05 dezembro, 2013

O ADAMASTOR. Lisboa, Typographia – Casa Portugueza – Papelaria, 1897. In-4º grd. (27cm) de 19, [1] p. ; il. ; B.
Com uma fotografia do cruzador Adamastor em página inteira.
Raríssimo opúsculo publicado por ocasião da entrega do cruzador ao Estado português. Divide-se em duas partes: na 1.ª consta a descrição técnica do navio; a 2.ª é preenchida pelo soneto «Adamastor», extraído do Canto V dos Lusíadas, e a sua tradução para francês.
“O magnifico cruzador encommendado pela commissão de subscripção nacional ao constructor naval Frateli Orlando, de Livorno, tem 75ͫ,21 de comprido, accusando as experiencias realizadas a velocidade de 18 milhas por hora.
O casco é d’aço Siemend Martin, com chapas de 10ͫ ͫ,5 de espessura minima e de 16ͫ ͫ na maxima, formando 9 carreiras de 1ͫ,10 de largura. A chapa de borda é de 8ͫ ͫ. No fundo as ligações, topo a topo, são feitas por outras chapas com dupla e triplice ligação, pelo systema do Lloyd.
Em armamento o navio tem o seguinte: 2 peças Krup de 15 c.; 4 de 10 c.; 5 de tiro rapido; 4 Hotckiss de 65ͫ ͫ; 4 metralhadoras Nordenfelt; 2 peças de tiro rapido, de 37ͫ ͫ, Hotchkiss; 1 tubo fixo lança torpedos na roda da prôa, na coberta, acima da linha d’agua.”
(excerto da 1.ª parte)
"O «Adamastor» foi um cruzador da Marinha Portuguesa , construído nos Estaleiros Navais de Livorno, Itália em 1896 e financiado pelas receitas proveninentes de uma subscrição pública organizada como resposta portuguesa ao Ultimato britânico de 1890.
O Adamastor desempenhou um papel importante no golpe de 5 de Outubro de 1910 que levou à implantação da República Portuguesa, sendo responsável pelo bombardeamento do Palácio Real das Necessidades, a partir do Tejo.
Durante o seu período de serviço, o Adamastor percorreu em missões de soberania quase todos os territórios ultramarinos portugueses desde Angola a Timor. Também fez várias visitas oficiais a países estrangeiros, como o Brasil ou o Japão.
Em 1913, o seu comando é entregue ao Capitão João Canto e Castro, futuro Presidente da República, que o vai buscar a Macau.
Na Primeira Guerra Mundial o Adamastor tomou parte activa nas operações militares contra os alemães, no norte de Moçambique (foz do rio Rovuma).
Foi desactivado em 1934 e vendido à marinha mercante.”
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas apresentam defeitos marginais.
Raro. 
25€

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