30 setembro, 2021

QUEIROZ, Eça de - O PRIMO BAZILIO. I Volume [II Volume]. Rio de Janeiro, Typ. Central de Evaristo Rodrigues da Costa, 1878. 2 vols in-8.º (16 cm) de 349 p. e 384 p. ; E. (num único tomo)
1.ª edição.
Raríssima primeira edição brasileira de «O Primo Basílio», saída dos prelos da Travessa do Ouvidor, publicada no mesmo ano que a sua congénere portuguesa, e que tanta polémica gerou no Rio de Janeiro, sobretudo pelas críticas que o romance foi alvo por parte de Machado de Assis. Apesar disso, ou também por isso, o romance foi um sucesso tendo tido grande aceitação nos meios cultos e literários da época.
Eça de Queiroz (1845-1900). "Nasceu a 25 de novembro de 1845 na Póvoa de Varzim e é considerado um dos maiores romancistas de toda a literatura portuguesa, o primeiro e principal escritor realista português, renovador profundo e perspicaz da nossa prosa literária.
Entrou para o Curso de Direito em 1861, em Coimbra, onde conviveu com muitos dos futuros representantes da Geração de 70. Terminado o curso, em 1866, fundou o jornal Distrito de Évora , órgão no qual iniciou a sua experiência jornalística. Em 1871, proferiu a conferência «O Realismo como nova expressão da Arte», integrada nas Conferências do Casino Lisbonense e produto da evolução estética que o encaminha no sentido do Realismo-Naturalismo de Flaubert e Zola. No mesmo ano iniciou, com Ramalho Ortigão, a publicação de As Farpas, crónicas satíricas de inquérito à vida portuguesa.
Em 1872 iniciou a sua carreira diplomática, ao longo da qual ocupou o cargo de cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e Paris. Foi, pois, com o distanciamento crítico que a experiência de vida no estrangeiro lhe permitiu que concebeu a maior parte da sua obra romanesca, consagrada à crítica da vida social portuguesa e de onde se destacam O Primo Bazilio, O Crime do Padre Amaro, A Relíquia e Os Maias, este último considerado a sua obra-prima. Morreu a 16 de agosto de 1900, em Paris."
(Fonte: Bertrand)
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Cansado. Pastas apresentam falhas de relevo no revestimento. Miolo correcto, apresentando no entanto as páginas amareladas, reflectindo a fraca qualidade do papel, e uma ou outra página solta, bem como pequenas falhas de papel marginais nalgumas delas. Inscrição manuscrita na f.rosto do volume I.
Muito raro.
Peça de colecção.
Indisponível

28 setembro, 2021

AS NOSSAS PRISÕES. III RELATÓRIO - PROVEDOR DE JUSTIÇA.
[H. Nascimento Rodrigues]
. Lisboa, Provedoria de Justiça - Divisão de Documentação, 2003. In-8.º (20 cm) de 912 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Obra de fôlego, com tiragem reduzida. Estudo exaustivo sobre o panorama prisional português, avaliando em pormenor o sistema penitenciário composto por todos os centros de detenção do país (55), incluindo as regiões autónomas. Trata-se do 3.º relatório publicado sobre o assunto em 7 anos, este da responsabilidade do Provedor de Justiça, Dr. Nascimento Rodrigues. Os anteriores (1997/1999) foram realizados sob supervisão do anterior Provedor, Dr. Menéres Pimentel. Inclui no final o Questionário distribuído pelos estabelecimentos prisionais que serviu de base ao presente trabalho.
Foram impressos apenas 300 exemplares.
Livro ilustrado no texto com tabelas e quadros estatísticos.
"Trago, hoje, ao conhecimento da opinião pública os resultados da inspecção aos 55 estabelecimentos prisionais do País. A reflexão produzida pelo Provedor de Justiça no culminar desta terceira série de visitas - as anteriores ocorreram em 1996 e 1998, respectivamente - está consubstanciada num relatório a que se deu , intencionalmente, o título de As Nossas Prisões.
Porquê As Nossas Prisões? Em primeiro lugar, porque o sistema prisional é um espelho revelador do modo como como o Estado e a sociedade demonstram, ou não, respeito pelos direitos fundamentais da pessoa humana. [...]
Eis por que as prisões não são apenas assunto da responsabilidade do Parlamento, do Governo e das Oposições, ou dos Tribunais - são uma questão de cada um e de todos nós, no cumprimento integral de direitos de cidadania. As prisões portuguesas não são as prisões "deles" - são as "nossas prisões".
(Excerto da Apresentação do Provedor)
Índice:
Quadro de abreviaturas. | Apresentação. | Introdução. | Parte A: Caracterização dos reclusos: Alojamento. Alimentação. Saúde. Ocupação. Tempos livres e convívio. Relações com o exterior. Segurança e disciplina. Administração penitenciária. | Parte B: Estabelecimentos Prisionais Centrais e Especiais: Estabelecimentos Prisionais Regionais. Cadeias de Apoio. Estabelecimentos Prisionais Regionais instalados junto da Polícia Judiciária. Questionários.
Com interesse histórico e sociológico.
Raro.
65€

27 setembro, 2021

CRUZ, Prof. Doutor Guilherme Braga da - ORIGEM E EVOLUÇÃO DA UNIVERSIDADE.
Ensaios Universitários. II
. Lisboa, Logos, 1964. In-8.º (17,5 cm) de 102, [2] p. ; B.
1.ª edição independente.
Lição proferida no I Congresso Nacional de J. U. C. (Lisboa, 1953), publicada posteriormente na revista Estudos, do C. A. D. C. de Coimbra, nos números 324 324 (Janeiro e Fevereiro de 1954).
Trabalho dedicado à história do ensino académico transnacional desde a Idade Média, com particular destaque, entre portas, para a Universidade de Coimbra - a mais antiga academia portuguesa.
"A Universidade tem atrás de si oito séculos de história, o que equivale a dizer que tem alguma coisa a contar de si mesma, nesta magna reunião em que os jovens universitários portugueses do século XX se congregam para severamente a julgar.
Tem alguma coisa a contar! Não para encobrir os seus males presentes, à sombra das suas glórias passadas; mas apenas para mostrar que nem toda a responsabilidade lhes cabe desses males, e que a solução dos seus grandes problemas actuais pode ir buscar-se, em grande parte, à lição que se colhe do seu passado glorioso."
(Excerto do preâmbulo)
Matérias:
[Preâmbulo]. | § 1.º Traços gerais duma «história institucional» da Universidade. § 2.º Os «fins da Universidade» ao longo da história. § 3.º Como encarou històricamente a Universidade as suas «responsabilidades sociais». § 4.º A concluir.
Exemplar brochado, bem conservado.
Invulgar.
15€

26 setembro, 2021

COSTA, Santos - HISTORIA DE UM CASAMENTO ESPIRITA
. Lisboa, Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira, 1919. In-8.º (19 cm) de 396 p. ; B.
1.ª edição.
Livro raro e muito interessante. Narrativa algo insólita e muito curiosa sobre um "casamento espírita" - nas palavras do autor, - baseada em factos verídicos.
"Faço uma declaração prévia.
O acontecimento que vou referir é rigorosamente verdadeiro e dado a publico com a mais absoluta probidade moral e literaria, sem outro incentivo que não seja a determinação expressa dos espiritos que nele tomaram parte.
Trata-se aqui de um facto contemporaneo e natural é que se evite susceptibilisar justificados melindres, citando nomes conhecidos de toda a gente no nosso restrito meio português. Algumas personagens porém, para que esta verídica narração tenha todo o caracter de autenticidade que um imperioso e grato dever me manda respeitar, serão apresentadas sob um veu tão transparente, que ao leitor da nossa terra será facil reconhecê-las debaixo do nome suposto com que entram em scena."
(Excerto do Prologo)
"Nos primeiros dias de Fevereiro de 1916 o Dr. Miranda Valbom, que no seguimento trataremos por M. V., um dos mais sinceros e devotados apostolos da doutrina espírita em Portugal e um verdadeiro erudito que acabada de dar publicidade a um trabalho valioso sobre espiritismo, recebeu convite de uma senhora muito conhecida em Lisboa pela sua posição social e estudos superiores, para tomar a direcção de um pequeno nucleo espírita. [...]
Com toda a gentilesa se prestou ele a satisfazer o desejo que lhe fora manifestado, tanto mais que ao tempo andava planeando organisar um grupo espírita escolhido. E nessa mesma tarde em que o afavel doutor fez a sua primeira visita se aprasou para daí a poucos dias a primeira sessão de estudos, que deveriam realisar-se com uma frequencia bi-semanal, e ser feitos em casa da promotora, residente numa das mais centrais avenidas de Lisboa. [...]
Nesta sessão teve-se por fim fazer cair em transe a medium Alice Roma, que foi sentada numa poltrona sob a incidencia da luz vermelha, em cadeia fechada formada por os iirmãos todos com excepção da secretaria, que ficou metida na cadeia em observação da medium e de Paulo Cardoso que tocava cítara numa sala contigua.
A medium em observação fechou os olhos e ficou entorpecida em poucos minutos, fazendo deglutições ruidosas e frequentes. O pulso tomou-lhe rapidamente uma frequencia exagerada e tornou-se incontavel. A respiração, entrecortada por vezes, por outras apagada, tornou-se-lhe superficial e imperceptivel como num estado lipotimico, e as mãos, regelaram-se-lhe, humedecendo-se de suor profuso.
Esta fase prolongou-se uns quinze minutos, começando a impressionar vivamente os irmãos, sendo por isso a medium despertada brandamente pelo director com passes magneticos repetidos até lhe aquecerem as extremidades.
Quando de posse de si, a medium declarou ter sentido a principio um tremor interior generalisado, depois sensação de frescura na pele, os membros inferiores muito leves como se quizessem elevá-la, mas não ter nunca deixado de ouvir o que se passava."
(Excerto do Cap. I)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Sem capa frontal. Deve ser encadernado.
Raro.
45€

25 setembro, 2021

LIVERPOOL, Lord Russel of - PRISÕES E PRESOS EM PORTUGAL.
Um inquérito independente. Por...
[Lisboa], [s.n.], 1963. In-8.º (19,5 cm) de 19, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Relatório sobre as condições dos estabelecimentos prisionais portugueses, encomendado pelo Governo após denúncias veiculadas na imprensa internacional de tortura e maus tratos infligidos aos presos políticos.
"Durante os últimos dezoito meses fizeram-se certas alegações, em algumas organizações, como «Amnesty», sobre tortura e maus tratos aos presos políticos nas prisões portuguesas, e sobre as condições em que os mesmos vivem. Também foram escritos artigos em certos jornais ingleses a repetirem as mesmas alegações.
O Governo português tinha empenho em que qualquer observador imparcial e autorizado indagasse, nas próprias prisões, sobre as alegações de tortura e de maus tratos a presos políticos, as quais, embora negadas pelo Governo português, continuavam a ter crédito. Em Março de 1963 fui sondado para saber se eu estava disposto a empreender tal investigação. Ao mesmo tempo prometerem-me que teria pulso livre e acesso a todas as prisões e todos os reclusos. Concordei com tudo nesta base.
Cheguei a Lisboa no dia 20 de Abril e comecei a minha investigação logo no dia 22, acabando no dia 1 de Maio."
(Excerto do preâmbulo)
"O autor deste relatório independente - [Lord Russel of Liverpool (1895-1981)] - foi juiz militar adjunto ao Quartel-General do Primeiro Exército britânico (1942-43); ao Quartel-General das Forças Aliadas (1943-45); ao Quartel-General das Forças Britânicas no Próximo Oriente (1945-46) e ao do Exército do Reno (1946-47); foi ainda juiz conselheiro dos Serviços Jurídicos do Exército (1951-54).
Entre as suas obras publicadas contam-se «O Flagelo da Suástica» e «O Julgamento de Adolfo Eichmann»."
(Retirado do verso da f. rosto)
Matérias:
[Preâmbulo]. | A Prisão-Hospital de Caxias. Visitada em 23 de Abril. | A Prisão de Peniche. Visitada em 24 de Abril. | Entrevistas com presos em Peniche. Mário Pedrosa Gonçalves. Dr. Orlando Ramos. Dr. Humberto Lopes. | A Penitenciária de Lisboa. Visitada em 25 de Abril. | A Prisão de Caxias - Norte e Sul. | A Prisão do Aljube, em Lisboa. Visitada em 25 de Abril. Presos por mim interrogados no Aljube, no dia 25 de Abril. | A Escola- Prisão de Leiria. Visitada em 26 de Abril. | A Prisão da P.I.D.E. no Porto. Visitada em 27 de Abril. | A Sede da P.I.D.E em Lisboa. Visitada em 30 de Abril.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

24 setembro, 2021

FRAGOSO, Fernando - A HISTÓRIA DE JOÃO RATÃO.
Contada por...
Lisboa, Depositária Editorial Progresso, L., [1940]. In-8.º (19 cm) de 140, [4] p. ; [8] f. il. ; B.
1.ª edição.
"A partir de uma opereta, a história amorosa dum soldado português, João Ratão, que regressa da frente de batalha na Flandres, sendo envolvido em intrigas motivadas pela inveja, quanto a Vitória, uma rapariga do povo que namorara através de cartas escritas por outros... Evocação do patético cenário da guerra (1914-18), e a faina dos madeireiros, no deslumbrante Vale do Vouga."
(Fonte: José de Matos-Cruz, O Cais do Olhar, 1999)
Livro ilustrado com fotogravuras a p.b.,  reproduzindo cenas do filme, distribuídas por 8 folhas separadas do texto.
"A opereta «João Ratão», um dos grande êxitos do Teatro musicado português, foi escrita por Ernesto Rodrigues, João Bastos e Felix Bermudes. Fernando Fragoso e Jorge Brum do Canto adaptaram-na à tela. Jorge Brum do Canto dirigiu o filme, que é uma produção da Tobis Portuguesa."
(Excerto do preâmbulo)
"A faina começara pela madrugada. Ainda havia estrêlas no céu, quando, no pinhal, sobranceiro ao rio, os lenhadores romperam a vibrar, no sopé dos troncos, as machadas compassadas, que se repercutiam, cavas e profundas, pelo vale, e iam morrer lá em baixo, com o marulhar das águas no açude. [...]
O sol rompera. A neblina desfizera-se, pouco a pouco. [...]
Caíra o último pinheiro. Ia começar a derrama. [...] E foi justamente à hora do almoço, quando as marmitas fumegavam, alinhadas sôbre o brazido, que o Zé Maria divisou, na curva do caminho, a figura bem conhecida de «Sô Puxa», o carteiro da terra, fazendo esforços visiveis para subir a ladeira, montado na sua bicicleta, que zig-zagueava pela estrada poeirenta. [...]
Zá Maria, o capataz, a tôda a força dos pulmões, berrou lá do alto:
- Ó «Sô Puxa»! Há alguma coisa p'ra gente? [...]
«Sô Puxa» esquadrinhou a mala, a monologar entre os dentes:
- Que raio de gente esta! Todos querem cartas... e não sabem ler... Que faria, se soubessem...
E rematou com o estribilho de sempre, que era, ao mesmo tempo, um protesto e um desabafo, uma espécie de válvula de segurança da sua irritação permanente:
- ... Puxa!...
E logo, numa transição:
- Aí vai o jornal - e estão com sorte...
Os grandes, um título doloroso e alarmante! Zé Maria abanou a cabeça, num mixto de tristeza e desaprovação, e comentou:
- Mais tropas nossas que vão para França!
Fez-se um silêncio. Um rapazote aloirado quebrou-o, numa voz onde se sentia a amargura da saudade:
- Ó sr. António?! Tem tido notícias do João?!...
Encostado a uma árvore, olhar perdido na distância, como se quisesse penetrar os segredos da imensidão, sr. António volveu, triste:
- Isso sim! Há três semanas que não recebo notícias! Pobre filho! Onde êle me foi parar!
Pelo cérebro daqueles homens, passou, numa saüdade, a figura de João da Mó, o mais insinuante, o mais alegre dos rapazes de Santiago da Ermida, o João Ratão, orgulho dos seus pais, enlevo das moçoilas, o noivo de Vitória, a mais bonita das raparigas, umas poucas de léguas em redor. [...]
- Maldita guerra!
E na serena tranqüilidade da serra, os homens, de machada em riste, atacaram os pinheiros com o mesmo desespêro, com que, na Flandres, outros homens se apostavam em abater almas cristãs."
(Excerto do Cap. I, Manhã na Serra)
"Havia mêses que João Ratão se encontrava em França, no sector ocupado pelas tropas portuguesas, na planície alagada e erma da Flandres. Partira um dia de Portugal, empilhado num navio, com milhares de camaradas, num grande barco cinzento, que era pequeno para conter tantos homens e tanto material. Embarcara com a alma dilacerada, por deixar a sua terra., sem esperanças de voltar. [...]
Foi num dia nevoento e triste que chegaram a França. Chovia a bom chover. Mas a população dispensara aos bravos soldados, que de tão longe vinham em seu socôrro, uma recepção entusiástica! João Ratão, quando desfilara, com todo o batalhão, pelas ruas empedradas do pôrto francês, entre alas de povo, que festejava a chegada dos portugueses, sentira um arrepio. Era alguém! Orgulhoso da sua missão, marchando com garbo e aprumo, João Ratão deitava o rabo do olho às raparigas, que se alinhavam nos passeios, ao longo das ruas. E que lindas carinhas! De si para si, João pensou que a guerra, afinal, não era tão má como a pintavam...
Mas enganara-se! Era pior e bem pior do que todos supunham. Quando chegou às primeiras linhas e ouviu o troar do canhão teve mêdo! [...]
Havia três dias já que o inimigo bombardeava sem cessar as posições ocupadas pelas tropas portuguesas. Bombardeava, noite e dia, com regularidade, batendo as trincheiras e a rectaguarda, com fôgo certeiro e cadenciado. Os rapazes sabiam o que aquilo queria dizer: era o prelúdio duma ofensiva, se não fôsse uma armadilha para outro sector, para um ataque de surpresa. [...]
- Temos dança! - comentou João Ratão para os seus companheiros, no abrigo, onde o cimento e os sacos de areia os protegiam da chuva de metralha. [...]
Durou horas esta luta de morte na defesa das primeiras linhas. Uns após outros, todos os ataques foram repelidos. E quando caiu a noite, sôbre o campo juncado de mortos e moribundos, os portugueses mantinham intacta a frente confiada à sua guarda.
João Ratão foi dos que se ofereceram para a perigosa missão de recolher os feridos na «terra de ninguém». Ouviam-se gemidos, ao longe, no silêncio da noite, só perturbado pelo breve matraquear das metralhadoras dos postos avançados."
(Excerto do Cap. IV, Nas Linhas de Fogo...)
Índice: [Preâmbulo]. | [Explicação cinematográfica da obra]. | Distribuição do Filme. | I - Manhã na serra. II - Carta do João. III - Primavera de Amor. IV - Nas Linhas de Fogo. V - Boas Novas. VI - A Canção da Mariette. VII - Dois Marotos. VIII - «Mademoiselle Frou-Frou». IX - A provocação. X - Manuela diverte-se. XI - O arraial. XII - A Calúnia. XIII - Desespêro. XIV - Dia cinzento. XV - A chegada do tenente. XVI - O interrogatório. XVII - A Cruz de Guerra. XVIII - Desastre no rio! XX - Epílogo.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
A BNP dispõe de apenas um exemplar registado na sua base de dados.
Com interesse histórico e cinematográfico.
Indisponível

23 setembro, 2021

SOARES, Ernesto - ESTAMPADORES E IMPRESSORES. (Contribuição para o estudo das Artes Gráficas).
Por... Da Associação dos Arqueólogos Portugueses, da Academia Nacional das Belas Artes
. Lisboa, Academia Portuguesa de Ex-Libris, 1966. In-4.º (27x20,5 cm) de 39, [1] p. ; [1] f. il. ; il. ; B.
1.ª edição independente.
Importante estudo sobre as artes gráficas em Portugal, desde o século XVII até aos nossos dias, por Ernesto Soares, historiador, reconhecidamente uma das maiores autoridades na matéria.
Separata dos n.ºs 33, 34, 35 e 36 do Boletim da «Academia Portuguesa de Ex-Libris».
Livro ilustrado ao longo do texto a p.b., e em separado, com o ex-libris do autor - em cartolina colada - destinado apenas às separatas, "desenhado pelo pintor da arte há pouco falecido, Fernando Santos, por ele gravado a água-forte e estampado a três cores por Bastos da Silva".
Exemplar n.º 44 de uma tiragem de 100 exemplares, numerados e assinados pelo autor - 25 para ofertas.
"O estudo que se segue, não pode ser considerado como um trabalho de investigação histórica ou artística vagarosamente levado a bom termo o que nos conduziria muito para além da meta estatuída numa publicação desta natureza.
Dividimos, por isso, o assunto em capítulos, meramente compendiosos, motivo que nos obrigou a percorrer, a largas passadas, a transformação operada entre nós na arte de gravar sobre chapa metálica desde o século XVII até à actualidade e a certeza, ou simples probabilidade, da existência de artífices especialistas na obtenção perfeita de reproduções de chapas gravadas em escavação em madeira, metal ou pedra."
(Excerto do preâmbulo)
"A morte de D. João V em 1750 ofusca o brilhantismo das artes gráficas do nosso país, causando a estagnação que os seus sucessores, só anos depois, procuraram remediar com a abertura duma primeira aula de gravura em 1768 sob a orientação de Carneiro da Silva, habilíssimo mestre e primoroso artista gravador de buril.
Todavia, o impulso que deveria marcar uma época notável nesta arte, perdeu as suas tendências artísticas para preparar apenas, óptimos incisores do buril e muitos deles apreciáveis desenhadores, mas sem originalidade própria e sem entusiasmo, adestrando-se quase exclusivamente, na parte mecânica do sistema, facto com que nem o próprio Carneiro da Silva concordava, resolvendo-se por fim a abandonar as aulas e os alunos.
Aparece-nos, entretanto, nova tentativa que a falta de disciplina pedagógica impediu de maiores progressos, a Oficina Calcográfica e Tipoplástica do Arco do Cego, que há muito consideramos como a mais importante das escolas de gravura onde se reuniram elementos das aulas de Carneiro da Silva e doutra parte muitos dos que mais tarde ingressaram na Escola de Bartolozzi."
(Excerto de Régia Oficina Tipográfica)
Matérias:
[Preâmbulo]. | Prensas e Tórculos. | Séculos XVI e XVII. | Século XVIII : Academia Real da História Portuguesa. | Régia Oficina Tipográfica. | Período Bartolozziano. | Dom Fernando II. | Academia Real das Belas Artes. | Pintores Águas-Fortistas e Estampadores. | Luís Ortigão Burnay. | Carlos Reis. | Isaías Peixoto. | Bastos da Silva. | Ex-Libris gravados e estampados. | Assuntos Vários gravados e estampados. | Litografia: A) Oficinas; B) Obras ilustradas; C) Artistas litógrafos. | | A Litografia e as Senhoras. | Litogravura sobre Pedra : Cartas e Mapas. | Gravuras em Madeira a Topo.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Ex-libris de Manuel Metello no verso da capa.
Raro.
45€

22 setembro, 2021

NEVES, Pedro Mendes - LEI DAS POLÍCIAS E DAS FORÇAS DE SEGURANÇA.
Leis Profissionais da PSP, GNR, PJ, SEF, SIS, Polícia Prisional, Polícia Florestal, Polícia Marítima e Polícia Municipal. - Inclui  Orgânica e Regulamentos Disciplinares - Colecção: Lei das Profissões
. [Porto], Legis Editora, 2001. In-4.º (23 cm) de 535, [1] p. ; B.
1.ª edição.
"No ordenamento jurídico que regula o acesso, o exercício, a disciplina, a carreira das profissões policiais e forças de segurança encontramos uma dispersão de diplomas que torna a vida muito difícil para os respectivos profissionais, bem como para os juristas.
Daí, termos decidido compilar os diplomas fundamentais numa única obra inédita no mercado para incluir numa igualmente colecção inovadora no mercado.
Optamos por dividir a obra em partes, tantas quantas as diversas forças policiais e de segurança, incluindo em cada, as mais importantes leis.
Esperamos, que este livro seja útil a todos, e muito especialmente aos respectivos profissionais."
(Razão da edição)
Índice:
Parte I - PSP - POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA: 1. Lei Orgânica da PSP. 2. Estatuto do Pessoal da PSP. 3. Regulamento Disciplinar da Polícia de Segurança Pública. 4. Regime de Exercício de Direitos do Pessoal da PSP.
Parte II - GNR - GUARDA NACIONAL REPUBLICANA: 1. Lei Orgânica da GNR. 2. Estatuto dos Militares da GNR. 3. Regulamento de Disciplina da Guarda Nacional Republicana Parte.
III - POLÍCIA JUDICIÁRIA: 1. Lei Orgânica da Polícia Judiciária. 2. Regulamento Disciplinar da Polícia Judiciária Parte.
IV - SEF - SERVIÇO DE ESTRANGEIROS E FRONTEIRAS: 1. Lei Orgânica do S.E.F. - Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Parte V - SIS - SERVIÇO DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA: Lei Orgânica do Serviço de Informações de Segurança Parte.
VI - GUARDAS PRISIONAIS: Guardas Prisionais. Alterações do Estatuto da Guarda Prisional. Alteração do Estatuto Profissional da Guarda Prisional.
Parte VII - POLÍCIA FLORESTAL: Polícia florestal.
Parte VIII - POLÍCIA MARÍTIMA: 1. Criação e Orgânica da Polícia Marítima; Estatuto do Pessoal da Polícia Marítima. 2. Estabelece o regime de exercício de direitos do pessoal da Polícia Marítima. 3. Regulamento Disciplinar da Polícia Marítima
Parte IX - POLÍCIA MUNICIPAL: Polícia Municipal. Decreto-Lei nº. 39/2000.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
20€

20 setembro, 2021

BOSGRA, Dr. S. J. & KRIMPEN, C. van - PORTUGAL E A NATO
. Amsterdão, Angola Comité Klarenburg 253, [1971]. In-8.º (14 cm) de 81, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição portuguesa.
Relatório de um comité holandês antagónico aos interesses portugueses em África - e de cooperação com os movimentos revolucionários. Trabalho crítico do favorecimento político da NATO a Portugal, e dos diversos actores da cena internacional, integrantes da mesma aliança, que apoiaram o esforço de guerra português.
Na capa: Fiat G-91 português.
Razão de ser desta publicação: "Esta é uma publicação do "Angola Comité" na Holanda. Este Comité foi fundado em 1961 para, da parte dos holandeses, se dar apoio moral, financeiro e político aos movimentos de libertação em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, e também à Oposição dentro de Portugal, e além disso, para dar ao povo holandês informação sobre a luta de libertação das colónias portuguesas."
Livro ilustrado ao longo do texto, e em página inteira, com fotogravuras de material bélico utilizado pelos portugueses - incluindo a força aérea e naval -, bem como reprodução de propaganda a armamento estrangeiro em revistas militares portuguesas. Destaque ainda para uma foto aérea de um ataque punitivo sobre os Dembos, e outra da visita do PR Américo Tomás a uma base da Força Aérea em Angola equipada com helicópteros «Alouette» (1963).
"Portugal sustenta uma guerra colonial nas suas colónias africanas Angola, Guiné e Moçambique. Muita gente é de opinião que Portugal, sendo um dos países mais pobres da Europa Ocidental, não pode sustentar esta guerra completamente sozinho, e que a NATO aí tem jogado um papel.
Até agora nunca foi feita uma investigação pormenorizada das relações entre Portugal e a NATO.
Este relatório baseia-se em publicações militares, estudos científicos e notícias da imprensa. As fontes de informação usadas nesta publicação, foram quase todas de países da NATO e muitas também de revistas militares portuguesas.
Foi feito um pormenorizado resumo do equipamento usado pelas forças armadas portuguesas, incluindo marcas, números, datas de entregas e países de origem. Foi-se mais além no que respeita o aspecto político e legal da ajuda militar dos quadros mais importantes fornecedores de Portugal.
Além disso, delineou-se até que grau este material é usado na guerra colonial."
(Prefácio)
Matérias:
Prefácio. | Citações. | A NATO e Portugal. | A força aérea. | A marinha. | O exército. | Os Estados Unidos. | A Alemanha ocidental. | A França. | A Grã-Bretanha. |  A direcção da Nato. | Conclusão.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Sem registo na Biblioteca Nacional (BNP).
Indisponível

19 setembro, 2021

CONSELHOS A UM PESCADOR
. [Lisboa], Editado pelo Grémio dos Armadores de Navios da Pesca do Bacalhau, 1940. In-8.º (16,5 cm) de 24 p. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de  recomendações técnicas e morais aos pescadores de bacalhau, para que a Faina se desenrole dentro da maior ordem e respeito por todos, observando as regras de segurança e promovendo um são convívio a bordo, mitigando dessa forma, na medida do possível, a dureza do trabalho e as saudades da terra e da família.
"Amigo pescador:
Vais iniciar uma nova campanha nos bancos. São uns cinco ou seis meses que vais passar no mar com os teus companheiros, longe dos teus e da tua terra. Quanto aos teus, àquêles que mais queres neste mundo, por quem te sacrificas a tão duros trabalhos e tão longa ausência, está tu tranqüilo, não lhes falta o pão nem notícias tuas, pois o Grémio velará por isso. Quanto a ti, é da tua conduta, da forma como trabalhares e pescares, como obedeceres aos teus oficiais e capitão, como tratares os teus companheiros de bordo, que depende o passares esta safra sem custo e, regressares ao teu lar com alegria, saúde e bons proventos, que te ponham ao abrigo da miséria no inverno seguinte.
Bem sei que, durante tôda a campanha, o teu único pensamento é pescar muito e bem, para de-pressa se fazer o carregamento e chegar a feliz hora do regresso. Mas, para conseguires isso atende ao que vais ler, pois é escrito para teu bem, por um companheiro da vida do mar como tu, que conhece, não por passar tempo de horas agradáveis mas sim por modo de vida, por necessidade de ganhar o pão nosso de dia, as horas incertas e trágicas da tormenta e, as horas dôces e agradáveis da bonança e solidão no mar, longe da mesquinhês do mundo e da maldade dos homens, mais perto da graça de Deus e da sua protecção."
(Excerto de I - Antes da partida para os Bancos)
Matérias:
I - Antes da partida para os Bancos. II - A pesca. III - O tratamento do bacalhau. IV - O fabrico do óleo de fígado de bacalhau.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível

18 setembro, 2021

VALENTE, Francisco Pulido - INTRODUCÇÃO AO ESTUDO DA HYSTERIA. Dissertação inaugural.
Por... Outubro de 1909. Eschola Medico-Cirurgica de Lisboa
. Lisboa, Officinas Typographica e de Encadernação movidas a electricidade da Parceria Antonio Maria Pereira, 1909. In-4.º (23,5 cm) de 142, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Tese de licenciatura do autor, conhecido republicano e eminente médico e professor português. Obra rara e muito interessante. A BNP não menciona.
"As paralysias, como quasi sempre succede ao tratar-se de accidentes hystericos, sobreveem a maior parte das vezes depois d'uma violenta emoção. Esta emoção póde acompanhar um traumatismo em condições de absoluta insuficiencia para determinar uma paralysia organica. Por isso durante tempo se estudos esta manifestação hysterica sob o nome de nevrose traumatica, e pela sua frequencia nos desastres de linhas ferreas, recebeu dos inglezes a designação de railways's spine. [...]
N'um comboio em marcha um passageiro sahe da carruagem em que viaja com intenção de passar pelo estribo para a do lado. De pé sobre o estribo olha e percebe que o comboyo vae entrar n'um tunnel, e assalta-o um terror enorme, porque se convence que a metade esquerda do corpo lhe vae ficar entalada entre o comboyo e a parede da galeria; desmaia e companheiros amigos que o vigiam içam-n'o para a carruagem sem ter feito a menor beliscadura. Quando recupera os sentidos tem realisado uma hemiplegia esquerda (Janet).
Muitas vezes as paralysias sobreveem depois de fadigas reaes ou suppostas.
Assim o pintor que decorando um tecto cança a mão direita que por fim deixa cahir o pincel completamente paralysada, assim a pequena que sonha durante uma noite inteira fugir esbaforida pelas ruas desertas da cidade, ante um homem mysterioso que a persegue, e que pela manhã accorda paraplegica.
As paralysias que como estas assentam sobre uns determinados musculos, que para todo o exercicio ficam impotentes chamam-se paralysias localizadas.
Todos os musculos voluntarios podem ser séde d'estas paralysias.
A paralysia facial hysterica, é a maior parte das vezes unilateral, e depois de muito discutida parece estar definitivamente admittida. [...]
Á paralysia, junta-se muitas vezes nos hystericos a hypertonicidade que se chama contractura. [...]
Muitas vezes as contracturas, conservam uma atitude expressiva d'uma determinada acção ou d'um determinado estado emocional. Assim uma mãe que vae esbofetear um filho, fica com o braço imobilisado, a mão no ar ameaçadora. Uma mulher que tem crises de extase em que se julga crucificada como o Christo, caminha durante annos sobre a ponta dos pés, rigidos, na atitude da crucificação."
(Excerto do Cap. II - As perturbações da motilidade)
Índice:
O factos: I - As perturbações da percepção. II - As perturbações da motilidade. III - As perturbações da linguagem. IV - As perturbações do somno, da alimentação, da respiração e da micção. V - Os delirios. VI - As amnesias. VII - Etilogia. VIII - As ideias de Janet - sua exposição. IX - As ideias de Janet - sua critica. X - As ideia de Babinski - sua exposição. XI - As ideia de Babinski - sua critica. | Proposições.
Francisco Pulido Valente (Lisboa, 1884-1963). "Foi na sua época um notável médico e professor da Faculdade de Medicina de Lisboa. Frequenta o Curso de Medicina na Faculdade de Medicina de Lisboa, defendendo tese sobre a histeria na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e faz ato grande em que é aprovado com 19 valores (1909), e dois anos depois, após concurso de provas públicas, foi nomeado médico efectivo dos Hospitais Civis.
1903 - Passa algumas tardes na cervejaria Jansen, em Lisboa (onde, a partir de 1914, Fernando Pessoa e outros intelectuais darão início à revista «Orpheu»). É nesta altura que os dois colegas de escola (quem?) se decidem pela Medicina. Para Pulido Valente, a escolha foi feita depois de ser operado por Francisco Gentil. Talvez tenha sido a vertente humana deste médico que o atraiu na profissão. Aliás, as questões sociais, e as políticas a elas associadas, estarão sempre presentes na sua vida de facultativo.
1904 - Faz parte, juntamente com Álvaro de Castro, Campos Lima, Carlos Amaro, Câmara Reis, Tomás da Fonseca e muitos outros, do corpo redatorial da revista Mocidade, em cujo n.º 1 da primeira série, com data de 1 de Novembro - tinha então 20 anos incompletos - publicou o artigo Geração Nova.
1907 - Foi um dos cabecilhas da greve académica juntamente com o seu cunhado Lúcio Pinheiro dos Santos os seus amigos Ramada Curto e os irmãos Américo e Carlos Olavo, durante a ditadura de João Franco.
Foi assistente de Psiquiatria e especializou-se no estudo de doenças nervosas e Clínica Geral. Foi mobilizado para França (1917), [durante a Grande Guerra], onde dirigiu os serviços de doenças infecto-contagiosas, inicialmente no Hospital de Cherville e depois no Hospital Militar de Hendaia e no da Base n.º 2. Regressando a Portugal, reassumia as funções anteriormente prestadas, ascendendo a professor catedrático e regendo a cadeira fundamental de Clínica Médica.
Homem de grande cultura científica, competência excepcional, visto como um renovador na Faculdade de Medicina. Representou Portugal em diversos congressos científicos e foi premiado por diversos trabalhos neles apresentados. Sempre viveu afastado da vida política militante, assumido republicano, destacou-se pela sua intransigência na famosa greve académica do tempo de João Franco. Em Junho de 1947, determinado em Conselho de Ministros, foi-lhe retirada a cátedra por ser considerado desafecto à política de Estado Novo dedicando-se então à clínica particular.
Este grande clínico, um dos maiores do País, avesso a todas as formas de publicidade, é autor de vários e valiosos trabalhos de investigação. De entre eles assinale-se: Introdução ao Estudo da Histeria; A Etiologia e a Patologia da Paralisia Geral; Um caso raro de Actinomicose; Estudo Clínico e Experimental sobre vinte e um casos de Encefalite Letárgica."
(Fonte: https://fpulidovalente.org/sobre-pulido-valente/)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas ligeiramente oxidadas, cansadas, com pequenos defeitos.
Muito raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
150€

17 setembro, 2021

HOPFINGER, K. B. - ALÉM DA EXPECTATIVA. A HISTÓRIA DO VOLKSWAGEN.
[Por]... M. S. A. E., M. S. I. A. Tradução de Nicolau Lemos. Colecção Divulgação
. Lisboa, Empresa Nacional de Publicidade, 1960. In-8.º (18,5 cm) de 252 p. ; [20] p. il. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessantíssima monografia sobre a história da Volkswagen, vista sob um ponto de vista pouco habitual. Trabalho curioso e importante sobre a conhecida marca alemã de automóveis, incluindo os contornos político-industriais que concorreram para a sua criação e desenvolvimento, escrito por um antigo oficial do Exército Inglês que foi responsável pela fiscalização da fábrica VW no pós-guerra.
Livro ilustrado no texto com alguns (poucos) desenhos, e em separado com 20 páginas pejadas de fotografias a p.b.
"Este livro foi parcialmente inspirado em muitas, longas e interessantíssimas conversas que tive, no decorrer dos anos de 1949 e 1950, com o Dr. Porsche, o responsável pelo desenvolvimento técnico do Volkswagen. Grande parte do material em que o livro se baseia foi escrito imediatamente após os nossos colóquios, e decidi nada modificar depois da morte do Dr. Porsche, com 76 anos, no dia 30 de Janeiro de 1951, quando todo o mundo já o consagrara como autêntica autoridade mundial da técnica e construção automóvel.
A ideia de que o Volkswagen - o carro do povo - foi concebido por Adolf Hitler como hábil manobra política de aliciar adeptos para o regime, tem a sua justificação no facto de, realmente, toda a nação germânica o ter apoiado nas suas desmedidas ambições, culminadas na eclosão da II Guerra Mundial. Mas, quando a guerra começou, a fábrica Volkswagen estava ainda em construção e apenas parcialmente em laboração. Durante os anos de guerra, produziu menos de 100.000 veículos militares e grandes zonas da fábrica foram destruídas pelos bombardeamentos das forças aéreas aliadas. Finalmente, com a ocupação quadripartida da Alemanha, coube às forças do Exército Britânico a tarefa de ali exercerem a sua fiscalização. Graças às necessidades crescentes de se resolverem os problemas do desemprego e da carência de veículos, as autoridades britânicas fomentaram a reconstrução até 1947, data em que a fábrica foi entregue ao Governo da Alemanha Ocidental. A partir de então, a grande unidade industrial passou a trabalhar sobre «contrôle» do Governo Germânico.
A maior parte deste livro baseia-se, por isso, no estudo dos arquivos oficiais, britânicos, franceses e alemães, e em entrevistas com individualidades a eles directa ou indirectamente ligadas, que, em qualquer dos casos, testemunharam as várias fases de desenvolvimento do Volkswagen
A minha experiência de oficial dos serviços técnicos do Exército Inglês designou-me para proceder ao exame de um veículo militar Volkswagen capturado - e foi esse o ponto de partida do meu interesse pelos pormenores técnicos do carro. [...]
Mais tarde, correspondente técnico de muitos jornais e revistas de automobilismo, tanto britânicos como estrangeiros, visitei as fábricas Volkswagen, sempre com intervalos nunca superiores a quatro meses. Acompanhei portanto, a par e passo, a reconstrução das fábricas e o desenvolvimento da cidade de Wofsbuug.
Mas, só com as minhas frequentes visitas às oficinas e inumeráveis conversas com aqueles, poucos, que faziam parte da organização em 1938 e tinham voltado, agora, para a Volkswagenwerk G. m. b. H., este livro não poderia ter sido escrito."
(Excerto da Nota do Autor)
Índice: Nota do Autor. | Introdução. | Quem era Porsche? | A «voiturette» Lohner-Porsche.| Austro-Daimler. | Motores para aeroplanos. | Daimler-Benz. | De novo na Áustria. | O regresso a Estugarda. | O Plano. | O Projecto n.º 12. | O «Volksauto» Zundapp. | Porsche visita a Rússia. | O projecto dum carro de corridas. | O «Volksauto» N. S. U. | Carros e políticos. | Um relatório importante. | A ordem oficial. | O Volkswagen - «Série 3». | Falham certas previsões. | A viagem aos E. U. A. | Experiências com os protótipos «Volkswagen». | Outra opinião. | Instruções de Hitler. | A caça aos técnicos. | Count von Schulenburg's Estate. | O arquitecto. | A primeira pedra. | A sombra da guerra. | A escolha de Rommel. | Anos de guerra. | Caos, ocupação e prisão. | Um começo diferente. | O projecto 356. | A cidade próspera. | Além da expectativa. | Factos que todos compreende.Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas com pequenos defeitos marginais. Lombada apresenta falha de papel na extremiadde superior.
Raro.
Com interesse histórico e automobilístico.
35€

16 setembro, 2021

BRAVO, João Maria - O LIVRO DO CAÇADOR
. Plano de Educação Popular.
Colecção Educativa : Série J - Número 4. Lisboa, Campanha Nacional de Educação de Adultos, 1957. In-8.º (16,5 cm) de 194, [6] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Manual do caçador publicado na apreciada Colecção Educativa.
Livro ilustrado ao longo do texto, em página inteira, com bonitos desenhos de Artur Correia, que também assina a capa.
"Caçador, este é o teu livro, o livro com que procuramos aperfeiçoar-te na arte de caçar.
Será esta a primeira vez que ouves chamar arte à caça, essa coisa que apaixona mais de cem mil portugueses, e te faz correr quilómetros e quilómetros, às vezes, quase já sem forças, de barriga a dar horas e o fato rasgado pelas estevas ou pelo tojo, empurrado por essa ânsia de aplacar o vício terrível, que não perdoa, e que, quanto mais se pratica, mais vício se torna.
Dissemos que caça é arte.
É arte «fechar» uma perdiz que nos passa, puxada pelo vento, a mais de quarenta metros, por cima da cabeça. É arte «enrolar» o coelho, que «picado» pelos cães, se vai enfiar no maroiço de pedras. E tu, se conseguires «pendurar» a perdiz ou o coelho que te saltou nessas condições, és um artista."
(Excerto do Prefácio)
Índice:
Prefácio. | Capítulo I: I - Tiro de caça; II - Da escolha da arma; III - O tiro em movimento; IV - A forma de meter a arma à cara - métodos de apontar e correr a mão. Capítulo II: Armas e munições. Capítulo III: Narrativas e episódios. Capítulo IV: Dos inimigos da Caça e seus costumes. Sua distribuição pelos doze meses do ano. Capítulo V: I - Descrição de alguns processos de caça; II - Calendário.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas algo sujas.
Pouco comum.
20€

15 setembro, 2021

MAIA, Carlos Bento da - TRATADO COMPLETO DE COZINHA E COPA.
Por...
Lisboa, Livraria Guimarães & C.ª, 1904. In-4.º (24 cm) de [4], 726, [2] p. ; il. ; E.

1.ª edição.
Obra de referência. Edição original em livro de um dos mais apreciados títulos de culinária publicados entre nós.
Ilustrado com quadros, tabelas, desenhos e fotogravuras nas páginas de texto.
A respeito desta obra, e com a devida vénia a Ana Marques Pereira, reproduzimos parte do excelente post publicado no blog «Garfadas on line».
"Um dos livros mais interessantes de culinária do início do século XX é o “Tratado Completo de Cozinha e de Copa".
Identificado como sendo da autoria de Carlos Bento da Maia, trata-se na verdade de um pseudónimo de Carlos Bandeira de Melo.

Mas quem era Carlos Bandeira de Melo? Os próprios editores referiam que o nome de Carlos Bento da Maia encobria um nome ilustre. Tratava-se do general Bandeira de Melo que esteve à frente do Asilo da Ajuda.
O Asilo da Ajuda era uma «Sociedade protectora dos órfãos desvalidos das vítimas da cholera morbus em 1855 e da febre amarela em 1857» (ANTT, Arquivo Burnay, Correspondência, cx.35, nº18) e esteve sob a protecção da Rainha Maria Pia.

Em escolas especiais, como foi o caso do Asilo da Ajuda, o ensino das donas de casas foi considerado modelar. Estes conceitos estavam também integrados nas preocupações com a Economia Doméstica que dava os seus primeiros passos em Portugal.
Na pessoa do General Bandeira de Melo concretizou-se a melhor forma de ensino.

Como afirmou Alfredo Alves, tratava-se de «uma alta competência no assunto; os seus livros de cozinha e de corte publicados com o pseudónimo de Carlos Bento da Maia dão-lhe um lugar de destaque entre as pessoas que se têm dedicado ao ensino doméstico». Referia-se aqui a uma outra obra sua, o «Tratado Elementar de risco e corte de roupa. O mais completo, rigoroso e prático publicado em Portugal».
Mas aquilo que mais se evidenciava na sua obra era «a paixão pela vulgarização dos conhecimentos de utilização imediata, tornando-o assim um verdadeiro apóstolo da educação da mulher do povo»."
(Fonte: garfadasonline.blogspot.pt/2010/04/o-tratado-completo-de-cozinha-e-de-copa.html)
"No empreendimento de escrever este livro anima-nos o desejo de fazer alguma coisa util; não sendo profissionais, diligenciámos estudar os processos de modo que pudessemos descrevê-los com clareza e apresentar algumas noções que se não encontram noutros livros congeneres, e por isso esperamos que o trabalho seja acolhido com benevolencia da parte dos que estejam no caso de criticá-lo e a critica aceitá-la-êmos com prazer, pois servirá para que possâmos corrigir erros que nos passem despercebidos.
O nosso ideal seria que este livro pudesse ser considerado como uma obra d'estudo e que nos asilos o aproveitassem para a educação das criadas. Não é esta idea absolutamente praticavel, porque a alimentação das asiladas tem de ser muito economica; mas, para sustentar a escola, poderiam esses estabelecimentos, á semelhança do que se fazia noutros tempos nos conventos, trabalhar para o publico, fabricando doces e mesmo jantares completos."
(Excerto do prólogo)
"Os conhecimentos d'arte culinaria são dos mais necessarios a uma dona de casa, quer seja ela propria a fazer a sua cozinha, quer possa dispôr de criados.
Só aos opulentos é dado o abdicarem a administração domestica em mordomos que os dispensem do trabalho de se ocuparem déla.
Nas classes médias a cozinha preocupa e com forte razão as senhoras, porque raras vezes os serviços satisfazem completamente, e muitas vezes estão privadas dêles.
A educação moderna das meninas não lhes permite tirarem-se facilmente de embaraços e, por isso, um tratado de cozinha claro deve considerar-se um livro indispensavel. Não é facil, nem é mesmo possivel, descrever todos os processos culinarios com bastante desenvolvimento para serem executados sem hesitações pelos inexperientes, e sem que falhem algumas vezes; mas, se o livro fôr suficientemente explicito, um pouco de pratica resolverá as dificuldades e suprirá as lacunas."
(Excerto de Generalidades)
Indice:
I - Generalidades. II - Algumas palavras ácerca de alimentos de origem animal e vegetal. III - Considerações sobre o cozinhado dos alimentos que se não comem crús. IV - Iguarias diversas. V - Dôces. VI - Café, Chá, Chocolate, Coca. VII - Conservas. | Diccionario. | Posfacio.
Encadernação cartonada revestida de tecido, com rótulo na lombada. Cansada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Mancha de humidade desvanecida na pasta posterior. Pequeno oríficio na f. rosto. Miolo correcto; páginas ligeiramente amarelecidas. Apontamentos a lápis na última folha.
Muito invulgar. 
Indisponível

14 setembro, 2021

MORA, Amadeu da Cunha - MEMÓRIAS DE UM MÉDICO ESQUECIDO
. Famalicão, [Edição do Autor], Grandes Oficinas Gráficas "Minerva" de Gaspar Pinto de Sousa, Suc.res, L.da, 1947. In-8.º (19,5 cm) de 219, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Memórias do autor, médico de província, que incluem episódios caricatos e patuscos. Obra por si dedicada "ao médico rural, o esforçado cavaleiro da saúde, cuja inglória odisseia ainda está por escrever".
Livro ilustrado ao longo do texto com bonitos desenhos em página inteira.
"Hesitei durante largos anos antes de iniciar esta minha obra, para a qual vinha reunindo vários caixotes de apontamentos; os escrúpulos de que me achava possuído foram por fim vencidos, mais pelo acendrado amor pela verdade histórica do que por mesquinhos intuitos comerciais. É este o apanágio dos grandes homens! O culto pela verdade leva-me ainda a prevenir o leitor descuidado de que nem todos os factos que relato são a tradução de autênticos acontecimentos, em que, porventura, desempenhei o papel de primeiro actor. Certos deles são, talvez, pura fantasia; outros, decalcados da acidentada vida de colegas notórios, e ainda outros, fruto do meu delírio de grandeza. [...]
Como o coleccionador de borboletas leva os amigos a visitar as suas vitrinas, aqui me tendes também a desdobrar no écran da vossa imaginação uns tantos sujeitos com que topei na vida. Uns são, indiscutivelmente, reais e outros, sei lá, talvez sejam e talvez não; eu próprio não sei bem..."
(Excerto de Porque escrevi este livro)
Amadeu da Cunha Mora (1901-1984). "Médico e Escritor, nasceu em Pombal, a 10-11-1901, e faleceu em São Paulo (Brasil), a 19-04-1984. Fez o curso secundário no Colégio Moderno de Coimbra e Liceu José Falcão, tendo cursado a Faculdade de Medicina de Coimbra, onde se formou em 31-11-1923, com a defesa de uma tese intitulada “Alguns Casos de Lepra no Concelho de Pombal”. Foi classificado com 16 valores. Desempenhou as funções de Médico Municipal e ainda as de Médico da CP.
Deixou publicados vários artigos, em revistas médicas sobre Pelagra, Lepra e Carbúnculo. Fundou e dirigiu, durante alguns anos, o jornal de feição regionalista e social "Terra Mãe", na mesma Vila de Pombal, e colaborou assiduamente em vários jornais do País, quer com o próprio nome quer com o pseudónimo de Fernando Pacheco. Escreveu o livro Memórias de Um Médico Esquecido, (1947) e a peça em 3 actos, Filhos Sádios."
(Fonte: https://ruascomhistoria.wordpress.com/2019/10/11/quem-foi-quem-na-toponimia-do-municipio-de-pombal-2/)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. rosto.
Muito invulgar.
Indisponível

13 setembro, 2021

FIGUEIREDO, Pedro Americo de - O FORAGIDO.
Por... Com uma noticia biographica por J. M. Cardoso de Oliveira
. Rio de Janeiro : Pariz, H. Garnier, Livreiro-Editor, [1899]. In-8.º (19 cm) de LXI, 219, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Romance curioso, um dos mais apreciados da bibliografia do autor, onde são evidentes os traços do romantismo tardio brasileiro.
Ilustrado com um retrato extra texto do autor.
Pedro Américo de Figueiredo e Melo (1843-1905). "Pintor, desenhista e escritor brasileiro, nasceu no estado da Paraíba e faleceu em Florença (Itália). Em Paris, estudou na Escola de Belas Artes, no Instituto de Física Ganot e na Sorbonne, dedicando-se também à literatura e à pesquisa científica. Recebeu grande influência dos pintores neoclássicos franceses. Entre as suas obras literárias e filosóficas, destacam-se A reforma da Academia de Belas Artes de Paris; Discursos sobre a Estética e Ciência e os Sistemas. Em Florença, realizou as suas mais famosas pinturas; celebrizou-se pelas telas "Batalha do Avaí" e "O Grito do Ipiranga". Em 1900, em Florença, pintou "Paz e Concórdia". Foi considerado um dos mais famosos artistas da sua época. Mas Pedro Américo não foi apenas um pintor célebre, foi também cultor de filosofia, homem de ciência, orador, poeta e romancista. Em tudo, soube manifestar a superioridade do seu talento privilegiado. Ligado à corrente estética e literária do Romantismo, publicou diversos romances e ensaios."
(Fonte: pitoresco.com.br)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Cansado. Lombada com defeitos. Folha de rosto e seguinte apresenta falha de papel (por corte) para supressão de assinatura.
Raro.
45€

12 setembro, 2021

CASACA, José Manuel Ferreira - ENTRE-OS-RIOS E SEU ALFOZ
. Ovar, [Edição do Autor], 1993. In-8.º (21 cm) de 75, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessante trabalho sobre o concelho de Entre-os-Rios na época medieval.
Ilustrado no texto com fotogravuras e reprodução de mapas antigos do território em página inteira.
Obra policopiada, por certo com tiragem reduzida.
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa do autor "ao bom Amigo Dr. Guilherme de Oliveira Santos".
"O livro queremos o gosto de vos apresentar não é uma obra didáctica, mas apenas um repositório de documentos sobre sobre um assunto de âmbito restrito mas, aliciante da História Medieval Portuguesa. [...]
A antiga divisão de territórios, hoje desaparecida, constitui um manancial apaixonante de dados para quem ama a sua terra e gosta de cavar mais fundo na sua história. [...]
Este livro gostaríamos de o ver nas mãos de leitores comuns, particularmente da região de Entre-os-Rios, onde se situava a velha cidade de Anégia (hoje Eja). Mas achamos que esta obra poderá ser de muita utilidade para os estudiosos de História Medieval."
(Excerto do Preâmbulo)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Pouco comum.
Com interesse histórico e regional.
Indisponível

11 setembro, 2021

LERMINA, Jules - O FILHO DO MONTE-CHRISTO. Por... Volume I [II; III; IV; V; VI]. Lisboa, Typ. do Commercio de Portugal, 1897. 6 vols in-8.º (18 cm) de 159, [1] p. (I) ; 159, [1] p. (II) ; 160 p. (III) ; 160 p. (IV) ; 160 p. (V) ; 156, IV p. (VI) ; E. num único tomo
1.ª edição.
Sequela do conhecido romance O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas (1802-1870) em seis volumes (completo). Depois do "abrir de porta" à continuação da saga do Monte Cristo pelo português Alfredo Possolo Hogan, com A mão do Finado (1853), outras versões não autorizadas do romance de Dumas se sucederam, sendo a presente - O filho do Monte Cristo - de Lermina, a mais conhecida. Originalmente publicado em França (1881), teve tradução para português em 1897 - a presente edição.
"A 14 de janeiro de 1839, isto é, proximamente tres mezes depois da partida do conde de Monte-Christo, o processo Benedicto fôra de novo inscripto na lista do tribunal.
Então, como hoje, as cousas caminhavam tão depressa em Paris, que ninguem havia dado por tal, e o bello Cavalcanti, que tivera a sua hora de triumpho, arriscava-se muito a ser condemnado deante de um auditorio composto unicamente de gendarmes e advogados.
Nevava muito e gelava ainda mais.
A todos os cantos, havia cavallos caidos, carroceiros praguejando e cocheiros descompondo-se, em virtude do principio, de que, quando um cocheiro faz uma tollice, é outro o culpado d'ella.
Pelas onze da manhã, um coupé puxado por um cavallo de raça, guiado pela mão d'um cocheiro emerito, foi parar precisamente junto da escada principal do Palacio da justiça.
Apeou-se um homem que subiu rapidamente os degráos, apressando-se como se receiasse chegar tarde."
(Excerto do Cap. I - O balanço d'uma catastrophe)
Jules Lermina (Paris, 1839-1915). "Foi um romancista e jornalista francês. Iniciou a carreira de periodista em 1859. Foi preso várias vezes pelas suas inclinações políticas favoráveis ao socialismo, tendo recebido apoio público do conhecido romancista Victor Hugo. Os seus primeiros romances foram publicados sob o pseudónimo "William Cobb". Deixou abundante obra, que inclui romances de aventura, nomeadamente as sequelas de Os Mistérios de Paris, de Eugène Sue, e O Conde de Monte-Cristo, de Alexandre Dumas, bem como romances policiais, novelas esotéricas (inspiradas no seu interesse pelas ciências ocultas), um dicionário biográfico e um dicionário de gírias."
(Fonte: wikipédia)
Alexandre Dumas (1802-1870). "Nasceu em Villers-Cotterêts, Aisne, França. Foi um romancista e dramaturgo francês, autor das obras Os Três Mosqueteiros e O Conde de Monte Cristo, clássicos do romance de capa e espada de grande aceitação popular. Em 1818, passando por dificuldades financeiras, trabalhou num cartório da cidade. Conheceu Adolphe von Leuven, nobre sueco refugiado em França. Em 1821, junto com o amigo Leuven, escreveu a peça O Major de Strasburgo. Em 1823, foi morar em Paris. Em busca de emprego foi recebido pelo General Foy, amigo de seu pai, que ao ver a sua bela caligrafia concluiu que Dumas poderia secretariar o Duque de Orléans, futuro rei Luís Filipe. O emprego garantiu-lhe o sustento e abriu-lhe o caminho para a Comédie Française."
(Fonte: wook)
Encadernação simples em meia de pele com as pastas cartonadas. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Rubrica de posse na f. rosto de todos os volumes.
Raro.
A BNP dá notícia da obra sem no entanto incluir descrição técnica.
25€