01 outubro, 2024

CÉRTIMA, António de - EPOPEIA MALDITA.
O drama da Guerra d'África: que foi visto, sofrido e meditado pelo combatente... Lisboa, Portugal-Brasil - Depositária, M. CM. XXIV. [1924]. In-4.º (26,5x18,5 cm) de 276, [8] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Capa do Pintor Martins Barata. Alegoria do Desenhador-Decorador Cunha Barros. Clichés do texto do Tenente Alexandre Castelo Branco.
Narrativa do autor, espécie de diário de campanha escrito no teatro de operações, em África, durante a Primeira Guerra Mundial. Mais do que o relato dos acontecimentos, trata-se de uma severa crítica às chefias políticas e militares, por enviar para o terreno soldados impreparados para dar combate às tropas alemãs, sem instrução nem equipamento adequado ao clima.
Livro ilustrado no texto com fotogravuras e um mapa em página inteira - Mapa da zona de operações do Niassa -, e em separado, com fotografia do Major Leopoldo da Silva a cavalo, chefe da «Coluna de Massassi», e do Capitão Pedro Curado, "... o maior homem desta Epopeia decadente", que o substituiu este último no comando em combate.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor, datada de 1924, ao jornalista aveirense Manuel Lavrador.
" - «ADEUS, PORTUGAL!
JÁ NÃO HA PORTUGUESES!...»
Exclamação proferida no combate da coluna de socorros a Newala com as tropas alemãs (travado na estrada de Mahuta em 28-11-1916), pelo tenente do 24, Almeida Oliveira - perfil de cavaleiro medieval em cuja bôca profética a alma da pátria parece ter posto o seu epitáfio simbólico do momento."
(Inscrição deste livro maldito)
Índice: Ofertório | In-Memoriam | Inscrição deste livro maldito | Primeira jornada; Segunda jornada; Terceira jornada; Quarta jornada; Quinta jornada; Sexta jornada; Sétima jornada; Oitava jornada; Nona jornada; Décima jornada | Post Scriptum: Carta ao Exército.
António de Cértima (Oiã, Oliveira do Bairro, 1894 - Caramulo, 1983). "Fez parte do corpo militar português que, em Moçambique, combateu as forças militares alemãs, durante a Primeira Guerra Mundial. Escreveu o livro Epopeia Maldita sobre esse tempo de confronto militar, onde revelou uma notável escrita literária. Nesta narrativa de guerra articulou as suas memórias de combatente com a análise crítica das opções político-militares tomadas pelos governos portugueses e com a visão sobre a identidade portuguesa. Segundo ele, nos anos 20, a resposta a dar à crise do regime político da Primeira República Portuguesa devia institucionalizar uma Ditadura apoiada pelas Forças Armadas."
(Fonte: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6130688)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas algo manchadas.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
45€

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