08 janeiro, 2024

RIBEIRO, Paula Ponde de Leão Paes -
O ACESSO AO SER. O intelecto e a abstracção nos Comentários ao De Anima dos Conimbricenses.
Subsídios para o seu estudo. Dissertação de licenciatura em Filosofia, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Coimbra, [s.n.], 1974. In-4.º (29,5x21 cm) de [2], 200 f. ; B.
1.ª edição.
Interessante trabalho académico de filosofia aristotélica, e sobre o 'De Anima' em particular.
"Porque a pergunta pelo homem, balizado entre a angústia e o espanto, desde sempre constituiu nossa preocupação e, porque no mais íntimo a sua mesmidade este nos surgiu como caminho para o Ser, sentimo-nos obrigados, por uma fidelidade connosco mesmos, a repensar este problema."
(Excerto do Prefácio)
"Estruture-se a epistemologia aristotélica a partir do conceito de Ser, à luz do qual Aristóteles vai resolver a antinomia do Uno e do Múltiplo e explicar como o Universal inteligível pode estar contido na individualidade do objecto concreto. Implicitamente, estes objectos pressupõem uma indispensável, concepção do Ser como pensamento puro e puro movimento."
(Excerto de Cap. I - Raízes clássicas do problema: O De Anima - A - Matéria e forma)
"A concepção cristã de homem repousa na interpretação dada ao sistema de transcendência, pois o homem define-se sinteticamente como espelho da divindade e modelo do mundo.
Parte, assim, o problema da alma, exposto na visão neotestamentária, de pressupostos que profundamente o distinguem e contrapõem no pensamento grego, ordenado por uma necessidade lógica e determinado por um esquema coisista. Porque a noção de Criação substitui a de geração, a alma humana aparece diferente da substância divina e ao nascer dum dom voluntário de Deus, acontece no tempo, opondo-se, por isso, à doutrina da preexistência e ao regresso necessário à divindade. Se o problema da imortalidade a alma se encontrava resolvido na teoria platónica, apresenta-se ao cristianismo mais difícil a sua solução, já que esta terá de se fundamentar unicamente na bondade divina e não em qualquer "direito" da natureza humana ontologicamente dependente."
(Excerto de Cap. II - Raízes Cristãs - A Natureza do Homem como viator - 1 - A Encarnação)
Exemplar brochado, batido à máquina e policopiado, em bom estado de conservação.
Raro.
Sem registo na BNP.
30€

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