16 agosto, 2019

BRANDÃO, José - A NOITE SANGRENTA. [Prefácio de Raul Rêgo]. Lisboa, Alfa, 1991. In-8.º (19 cm) de 241, [3] p. ; il. ; E. Col. Testemunhos Contemporâneos, 40
1.ª edição.
Trabalho de investigação sobre o 19 de Outubro de 1921, episódio trista da nossa história que ficaria conhecido para a posteridade como 'A Noite Sangrenta'.
Edição ilustrada com 28 fotografias a p.b. distribuídas por 12 páginas.
"Elementos republicanos radicais da Marinha e da G.N.R. desencadearam uma tentativa de golpe revolucionário. Gerou-se uma situação confusa e descontrolada em Lisboa no decurso da qual foram barbaramente assassinados o chefe do Governo, António Granjo, Carlos da Maia, Freitas da Silva e Machado Santos, o herói da Rotunda em 5 de Outubro de 1910. […]
José Brandão, o autor de «A Noite Sangrenta», um dos livros que melhor narra o que se passou e porque se passou, descreve de maneira viva e veraz o assassínio de Granjo: «O chefe do Governo, vencido, mantém até ao fim a coragem que o abatimento não excluiu. Salta os três degraus e, então, lança as suas últimas palavras, em que há ódio e resignação: – Já sei o que vocês querem! Matem-me, que matam um bom republicano!
Soou uma descarga; debaixo, corresponderam. António Granjo caiu ao comprido, vertendo sangue por inúmeros ferimentos. Estava ainda nas últimas convulsões quando um dos assassinos, que, no dizer da testemunha ocular, é um clarim da GNR, de desmedida estatura, sacou da espada e a cravou no estômago com violência tal que, atravessando o corpo, ficou presa no sobrado. Depois, friamente, o facínora, pondo o pé sobre o peito de António Granjo, sacou a arma e gritou triunfalmente, mostrando-a aos companheiros: – Venham ver de que cor é o sangue do porco!»."
(Fonte: aventar.eu)
"Os tiros soavam por todo o Terreiro do Paço. Ali, no mesmo local onde há catorze anos ocorrera o Regicídio, voltava a cheirar a sangue de tragédia nacional.
No Arsenal de Marinha passavam-se momentos de arrepiante pavor, com cenas de crueldade assassina raramente vistas em Portugal.
Desta vez não eram os corpos do rei e do príncipe herdeiro que estavam estendidos no chão do Arsenal.
Republicanos, fundadores do novo regime saído da Revolução de 5 de Outubro de 1910, são as vítimas escolhidas para o tenebroso festim de sangue que vai acontecer nesta noite de 19 de Outubro de 1921."
(Excerto do Cap. I, Um festim de sangue)
Índice:
Prefácio. |  Introdução. | I - Um festim de sangue. II - A Camioneta Fantasma. III - A república do terror. IV - Sobre o cadáver de Sidónio. V - A marcha heróica para um cano de esgoto. VI - «Raios partam a Revolução e a República». VII - Como se chega ao 19 de Outubro. VIII - Outubro. IX - «Ele falará! Ele falará!». X - Finalmente a verdade. XI - O que falta dizer. | Nota final. | Bibliografia.
José Brandão (n. 1948). Político, historiador, escritor e cronista português. "Tem uma vasta série de artigos publicados entre 1983 e 1995 em jornais que vão do Expresso ao Jornal de Palmela, passando pelo Diário de Notícias, Diário de Lisboa, O Jornal, Tempo, O Distrito de Setúbal, e oito livros editados: «Sidónio : Ele Tornará Feito Qualquer Outro», 1.ª ed. 1983, Editora Perspectivas & Realidades; 2.ª ed. 1990, Publicações Alfa. «Carbonária : O Exército Secreto da República», 1.ª ed. 1984, Editora Perspectivas & Realidades; 2.ª ed. 1990, Publicações Alfa. «100 Anos por 1 Dia», Editorial Inquérito, 1987. «A Noite Sangrenta», Publicações Alfa, 1991. «Suicídios Famosos em Portugal», Europress Editores, 2007. «Portugal Trágico : O Regicídio», Âncora Editora, 2008. «Cronologia da Guerra Colonia»l, Prefácio Editora, 2008. «A Vida Dramática dos Reis de Portugal», Ministério dos Livros, 2008. «Os Homens do Rei», Ministério dos Livros, 2010. No site www.vidaslusofonas.pt colabora com as seguintes biografias e artigos: D. Carlos I, Machado Santos, Álvaro Cunhal, Sidónio Pais, Miguel Bombarda, João Franco e Os Livros e a Censura em Portugal.
Encadernação em tela com ferros gravados a seco e a ouro na pasta anterior e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

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