MELLO, Francisco Eleutherio de Faria e - MEMORIA SOBRE A VIDA DE D. FRANCISCO ALEXANDRE LOBO, BISPO DE VIZEU. Por... Lisboa, Na Typographia de José Baptista Morando, 1844. In-8.º (20x13 cm) de 106, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Apontamento biográfico sobre D. Francisco Alexandre Lobo (1763-1844), clérigo beneditino, historiador e político português - homenagem publicada pouco tempo após a morte do insígne religioso.
"Nos annos que decorrêrão desde 1792 até 1802 quasi sempre o Sr. D. Francisco Alexandre Lobo rezidio com o Inquizidor, ora no Palacio do Rocio, ora na quinta de Paço d'Arcos; poucos tempos esteve no Alem-Tejo, e ainda menos em Coimbra.
Não podia o Sr. D. Francisco Alexandre Lobo ter melhor eschola para o trato do mundo, nem estar em melhor situação para aumentar o seu thesouro, já bem crescido, de conhecimentos variados com que tanto se distinguia. [...]
A sociedade do Inquizidor Geral constava da flor da fidalguia Portugueza, da flor dizemos, porque nenhum fidalgo a frequentava para obter despachos, mas para gozar da companhia do homem pio, virtuoso, serio, sabio e estimavel.
Alem deste grande meio de se aperfeiçoar, tinha mais o Sr. D. Francisco Alexandre Lobo á sua disposição, não só a escolhidissima livraria do Inquizidor Geral, porém todas as que então possuia Lisboa, que nem erão poucas, nem algumas dellas, pouco ricas.
De taes meios como se não havia de approveitar sujeito de tão generosa disposição, de tão seguro entendimento?
Approveitou com effeito, e nesta epocha e nesta eschola apurou o gosto e o estilo; e não só teve conhecimento dos melhores livros, mas, o que he muito mais, conheceo, ponderou, combinou o que tinhão de bello, e o que tinhão de util."
(Excerto do Apontamento biográfico)
D. Francisco Alexandre Lobo (1763-1844). "Freire professo na Ordem de S. Bento de Avis, Doutor em Theologia e Lente da mesma faculdade na Univ. de Coimbra, Socio da Acad. R. das Sc. de Lisboa, etc. Nomeado Bispo de Viseu em 1819, e sagrado a 16 de Julho de 1820; Par do Reino em 1826, e Ministro e Secretario d'Estado dos Negocios do Reino, nomeado pela senhora Infanta Regente a 16 de Dezembro do dito anno. - Do senhor D. Miguel recebeu em 1828 a nomeação de Conselheiro d'Estado, bem como a de Reformador geral dos Estudos, logar que resignou em 1831, retirando-se para a sua diocese. - N. em Beja a 14 de Septembro de 1763, e regressando a Portugal depois de dez annos de exilio, que decorreram de 1833 a 1844, tendo finalmente reconhecido o governo da senhora D. Maria II, e achando-se desimpedido para tomar pessoalmente conta do bispado, o não pode fazer, por sobrevír-lhe a morte, poucos dias depois do seu desembarque em Lisboa. M. no convento das religiosas Flamengas do Calvario, junto a esta cidade, em 9 de Septembro de 1844. - Para a sua biographia vej. a Memoria sobre a vida de D. Francisco Alexandre Lobo, etc., por Francisco Eleutherio de Faria e Mello, 1844, onde acham copiosas noticias.
O bispo Lobo foi no seu tempo, e é ainda hoje havido na conta de homem de vasta lição, muito instruido nas sciencias proprias do seu estado, e versado em todos os ramos de philologia e litteratura amena. Infelizmente as questões politicas, em que tomou parte, mais activa talvez do que convinha a um verdadeiro successor dos apostolos, fizeram dividir a seu respeito as opiniões dos partidos, sempre exageradas e muitas vezes injustas, quando pretendem avaliar o merito e qualidades dos individuos da súa facção, ou das contrarias. Porém os criticos de um e outro lado concordam geralmente em considerar o bispo de Viseu como um dos escriptores, que nos tempos modernos souberam imitar mais de perto os nossos antigos classicos no que diz respeito á propriedade da locução, pureza da linguagem, e á correcção d’estylo."
"Nos annos que decorrêrão desde 1792 até 1802 quasi sempre o Sr. D. Francisco Alexandre Lobo rezidio com o Inquizidor, ora no Palacio do Rocio, ora na quinta de Paço d'Arcos; poucos tempos esteve no Alem-Tejo, e ainda menos em Coimbra.
Não podia o Sr. D. Francisco Alexandre Lobo ter melhor eschola para o trato do mundo, nem estar em melhor situação para aumentar o seu thesouro, já bem crescido, de conhecimentos variados com que tanto se distinguia. [...]
A sociedade do Inquizidor Geral constava da flor da fidalguia Portugueza, da flor dizemos, porque nenhum fidalgo a frequentava para obter despachos, mas para gozar da companhia do homem pio, virtuoso, serio, sabio e estimavel.
Alem deste grande meio de se aperfeiçoar, tinha mais o Sr. D. Francisco Alexandre Lobo á sua disposição, não só a escolhidissima livraria do Inquizidor Geral, porém todas as que então possuia Lisboa, que nem erão poucas, nem algumas dellas, pouco ricas.
De taes meios como se não havia de approveitar sujeito de tão generosa disposição, de tão seguro entendimento?
Approveitou com effeito, e nesta epocha e nesta eschola apurou o gosto e o estilo; e não só teve conhecimento dos melhores livros, mas, o que he muito mais, conheceo, ponderou, combinou o que tinhão de bello, e o que tinhão de util."
(Excerto do Apontamento biográfico)
D. Francisco Alexandre Lobo (1763-1844). "Freire professo na Ordem de S. Bento de Avis, Doutor em Theologia e Lente da mesma faculdade na Univ. de Coimbra, Socio da Acad. R. das Sc. de Lisboa, etc. Nomeado Bispo de Viseu em 1819, e sagrado a 16 de Julho de 1820; Par do Reino em 1826, e Ministro e Secretario d'Estado dos Negocios do Reino, nomeado pela senhora Infanta Regente a 16 de Dezembro do dito anno. - Do senhor D. Miguel recebeu em 1828 a nomeação de Conselheiro d'Estado, bem como a de Reformador geral dos Estudos, logar que resignou em 1831, retirando-se para a sua diocese. - N. em Beja a 14 de Septembro de 1763, e regressando a Portugal depois de dez annos de exilio, que decorreram de 1833 a 1844, tendo finalmente reconhecido o governo da senhora D. Maria II, e achando-se desimpedido para tomar pessoalmente conta do bispado, o não pode fazer, por sobrevír-lhe a morte, poucos dias depois do seu desembarque em Lisboa. M. no convento das religiosas Flamengas do Calvario, junto a esta cidade, em 9 de Septembro de 1844. - Para a sua biographia vej. a Memoria sobre a vida de D. Francisco Alexandre Lobo, etc., por Francisco Eleutherio de Faria e Mello, 1844, onde acham copiosas noticias.
O bispo Lobo foi no seu tempo, e é ainda hoje havido na conta de homem de vasta lição, muito instruido nas sciencias proprias do seu estado, e versado em todos os ramos de philologia e litteratura amena. Infelizmente as questões politicas, em que tomou parte, mais activa talvez do que convinha a um verdadeiro successor dos apostolos, fizeram dividir a seu respeito as opiniões dos partidos, sempre exageradas e muitas vezes injustas, quando pretendem avaliar o merito e qualidades dos individuos da súa facção, ou das contrarias. Porém os criticos de um e outro lado concordam geralmente em considerar o bispo de Viseu como um dos escriptores, que nos tempos modernos souberam imitar mais de perto os nossos antigos classicos no que diz respeito á propriedade da locução, pureza da linguagem, e á correcção d’estylo."
(Inocêncio, V. II, p. 324)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e biográfico.
25€
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e biográfico.
25€
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