18 junho, 2022

MARX, Carlos - O CAPITAL. Tradução de Emília de Araújo Pereira. Lisboa, Guimarães & C.ª - Editores, 1912. In-8.º (19 cm) de 246, [2] p. ; E. Colecção Sociologica - XI
1.ª edição (?).
Possível edição original portuguesa desta conhecida obra do filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), prefaciada e resumida por Gabriel Deville (1854-1940). No mesmo ano, foi publicada em entre nós uma outra versão - o n.º 21 da Bibliotheca d'Educação Nacional, impressa na Typ. de Francisco Luiz Gonçalves, não sendo possível apurar qual terá sido a primeira a sair dos prelos. Mas inclinamos-nos para a nossa, por ser a edição mais "rudimentar", não aludindo na folha de rosto nem no interior, à paternidade do Prefácio e Resumo e estudo (ou Bosquejo) sôbre o socialismo científico de G. Deville. A obra integral de O Capital só seria publicada algumas décadas mais tarde, após o 25 de Abril de 1974.
"Marx debruçou-se em particular sobre a formação e a essência do capitalismo considerando que este se fundamenta numa apropriação indevida da mais-valia gerada pelo trabalho numa lógica de acumulação e concentração de riqueza que deixa completamente de lado a função social do trabalho e reduz o proletariado a um estado de alienação em que o trabalho deixa de ser um fator de realização pessoal. A religião, que classifica como «ópio do povo», associa-se a esse processo de alienação, prometendo aos proletários uma satisfação extramundana em troca da sua submissão à ordem estabelecida."
(Fonte: wook)
"É pelo estudo, é pela observação da natureza das coisas e dos sêres, que consciente dos seus effeitos, o homem se pode tornar cada vez mais senhor do seu próprio movimento.
Antes de coordenar ideas e de apreender as suas diversas relações, o homem actuou; isto quer se considere a infância do individuo ou da espécie. Mas é só a partir do momento em que se subordina ao pensamento reflectido que a acção deixa de ser incoerente para se tornar real e rápidamente eficaz. Com a acção revolucionária sucede o mesmo que com qualquer outro género de acção; a ciência deve ser o seu guia, para que ela se não esterelize em esforços pueris.
Sustentar, seja em que matéria fôr, que a ciência é inútil, ou que o tempo de estudar já passou, só poderia ser um mau pretêsto para dispensar o estudo ou para buscar desculpa a uma ignorância persistente.
É evidente que o estudo da vida social lhe não modificará por si só a forma, assim como não fornecerá, elaborados nos mínimos pormenores, os planos, forma e elevação de uma sociedade nova; mas patentear-nos há os elementos constitutivos da sociedade actual, as suas íntimas combinações, e, com as suas tendências, a lei que lhes preside à evolução. Tal conhecimento habituar-nos há, não «a abolir por meio de decretos as fases do desenvolvimento natural da sociedade moderna, mas a abreviar-lhe o período da gestação e a suavizar-lhe os males da sua criação»."
(Excerto do Prefácio)
Encdernação coeva em meia e pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Peça de colecção.
Indisponível

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