07 maio, 2022

AVILA, Arthur Lobo d' - A PROTECÇÃO Á AGRICULTURA E O COMMERCIO DOS CEREAES.
Por... Secretario da Real Associação Central da Agricultura Portugueza
. Lisboa, Typographia Universal (Imprensa da Casa Real), 1886. In-4.º (25 cm) de [8], 138, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Importante ensaio sobre a indústria agrícola nacional, onde assume particular relevância a questão cerealífera.
"A existencia de Portugal, n'este seculo, a que restam poucos lustros, parece-me poder dividir-se em dois grandes periodos, pelo que respeita á sua economia social e politica. No primeiro, decorrido mais de meio seculo, o paiz oscilla constantemente em commoções violentas, de origens diversas. Ás consequencias do grande acontecimento com que a era anterior terminára, morrendo entre uma grande explosão de ideias e luzes novas, na França, a um tempo coração e cerebro da Europa, succedem-se as perturbações internas de toda a especie.
É o periodo que alcança desde a regencia de D. João VI (1799) até á regeneração - 1851. N'este intervallo succedem-se desgraças e calamidades variadissimas. São o preço por que o paiz compra o advento do regimen liberal e parlamentar. Invasões estrangeiras, guerras civis, lutas permanentes e acirradas entre parcialidades politicas, levantam e depõem governos ephemeros, que se gastam especialmente na guerra aos contrarios. Governa-se sempre em armas; e emquanto os ministros vigiam, como esculcas, não as almenáras d'um inimigo estrangeiro, mas os pontos da terra portugueza em que receiam se levante mais um grito sedicioso, difficilmente podem cuidar da situação economica do paiz."
(Excerto de A protecção á agricultura: I - Considerações geraes)
"Estudando esta magna questão, procuri, quanto me foi possivel, investigar a transcendencia dos pontos principaes tocados pelas recentes discussões da imprensa.
Fui, por isso, levado a uma divisão da materia em partes em que a sua importancia reveste um caracter especial. Eram elles: a importancia social e economica da cultura do trigo; o proceder actual dos governos da Europa sobre tal assumpto; o passado do commercio do trigo em Portugal; e o seu presente."
(Excerto de O commercio dos cereaes - introdução)
Indice:
Advertencia. | A protecção á agricultura: I - Considerações geraes; II - Importancia historica e economica da agricultura em Portugal; III - A crise agricola e a concorrencia americana. | O commercio dos cereaes: [Introdução]. I - Feição generica da producção e negocio do trigo; II - A discussão nos parlamentos; III - O Terreiro do Trigo. Leis portuguezas sobre o trigo e seu commercio; IV - A questão actual entre nós.
Artur Eugénio Lobo de Ávila (Lisboa, 1856 - 1945). "Foi um escritor e jornalista português. Começou a sua carreira no Comércio, sendo despachado, aos 19 anos de idade, Empregado da Alfândega. Nesse mesmo ano, 1874, acompanhou seu pai, o General José Maria Lobo Ávila que seguia para Macau com as funções de Governador. Além de Secretário Particular de seu pai, foi Secretário de Legação na China, no Japão e no Sião. Regressando a Lisboa em 1877, voltou ao seu serviço na Alfândega, matriculando-se, nessa altura, no Curso Superior de Letras. A Literatura atraía-o, começando por escrever para o Teatro. Estreou-se com duas Comédias: Uma Noiva no Prego, em 1879, e Empenhos Políticos, em 1880. Como Jornalista, começou na Redacção d' "O Comércio de Lisboa", colaborando também nos jornais "Diário de Notícias", "O Século", "Jornal da Colónias", "Época" e "Novidades", especialmente em folhetins históricos. Publicou As Memórias do Padre Vicente, com Prefácio de Tomás Ribeiro, Os Ministros do Sr. Moura, reeditado com o título Ministro Ideal, prefaciado por Teófilo Braga, A Descoberta e Conquista da Índia pelos Portugueses em 1898, Os Caramurús em 1900, Os Amores do Príncipe Perfeito em 1904, O Rei Magnífico em 1911, tendo transformado em Dramas os dois últimos trabalhos. Escreveu ainda: A Verdadeira Paixão de Bocage em 1905, de colaboração com Fernando Mendes, As Meias Roxas, Comédia Histórica, de colaboração com Júlio Rocha, Auto da Descoberta do Novo Mundo, e um compêndio técnico, Esmaltes Artísticos, em 1935, em que patenteou os seus conhecimentos de esmaltador de raro merecimento. Terminou a sua carreira com um livro de memórias, Nos Bastidores do Jornalismo, que o antecedeu poucos meses na morte. Devem citar-se, ainda, outras obras suas de merecimento: Elogio Histórico do Visconde de Coruche em 1905, A Protecção à Agricultura e o Comércio dos Cereais, Vasco, Romance, O Reinado Venturoso, Romance Histórico, Os Malhados, Teatro, de 1902, Antes Quebrar que Torcer, Teatro. Tomou parte entusiástica na explanação e defesa da tese da nacionalidade Portuguesa de Cristóvão Colombo exposta por dos Santos Ferreira e outros, intervindo por meio de artigos, opúsculos e conferências na ardente defesa da identidade Colombo-Zarco, por aquele pretendida."
(Fonte: wikipédia)
Exemplar brochado, por aparar, em bom estado geral de conservação. Envelhecido. Capas frágeis com defeitos; contracapa alvo de restauro.
Invulgar.
25€

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