - Editores, 1912. In-8.º (19 cm) de 246, [2] p. ; E. Colecção Sociologica - XI
1.ª edição (?).
Possível edição original portuguesa desta conhecida obra do filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), prefaciada e resumida por Gabriel Deville (1854-1940). No mesmo ano, foi publicada em entre nós uma outra versão - o n.º 21 da Bibliotheca d'Educação Nacional, impressa na Typ. de Francisco Luiz Gonçalves, não sendo possível apurar qual terá sido a primeira a sair dos prelos. Mas inclinamos-nos para a nossa, por ser a edição mais "rudimentar", não aludindo na folha de rosto nem no interior, à paternidade do Prefácio e Resumo e estudo (ou Bosquejo) sôbre o socialismo científico de G. Deville. A obra integral de O Capital só seria publicada algumas décadas mais tarde, após o 25 de Abril de 1974.
"Marx debruçou-se em particular sobre a formação e a essência do capitalismo considerando que este se fundamenta numa apropriação indevida da mais-valia gerada pelo trabalho numa lógica de acumulação e concentração de riqueza que deixa completamente de lado a função social do trabalho e reduz o proletariado a um estado de alienação em que o trabalho deixa de ser um fator de realização pessoal. A religião, que classifica como «ópio do povo», associa-se a esse processo de alienação, prometendo aos proletários uma satisfação extramundana em troca da sua submissão à ordem estabelecida."
(Fonte: wook)
"É pelo estudo, é pela observação da natureza das coisas e dos sêres, que consciente dos seus effeitos, o homem se pode tornar cada vez mais senhor do seu próprio movimento.
Antes de coordenar ideas e de apreender as suas diversas relações, o homem actuou; isto quer se considere a infância do individuo ou da espécie. Mas é só a partir do momento em que se subordina ao pensamento reflectido que a acção deixa de ser incoerente para se tornar real e rápidamente eficaz. Com a acção revolucionária sucede o mesmo que com qualquer outro género de acção; a ciência deve ser o seu guia, para que ela se não esterelize em esforços pueris.
Sustentar, seja em que matéria fôr, que a ciência é inútil, ou que o tempo de estudar já passou, só poderia ser um mau pretêsto para dispensar o estudo ou para buscar desculpa a uma ignorância persistente.
É evidente que o estudo da vida social lhe não modificará por si só a forma, assim como não fornecerá, elaborados nos mínimos pormenores, os planos, forma e elevação de uma sociedade nova; mas patentear-nos há os elementos constitutivos da sociedade actual, as suas íntimas combinações, e, com as suas tendências, a lei que lhes preside à evolução. Tal conhecimento habituar-nos há, não «a abolir por meio de decretos as fases do desenvolvimento natural da sociedade moderna, mas a abreviar-lhe o período da gestação e a suavizar-lhe os males da sua criação»."
(Excerto do Prefácio)
Encdernação coeva em meia e pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Peça de colecção.
Indisponível

17 junho, 2022

RIBEIRO, Rufino - A CEGUEIRA DE CAMILO E A MIOPIA DE UM MÉDICO
. Porto, Edição do Autor, 1970. In-8.º (18,5 cm) de 102, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Polémica do autor com o médico brasileiro Gomes da Costa, Filho, autor do opúsculo Porque cegou Camilo?..., obra aqui rebatida e reduzida a uma mão cheia de invenções e disparates históricos e científicos.
Tiragem de apenas 600 exemplares, sendo o presente o n.º 201 da edição corrente, em papel vulgar (500 ex.), numerado e rubricado pelo autor.
"Durante os meus incipientes estudos sobre a cegueira do autor das «Novelas do Minho», topei na minha biblioteca com um pequeno livro, versando o mesmo assunto, e que eu havia adquirido, anos antes, ao desbarato, numa Feira do Livro. [...]
Não se tratava, infelizmente, daquela pechincha tão suspirada pelos bibliófilos camilianos, porquanto o opúsculo nem sequer tinha o ínfimo valor pedido pelo livreiro - que este, sem culpa, me perdoe - pois o tal folheto «Porque cegou Camilo?...», da autoria do Dr. Gomes da Costa, Filho, não passa duma cataplasma científico-literária, onde se misturam sintomas de doenças com automóveis; versos, com biografias e tratamentos, numa amálgama de documento transcritos, sem ordem cronológica, e de textos e datas erradas, semeando a confusão, já não falando na bibliografia apontada no fim, uma falsidade que induz os leitores em erro, aconselhando-lhe livros despropositadamente. Para quê? Certamente para alardear erudição. Sempre a velha maniazinha."
(Excerto de Como nasceu uma polémica)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse camiliano.
15€

16 junho, 2022

GABRIEL, Manuel Maria Domingues - ATREVIMENTO DE UM PESCADOR. (E as horas de solidão).
[Por]... Mestre do Largo Pescador, Reformado
. Leiria, Folheto Edições & Design, 2014. In-4.º (24 cm) de 205, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Memórias da pesca longínqua. Durante largos anos o autor andou embarcado em navios de pesca do bacalhau (como o Santo André), do atum, espadarte, camarão, etc., terminando a sua carreira capitaneando navios.
Livro profusamente ilustrado com fotogravuras a p.b., sendo algumas delas em página inteira.
Contém louvados da pesca do bacalhau, tanto da pesca à linha como de arrasto.
"Manuel Gabriel nasceu na Praia de Mira, em 26 de Fevereiro de 1943. Como todos os rapazes da sua terra, berço de pescadores, familiarizou-se com o mar logo desde a infância, nas companhas da "Arte" (a "pesca de cerco e alar para terra", que modernamente veio a ter a designação oficial de "Arte-Xávega"). Com dezasseis anos, em fins de Setembro de 1959, foi para a Escola Profissional de Pesca, e concluiu o respectivo curso em fins de Março do ano seguinte, para logo poucos dias depois, nos primeiros dias de Abril de 1960, embarcar no navio "Rio Alfusqueiro", da EPA-Empresa de Pesca de Aveiro, para a pesca longínqua do bacalhau na Terra Nova e na Groenlândia. Logo nessa sua primeira viagem (de qu só regressaria no Outono, em fins de Setembro), ajudou a salvar, no dia 30 de Agosto, nos mares da Groenlândia, toda a tripulação do lugre/motor "Condestável" que estava com fogo a bordo por volta das 03.00 horas da manhã (e que, depois, foi ao fundo por volta das 15.30 horas desse mesmo dia, estando já presente o navio de apoio "Gil Eanes"). Para além de pescador, aos dezoito anos, foi redeiro a bordo do navio "Santo André", também pertencente à mesma empresa de Aveiro. [...]
São inúmeros, e marcantes, os episódios da sua vida no mar, ao longo de tantos anos. [...]
Navegou nos mares da Europa, da Guiné, da África do Sul e do Atlântico Norte, os mesmo mares onde desde há séculos os Portugueses haviam navegado."
(Excerto da Nota biográfica do autor)
Índice dos capítulos:
Nota biográfica do autor. | Atrevimento de um pescador. | "E as horas de solidão".
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
15€

15 junho, 2022

SANTOS, Manuel Farinha dos - SOUSA LOPES. Exposição de homenagem à memória do mestre pintor Adriano de Sousa Lopes promovida pela Liga dos Combatentes sob o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian. Dezembro de 1962. [Prefácio de Reynaldo dos Santos]. [S.l.], [s.n. - Neogravura, Lda - Lisboa], 1969. In-4.º (24,5cm) de 69, [3] p. ; mto il.  ; B.
1.ª edição.
Importante catálogo biográfico e retrospectivo da obra de Sousa Lopes, com especial incidência para a sua produção artística ao longo da Grande Guerra onde, com risco da própria vida, pintou telas inesquecíveis dos combates e do dia a dia dos soldados nas trincheiras.
Livro impresso em papel de superior qualidade, muito ilustrado a p.b. com reproduções da obra do Mestre (duas delas em página inteira), numa tiragem de apenas 1200 exemplares.
"Esta Exposição, cuja iniciativa se deve à Liga dos Combatentes da Grande Guerra, é um acto de justiça e gratidão à memória do pintor português que, pela sua obra na zona dos Exércitos, melhor evocou os sacrifícios e o heroísmo da nossa participação no passo histórico que marca o novo rumo da Europa e do Mundo na transfiguração, mais feliz na ciência que na moral, da vida de hoje.
Sousa Lopes, pelo seu nobre patriotismo e amor à França, à qual devia tantas sugestões renovadoras da sua Arte, era o pintor que com a força dos meios técnicos e expressivos próprios, melhor podia evocar os lances a cujas vicissitudes e tragédias assistiu.
Este aspecto de Sousa Lopes, um dos grandes pintores da Guerra europeia, representa uma força inspiradora e renovadora nos temas da sua obra de grande mestre, cuja visão plástica se exaltou no ambiente heróico em que viveu."
(Excerto do prefácio)
Adriano de Sousa Lopes (1879-1944). Pintor português. “Nasceu no lugar de Vidigal, freguesia de Pousos, concelho de Leiria, em 20 de Fevereiro de 1879. Matriculou-se na Escola de Belas Artes de Lisboa, em 1898, seguindo para Paris como pensionista do Legado Valmor, em 1903. […] Fez parte do C. E. P., na qualidade de capitão-graduado (1914-1918) durante a Grande Guerra, documentando a acção do exército português nas Batalhas da Flandres, de cujos trabalhos realizou grandes decorações no Museu de Artilharia e fez preciosa colecção de gravuras a água-forte. Expôs muitas vezes no «Salon» de Paris, e realizou exposições individuais em Portugal. […] Faleceu em Lisboa no dia 21 de Abril de 1944.”
(Fonte: SOUSA LOPES : Exposição (obras doadas ao Estado) – Academia Nacional de Belas Artes, 1945)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e artístico.
Indisponível

14 junho, 2022

SANTOS, João César - CICATRIZES DA MEMÓRIA : 30 anos de Medicina Rural
. [S.l.], [Edição do Autor], [2010?]. In-4.º (24 cm) de 68 p. ; C.
1.ª edição.
Conjunto de episódios picarescos narrados pelo autor - "Clínico Geral" em Santa Comba Dão -, fruto do seu labor e vivências enquanto médico de província.
Edição do autor, por certo com tiragem reduzida. BNP não menciona.
"Confesso que não fiquei muito surpreendido, quando o meu amigo Dr. João Santos me revelou ter escrito um livro centrado em episódios retirados da sua actividade de médico rural, correspondendo, desta maneira, a um repto que alguém do meio lhe havia feito. E não fiquei surpreso pelo conhecimento que tenho  do apego do autor pela sua profissão, do espírito de iniciativa que o anima em fazer mais e melhor, a sua especial vocação para animar conversas com as suas "estórias", e da forte ligação que o une aos seus doentes, que ultrapassa, em muito, a do simples acto médico.
Sei isso porque percorri com o Dr. João um pedaço do meu percurso profissional, partilhando com ele muitas preocupações, algumas horas difíceis, mas também algumas satisfações."
(Excerto do Prefácio)
"Só faltava a Beira Alta. Nascido na Beira Litoral, criado na Beira Baixa, após uns anos nos HUC, ia continuar vida profissional na Beira Alta, no extinto e quase pré-histórico Serviço Médico à Periferia. No século passado, claro, Janeiro de 1980 e motivado por uma Câmara Municipal que, nessa época, disponibilizava casa aos médicos que se quisessem radicar, com rendas simbólicas, num bairro de de casas de madeira pré-fabricadas, quase palácios para quem estava a começar vida. Que saudades desses tempos, mesmo do trabalho de andar a limpar silvas que bordejavam o caminho de acesso ao bairro para não riscar os carritos, em segunda ou terceira mão e pagos a prestações! Bons tempos! É o que todos dizemos quando, em conversa, recordamos essa época. E eis como por uma opção política, eu e mais alguns já levamos um percurso profissional de 30 anos em terras de Santa Columba."
(Excerto da Introdução)
Índice:
[Preâmbulo].  Prefácio. | Introdução. | - O Roque e o Amigo. - O Baltasar. - O Apêndice. - A desprezada. - O José M. - O Africano. - A Senhora. - O Mito. - O Pinto. - O Manhas. - A Lembrança. - O Guga. - O Café. -  Ternura. - A Marcação. - Relatividade. - O Matalouco. - O Estragado. - A Missa.
Exemplar cartonado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Com interesse clínico e regional.
25€